11 November 2024
12 April 2023
03 February 2023
O EIXO SOMBRIO DO MUNDO
Em Superstars: Andy Warhol e os Velvet Underground (Assírio & Alvim, 1992) – extenso dossier incluindo entrevista quadripartida e dicionário sobre os VU, publicado por “Les Inrockuptibles” aquando da reunião histórica da banda para a abertura da exposição Andy Warhol System, Pub, Pop Rock, a 15 de Junho de 1990, na Fundação Cartier, em Paris – John Cale, por entre um desfile de memórias agridoces, aqui e ali, vai deixando cair uma ou outra confissão que ajudam a iluminar melhor o percurso dele e da banda. Por exemplo, logo a abrir, ele que, enquanto jovem, tocara com a National Youth Orchestra do País de Gales, estudara no Goldsmiths College, de Londres, aproximara-se de John Cage, do Fluxus e do Theatre Of Eternal Music de La Monte Young, dispara: “Não existe qualquer futilidade no rock’n’roll. Na vanguarda, sim. O rock’n’roll é demasiado urgente para ser fútil e é isso que ele tem de fantástico”. Tudo começara quando, aos 15 anos, num cinema de Gales, assistiu a Rock Around The Clock. Para ele que, até ali, “imaginara o rock’n’roll como algo semelhante à música de Stravinsky”, o choque fora tremendo: “Fiquei terrivelmente confuso: queria mesmo dedicar-me à música de vanguarda ou atirar-me ao rock’n’roll?”, conta ele, agora, ao “New York Times”. (daqui; segue para aqui)
20 December 2022
Frank Sinatra - "I'm A Fool To Want You"
20 November 2022
24 October 2022
A FABULOSA BESTA
Horas antes de subir ao palco do Coliseu de Lisboa, no qual, em 1993, se apresentaria pela primeira vez em Portugal, no bar do hotel onde ficara instalada, Marianne Faithfull recordava os primeiros passos, em meados dos anos 60, de modo muito pouco nostálgico: “Nessa altura, eu tinha um tremendo desprezo pela música pop. Quando jovem, artisticamente, era uma enorme snob. Queria ser actriz, tinha uma excelente voz que me fazia pensar numa carreira na ópera, queria dedicar-me a qualquer coisa séria. E, não sei muito bem como, acabei por ser desviada (de certo modo, por engano) para a pop. Agora, sinto-me muito satisfeita e reconhecida por isso. Mas, na altura, o que cantava parecia-me puro lixo. Em certa medida, foi só quando comecei a entender o Andy Warhol que realmente compreendi que a pop também era arte. Até aí, não passava de matéria descartável, pronta para usar e deitar fora”. (daqui; segue para aqui)