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sábado, novembro 26, 2022

No tumulto das palavras

Belinda Flores

No tumulto das palavras sinto solidão.

Não é que as palavras não foquem sentimentos,

mas, por vezes, o gume ácido da vida

não deixa que façam sentido.


Na transversal das ruas que percorro

como ave sem penas, ouço à distância

o eco do silêncio que se me quebra na voz.


Há uma infinidade de ruas a percorrer

para melhor entender o significado

do que me rodeia, do que me espanta.


Porque a vida não sendo reta

é feita de sóis e de luas,

de abraços e palavras.

De ecos e resplendores

na partilha dos silêncios.


Texto
Ailime
26.11.2022