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sábado, 16 de abril de 2016

Jackson de Figueiredo Martins


Jackson de Figueiredo Martins, mais conhecido como Jackson Figueiredo, advogado, ensaísta, filósofo e político sergipano, nasceu em 9 de outubro de 1891, em Aracaju.

Em Aracaju e Maceió Jackson aprendeu as primeiras letras e viveu a infância de menino irrequieto e inteligente. Aos nove anos compunha pequenas cantigas, se dedicava à leitura e escrevia versos. Aos 17 anos publicou “Bater de Asas”, seu livro de estreia. Aos 19, publicou “Zíngaro”, volume de poesia, escrito em poucos meses (de janeiro a agosto de 1910).

Concluído o estudo de humanidades, ingressou na Faculdade Livre de Direito, na Bahia. Na cidade do Salvador, diz um de seus biógrafos, se entregou a “uma boemia estonteadora”. “Tinha – diz Tasso da Silveira – companheiros de todos os feitios desde os verdadeiros valentões de má fama (...). Sabia escolhê-los para cada ocasião: ora era em doidas corridas de automóvel, levando o assombro e o terror aos pacatos moradores dos subúrbios, em companhia de um Sr. Pedreira, rapaz rico, inteligente e forte que o idolatrava, e muitos outros; ora, envolvendo-se em distúrbios em cafés e confeitarias, em parceria com a estudantada de sua escola, em que entravam em jogo chicotadas, copos, garrafas, cadeiras, etc; outras vezes, metido em conflitos sérios em cinemas e teatros, donde algumas vezes saia ferido, e feria outros, sempre à frente, sempre com a voz de comando. Jackson nasceu para comandar,,,” “De uma feita – acrescenta a mesma fonte – no Politeama Baiano, promovendo os estudantes uma vaia a certo ator ou atriz, desenvolvera-se grande assuada, sendo provocada a intervenção da polícia. Jackson dispôs a rapaziada em ordem de combate e enfrentou a milícia baiana, travando-se renhida luta na qual foi ele ferido em um olho, Parece-me que dessa feita foi que ele, à frente dos colegas, dirigiu-se para a casa do Chefe de Polícia, detendo-o no seu próprio domicílio como prisioneiro”.

Em 1912, aos 21 anos, publicou um ensaio sobre Xavier Marques e, dois anos depois, publicou outro, sobre Garcia Rosa.

No início de sua carreira, Jackson foi ferrenho defensor do anti-clericalismo, mas, sob a influência de Pascal, Tasso da Silveira e Alceu Amoroso Lima, converteu-se, em 1918, ao catolicismo. Organizou um movimento leigo, especialmente das classes cultas, dedicado à difusão dos princípios da Igreja.

Em 1921 e 1922, fundou o Centro Dom Vital e a revista “Ordem”, através dos quais liderou a luta contra o comunismo e o liberalismo. ”Troquei toda a veleidade de construir por mim só, ou com a ajuda deste ou daquele grande espírito, uma filosofia da ação. Preferi ser o humilde soldado que sou da Igreja Católica, e me sinto tão orgulhoso disto como se fora um rei".

Combateu o tenentismo, aliando-se a Artur Bernardes na repressão do que seria, pouco depois, a Revolução de 30. Escreveu inúmeros artigos e fez diversos discursos, colocando seu talento a serviço da ordem pública e do civismo. A documentação referente a este período de sua vida encontra-se registrada em 3 livros intitulados “A Reação do Bom Senso”, “A Coluna de Fogo” e “Afirmações”.

Afirma Alfredo Bossi que “a humanidade e o estilo vigoroso garantem a Jackson de Figueiredo um lugar entre nossos grandes prosadores”.

De sua rica bibliografia, destacamos, além acima citadas, outras obras de igual mérito, a saber:

1) Algumas Reflexões sobre a Filosofia de Farias Brito (1916)

2) A Questão Social na Filosofia de Farias Brito (1919)

3) Do Nacionalismo na Hora Presente (1921)

4) Pascal e a Inquisição Moderna (1924)

5) Aevam (romance póstumo, 1932)

6) Correspondência (obra póstuma, 1946)

Jackson Figueiredo teve morte trágica, por afogamento na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, em 4 de novembro de 1928.

Morreu ainda jovem, com, apenas, 37 anos de idade...

Texto e imagem reproduzidos do blog: filhosilustresdabahia.blogspot.com.br