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sábado, novembro 02, 2024

Para encontrares o belo

freepik


Para encontrares o belo

terás que calcorrear vales

e montes,

atravessar silêncios

galgando rios

caminhos lamacentos

enfrentar feras

e talvez no fim do caminho

encontres o que procuras;

a luz refletida

em simples flores

no cimo duma montanha. 


Texto 
Emília Simões
02.11.2024

sábado, fevereiro 03, 2024

Resvalo por socalcos de montanhas



Resvalo por socalcos de montanhas
como ave em pleno voo
e procuro uma flor
uma palavra 
um gesto
um raio de sol
um enigma,
talvez um pedaço de tempo
que me fale de vida
e de auroras
e entardeceres
que me falem de amor
ou de silêncios
onde escute a tua voz.
Divago e paro num golpe de vento
que cinjo na minha cintura
como se fora um afago teu.
 
Texto 
Emília Simões
03.02.2024
Imagem Google


sábado, outubro 14, 2023

Ouve a voz da razão


Quando o teu coração sangrar

ouve a voz da razão e atravessa a ponte.

Haverá sempre algo de novo do outro lado

que te fará sorrir  e te apontará novos caminhos.

O sol brilhará sempre, mesmo que dos teus olhos

se soltem lágrimas amargas.

O teu rosto será o espelho da esperança,

o renascer em cada esquina da vida.

Não temas, porque nada é em vão.

Debruça-te nos silêncios da noite

e ouve a voz da razão.

Na tua quietude sentirás paz.


Texto
Ailime
14.10.2023
Imagem Google

sábado, novembro 12, 2022

Da janela florida

Imagem Net


Nas escarpas do tempo

ouço a tua voz que me fala 

das estações que ainda ontem 

eram barcos atracados nos cais,

hoje apenas restos de cinzas

esquecidas na velha lareira

onde crepitavam silêncios

a marejar dos teus olhos,

debruçados na solidão das noites.


Dos voos rasantes dos pássaros

a arrastar as sombras

diante da janela florida,

do inverno restou apenas o vento

que segreda em silêncio

os atalhos em que te reconheço.


Texto
Ailime
12.11.2022


sábado, outubro 08, 2022

O tempo, sempre o tempo

 

Ailime

O tempo, sempre o tempo, na voz,

como um rio que percorre as palavras

que teimam em libertar-se nas manhãs,

em que o orvalho lhe cinge o olhar

ainda meio adormecido.

Como uma fonte soletra nas águas

os sentidos, em movimentos ascendentes,

no esplendor da manhã a cativar-lhe

as palavras, que se soltam como flores

a desabrochar num chão de primavera.

Retoma o caminho

liberto de sombras e silêncios

e regressa ao tempo, nas palavras,

refletidas no rio.


Texto e foto
Ailime
08.10.2022

segunda-feira, fevereiro 28, 2022

Nem tudo nos dias é claro


Michel Leah Keck



Há dias iguais,
mas  há dias mais iguais que outros
quando os silêncios percorrem a noite
e os pássaros voam mais alto.

Tudo nos dias é fugaz
e nem sequer  as lembranças
trazem à tona os rios nelas imergentes.

Há dias iguais
mas  há dias mais iguais que outros
quando o mar agitado empurra a nau
que se desmorona na escarpa.

Nem tudo nos dias é claro,
porque apenas os lobrigamos
nas ferozes tenazes da guerra.


Texto 
Ailime
28.02.2022
Imagem Google

terça-feira, outubro 26, 2021

No interior das pedras



No interior das pedras há chamas 
que à tua passagem te queimam os pés,
te sacodem, como se o vento alastrasse
e se detivesse no teu andar vagaroso e
pesado, como as folhas que
se arrastam impelidas por aragens
ensurdecidas de tanto silêncio.
À margem dos dias as florestas
gritam por socorro
no leito seco dos rios.


Texto 
Ailime
26.10.2021
Imagem Google

terça-feira, julho 20, 2021

Atravesso contigo o minucioso universo


Atravesso contigo o minucioso universo

e conto as estrelas que nos separam dos abismos

onde repousam os nossos silêncios.

Dás-me a tua mão que me segura e fortalece

e afastas todos os medos que eu invento

quanto não estás perto de mim,

como se o mar me segredasse

os ecos nas margens dos oceanos

que habitam na serenidade  das águas.

As sombras dispersam-se  na luz

enquanto os pássaros em voo rasante

mergulham no tempo as medusas da lucidez.


Texto
Ailime
20.07.2021
Imagem
Google


terça-feira, junho 15, 2021

Não sei medir o tempo


Não sei medir o tempo por gestos.

As andorinhas voltam na primavera,

fazem os ninhos

sempre no mesmo local

e  espanto-me com a sua precisão.

Ganham asas, voejam

e regressam de novo

não se desviando da rota.

Não sei medir  o tempo por palavras

que guardo nos silêncios

quando as manhãs acordam

para o ciclo da vida.

Não sei medir o tempo  por  sóis

que dançam nas sombras  dos abismos

e ressoam nos ecos das escarpas.

Sei medir o tempo apenas quando o relento

me fala de uma nova lucidez.


Texto
Ailime
15.06.2021
Imagem Google

terça-feira, junho 08, 2021

Desfolho-te e leio-te



Desfolho-te  e leio-te como se fosse a primeira vez.

Nem imaginas quanto gosto do gesto.

Os meus dedos cautelosos parecem sorrir

a cada página que me segreda silêncios,

ecos, sinais de luz  e metamorfoses.


Hoje encontrei um malmequer  ressequido

marcando a fronteira do que ainda não li

e ali me detive. Quanto tempo? perguntei-me.

Só sei que me abandonei ao olhar-te

tanto quanto o tempo que demorei a chegar a ti.


Texto e foto
Ailime
08.06.2021

quinta-feira, março 11, 2021

O poema pode conter silêncios



O poema pode conter silêncios,
sorrisos e pores do sol.
Pode ser, simplesmente, uma folha
que esvoaça ao vento levando um beijo
para um amor distante.
Pode conter ecos da alma,
murmúrios do mar,
memórias e saudades.
Pode ser, simplesmente,
uma linha reta ou 
uma curva com metáforas
onde crescem flores na primavera.
Um poema pode ser, simplesmente,
um pássaro a voar.


Texto
Ailime
11.03.2021
Imagem Google

segunda-feira, abril 22, 2019

Naquela madrugada


Naquela madrugada 
a cidade acordou antes do tempo. 
Pássaros em alvoroço 
sobrevoavam barcos 
marés cheias 
escarpas e silêncios. 

O rio, lá em baixo, a espreitar, 
azul de tanto céu. 
Estalavam foguetes 
Rostos mudos de espanto 
Clarões 
Olhares incrédulos. 

Onde estavam as sombras? 
Multidão em êxtase 
sorrisos e abraços. 
A longa noite expirara. 

Uma flor ergueu-se 
rubra como sol nascente  
no cano duma espingarda 
iluminou Abril. 


Texto
Ailime
22.04.2019
Imagem Google

segunda-feira, abril 08, 2019

Nos dias avessos à luz


Nos dias avessos à luz 

descubro veredas por entre florestas sombrias 

que me lembram o tempo 

em que caminhavas desamparado 

como se o mundo te renegasse 

o chão, que pesadamente pisavas 

como se não houvesse relâmpagos, 

nem pássaros, nem silêncios, nem palavras  

a rasgar as manhãs, que os teus olhos guardavam. 

Das tuas mãos, em gestos simples, 

as flores desprendiam-se como asas 

que ninguém via, que ninguém ouvia. 

Apenas tu lhes conhecias a cor. 

 

Texto
Ailime 
08.04.2019 
Imagem Google

terça-feira, abril 10, 2018

Liberdade dos gestos


Há na liberdade dos gestos
o brilho da alvorada
que ilumina os olhares
e incendeia o horizonte
como relâmpagos
a cintilar no firmamento
o voo arrojado dos pássaros
que sobrevoam as marés
na amplitude dos gestos
despojados de silêncios.

Texto
Ailime
10.04.2018
Foto: Google

segunda-feira, fevereiro 15, 2016

Nas telas invisíveis do tempo


Nas telas invisíveis do tempo
descortino palavras abrasadas
como papoulas a balouçar
os  silêncios do entardecer
em  campos de trigo maduro.

Aves em voo desenfreado
transportam nas asas do vento
prenúncios de madrugadas
suspensas em nuvens de orvalho.

No chão repousa o cansaço das memórias.

Texto e foto
Ailime
15.02.2016

quinta-feira, agosto 23, 2012

Rimas imperfeitas


As palavras que concebo

São rimas imperfeitas

De silêncios consumidos

Resgatados à maresia

Oriunda de oceanos remotos.

Na areia fria da praia

Por entre a espuma das vagas

Aguardam que o poeta

As aprisione e transforme

Em sublime canto de amor.


Ailime
Junho/2011
(modificado)
Imagem da Net

sexta-feira, junho 24, 2011

Silêncios



As palavras que invento
São rimas imperfeitas
De silêncios consumidos
Importados das maresias
Oriundas de oceanos remotos

Na areia fria da praia
Por entre a espuma das vagas
Aguardam que o poeta
As aprisione e as transforme
Num belo poema de amor.



Ailime
24.06.2011
Imagem da Net