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segunda-feira, 26 de março de 2018

Em noite prestigiada foi lançada nova obra da EDISE








Publicado originalmente no site da SEGRASE, em 20/03/2018

Em noite prestigiada foi lançada nova obra da EDISE. 

‘Perfis Acadêmicos’ de José Anderson Nascimento conta a trajetória da Academia Sergipana de Letras

Foi lançada na noite de segunda-feira, 19, a mais nova publicação da Editora Diário Oficial do Estado de Sergipe - Edise, ‘Perfis Acadêmicos’, de José Anderson Nascimento. O evento aconteceu na Academia Sergipana de Letras - ASL e contou com a presença diversas personalidades da cultura, da política, amigos e familiares do autor da obra.

Em seu discurso, o presidente da Empresa de Serviços Gráficos de Sergipe - Segrase, Ricardo Roriz falou da importância do livro para a sociedade. “A pesquisa analisa a contribuição dos escritores sergipanos para a difusão da cultura desde o século XIX, é uma obra importante que graças ao apoio do governador Jackson Barreto, a Edise coloca a disposição do povo de Sergipe”.

‘Perfis Acadêmicos’ é o vigésimo livro de José Anderson Nascimento, reúne 40 capítulos, com verbetes bibliográficos dos patronos das cadeiras acadêmicas, dos seus fundadores, dos sócios e dos atuais acadêmicos da ASL.

 Segundo o autor, José Anderson Nascimento há 169 nomes da literatura sergipana no livro, personalidades que contribuíram para a disseminação da literatura, a exemplo de Tobias Barreto - patrono número um da ASL, Gumercindo Bessa, Fausto Cardoso, entre outros. “Agradeço a Edise por proporcionar a impressa da obra que muito irá contribuir com a literatura sergipana”, destacou. Ele também lembrou da revista Cumbuca, que está em sua 17ª edição. “Uma produção genuinamente sergipana que enaltece o que temos de melhor no Estado”.

No livro o leitor também encontrará a trajetória da Academia, a partir dos anos de 1930, especialmente incentivada pela repercussão da Semana de Arte Moderna de São Paulo e pelo impulso da Academia Brasileira de Letras na construção de sociedades literárias congêneres.

Texto e imagens reproduzidos do site: segrase.se.gov.br

quarta-feira, 14 de março de 2018

Perfis acadêmicos de José Anderson Nascimento



Publicado originalmente no site Segrase, em 07/03/2018

Perfis Acadêmicos de José Anderson Nascimento é a nova publicação da EDISE. 

Livro reúne 40 capítulos, com verbetes biobibliográficos dos patronos das cadeiras acadêmicas, dos seus fundadores, dos sócios e dos atuais acadêmicos
  
“Perfis Acadêmicos” é o vigésimo livro do escritor sergipano, José Anderson Nascimento, lançado pela Editora Diário Oficial do Estado de Sergipe - Edise. A obra que será lançada dia 19 de março, às 18h, na Academia Sergipana de Letras, em Aracaju, reúne 40 capítulos, com verbetes biobibliográficos dos patronos das cadeiras acadêmicas, dos seus fundadores, dos sócios e dos atuais acadêmicos da Academia Sergipana de Letras.

A pesquisa analisa a contribuição dos escritores sergipanos para a difusão da cultura desde o século XIX. Figuram no livro biografias, críticas literárias e textos escolhidos dessas personalidades que representaram e representam Sergipe e o Brasil nas mais diversas atividades da literatura, da ciência e das artes.

No livro “Perfis Acadêmicos” o leitor também encontrará a trajetória da Academia Sergipana de Letras, a partir dos anos de 1930, especialmente incentivada pela repercussão da Semana de Arte Moderna de São Paulo e pelo impulso da Academia Brasileira de Letras na construção de sociedades literárias congêneres.

Nesta obra literária, o acadêmico José Anderson Nascimento, destaca a função social da Academia e a sua contribuição para a formação de uma sociedade digna, fraterna, pluralista e sem preconceitos, acreditando que através da educação e da preservação dos bens culturais, poderemos alcançar o desenvolvimento do Brasil.

José Anderson Nascimento

Nasceu em Aracaju filhos de Manoel Nascimento Filho e de D. Josefa Ferreira Nascimento. Estudou as primeiras letras no Instituto Nossa Senhora da Salete e curso primário e o ginasial no Colégio Tobias Barreto e concluiu o curso clássico no Colégio Estadual Atheneu Sergipense. Bacharelou-se pela Faculdade de Direito da Universidade Federal de Sergipe e é pós-graduado em Direito Público, pela Universidade Tiradentes. Também é mestre em Educação pela Universidade Federal de Sergipe. É escritor e ocupa a Cadeira Nº 20 da Academia Sergipana de Letras, é seu atual Presidente.

Texto e imagens reproduzidos do site: segrase.se.gov.br

sábado, 8 de abril de 2017

José Anderson Nascimento

Foto reproduzida do site: sosergipe.com.br
Postada por Isto é SERGIPE, para ilustrar artigo.

Publicado originalmente no blog de Joseana Fonseca, em 10 de julho de 2011.

José Anderson Nascimento.
Por Joseana Souza Fonsêca.

A homenagem deste mês é para o gentílissimo intelectual e presidente da Academia Sergipana de Letras, Dr. José Anderson Nascimento. O ilustre acadêmico concedeu-me em 27 de junho uma entrevista na sede da ASL localizada à Rua Pacatuba, 288, no centro da capital Aracaju. O propósito da conversa era saber qual o papel da ASL na divulgação das Letras no estado. E o professor Anderson Nascimento relatou que "desde 1º de junho de 1929 esta instituição zela pelo desenvolvimento da língua portuguesa e. de modo especial, pelo desenvolvimento cultural de Sergipe".

Segundo o acadêmico, que está em seu sexto mandato, a "ASL é o espaço da intelectualidade sergipana". E apesar da tradição que emana através da estrutura física bem como humana da ASL, pode-se constatar a cordialidade de seu maior representante para com os interessados pela Literatura Sergipana. Uma área que como sabido é carente de divulgação. O presidente confirmou tal premissa e afirmou que "o que falta em Sergipe e, de modo geral no Brasil, é o cumprimento das leis. Há a necessidade da regulamentação e execução das leis de incentivo à cultura". Segundo o acadêmico "há uma carência histórica de incentivo oficial à cultura no país". Contudo, esses obstáculos não impedem que pessoas obstinados pela cultura beletrista produzam e contribuam para a sobrevivência das Letras no estado. A citar Maria Lígia Pina, Luiz Antônio Barreto, Dom Luciano José Cabral Duarte, Gizelda Santana de Moraes dentre outros.

A ASL no momento passa por um processo de atualização/organização do acervo bibliográfico bem como do site e do boletim eletrônico que informam sobre os eventos organizados e realizados pela Academia Sergipana de Letras. Parte do acervo encontra-se disponível na biblioteca central da Universidade Tiradentes.   

Sobre a parceria com instituições educacionais, o Dr. Anderson Nascimento revelou que "a UFS tem um programa permanente de publicação e incentivo à cultura, a UNIT faz atualmente uma parceria de registro da produção e a Pio Décimo abriu um curso de especialização em cultura Sergipana". Essas parcerias apesar de ainda pequenas são essenciais para a produção e divulgaçaõ dos artistas sergipanos que muitas vezes só conseguem uma publicação mediante recursos próprios.  

Ao perguntar sobre os nomes de destaque da Literatura atual, dentre outros, o intelectual sem querer esquecer nenhum nome citou o trabalho de Gizelda Moraes e Vladimir Souza Carvalho. 
 
Ao término do agradável bate-papo senti falta de outros nomes de destaque no cenário literário mas o tempo se encarregará de inserí-los no rol dos imortais.  

Esta experiência valiosa me faz prosseguir com este trabalho de pesquisa, visto que, é com o trabalho de formiguinha que os resultados aparecem. Deixo aqui a minha gratidão ao Dr. José Anderson Nascimento pela gentileza de me receber e ter sido tão receptivo com uma pesquisadora iniciante. 

Texto reproduzido do blog: joseanafonseca.blogspot.com.br

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

José Anderson Nascimento

Imagem postada por MTéSERGIPE, a fim de ilustrar o presente perfil.
Foto reproduzida do YouTube.

Publicado originalmente no site de Osmário, em 13/11/2005.

José Anderson Nascimento.
Vida jurídica e literária de Anderson Nascimento.
ex-juiz, ele preside a Academia Sergipana de Letras.

Por Osmário Santos.

José Anderson Nascimento nasceu a 16 de agosto de 1944, na cidade de Aracaju, Sergipe. Nome dos pais: Manoel Nascimento Filho e Josefa (Cicé) Ferreira Nascimento. O pai era carteiro do antigo DCT e a sua meta foi a sua educação, já que era filho único e todas as suas atenções eram voltadas para a sua formação moral e cultural. Também atuou na política e na cultura. “Meu pai teve militância política, colaborando com o deputado e depois ministro Armando Rollemberg, do Partido Republicano e de igual modo com o prefeito Godofredo Diniz e com o seu filho, o deputado Raymundo Diniz. Foi um colaborador do deputado Viana de Assis e do deputado José Carlos Teixeira, atual secretário de Estado da Cultura. Manteve uma grande amizade com o general Djenal Tavares de Queiroz, um dos líderes do Partido Social Democrático. Na década de 60, dedicou-se, juntamente, com a minha mãe, à Sociedade de Cultura Artística de Sergipe, então presidida pelo professor João Costa, com quem a nossa família sempre manteve grandes laços de amizade. Foi dentro desse ambiente, que fui introduzido por meu pai na vida política e cultural, sempre orientado nos princípios de liberdade e de tolerância, razão pela qual o seu legado foi de muita importância para mim e para a família que construí”.

Sua mãe é uma artesã. Foi, por mais de cinqüenta anos, exímia bordadeira. Produziu peças, que estão espalhadas no Brasil e no exterior, com todos os tipos de bordados à mão, predominando o micro bordado, denominado de “rococó”, que executava com esmero e primor. Os pontos mais complicados, como o simétrico “richelieu” e o ponto cheio, com motivos florais, eram produzidos com fino e delicado acabamento. Na cozinha, é uma artista. As moquecas, especialmente a moqueca de aratu é uma iguaria inconfundível do seu toque culinário. “A sua formação educacional decorre do Colégio N. S. de Guadalupe da Estância e do Colégio do Professor Azarias, do qual também fui aluno. Minha mãe sempre gostou de uma boa leitura, de música e de um bom “bate-papo”. Adora uma reunião de família e de amigos. É uma pessoa iluminada e professa a religião Católica Apostólica Romana, com muito ardor e com muita fé na Santíssima Trindade. Da minha mãe, absorvi o seu lado lúdico e criativo”.

Os meus primeiros professores foram seus pais e, por isso, já foi para o Jardim de Infância General Augusto Maynard, em Aracaju, sabendo, praticamente, o “ABC” e a “Tabuada”. No Jardim de Infância, aprendeu com as professoras Núbia Porto e Bebé Tiúba, desde a iniciação musical até os trabalhos manuais, passando pelo sentimento cívico, patriótico e o amor pelo Brasil, que elas despertavam nas crianças.

Depois, foi estudar o primário no Instituto Americano, da professora Magnólia, transferindo-se, a seguir, para o Educandário N S da Salete, sendo aluno da renomada professora Éster Lopes. Estudou ainda, no Instituto D. José Tomaz, sob a bondosa e eficiente direção dos professores Valquírio (Bezinha) Lima, que haviam chegado do Ceará, com a missão de educar os jovens sergipanos. “No D. José Tomaz, fui colega do jornalista Ivan Valença, cuja amizade ainda mantenho, com firmeza e lealdade”.

Em 1955, por motivos políticos, o pai transferiu residência para o Rio de Janeiro e Anderson passou a estudar no Colégio Letícia, no bairro Riachuelo. Quando os ânimos se arrefeceram, aqui, em Sergipe, a família retornou, fixando-se, inicialmente, em Estância, onde foi estudar na Escola do Professor Azarias, em cujo estabelecimento a Crestomatia, da autoria do professor Radagasio Taborda, era um livro de fundamental importância. “Este livro, alguém me tomou emprestado e nunca mais o vi. Contando este fato ao amigo e escritor José Gilson dos Santos, ele prometeu-me presentear-me com um exemplar que havia adquirido no Rio de Janeiro e o fez com uma dedicatória que muito me lisonjeou. Com a nova Crestomatia, relembrei-me da sua apresentação metodológica que levava o estudante a conhecer todos os gêneros literários, a Geografia e a História, a Moral e a Religião”.

Retornando a Aracaju, o pai matriculou o filho no 4º ano do Colégio Tobias Barreto, onde foi aluno da professora Idalina Almeida, que o preparou para o exame de admissão ao ginásio. “No mês de dezembro de 1957, submetia-me à Banca Examinadora do Tobias Barreto, composta pelos professores Alcebíades Melo Vilas-Boas, Thiers Gonçalves de Santana e Virginio Santana”.

Realiza o curso ginasial quase que integralmente no Colégio Tobias Barreto, com rápidas passagens pelos Colégios: Salesiano N. S. Auxiliadora e Atheneu São Luiz, na rua Silveira Martins, no Rio de Janeiro, bem próximo ao então Palácio do Catete, hoje Museu da República.

No início do ginásio, no Tobias Barreto, foi brindado com os ensinamentos dos professores: João Costa (Português), Francisco Portugal, (Francês), Vírginio Santana (História) e João Evangelista Cajueiro (Latim). “No decorrer do curso ginasial, iniciei a minha militância na política estudantil ao lado de Luciano Morais, João Augusto Gama da Silva, Luiz Antônio Barreto (já colecionava discos de vinil de 78 rotações e fotos) e Felix Mendes (já pintava aquarelas, com motivações folclóricas). Agitávamos o Tobias nas campanhas para o Grêmio Estudantil. O professor Alcebíades Vilas-Boas, diretor e proprietário do Colégio mantinha uma coexistência pacífica entre o nosso bloco, mais à esquerda, e o bloco direitista. O nosso grupo tinha participação decisiva nos destinos da União dos Estudantes Secundaristas e mantinha boas alianças com a turma do Grêmio Estudantil Clodomir Silva, do Atheneu Sergipense, dirigido por Wellington Mangueira. Na época, organizávamos festivais de cinema, viagens de estudos, greves, seminários, congressos estudantis e coroamos o curso ginasial com uma grande festa de formatura no auditório do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe”.

Iniciou o científico no Tobias Barreto, ocasião em que foi despertado pela professora Ofenísia Soares Freire para o estudo da Literatura. “Nesse tempo, li os grandes escritores lusófonos. Outra grande professora, Glorita Portugal, incentivou-me a estudar a Literatura Francesa, o que me levou a estudar a História da França, suporte para os meus estudos na área da historiografia. Era um aluno aplicado, apesar de continuar na atividade na política, que demandava tempo”.

“Da militância estudantil para a política partidária, fortalecida em decorrência da ligação mantida com o deputado e acadêmico João de Seixas Dória, integrante da Frente Parlamentar Nacionalista e defensor das reformas de base (agrária, bancária, educacional), cujos princípios eram defendidos pelo bloco político estudantil do qual eu pertencia. Essas ações, num colégio particular eram refreadas pela sua direção, compelindo-me a transferir-me para o Curso Clássico do Atheneu Sergipense. Neste Colégio, recebi extraordinários ensinamentos dos professores José Antônio da Costa Melo (Filosofia) e José Silvério Leite Fontes (História)”.

“Diante da militância no Grêmio Estudantil, fui expulso do Atheneu no dia 10 de setembro de 1964, pela Portaria nº 35, porque, segundo expediente do Comando do 28º B.C, eu poderia contribuir para a desarmonia social e ideológica naquele estabelecimento de ensino público. No mesmo dia e com as mesmas razões, foram expulsos os colegas Wellington Mangueira, Mário Jorge Vieira e Jackson de Sá Figueiredo. Estas expulsões tiveram repercussão na sociedade sergipana e enfrentamos uma batalha hercúlea para que conseguíssemos continuar estudando. Eu concluí o curso secundário na Escola Técnica de Comércio do Recife, em dezembro de 1964, vivendo num clima de enorme repressão policial-militar, pois os direitos constitucionais haviam sido suspensos por Atos Institucionais do Governo Militar”.

A juventude foi pontilhada de acontecimentos interessantes. Diante da atividade na política estudantil teve acesso logo ao jornalismo. “ Militei na Gazeta de Sergipe, marco indelével do jornalismo sergipano, assinando a coluna “Background”, por convite do seu editor Pascoal Maynard. Nessa mesma época, fui auxiliar do prefeito de Aracaju, Godofredo Diniz Gonçalves, que realizava uma obra administrativa voltada para o desenvolvimento de Aracaju. Ao sobrar-me tempo, freqüentava as reuniões da “esquerda festiva” no Bar e Restaurante Cacique Chá, ponto de encontro dos intelectuais sergipanos. Quando Freitas, o proprietário do bar com os seus “humores”, começava a fechar as suas portas e janelas era a hora de cairmos fora e terminávamos a noite sempre na boemia, nas boates da Rua da Frente (Av. Otoniel Dória), que eram animadas com música ao vivo e sob os acordes do violão de Antonio Teles e a voz de Hilton Lopes. A minha juventude foi bastante participativa. Estive presente em quase todos os acontecimentos sociais e culturais de Aracaju e presenciei o crescimento da minha cidade, a explosão demográfica do bairro Siqueira Campos e de outras áreas do lado oeste de Aracaju e a destruição dos seus sítios e parques ecológicos em nome do progresso”.

Concluído o curso secundário em 1964, presta o exame vestibular para Direito, em fevereiro de 1965, sendo aprovado com distinção. “Já era um vocacionado pela Ciência Jurídica e proclamava uma sociedade justa e igualitária. Logo na primeira semana do curso, impetrei, juntamente, com Luiz Antônio Barreto, que era colega de turma, um habeas-corpus em benefício de um cidadão que houvera sido acusado de um crime que não cometera. Quando recebemos o seu alvará de soltura, a nossa alegria foi muito grande diante daquela vitória. Foi o primeiro passo para a minha atuação como operador do Direito. Na Faculdade de Direito, não tive militância política, procurei estudar e trabalhar pela liberdade de amigos que sofriam com a repressão do regime político. Comecei a namorar com Luzia Maria de Mesquita Costa, recém graduada e iniciante na advocacia. Nesta época, aproximei-me do professor Olavo Ferreira Leite, um dos luminares da advocacia em Sergipe. Com ele, aprendi a arte de advogar, os meandros do processo, o estilo e a ética jurídica. Foi um grande mestre. Depois, já graduado e inscrito na OAB passei a acompanhá-lo nas audiências, tanto no Gumercindo Bessa, como em comarcas do interior”.

Logo que recebeu a carteira da OAB com a inscrição 436, que mantém até os dias atuais, associa-se ao escritório do dr. Alfredo Rollemberg Leite, a maior expressão do Direito Eleitoral que já conheceu. “Mesmo sob o regime de opressão em que vivíamos à época, o Direito Eleitoral mostrava-se vivo. Grandes eram os embates municipais, a partir das próprias convenções partidárias, com as suas famigeradas sub-legendas. Nesse cenário, fui levado a especializar-me nesse ramo do direito público”. Concomitantemente à advocacia, foi convidado pela Professora Marlene Rosa Montalvão para lecionar a disciplina Organização Social e Política Brasileira, criada pelo Movimento Militar, no recém fundado Colégio Estadual Castelo Branco. “A sua atitude foi corajosa, já que eu era apontado pelos “dedos-duros” como subversivo e por isso não deveria atuar no Poder Público, nem na iniciativa privada. Depois, lecionei a mesma disciplina no Instituto de Educação Rui Barbosa e no Colégio Estadual Costa e Silva e Literatura Brasileira na Escola Técnica de Comércio de Sergipe. Fui secretário geral do Conselho Estadual de Cultura, na presidência do dr. Antônio Garcia Filho, figura exponencial da vida sócio-política-cultural de Sergipe”. “Deixei o magistério estadual e ingressei na UFS para lecionar Direito Processual Civil e Direito Eleitoral no Departamento de Direito. Alguns anos depois, foi aberto concurso para promotor público e eu fui aprovado em 2º lugar, sendo nomeado para a Comarca de Porto da Folha. Logo depois, era aprovado em 1º lugar no concurso para juiz de Direito, ingressando na magistratura sergipana em 10/10/1978”.

Exerceu a magistratura em N. S. das Dores, Itabaiana e Aracaju, onde se aposentou. “Acompanhando os grandes acontecimentos no mundo jurídico a partir da Constituição Cidadã, retornei à advocacia eleitoral, sempre combatendo o uso do poder econômico e do poder de autoridade nas eleições”.

Incentivado pelo escritor e amigo Guilherme de Figueiredo, então reitor da Universidade do Rio de Janeiro, elaborou o texto do livro Sergipe Del Rei, editado pela Embratur em parceira com a Cia Editora Nacional. O seu lançamento aconteceu em 21/9/1979, no Centro de Turismo. “É uma obra em torno do patrimônio artístico e histórico da nossa terra, com desenhos a bico de pena de Tom Maia, consagrado artista visual de São Paulo. Foi o primeiro passo para a literatura em que mostrei a sedução das praias e coqueirais de Aracaju, o poema barroco de São Cristóvão, os velhos muros de Estância e Laranjeiras, as pedras e cruzes dos jesuítas e beneditinos e os caminhos de Cristóvão de Barros”.

“Ao entrar na Academia Sergipana de Letras (ASL), em 1981, na Cadeira n° 20, publicou o livro Sergipe e Seus Monumentos, registrando a evolução histórica e artística de Sergipe, notadamente nas construções coloniais e provinciais, ressaltando os diversos partidos arquitetônicos e as artes plásticas das épocas mais recuadas na nossa história. Em 1998, publicou o livro Cangaceiros, Coiteiros e Volantes, que relata a epopéia do ciclo do cangaceirismo no Nordeste até o seu dramático desfecho com os assassinatos de Virgulino Ferreira da Silva, o legendário Lampião e do seu vingador, Cristino Gomes, o temido Corisco.

Na área do Direito publicou: Propaganda Eleitoral (1996). Tópicos de Direito Eleitoral (1998). Eleições 2000 (2000). Prazos Processuais (2002). Ações de separação judicial, divórcio, nulidade e anulação de casamento (2003) e Manual das eleições municipais (2004).

No prelo, estão os livros: Metáfora dos Arlequins: as cores na arte de Leonardo Alencar. Aracaju: sua história e sua arte e Um perfil do folclore nordestino. Na Academia Sergipana de Letras, sucedeu na presidência o acadêmico Antônio Garcia Filho, que vinha desenvolvendo um invulgar trabalho de solidificação do Sodalício na vida cultural de Sergipe. “Foi um grande desafio sucedê-lo face à sua enorme folha de serviços prestados à medicina, à educação e à cultura de nossa terra. Mas, não me intimidei. Procurei logo ajustar a instituição aos padrões da legislação atual, além de adotar um programa para que a ASL pudesse cumprir com o seu compromisso na divulgação e no apoio da literatura, da arte e da ciência de Sergipe. Baseie as suas ações na produção e na difusão do livro e no interesse pela leitura”.

Nesse sentido, foram editados e reeditados livros de acadêmicos e Revistas da Academia. Ao lado disso tudo, a Academia Sergipana de Letras tem promovido conferências proferidas por seus acadêmicos e, também, por acadêmicos da Academia Brasileira de Letras, abordando os mais variados gêneros. As portas do Sodalício abriram-se para a participação popular, por meio de Seminários de Cultura Popular, anualmente, realizados. Outras conferências foram proferidas por personalidades de renome internacional, destacando-se o professor Mario Losano, da Universidade de Milão; professora Marta Biagi e professor Raul Zaffaronni, da Universidade de Buenos Aires e do professor José Esteves Pereira, da Universidade Nova de Lisboa, que expuseram para esta Academia, as suas experiências no campo da filosofia do direito, da ciência política, da penalogia e da literatura lusófona. Foi criado o fardão, para as solenidades acadêmicas”.

De igual modo, foi criada a Medalha do Mérito Cultural “Sílvio Romero”, numa justa homenagem ao Sesquicentenário de Nascimento do pensador sergipano. Outro passo importante foi a reforma e ampliação do prédio em que funciona a ASL, cujas obras foram iniciadas na gestão do governador Albano Franco e concluídas na administração do governador e acadêmico João Alves Filho. “Agora, estamos iniciando a revitalização da biblioteca para atender à comunidade estudantil e ao povo em geral. Agora, temos dois grandes desafios: a aquisição de um elevador para acesso à biblioteca e a informatização de obras de escritores sergipanos para serem oferecidas ao público em CD”.

Casou-se com a advogada Luzia Maria da Costa Nascimento, hoje defensora pública, com quem teve os filhos Anderson da Costa Nascimento, bacharel em Direito, Francisco Manoel da Costa Nascimento, juiz de Direito e Guilherme da Costa Nascimento, bacharelando em Direito e os netos Cristiana, Luanna, Manuella Franchesca, Anderson Neto, Juliana e Dirce, que é uma mistura de neta e filha. “Luzia tem sido a grande colaboradora da minha trajetória profissional e cultural. Desde que nos casamos que ela incentiva-me a produzir literariamente. No exercício profissional, temos brindado os sucessos e sepultado as decepções. Otimistas, sempre enfrentamos as dificuldades e temos conduzido os nossos filhos para o estudo e para o trabalho. Sempre se preocupou com os destinos educacionais dos filhos e dos netos. Em todas as minhas conquistas, Luzia esteve presente. É uma mulher determinada e muito eficiente no que produz e no que realiza.

Texto reproduzido do site: osmario.com.br

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

José Anderson - Presidente da Academia Sergipana de Letras


Presidente da Academia Sergipana de Letras
fala sobre o papel da instituição (31/08/2012).
Por Maíra Andrade, da Ascom/Secult

Uma instituição que abriga grandes pensadores e intelectuais sergipanos. Assim é a Academia Sergipana de Letras (ASL), órgão que tem como papel central, servir como guardiã da língua, literatura e das artes em geral, contribuindo na difusão e preservação desta área da cultura em Sergipe.

A ASL foi criada em 1929 por iniciativa do poeta Antônio Garcia Rosa e de outros intelectuais sergipanos. Ao longo desses 83 anos, a instituição tem desenvolvido diversas atividades em busca da valorização e fortalecimento da cultura em Sergipe, seja através das publicações em sua revista ou de ações em escolas, palestras, concursos literários, seminários. etc.

A academia é ainda curadora do conjunto de esculturas e vultos históricos localizados na Orla Marítima de Aracaju, e promove a preservação e a divulgação da literatura e de outras manifestações culturais, mantendo intercâmbios com sociedades culturais brasileiras e estrangeiras, objetivando desenvolvimento cultural do povo sergipano.

Para conhecer um pouco mais sobre as atividades e a história dessa importante ferramenta da cultura e da literatura em Sergipe, o Sergipe Cultural entrevistou o presidente da ASL, o acadêmico José Anderson do Nascimento, que nos contou um pouco da trajetória e das perspectivas da instituição.

Sergipe Cultural - O que é a Academia Sergipana de Letras?

José Anderson - A Academia Sergipana de Letras é a instituição literária sergipana que tem por finalidade o cultivo e o desenvolvimento das letras em geral, colaborando na elevação das artes e da cultura do Brasil e, de modo particular, em Sergipe.

A instituição se espelha na Academia Brasileira de Letras e é composta por 40 acadêmicos fixos e 20 correspondentes. As cadeiras são simbólicas e carregam o nome de seu patrono, fundador e antecessor.

Sergipe Cultural - Como funciona a ASL a hoje?

José Anderson - Hoje, temos 38 cadeiras ocupadas, uma eleita, que a é a Patrícia Verônica de Sousa que irá tomar posse no dia 28 de setembro, e haverá uma sucessão para o acadêmico Luiz Antônio Barreto, que vai acontecer no mês no outubro.

Paralela a esta estrutura existe na ASL o ‘Movimento Cultural Antônio Garcia Filho’, criado em

1984. Quando foi fundado, estava ação denominava-se Movimento Cultural da Academia Sergipana de Letras, e com a morte de seu fundador, passou a ter a denominação atual.

O movimento funciona como um importante núcleo de difusão cultural que reúne os grandes escritores sergipanos. Seus patronos são homenagens a acadêmicos que já faleceram, como por exemplo, Ofenísia Freire.

Com relação ao trabalho dos acadêmicos, ele acontece de forma vitalícia e sem remuneração. Nossas seções ordinárias são sempre às segundas-feiras, às 16h, aqui na sede da ASL, além disso, há as reuniões extraordinárias, que acontecem a depender da necessidade ou do convite de algum acadêmico.

Sergipe Cultural - Como se dá o processo de escolha de um acadêmico?

José Anderson - Só escolhemos novos acadêmicos quando um dos atuais passa para imortalidade, ou seja, falece. A partir de então a cadeira passa a estar vaga, e é preciso fazer um novo processo de escolha. A seleção acontece da seguinte forma: os candidatos requerem sua candidatura, que deve ser apoiada, por no mínimo, cinco acadêmicos; depois, o currículo e a obra da pessoa é submetida a uma comissão de acadêmicos, que emite um parecer sobre o registro da candidatura. Se o candidato for aprovado, existe a eleição.

Sergipe Cultural - Quais as principais ações voltadas para a comunidade que são realizadas pela ASL?

José Anderson – Temos um projeto que na verdade é uma ação do Movimento Cultural, com o colégio Tobias Barreto. Neste projeto o professor Arionaldo Moura Santos, que é coordenador do Movimento, faz com que os alunos desta escola estudem um autor sergipano a cada semestre. Entre os autores que já foram estudados por esses alunos estão Manoel Bonfim, João Ribeiro e agora eles estão estudando Freire Ribeiro.

Temos também outro projeto que se chama ‘A Academia vai à Escola’, cujo objetivo é levar os autores sergipanos as escolas, principalmente às públicas, para que o autor vá aos colégios e fale sobre sua obra. Porém, reforço que é importante também que as escolas visitem a academia, conheça nossa estrutura e nossas atividades.

Sergipe Cultural - Quais as perspectivas e novidades da ASL?

Estamos produzindo um site para a Academia que possivelmente estará no ar no dia 24 de outubro, um dia simbólico para o povo de Sergipe, por ser o dia da Sergipanidade. Outro ponto que podemos falar sobre planos para o futuro diz respeito à revitalização da nossa biblioteca. Através de um convênio com a Universidade Federal de Sergipe – Núcleo de Biblioteconomia, iremos fazer a catalogação e automação de todo o nosso acervo, e oferecer a comunidade do Estado a possibilidade de ter acesso a mais de 10 mil livros sobre os mais variados temas.

Texto: reproduzido do site: cultura.se.gov.br

Foto: reproduzida do Facebook/Linha do Tempo/Secult Sergipe.