Mergulho nos rastos do vento
as ondas da ilusão
e apenas ouço o murmúrio do mar.
As folhas balouçam
na crista das ondas
como palavras soltas
nos barcos fundeados,
amarrotadas na boca de um peixe.
Na areia da praia um búzio reflete
o esplendor do dia
e deixo que o silêncio
apenas me fale de outras maresias.
Por instantes, fito o horizonte
e uma ave vem ao meu encontro
e pousa-me nas mãos,
leve como uma pena.
Acolho-a com espanto
e como estátuas
ficamos assim
até ao anoitecer.
Texto
06.01.24
Emília Simões
Imagem Google