Showing posts with label Timothée Chalamet. Show all posts
Showing posts with label Timothée Chalamet. Show all posts

17 February 2025

16 February 2025


 
(sequência daqui) A Complete Unknown assume, então, um duplo carácter de filme musical - algumas dezenas de canções de Bob Dylan, Woody Guthrie, Pete Seeger, Joan Baez e vários outros , na totalidade ou em parte, são omnipresentes - e de documentário ficcionado. Interpretadas pelos próprios actores, Dylan/Chalamet chega a ser assombrosamente mimético, Edward Norton é um Pete Seeger totalmente convincente e Monica Barbaro apresenta uma versão vastamente melhorada de Joan Baez. Sob a figura tutelar (mas emudecida pela coreia de Huntington) de Woody Guthrie, no percurso de Bob Dylan entre a chegada a Nova Iorque em 1961 e o confronto com o fundamentalismo folk, na explosão eléctrica do Festival de Newport de 1965, importa muito pouco que o encontro entre Seeger e Dylan não tenha, de facto, tido lugar à beira da cama de hospital de Woody Guthrie onde Dylan lhe teria dado a ouvir "Song For Woody", que o insulto de "Judas!" lhe tenha sido lançado no Free Trade Hall, de Manchester, um ano depois, e não no palco de Newport, ou que, de forma aparentemente milagrosa, "Like A Rolling Stone" tenha descido dos céus por intervenção de Al Kooper sem necessitar das 20 "takes" que se preservam em The Cutting Edge 1965-1966: The Bootleg Series Volume 12 (2015). (segue para aqui)

14 February 2025

(sequência daqui) Justamente por nunca ter sido senão um total desconhecido, Todd Haynes, em I'm Not There (2007), dividiu-o em seis heterónimos: Arthur Rimbaud (narrador, comentador), Woody Guthrie (um miúdo negro que reune num só o jovem Dylan e Woody); Jack Rollins (Dylan “cantor de protesto” sobreposto ao simétrico cristão "born again"); Robbie Clark (protagonista de “Grain Of Sand”, um biopic ficcional sobre Jack Rollins), Jude Quinn (o assombroso Dylan em roda livre de Highway 61 a Blonde On Blonde); e Billy The Kid (o fora-da-lei em fuga do papel de “porta-voz de uma geração”). Já Rolling Thunder Revue: A Bob Dylan Story by Martin Scorsese (2019), o registo da digressão de Dylan de 1975, combinava desvairadamente material documental com delirante efabulação na qual nem Sharon Stone escapava de se ver retratada como "groupie/roadie" adolescente que desfrutara de favores vários de um Dylan em modo poeta errante. (segue para aqui)