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segunda-feira, abril 11, 2022

Para colher um nenúfar

Claude Monet
 


Descia os degraus que
me levavam ao rio
onde cresciam nenúfares
num lago que improvisei.
Apenas o marulho das águas
me impedia de caminhar nas margens
ora pintadas de azul, 
ora pintadas de verde.
O sol debruçava-se sobre as águas
e a claridade iluminava-me como fogo,
como se ateasse uma fogueira.
O céu matizado de nuvens, tingidas de púrpura,
era o espaço dileto dos pássaros
que, em voos rasantes, anunciavam o entardecer.
O sol ia baixando no horizonte
até que o esplendor da noite
fulgisse na linha do infinito.
Descalça, sobre os seixos, contornava o lago
estendendo as mãos, incólumes, 
para colher um nenúfar.

Texto
Ailime
04.04.2022

 

quarta-feira, setembro 02, 2020

De mãos dadas

de mãos dadas também com o mar Foto de Jorge Pinto | Olhares - Fotografia  Online

Na aridez da vida
percorro horizontes antes nunca sonhados
e mitigo a sede com as palavras
que me sussurras quando de mãos dadas
perscrutamos o infinito
e nos entreolhamos cúmplices
de um amor que nos corta a pele
e nos alimenta os sentidos
como se rasgássemos o tempo
que nos vai tragando as horas
encurtando as distâncias
que nos separam do ocaso
onde os pássaros nidificam
uma nova manhã, uma nova vida.
Entre a aurora e o crepúsculo
não desistimos de agarrar o vento.





Texto
 Ailime
02.09.2020
Foto
 Jorge Pinto

sábado, julho 18, 2020

A palavra tarda

Olhando horizonte Fotografias de Banco de Imagens, Imagens Livres ...

A palavra tarda.

Ardem-te os lábios
gretados pela dureza do sal
as tuas mãos contorcem-se
em gestos invisíveis
o teu olhar perscruta o infinito
em súplica ardente.

A palavra tarda.

O amor percorre o fio
que te separa do voo 
dos pássaros.


Texto e foto
Ailime
17.07.2020

quarta-feira, outubro 18, 2017

Quando no meu regaço vazio

Imagem Google


Quando no meu regaço vazio
Abrigo o silêncio dos búzios
É como se o mar recuasse
Em perseguição do sol-posto.

Estendo o olhar ao infinito
E perscruto nas asas dos pássaros
O regresso das águas
Envoltas em manhãs de coral.

A luz antecipa-se às marés
E esboça nas velas dos barcos
Tons rasgados de aurora
A raiar o céu verde de espanto.


TextoAilime
 08.07.2015
(Reposição)

sexta-feira, janeiro 04, 2013

Transporto no olhar



Transporto no olhar
 Um mar imenso de palavras
 Como rios a transbordar!

Do céu cinza inalo as nuvens de mil tons
 Nos sons da chuva
 Que salpicam o meu rosto
 E me transportam
 Aos recantos da alma
Entre véus de orvalhos
 Como teias bordadas
 Transparentes de luz.

Vagueio num arco-íris
 Que me abraça e ilumina
 Neste amanhecer transbordante de paz.

E as árvores, imponentes na sua nudez,
Estendem os galhos
Numa invocação ao infinito.


Ailime
04.01.2013
Imagem da Net