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sábado, junho 22, 2024

Estão sentados



Estão sentados em duas filas
como estacas, quase inertes,
que sustentam velhas árvores
prestes a tombarem no chão.

Nalguns rostos serenidade,
outros angustiados olham sem ver.

Muitos deixam pender a cabeça
e dormem alheios ao que se passa
em seu redor.

A maioria está calada
ou chama pela mãe, pelos irmãos
que já não tem.

Outros ainda há com um brilhozinho
nos olhos e falam, falam, para alguém
que os escute.

Na parede do fundo uma TV
emite sons que ninguém entende,
perturbadores,
 - são os zumbidos da idade, dizem alguns.

Lá fora, algum vento e sol,
mas não chegam a ver a luz do dia.

Rituais que se repetem como se 
num cárcere estivessem, pelo "crime"
de serem já muito idosos e doentes.

Texto
22.06.2024
Emília Simões
Imagem Google

segunda-feira, novembro 20, 2023

É outono

 


A natureza reveste-se de amarelo dourado.

Os frutos têm  sabor a mel.

Nos meus lábios o teu nome

tem o aroma de um amanhecer

e o sabor de um pôr do sol.


Os dias são mais curtos.

Os raios solares mais amenos.

Os muros e os troncos de árvores

cobrem-se de líquenes e musgos.

Nos prados, a geada cobre as ervas pela manhã.


A natureza respira serenidade;

até o vento amainou.

Quase que o aconchego  nas minhas mãos.

Paira no ar o cheiro a castanhas assadas,

maçãs e canela.


No chão molhado repousam folhas caídas,

no outono da alma, no outono da vida.


Texto e foto
Ailime
19.11.2023


sexta-feira, fevereiro 17, 2012

A serenidade em mim

Amo a vida, o sol e os afectos;
Semeio-os nas intempéries do ocaso
E refugio-me num beijo ao infinito,
Reconciliando em mim a quietude.

Em névoas e penumbras
Navego o meu sentir
Imaginado nas auras
De almejados alvoreceres.

Abraço o anoitecer
De silêncio feito paz
E repouso o desalento
Em sonhos urdidos de auroras.

Mares crespados me assolam;
Marés rebeldes me cingem;
Imagino a placidez dos afectos
Mimando a minh’ alma inquieta.

Ailime
(2009)
Revisto em Fev/2012
Imagem da Net