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05 December 2024

Rollerskate Skinny - "Bow Hitchhiker"/"Abba's Song"/"Violence To Violence" (Peel Session 1993)

(ver aqui e aqui)

13 June 2024

"Floating On A Moment" (ver aqui também)
 
(sequência daqui) Verdadeiramente importante, porém, foi a obsessão pelo trabalho de invenção de um universo sonoro único que terá começado quando, ainda um pouco perdidos acerca do que realmente buscavam, Beth tropeçou numa caixa onde guardava cortinados e declarou "Gosto deste som!" Daí, resultaria o timbre de baixo a utilizar a que se seguiriam, entre outras fontes sonoras pouco ortodoxas, Tupperwares, cordas de guitarra muito fora de prazo, cabaças percutidas debaixo de água, frigideiras de paella, cantis de couro, cordas de juta, secções de sopros com flautas de bisel e clarinetes, e "uma coisa de que ninguém sabe o nome mas que soa como um contrabaixo, é parecido com um ukulele sem trastos e com cordas de borracha que é um pesadelo para afinar". Ao contrário do que poderia supôr-se, nada disto visou alguma vez criar uma atmosfera "exótica" ou bizarra mas sim ajustar-se o mais perfeitamente possível ao surdo desespero que a voz e os textos de Beth Gibbons carregam (“Smiling with white teeth, the taste of ammonia, the need a delusion, a choice made to fail, ‘cos the dreams are for sale from afar”, canta em "For Sale" sobre fundo médio-oriental desfocado), enquanto os arranjos de James Ford sobrepõem sucessivos planos sonoros, multiplicam contrapontos e desarrumam os lugares de repouso habituais. Beth Gibbons é, alternadamente Billie Holiday, Eartha Kitt, Shirley Bassey, Janis Joplin, Björk, Nico, Beth Gibbons até. (segue para aqui)

30 July 2023

16 December 2022

 
 
 
Bobby Bare - "Detroit City"
 
(sequência daqui) Com 399 páginas, 66 textos em torno de outras tantas canções e uma generosa colecção de mais de 100 imagens e fotografias (relacionados directa ou indirectamente com os tópicos abordados), The Philosophy Of Modern Song é muito mais uma natural sequência de “Theme Time Radio Hour” – o fabuloso programa de rádio tematicamente estruturado que, entre 2006 e 2009, Dylan apresentou na XM Satellite Radio e, depois, na Sirius Satellite Radio, no qual músicas de todos os géneros (1894 por 1158 artistas) coexistiam com histórias e farrapos de informação avulsos, jingles, recitações de poesia, receitas de cocktails, ou elucubrações acerca deste mundo e do outro – do que o (impacientemente) aguardado segundo volume de Chronicles
 .
The Temptations - "Ball Of Confusion"
 
Se, sobre “Theme Time Radio Hour”, Tom Waits uivou “He’s better than Wolfman Jack!”, desta vez, somos convidados a visitar a jukebox privada de Dylan e a acompanhá-lo enquanto disserta sobre os mais improváveis assuntos e temas que, por vezes, mantèm apenas uma vaga relação com o disco ou o músico que tomaram como rampa de lançamento. O que, não se tratando, de todo, de um “best of” ou de um “greatest hits” da “canção moderna” – na verdade, das 66, apenas duas foram publicadas no presente século, a maioria data dos anos 50 e só 4 são interpretadas por cantoras – explica por que motivo, para só citar uns quantos, Joni Mitchell, Leonard Cohen, Chuck Berry, Tom Waits, Billie Holiday, Bessie Smith, Odetta, Edith Piaf, Patsy Cline, Lennon/McCartney, Muddy Waters, Howlin’ Wolf, Skip James ou John Lee Hooker estão ausentes mas uma considerável percentagem de ilustríssimos desconhecidos aqui se reune. Na realidade, este não é um tratado sobre a filosofia da canção moderna mas um pretexto para filosofar a partir da canção moderna. (segue para aqui)

30 September 2022

26 September 2022

PART-TIME
 

15 álbuns de estúdio. 10 ao vivo. Uma dúzia de singles e EP. Mais de duas dezenas de presenças em compilações e colaborações várias. Gillian Welch vê nele “o herdeiro do escuro espelho emocional de Henry Miller, do queixume de três acordes de Townes Van Zandt e do minimalismo de Lou Reed”. Beck incluiu-o num top 10 pessoal para a “Rolling Stone”. John Peel passou um álbum inteiro dele no seu programa de rádio. Kurt Wagner (Lambchop) e Jeff Tweedy (Wilco) persignam-se perante ele. Leonard Cohen, Dylan, Johnny Cash, Neil Young e John Cale são apontados como os padrões face aos quais deverá ser avaliado. Mas, 30 anos após o primeiro álbum (Umbilical Chords), Simon Joyner permanece virtualmente desconhecido e feliz, sem manager, agente ou publicista, ocupado com o seu "day job" (antes, um negócio de antiguidades, agora, em parceria com o amigo e baterista Mychal Marasco, uma loja de discos, em Omaha, Nebraska) e sem nenhuns planos de mudança. (daqui; segue para aqui)

18 July 2022

A ÚNICA BANDA QUE IMPORTA 

Ainda a invasão da Ucrânia pelos exércitos russos de Putin não tinha completado um mês e já Bohdan Hrynko, Oleg Hula e Andriy Zholob (o trio punk-hardcore ucraniano Beton) tinham corrido até um estúdio de Lviv para gravar a banda sonora e, logo a seguir, o vídeo do apelo à resistência e solidariedade anti-imperialistas. Qual cantiga seria essa arma? "London Calling" – canção-título do terceiro álbum de The Clash (1979), inspirada pelo indicativo da BBC nas emissões para a Europa acupada pelas tropas nazis durante a segunda guerra mundial – em versão adaptada às actuais circunstâncias e imediatamente abençoada pelos Clash sobreviventes: “Kyiv calling to the zombies of death, quit holding Putin up and draw another breath, Kyiv calling see we cannot retreat, we’re already home so Russia ships fuck you! Kyiv is rising, we live for resistance!” Zholob, o guitarrista, vocalista e ortopedista que, na frente de combate, se dedica ao tratamento de soldados feridos e vítimas civis, é, segundo ele, “apenas um entre muitos outros músicos que trocaram as guitarras pelas armas na defesa do território”. Não espanta, pois, que tenham optado por uma canção dos Clash que, tal como, décadas atrás, Woody Guthrie anunciava, sempre encararam as canções como armas de elevada precisão. (daqui; segue para aqui)

09 March 2022