Showing posts with label The Breeders. Show all posts
Showing posts with label The Breeders. Show all posts

20 May 2021

Vaughan Oliver | 4AD album covers 
 (II) (ver aqui e aqui)
 
 
Clan Of Xymox - Clan Of Xymox
 
Colourbox - Colourbox
 
Pixies - Doolittle
 
Red House Painters - Down Colorful Hill
 
The Breeders - Mountain Battles

27 April 2021

Dry Cleaning - "Oblivion" (Grimes)
 
(sequência daqui) Mas o que era, na verdade, aquilo a que se convencionou chamar “o som 4AD”, o qual, mesmo antes de comprarmos um álbum, podíamos, de certa maneira, antecipar? “Não me parece que a 4AD fosse assim tão diferente de outras como a Mute, a Factory, Rough Trade ou Cherry Red. Isso valia apenas para alguma música. A maior banda da 4AD, os Pixies, não se encaixava nessa matriz sonora em que temos tendência para pensar. É um grande tema de reflexão que não cabe numa peça jornalística mas penso que a 4AD era muito mais variada do que se supõe. Quando se afirma que a editora, nos anos 80, tinha uma sonoridade muito própria, é apenas verdade até certo ponto, não na totalidade. Isso resulta do modo como tendemos a encarar o passado: mesmo quando essa percepção não corresponde à realidade, a memória que dele construimos substitui a realidade”. No entanto, ainda que os Cocteau Twins não fossem os Pixies e os Dead Can Dance nada tivessem a ver com as Breeders, poder-se-ia, ainda assim, desenhar um retrato-robot da típica banda 4AD? “Nessa percepção da editora, eu diria que a clássica banda-4AD foram, realmente, os Cocteau Twins. Os Dead Can Dance também, por aquela sensação de alargamento do horizonte, de assombro... É assim que a maioria das pessoas continua a ver a 4AD. Porque, nos anos 90, falavam dela mas, na verdade, não a conheciam. Apenas identificavam a estética das capas e os Cocteau Twins. Passa-se o mesmo com a Factory: sobreviveu a música dos Joy Division e a ideia de tratar-se de um bando de gente infeliz de Manchester mas esqueceram-se as toneladas de lixo que publicaram. As pessoas gostam de olhar para as memórias do passado e acreditar que tiveram um significado importante. E de imaginar um passado que foi muito melhor do que o presente”. (segue para aqui)

22 April 2021

SEGREDOS, SONHOS E MEDOS

Quando, em 1980, Ivo Watts-Russell e Peter Kent fundaram a 4AD, o plano era manter-se em actividade durante 10 anos e, no último dia de 1990, fechar as portas. Ainda esse dia estava longe de chegar e já Watts-Russell – o mais novo de oito irmãos de uma linhagem aristocrática arruinada –, na segunda metade dos anos 80, confessava ser incapaz de virar costas às bandas (Cocteau Twins, This Mortal Coil, Dead Can Dance, Clan of Xymox, Bauhaus, Modern English, Birthday Party, Xmal Deutschland, Colourbox, The Wofgang Press, Momus/The Happy Family...) que haviam transformado a editora num dos mais luminosos faróis da cena "indie" britânica. Segundo Martin Aston, autor de Facing The Other Way: The Story Of 4AD (2013), o sucesso da 4AD assentou no desprendimento comercial de Ivo Watts-Russell – que, logo em 1981, ficaria sozinho à frente da editora – e numa inclinação estética que privilegiava “sentimentos e segredos ocultos, sonhos ansiosos e medos sufocados, esperança e raiva, criados por uma trupe de 'beautiful freaks' que não desejavam ser vistos”.

O horizonte alargar-se-ia até à outra margem do Atlântico onde iriam descobrir os Pixies, Throwing Muses e Breeders mas, em 1999, Ivo venderia a sua quota da editora à Beggars Banquet – para a qual, desde o início, a 4AD fora pensada como incubadora de novas bandas – e exilar-se-ia até hoje no deserto do Novo México. A partir de 2007 com Simon Halliday no comando das operações, sem abdicar significativamente do perfil original, o catálogo foi-se diversificando e alargando (Mountain Goats, TV On The Radio, The National, Scott Walker, Beirut, Bon Iver, Tune-Yards, St. Vincent, Efterklang, Grimes, Future Islands, U.S. Girls, Holly Herndon, Aldous Harding, Big Thief), chegando, agora, o momento de celebrar quatro décadas de existência com a publicação de Bills & Aches & Blues (primeiro verso de "Cherry-Coloured Funk", dos Cocteau Twins) uma espécie de recuperação actualizada do conceito This Mortal Coil no qual bandas actuais revisitam temas dos “clássicos” 4AD. (daqui; segue para aqui)