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terça-feira, janeiro 11, 2022

Há no silêncio dos corpos

Leonid Afremov


Há no silêncio dos corpos

uma cumplicidade no olhar

como se relâmpagos

alumiassem as escarpas

onde nos desnudamos

como cardumes ao vento

a marulhar em praias

invisíveis.

Afetos e vozes inaudíveis

mergulham definitivamente

num mar de privação, 

no universo inacabado

para lá do tempo

e dos enigmas do espaço.


Texto
Ailime
10.01.2022
Imagem Google

terça-feira, julho 13, 2021

À medida que correm os dias




À medida que correm os dias

tento agarrá-los com o dedos,

guardá-los como luzeiros

mas o vento desvia-os pela vastidão do espaço;

fico sem norte,  de  mãos vazias

e a noite chega mais cedo.

A madrugada surge como fogo

a mostrar-me o esplendor dos dias

na nudez das planícies

que me cingem os olhos.

Nuvens esvoaçam como andorinhas.

O rio repousa nas margens

a correnteza do tempo.



Texto
Ailime
13.07.2021
Imagem Google