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sábado, setembro 21, 2024

O outono que se apressa


As folhas secas espalhadas no chão,
anunciam o outono, que se apressa.
O vento assobia e as folhas, em desalinho,
dançam num vaivém frenético a melodia
do verão, que se despede.
O seu olhar segue o movimento das folhas
e o dourado da tarde ofusca-lhe os sentidos,
que se misturam com o entardecer.
Os dias serão mais curtos, as noites mais longas.
O tempo encurta as horas, os minutos...
Por momentos, o seu pensamento turva-se
numa nostalgia que compunge.
Não pode voltar atrás!
O relógio acelera, mas o seu tempo
será o tempo do porvir das primaveras,
porque em cada estação há sempre
uma flor mágica a ser colhida.

Texto
Emília Simões
19.09.2024
Imagem Google

sábado, julho 06, 2024

No desalinho do tempo



Percorro-te no desalinho do tempo
e guardo as folhas ressequidas nos
nos meus olhos cor de outono
como se um raio de sol refulgisse
timidamente, nas minhas mãos,
os sinais do tempo,
que corre veloz.
Tento cingi-los para que retardem
as mudanças de estação
onde me perco nas emoções
do entardecer,
quando ouço a tua voz
que diz o meu nome,
como se fosse ontem.


Texto
Emília Simões
06.07.2024
Imagem Google

sábado, abril 06, 2024

Quem escreve, lê e ouve os poemas?



Quem escreve, lê e ouve os poemas?

O mundo anda muito distraído.

Os ruídos são ensurdecedores.

Mas o mar esboça na areia com a sua maresia

rendilhados de espuma branca.

As gaivotas leem nas migalhas, ao final da tarde,

o sabor do seu sustento.

Nas escarpas homens e mulheres sós

com o sal a escorrer pelas faces

estão atentos aos sons do mar,

sob o efeito das marés.

Talvez um poeta que tenha passado por ali

tentasse passar a sua mensagem

no purpúreo entardecer.

__Mas, ninguém o escutou__


Texto
Emília Simões
06.04.2024
Imagem Google



sábado, março 30, 2024

O pasmo diante da candura das pétalas


O pasmo, diante da candura das pétalas.

O inseto suga-te o néctar.
Debaixo das asas, o chão
que os meus pés pisam
vagarosamente.

Naquela folha o desdém 
de quem não entende
o respirar dos pássaros
na construção dos ninhos.

Subo a escarpa e observo o horizonte.

Uma nuvem esconde o sol
e o dilúvio, de novo,
tomba sobre as folhas.

A luz reacende o entardecer
com a rapidez dum relâmpago.


Texto e foto
Emília Simões
30.03.2024

Desejo a todos os meus amigos e famílias uma santa e Feliz Pascoa!

domingo, dezembro 10, 2023

Sentada na escarpa



Sentada na escarpa

vagueio o olhar pelo horizonte 

que perscruta o entardecer, 

de uma tarde de outono.

Recordo-me da varanda

de onde ao acordar

vislumbrava o amanhecer.

Os dias tão longos,

hoje tão curtos.

A alma imperturbável

recolhe nos recônditos da memória

as cores, que hoje tão distantes,

estão aprisionadas

no pensamento.

Quando a noite murmurar

o frio e a geada do inverno,

a primavera florescerá

nas pontas dos meus dedos.


Texto
Ailime
10.12.2023
Imagem Google


sábado, julho 08, 2023

O prelúdio do entardecer

 



Dizia-lhe que tinha os sinais à flor da pele

como quem colhe cerejas e as trinca 

deixando escorrer pelo canto dos lábios

o néctar vermelho doce como o mel.

Via-se nas sombras dos pomares 

poisando aqui e ali qual borboleta

escutando o silêncio da tarde

entre os cantos dos pássaros

e os zumbidos dos insetos.

O relento era o seu reino onde

se sentia  aconchegada longe do mundo

e apenas as flores lhe entoavam baixinho

o prelúdio do entardecer.


Texto
Ailime
Imagem Google
08.07.2023

sábado, julho 01, 2023

Do sonho acordo e espanto-me



Numa pétala  de rosa esboço um barco

onde me sento segurando a vela

e deixo que o vento o impele

sobre as águas de um lago imaginário,

em que no silêncio da tarde

os ecos crepitam

rumores de um entardecer.

Do sonho acordo e espanto-me

com a claridade do dia

sem vestígios do barco

que ousei  tecer com os sentidos.


Texto
Ailime
01.07.2023
Imagem Google

sábado, setembro 24, 2022

Rasgava o horizonte com o olhar

Célia Marinho


Rasgava o horizonte com o olhar

e com os dedos agarrava o luar

que se misturava com as cores

purpúreas do entardecer.


Na sua voz embargada

acolhia todos os pássaros,

que voejavam em seu redor

numa discreta contemplação

do esplendor das sombras

que o luar acendia.


Corria-lhe nas veias um rio

onde, como em chão lavrado,

as margens repousavam

e o luar se recolhia.


Tão longa a noite...

Tão breve o dia...


Texto
Ailime
Set/2022

sábado, julho 23, 2022

Havia um oceano dentro dela



Havia um oceano dentro dela

de águas calmas, sem ondulação,

que mergulhava no silêncio das madrugadas

e na paz do entardecer.

Os barcos navegavam à tona

rodeados de corais verdes e azuis

que a cerceavam nas  noites

em que as marés fitavam a Lua

e o luar a cingia meio tímido.

Nestes momentos a presença de Deus

tomava-lhe as emoções e o silêncio

era apenas brisa refrescante

numa praia invisível.


Texto
Ailime
23.07.2022
Imagem
Google



domingo, junho 19, 2022

Tenho saudades do meu rio

 




Tenho saudades do meu rio.

O meu rio não é um rio como os outros,

porque me corre nas veias,

o que o torna único.

É um rio que me viu nascer.

Um rio com águas bordadas a prata

e com margens tingidas de azul.

A lezíria beija-lhe as margens

numa doce primavera verde

e os pássaros voejam em redor

debicando aqui e ali,

como se entendessem

as maresias e os pores do sol

que sobrevoam os barcos

que trago dentro de mim.

O meu rio é único e belo.

Tão belo,

que cabe na luz do entardecer.


Texto e foto
Ailime
19.06.2022

segunda-feira, abril 11, 2022

Para colher um nenúfar

Claude Monet
 


Descia os degraus que
me levavam ao rio
onde cresciam nenúfares
num lago que improvisei.
Apenas o marulho das águas
me impedia de caminhar nas margens
ora pintadas de azul, 
ora pintadas de verde.
O sol debruçava-se sobre as águas
e a claridade iluminava-me como fogo,
como se ateasse uma fogueira.
O céu matizado de nuvens, tingidas de púrpura,
era o espaço dileto dos pássaros
que, em voos rasantes, anunciavam o entardecer.
O sol ia baixando no horizonte
até que o esplendor da noite
fulgisse na linha do infinito.
Descalça, sobre os seixos, contornava o lago
estendendo as mãos, incólumes, 
para colher um nenúfar.

Texto
Ailime
04.04.2022

 

terça-feira, julho 27, 2021

O verão é feito de sol



O verão é feito de sol, areia e água salgada.

(por vezes a chuva cai impiedosa)

As ondas beijam as praias e os barcos 

navegam na costa os teus cabelos ao vento.


Na esplanada corpos tisnados pelo sol

brilham como a luz do crepúsculo 

e saboreiam um coquetel gelado

para mitigarem a sede.


No regresso à praia 

envolvem-se na brisa marinha

como nuvens de espuma

a reter as marés.


O verão é também o pôr do sol

quando o céu incendiado

derrama sobre os corpos nus

a luz do entardecer.


Texto e foto
Ailime
27.07.2021

quarta-feira, outubro 16, 2019

No silêncio do outono


No silêncio do outono emergem sentidos
como se a minha voz se calasse
por imposição das sombras
O vento arrasta as folhas
que gravitam como sóis
em rotações desgovernadas
no asfalto dos dias,
que esculpe nas horas
vestígios do entardecer.

Texto e foto
Ailime
16.10.2019

sábado, junho 02, 2018

Ainda há pouco a madrugada



Ainda há pouco a madrugada
me nascia nos olhos as cores do sol-nado.
O rio, límpido, como hoje não é
sorria nas margens o silêncio das águas
que, profundas, corriam ao sabor do vento
que as ondeava como searas a balouçar
na lezíria, ainda adormecida pelo orvalho da noite.
Ao entardecer, que surgia de mansinho,
o meu rosto, baço, como vidro cendrado
aquietava-se, como se a beleza do sol-posto
fosse apenas uma quimera.



Poema
Ailime
02.05.2018
Imagem Google

quinta-feira, agosto 31, 2017

Há como que um relógio


Salvador Dali


Há como que um relógio
suspenso nas paredes do tempo
onde os ponteiros das horas
esvoaçam como pássaros
a rasar a manhã
em voos rápidos e intermitentes,
que desnorteiam as folhas
que vão tombando
neste outono precoce.
Quisera deter o ímpeto dos pássaros
e a queda das folhas
abraçando o entardecer
como se não houvesse amanhã.



Texto Ailime                                                                     
Imagem Google
31.08.2017

sábado, março 04, 2017

No entardecer de ti


No entardecer de ti,
ouve-se o silêncio
que te fala
como se uma brisa de vento
te sussurrasse
o tempo que te é interdito.
Sombras que como asas
esvoaçam em teu redor
um corrupio de palavras
antes ousadas e leves,
hoje como que esmagadas
sob o peso do indecifrável.
Os dias entoam serenatas
que os pássaros sobrevoam
ao cair do sol-posto.


Texto e foto
Ailime
04.03.2017




terça-feira, março 15, 2016

Pudera eu


Pudera eu devolver-te a leveza dos pássaros
para que voasses nas margens do rio
o sorriso que, desperto, em teu olhar
te ilumina o entardecer.
Pudera eu retirar todos os limos
que te resvalam nos gestos
a fragilidade do chão, escorregadio
sob os teus pés vacilantes.
Pudera eu devolver-te num raio de sol
a seiva a pulsar, qual primavera em apogeu
a cingir-te nos braços, o rio ao amanhecer.
Pudera eu atrasar os ponteiros do relógio
para te retardar no rosto os teus olhos cor de rio.

Texto
Ailime
Imagem Google
15.03.2016

segunda-feira, fevereiro 15, 2016

Nas telas invisíveis do tempo


Nas telas invisíveis do tempo
descortino palavras abrasadas
como papoulas a balouçar
os  silêncios do entardecer
em  campos de trigo maduro.

Aves em voo desenfreado
transportam nas asas do vento
prenúncios de madrugadas
suspensas em nuvens de orvalho.

No chão repousa o cansaço das memórias.

Texto e foto
Ailime
15.02.2016

domingo, dezembro 02, 2012

As sombras do Outono



As sombras do outono
Divagam no silêncio das folhas
Caídas e dispersas
No chão da calçada,
Corroído pelas intempéries
Voláteis do tempo.

E enquanto o inverno
Não as aprisionar
Numa gota de chuva balsâmica
Deixam-se envolver
Pela luz do entardecer.



Ailime
02.12.2012
Imagem da Net