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sábado, julho 01, 2023

Do sonho acordo e espanto-me



Numa pétala  de rosa esboço um barco

onde me sento segurando a vela

e deixo que o vento o impele

sobre as águas de um lago imaginário,

em que no silêncio da tarde

os ecos crepitam

rumores de um entardecer.

Do sonho acordo e espanto-me

com a claridade do dia

sem vestígios do barco

que ousei  tecer com os sentidos.


Texto
Ailime
01.07.2023
Imagem Google

sábado, agosto 20, 2022

Queria abraçar o tempo


Queria abraçar o tempo como quem

navega à deriva

e rasgar as nuvens com os olhos

como se fossem pássaros,

a poisarem-lhe nas mãos esguias 

as tempestades do mar.


Um barco pousou-lhe no rosto

a ondulação dos mares

e dos seus olhos escorreu

a maresia, que ainda a prendia

à escarpa do silêncio

que trazia  presa no peito.


Encontrava-se perdida

nas sombras ocultas das névoas.

Apenas o silêncio

lhe devolvia os vestígios

do tempo, que alcançara

sem sequer o vislumbrar.


Texto
Ailime
20.08.2022
Imagem Google





terça-feira, agosto 03, 2021

Abro os meus gestos ao universo





Abro os meus gestos ao universo

e segredo-te  um mundo de cores;

as estrelas brilham como sóis,

a lua é um mar de prata

que te cinge como um barco

a deslizar sobre as águas

e um farol ali tão perto

rasga as sombras trazidas pelo vento,

clareando as marés.

Em silêncio repousamos o olhar

no sossego da noite.


Texto
Ailime
03.08.2021
Imagem Google

quarta-feira, junho 02, 2021

Na vastidão do tempo

 
Paulo Heliodoro


Na vastidão do tempo percorro as margens

cintilam estrelas no  rio 

os peixes sabem a hora do desassossego

tão perto e tão longe dos teus olhos

o luar resguarda o barco.

Não te atreves a desviar o olhar

do infinito, que te cerceia as marés

as tuas mãos vazias puxam as redes.

Ontem era o tempo de enchentes

hoje o rio afunda-se na maré vaza

tudo tão estranho, tão vago.

No barco agora encalhado

o voo rasante dos pássaros.


Texto 
Ailime
02.06.2021


sábado, março 27, 2021

Eras rio, barco, pássaro azul,



Eras rio, barco, pássaro azul,

nuvem, nascer e pôr do sol.

Searas ondulantes esculpidas

como mares

povoavam-te os sentidos.

As papoulas acenavam-te

o porvir

em gestos largos,

que só tu entendias.

As margens do rio são agora

estreitas

e o teu olhar já não as enxerga.

Há sobre o rio uma névoa

que te cega,

uma bruma que te impede

de respirar.

Apenas os peixes

te navegam no olhar.


Para meu Pai
(03.1926-12.2017)

Texto
Ailime
26.03.2021
Imagem Google

segunda-feira, junho 29, 2020

O silêncio

O silêncio raramente escuta o que tenho para lhe dizer
If I Die Young • Não importa onde estivermos nosso amor sempre ...tomba-me na face qual lágrima de cristal
a inundar a margem das sombras invisíveis
como barco encalhado  nas marés cheias de pássaros
e a luz a querer perpetrar um sol faiscante
qual oásis num deserto sedento e solitário.
Enquanto isso os ecos continuam imperturbáveis.




Texto
Ailime
29.06.2020
Imgem Google

sexta-feira, julho 19, 2019

O teu sorriso


Gosto do teu sorriso
quando o barco te aporta
ao início da madrugada
na praia incendiada por pássaros
no rebentar das marés.

Pé ante pé persigo a luz
que desponta suave,
quase inocente
nos gestos das águas
que te aspergem o dia.

Um rasto de corais
move-se contra o vento
que sopra a manhã
que te abraça
com faíscas imperceptíveis.

Texto
Ailime
19.07.2019
Imagem Google

terça-feira, julho 02, 2019

Rasgo o tempo com os sentidos


Rasgo o tempo com os sentidos
e caminho suavemente sobre as marés
como se as águas me impelissem
a abraçar-te
enquanto os búzios entoam 
a canção do mar
que nos recorda
que as medusas vêm à tona
sempre que dançamos
sobre a proa do barco
enquanto um pássaro
desenha no firmamento
um bailado só para nós.


Texto
Ailime
02.07.2019
Imagem Google


segunda-feira, agosto 06, 2018

A insónia


E tão incompreensível a insónia
quando o mar sussurra na noite
um cântico límpido e melódico
como a maré baixa ao cair da tarde
a ondular no areal a volúpia das espumas.
Num vaivém, como barco a baloiçar
a vigília irrompe insidiosa
e estremece  amedrontada sob a lua
a espreitar o dia que, entretanto,
já clareia o horizonte.


Texto e foto
Ailime
Julho 20118