Showing posts with label Jacques Tourneur. Show all posts
Showing posts with label Jacques Tourneur. Show all posts

20 May 2015

MEMÓRIA FERIDA

  
Em Setembro de 2009, o City Council de Brisbane, na Austrália, propôs a realização de uma votação online para decidir qual o nome que haveria de ser atribuído a uma nova ponte sobre o rio Brisbane, até aí, conhecida como Hale Street Link. Com mais do dobro dos votos do segundo classificado numa "shortlist" de 11 candidatos, os vencedores foram os Go-Betweens, a lendária e sempre insuficientemente amada banda de Grant McLennan e Robert Forster – por essa altura, já inexistente, após a morte de McLennan, três anos antes. A devoção dos habitantes de Brisbane bem poderia, contudo, estender-se a outros nativos da cidade, os Apartments, de Peter Milton Walsh, também, por coincidência, membro fugaz da primeira formação dos Go-Betweens. 



Até porque o povo melómano da Austrália tem para com ele uma enorme dívida: não só o magnífico primeiro álbum da banda (The Evening Visits... And Stays For Years, 1985, reeditado, agora, pela nova-iorquina Captured Tracks) não foi sequer publicado no seu país, como a posterior e errática trajectória foi, essencialmente, suportada pelo reduzido mas fidelíssimo núcleo de seguidores europeus (particularmente, franceses) e, em menor grau, norte-americanos, o que ajuda a compreender o motivo porque o actual No Song No Spell No Madrigal, sucessor de Apart (1997) e sexta gravação em 30 anos, surge por via da gaulesa Microcultures. Ainda que fechasse amanhã as portas e não pusesse no mundo nem mais um só disco, valeria a pena ter existido apenas por este: obra de "songwriter" literato capaz de incluir na lista de favoritos John Cassavettes, Jacques Tourneur, James Salter, Jacques Brel, Peter Bogdanovich ou – pedra de toque! – Malcolm Lowry, mas que facilmente confessa ter sonhado ser um dos Walker Brothers, No Song No Spell No Madrigal respira a impuríssima atmosfera do melhor "film noir" traduzida para as páginas de um diário irremediavelmente ferido pela memória do filho, Riley, morto aos três anos (“I carried you on my hip, at first, I carried you on my shoulders, I carried you to a long black car, you will never get any older”). Numa espécie de impossível bissectriz entre os Blue Nile e os Go-Betweens de Liberty Belle, infindavelmente “looking for some other town where the steps go up instead of down”.

04 March 2009

"ANY MAN WOULD BE A FOOL WHO DIDN'T"



Anne Of The Indies - real. Jacques Tourneur, 1951

"The story was intended to be based on the true life of pirate Anne Bonny. Queen Anne Of The Indies (among other proposed titles) was a short story published in the Saturday Evening Post c.1946, by Charleston's historical fiction author, Herbert Sass. Sass was asked by NY publishers & LA studios to write a movie treatment of the story. In 1948 he offered up a fictionalized version of the true story of Anne Bonny, including a 10-page "factual basis" for the story. Studios seemed responsive, but in the end Sass was left out of the loop until the movie came out in 1951. What ended up on the screen was very different from the original story. Without writer credit to Sass, it would be difficult to convince anyone it was the same story! Susan Hayward was originally slated for the lead role, but eventually was replaced by Jean Peters". (Wikipedia)




Anne: Wenches are mad! How can they move, clewed up like this?
Pierre: They don't. They wait for the man to make the moves. That's much better.
Anne: Men like this?
Pierre: Any man would be a fool who didn't.


Anne: Why?
Pierre: It's the nature of men.
Anne: You mean... a man sees a woman like this, and he wants to make love to her?
Pierre: Yes.

(outros familiares)

(2009)

31 December 2008