José Malhoa
Quando passo à tua rua
escuto sempre a voz do rio
que, nas suas margens azuis,
me fala de ti,
como se ainda permanecesses
sentado na soleira da porta
a desenhar arabescos
no teu livro sem páginas.
Um rio e um livro
que me falam de lembranças
como se o hoje fosse ontem
e o ontem fosse hoje.
Na ausência de palavras
ficam nas entrelinhas
os registos dos afetos
nos resquícios das memórias.
Texto
Emília Simões
15.06.2024
Emília Simões
15.06.2024