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sábado, setembro 28, 2024

No fundo dos meus olhos

 


No fundo dos meus olhos leio os teus.

Misturam-se num terno olhar que

os eleva num doce e húmido sentir.


Quando os olhos se encontram

tudo paira para além dos sentidos,

mergulhando-os ternamente,

como nenúfares, num lago azul,

onde o céu reflete a claridade das nuvens.


O sol brilha e entoa

numa suave e refrescante aragem,

uma breve e anunciada sonata de outono.


Texto e foto
Emília Simões
11.09.2024

segunda-feira, janeiro 29, 2024

Abro a porta ao silêncio

 


Abro a porta ao silêncio
e refugio-me nas memórias
que tenho albergadas em mim.

São memórias longínquas,
que se vão desvanecendo
como as nuvens que se desfazem
impelidas pelo vento, deixando uma
estrada no céu.

Procuro uma luz para as proteger
para que fiquem intactas, sempre
que me recordar dos dias em que tudo
era claro e as aves esvoaçavam
em alegres bandos dentro de mim.

Distancio-me e indiferente
procuro outro lugar para
guardar as memórias,
que parecem vaguear entre sombras
e solidões que, de instante a instante,
se revelam à minha passagem.


Texto
Emília Simões
29.01.2024
Imagem Google



sábado, novembro 11, 2023

No clarear das manhãs


No clarear das manhãs

a terra cheira a musgo

e a  pedras escorregadias

pelas intempéries 

que agitam as árvores

em aguaceiros intermitentes,

deixando sobre o chão

folhas irreconhecíveis,

que vou recolhendo em silêncio.

No vórtice do tempo

aves atravessam as nuvens

resguardando-se de tempestades  

numa nesga de luz,

antes que o vento as resgate. 


Texto
Ailime
11.11.2023
Imagem Google



sábado, outubro 28, 2023

No silêncio da tarde



No silêncio da tarde
as nuvens passam apressadas.
O dia escurece.
Um aguaceiro forte
e uma rajada de vento
fustigam as janelas
e os pobres andrajosos,
que à mingua, na rua,
estendem as mãos vazias,
erguem ao céu, os olhos molhados,
e nada veem, nada sentem.
Apenas a escassez os alumia.
Sacudo os salpicos de chuva
e  ofereço-lhes uma flor,
uma simples flor
que, curvada, também chora
as iniquidades da vida.

Texto e foto
Ailime
28.10.2023


 

sábado, outubro 29, 2022

No silêncio das folhas

 

Leonid Afremov



No silêncio das folhas

o eco da chuva que, irrefreável,

nos espanta e das nuvens

vai tombando

como cascatas de pérolas

a brilhar nas calçadas.


Estendo-lhe os braços, as mãos

e acolha-a, como bem precioso,

tão próxima de mim

a desviar-me a atenção

das guerras, dos mal-entendidos,

das frustrações, das impiedades.


No jardim, as folhas acolhem os pássaros

que perderam o norte

e repousam o outono nas tardes dos dias. 



Texto
Ailime
29.10.2022



sábado, agosto 20, 2022

Queria abraçar o tempo


Queria abraçar o tempo como quem

navega à deriva

e rasgar as nuvens com os olhos

como se fossem pássaros,

a poisarem-lhe nas mãos esguias 

as tempestades do mar.


Um barco pousou-lhe no rosto

a ondulação dos mares

e dos seus olhos escorreu

a maresia, que ainda a prendia

à escarpa do silêncio

que trazia  presa no peito.


Encontrava-se perdida

nas sombras ocultas das névoas.

Apenas o silêncio

lhe devolvia os vestígios

do tempo, que alcançara

sem sequer o vislumbrar.


Texto
Ailime
20.08.2022
Imagem Google





sábado, junho 25, 2022

O tempo

 Jacob Brostrup

Por entre nuvens e céus claros

o tempo corre veloz como pássaros;

nem as trovoadas o detêm 

na sua correria louca, intempestiva

como foguetes em dias de festa

a provocarem surdez

quando os foguetes se apagam.

O tempo não esvaece, alastra-se

como fogo impelido pelo vento

e nem as águas o estancam.

O tempo na sua voraz pressa

nem sequer tem tempo

para observar  o mundo

onde frenético, voa em liberdade.


Texto
Ailime
25.06.22
Imagem Google


segunda-feira, maio 23, 2022

Na escassez das palavras


Maria Caldeira


Na escassez das palavras

a sede no deserto 

como um rasgão na pele

miragem e silêncio

nas poeiras das dunas

a toldar o pensamento

que clama pelo voo das aves

para dissipar as névoas

Há vazios e grãos de poeira

a marejar os olhos

nos silêncios da tarde

que, em vão, suplicam

que o oásis floresça.



Texto
Ailime
23.05.2022


quinta-feira, abril 28, 2022

Percorro os campos em flor



Percorro os campos em flor
que me falam de primaveras
mas também de madrugadas
de tempos muito longínquos
que trago cingidos ao peito.

Inebriada por sentimentos e afetos,
nuvens brancas em céus azuis
debruavam o meu olhar
por entre as margens do rio
que sussurravam o meu sentir
no rumorejo das águas.

Hoje, apenas ecos, reproduzem
os sons de outrora, quando os pássaros
em voos alegres e maviosos
vêm pousar nas minhas mãos
o restolho da saudade.


Texto e foto
Ailime
27.04.2022

terça-feira, novembro 02, 2021

O tempo nunca é o mesmo




O tempo nunca é o mesmo.
Ontem a chuva  regou os meus sonhos,
hoje colho uma flor.
O dia e a noite contemplam-se, 
assim como o sol e a lua
se abraçam num golpe de vento
que vagueia por entre galáxias.
Claridade e sombras.
Um pássaro nunca está só;
poisa sobre uma estrela 
e  esvoaça no universo
por entre galhos de nuvens. 
Gravo os meus sonhos
nas folhas caídas de outono.


Texto e foto
Ailime
02.11.2021



terça-feira, outubro 12, 2021

Tão longe as manhãs

 
Juan Francisco Gonzalez


Tão longe as manhãs na casa onde às vezes regresso.

Tudo parece estar no mesmo sítio.

O rio corre sereno lá em baixo,

mas não me deixa ver as margens

onde outrora os seixos brilhavam ao sol

e eu saltitava em redor do moinho.

Tudo tinha maior amplitude.

A lezíria era  uma sinfonia de cores,

as águas eram mais verdes e as nuvens mais azuis.

Os pássaros cantavam mais alto.

Os teus pés pisavam o chão com leveza.

No resplendor da manhã, cada vez mais longe,

debruço o meu olhar e cismo.


Texto
Ailime
12.10.2021



terça-feira, julho 27, 2021

O verão é feito de sol



O verão é feito de sol, areia e água salgada.

(por vezes a chuva cai impiedosa)

As ondas beijam as praias e os barcos 

navegam na costa os teus cabelos ao vento.


Na esplanada corpos tisnados pelo sol

brilham como a luz do crepúsculo 

e saboreiam um coquetel gelado

para mitigarem a sede.


No regresso à praia 

envolvem-se na brisa marinha

como nuvens de espuma

a reter as marés.


O verão é também o pôr do sol

quando o céu incendiado

derrama sobre os corpos nus

a luz do entardecer.


Texto e foto
Ailime
27.07.2021

terça-feira, julho 13, 2021

À medida que correm os dias




À medida que correm os dias

tento agarrá-los com o dedos,

guardá-los como luzeiros

mas o vento desvia-os pela vastidão do espaço;

fico sem norte,  de  mãos vazias

e a noite chega mais cedo.

A madrugada surge como fogo

a mostrar-me o esplendor dos dias

na nudez das planícies

que me cingem os olhos.

Nuvens esvoaçam como andorinhas.

O rio repousa nas margens

a correnteza do tempo.



Texto
Ailime
13.07.2021
Imagem Google

segunda-feira, fevereiro 08, 2021

Na inconstância dos voos



Na inconstância dos voos
as nuvens como os pássaros
passam rasantes ou 
esvoaçam no cimo dos montes
e segredam palavras ao vento
que ecoam como bálsamos
em gotículas de chuva
ou se desfazem em simples
pedaços de luz
que tantas vezes 
ferem o silêncio dos olhares
que teimam em permanecer
no crepúsculo das sombras.


Texto
Ailime
08.02.2021
Imagem Google

quinta-feira, setembro 24, 2020

Nem sempre o silêncio é lúcido




Nem sempre o silêncio é lúcido
quando na ausência das vozes
as palavras se calam

o silêncio é a retração da voz
enleada em grãos de poeira
suspensas em nuvens de folhas

por vezes é apenas mágoa, soterrada 
pelos pensamentos que se negam
a retratar-te na alma
os pudores que te recalcam.

o silêncio é o orgulho ferido
pelo preconceito do poema
quando renuncia às palavras.


Texto
Ailime
24.09.2020
Imagem Google



terça-feira, julho 07, 2020

É no silêncio dos barcos

Papeis de parede Amanheceres e entardeceres Costa Aves EUA Malibu ...É no silêncio dos barcos
que adormeces os teus cabelos
como ondas que o vento espalha
nas escarpas das marés

Ainda é cedo para saboreares
os frutos maduros da colheita
que o mar te dá a beber
quando reluz o sol nascente
por entre os teus dedos sedentos

Na linha do horizonte
pássaros velozes em bandos
perseguem nuvens e sombras.

Texto
Ailime
07.07.2020
Imagem Google

sábado, outubro 27, 2018

Num rasgo de vento


 Num rasgo de vento 
o outono revela-se 
nas folhas esmaecidas 
que atapetam o chão, 
desnudando os ramos 
que rasgam as nuvens 
num rodopio de asas. 

Que vento é este   
que ruge como o mar 
em dia de tempestade 
e arrasta as folhas 
como barcos a naufragar? 

Uma simples aragem? 
Um relâmpago? 
Uma vertigem? 
É apenas o outono 
a faiscar nas folhas 
a luz quebrantada 
na linha do horizonte. 




Texto Ailime
27.10.2018
Imagem Google

domingo, fevereiro 28, 2016

Esvoaço numa asa de vento


Esvoaço numa asa de vento
e deixo que os meus cabelos
se transfigurem
como ondas a beijar a praia
quando o silêncio das marés
esboça ao pôr do sol
a imagem do anoitecer.
Por entre os meus dedos vacilantes
deixo que a espuma das águas
escorra a claridade das nuvens
que esculpem no  infinito
a finitude dos mares.

Texto
Ailime
Imagem Google
28.02.2016

sábado, abril 06, 2013

Nos confins do universo



Nos confins do universo
Vagueiam nuvens
Repletas de granizo
Que como pérolas
Brilham no firmamento
Dos oceanos
E transformam as marés
Em cristais de amor.
Agora podes olhar o horizonte
E abrir as janelas da alma
Para aspirar a brisa
Que te afaga e cinge
Como um bálsamo
Que te purifica e exorta.

Ailime
06.04.2013
Imagem Google
(desconheço o autor)