Publicado originalmente no Facebook/Lygia Prudente, em
13/03/2016.
1ª Cantoria da Cidade.
Por Lygia Prudente.
Além do cultivo da leitura, meus pais alimentavam o gosto
pela música, nas suas mais diversas formas, tanto no ouvir quanto no praticar.
Minha mãe deleitava-nos ao reproduzir maravilhosos acordes ao piano,
instrumento que dominava muito bem. Não podia ser diferente do que conseguiram
deixar para nós como sementes na nossa formação. Assim, a música sempre me
atraiu e embala, principalmente, meus escritos, meus momentos de reflexão,
enfim, sempre está comigo. Daí, o envolvimento com coro de vozes e a ideia de
disseminar esse prazer, de ouvir e de cantar. Já havia participado de outros
corais e a experiência foi marcante. Agora, trabalhando mais de perto com
pessoas através do Espaço de Valorização do Servidor, a oportunidade se impôs e
surgiu o Cantoria, Coral composto por servidores municipais. O nome escolhido –
cantoria é “ação de cantar”, “concerto de vozes, música vocal”, “reunião de
vozes cantando” - veio da despretensão e até mesmo desambição, considerando os
grandes grupos vocais já atuantes. A proposta de criação do Coral Cantoria
surpreendeu-me pela adesão significativa, numa demonstração da necessidade,
inconsciente, de momentos relaxantes para extravasar as tensões do dia a dia
funcional. Deu certo e o coral vem se mantendo firme há um ano e meio. A magia da
música compromete e entusiasma, induz à busca daquilo pensado como impossível,
antes, o canto mais técnico que colocasse o grupo dentre os coros já
conhecidos, onde estamos. O Coral Cantoria desde 2015 participa de festivais e,
quando do planejamento das atividades para o ano de 2016, apresentei como
proposta a realização de um festival que fizesse parte das comemorações
alusivas ao aniversário de Aracaju, em se tratando de cultura, de alegria.
Nasceu assim o “1ª Cantoria da Cidade – Festival de Coros”. Eu e a minha equipe
ousamos, trabalhamos duro, mas conseguimos. Tudo já é passado. A receptividade
fortaleceu a ideia e a adesão dos coros de vozes foi uma demonstração de que
gostamos do que fazemos: cantar. E também que seria, como foi, uma oportunidade
dos regentes mostrarem os talentos e o trabalho incansável de aprimoramento
técnico dos grupos. Heitor Villa-Lobos, maestro e compositor brasileiro, deixou
dito que “é preciso fazer o mundo inteiro cantar. A música é tão útil quanto o
pão e a água.” Pensamos em disseminar esse prazer pela música como remédio para
a alma, para o espírito. Pois bem, vivenciamos nos dois últimos dias, a
simplicidade do 1ª Cantoria da Cidade que cativou a todos que ali estiveram
pela riqueza das apresentações. O Teatro João Costa do Centro Cultural de
Aracaju, acolheu 17 coros, que brilhantemente mostraram seu prazeroso trabalho.
Testemunhamos peculiaridades e características escondidas no canto alegre,
contrito e entusiasmado de cada grupo. Noites maravilhosas e contemplativas. Constatamos
que a música, o canto, atrai cada vez mais, vozes que precisam gritar,
explodir, na maravilhosa coreografia dos sentimentos e das emoções.
Presenciamos jovens de mãos dadas com o seu futuro distante , através do
congraçamento de idades em um só coro, numa demonstração de respeito e
humanização das relações. Tivemos oportunidade de ver e ouvir crianças a
propalarem o orgulho de terem seus avós no palco, entusiasmadas com o que viam.
Acabou, infelizmente, mas, consideramos cumprido o objetivo proposto pela 1ª
Cantoria da Cidade: interagir e trocar experiências, disseminando o canto
coral. Queremos manifestar a nossa alegria e o nosso agradecimento aos coros
participantes, pela partilha e pelo congraçamento permitido com as
apresentações. Que outros venham, para estarmos juntos novamente propalando a
alegria de cantar.
Texto e imagens reproduzidos do Facebook/Lygia Prudente.
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