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23 March 2008

A NOVA COMPLEXIDADE POP



Andrew Bird - Soldier On

Em simultâneo com a sua discografia “oficial”, Andrew Bird tem publicado paralelamente uma série de EP, genericamente intitulados Fingerlings, para os quais, entre álbuns e/ou durante as digressões, vai lançando algumas peças soltas e experiências avulsas. Ao último – que foi distribuído no decurso da sua última tournée europeia – designou-o como Soldier On e é outra óptima demonstração daquilo a que (juntamente com Eric Matthews, The Most Serene Republic, Sufjan Stevens e mais uns quantos) se poderia chamar “a nova complexidade pop”: longe do “barroco” de pacotilha do velho “progressivo”, actua ,essencialmente, no interior do formato da canção pop mas requinta-o harmónica, instrumental, orquestral e literariamente, aqui e ali, entretem-se com uns “scherzi” electrónicos, recuperando o espírito do primeiro experimentalismo pop iniciado em Revolver ou Pet Sounds. Além do mais, qualificar Soldier On como EP (oito temas não exactamente miniaturais) só pode ser sintoma de que, para Bird, um longa-duração é coisa de grande fôlego conceptual.

(2008)

18 October 2007

QUARTO DE BRINQUEDOS



The Most Serene Republic - Population

A capa é perfeita: uma cidade-miniatura no chão de um quarto de brinquedos. Poderia ser uma radiografia da alma colectiva deste septeto de Milton, subúrbio de Ontario, no Canadá: a música em estado de jogo permanente, construída, peça a peça, no interior de cada canção e uma após a outra, como quem acrescenta elementos a uma geografia imaginária e se diverte infinitamente enquanto o faz.



Imaginem uns Arcade Fire que fossem realmente tão bons quanto a lenda apregoa (não, muito melhores do que isso!), capazes de modelar amplas massas corais e instrumentais – pode e deve dizer-se mesmo “orquestrais” –, ao mesmo tempo que tendem para aquele género de pop minuciosamente intrincada e construída com pinças de que Andrew Bird registou a patente. Deixem que o espírito de um Phil Spector com melhores maneiras paire sobre este cenário, não franzam o sobrolho à leitura da palavra “épico” e andarão razoavelmente próximo da localização desta fantástica república pop que, segundo os seus autores é “o romance definitivo” para o qual o anterior (e já nada desprezável) Underwater Cinematographer (2005) tinha sido apenas “o bloco-notas e livro de recortes”. (2007)