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quinta-feira, 7 de abril de 2016

Painel de Jenner Augusto no edifício Walter Franco, em Aracaju



Trechos extraídos de reportagem do site da ASN, em 07/04/2010.

Patrimônio histórico cultural de Sergipe. Painel de cerâmica criado pelo artista plástico sergipano Jenner Augusto no ano de 1957, localizado na fachada do edifício Walter Franco, situado na esquina do calçadão da Rua João Pessoa e Praça Fausto Cardoso. Atualmente, o edifício abriga a agência João Pessoa do Banese e a sede do Ministério Público Estadual (MPE).

Jenner Augusto

Jenner Augusto da Silveira (1924 – 2003), sergipano de nascimento, filho de professora, passou grande parte de sua infância mudando pelas cidades do interior de Sergipe, juntamente com sua família, predestinada à formação de pessoas ilustres, a exemplo de seu primo Joel Silveira que se revelaria um dos maiores jornalistas do nosso Estado. Humilde, Jenner trabalhou como engraxate, sapateiro, ajudante de alfaiate, pintor de paredes, até começar a fazer cartazes para filmes. Começa a se interessar pela obra de Horácio Hora na década de 40, o que incentiva a sua pesquisa no campo da pintura. Seus primeiros trabalhos são acadêmicos, já que o contato com o Modernismo já amadurecido no Rio de Janeiro e em São Paulo era quase impossível. Por volta de 45, data de sua primeira exposição, começa a integrar-se no ambiente artístico de Aracaju, e em 49 realiza a decoração do Bar Cacique, marco da Arte Moderna no Sergipe, onde aparece clara influência de Portinari, prova que as informações dos centros culturais do país começavam a chegar às capitais.

Nos anos seguintes, além de participar da I Bienal de São Paulo (51), realiza importante mostra na Galeria Oxumarê, de Salvador (52), participa do Salão Nacional de Arte Moderna, no Rio, em 53 voltando a expor até 62, além de receber o prêmio de viagem da Universidade Federal Bahia no V Salão Baiano de Belas Artes (54). Expondo no Rio de Janeiro, em 55, conhece Portinari e Pancetti, que divulgam o artista no meio artístico. É neste mesmo ano que conhece o maior divulgador de sua arte e um de seus maiores fãs, Jorge Amado.

Com a série Alagados, denuncia a pobreza e ao mesmo tempo pinta com um colorido que dá a estas obras um extremo lirismo. Surgem outras séries, como a dos Coroinhas, mas de maneira geral, a partir do final dos anos 60, sua obra é paisagística, oscilando sempre entre o figurativo e o abstrato, com predomínio constante dos grandes planos cromáticos, sem grandes inovações até os dias atuais.

Edifício Walter Franco

O edifício Walter Franco foi erguido em 1956 durante o governo Leandro Maciel e ocupou o espaço do prédio da Recebedoria Estadual, recebendo o painel de Jenner Augusto em 1957. Foi construído com a destinação de abrigar as repartições do Governo e era conhecido como Palácio das Secretarias. Edifício de seis andares, o térreo ficou como Recebedoria Estadual, depois foi ocupado em 1982 pelo Banese. Pelos elevadores da praça Fausto Cardoso existiu uma sobreloja onde funcionou a Secretaria de Governo, depois cada andar ganha sua repartição, a exemplo do: Conselho de Desenvolvimento Econômico de Sergipe (Condese), Secretaria da Fazenda, Procuradoria do Estado, depois o Tribunal de Contas do Estado (após ser criado em 1969 foi instalado em 30 de março de 1970, no edifício Valter Franco – 4º Andar). Logo após chegou a vez do Ministério Público do Estado que hoje ocupa o prédio.

Fonte: agencia.se.gov.br

Texto e imagens reproduzidos do site: agencia.se.gov.br

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Artista plástico sergipano recebe título Grã-Cruz.

Quadro de Jenner Augusto.

Publicado originalmente no site Cultura Interativa, em 07/11/2014.

Artista plástico sergipano recebe título Grã-Cruz.
Por Lucas Oliver.

A Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju) parabenizou o Palácio do Planalto e o Ministério da Cultura pela homenagem concedida através do título Grã-Cruz, em memória ao artista sergipano, Jenner Augusto. A referência foi realizada no Dia Nacional da Cultura Brasileira, comemorado na quarta-feira, 5.

Pintor, Jenner é natural da cidade de Lagarto, município do Centro-Sul de Sergipe, localizado a 77Km da Capital. O artista plástico se tornou renomado internacionalmente e tem obras expostas por todo mundo. Atualmente, telas de Jenner Augusto podem ser vistas na Exposição de Arte “Espaço e Forma”, no Museu Prefeito Viana Assis, do Centro Cultural de Aracaju.

“A obra de Jenner Augusto está em todo nosso Estado e pelo mundo. Ficamos orgulhosos dele receber essa merecida comenda, embora atrasada, pois ele faleceu. Em todos os lugares a gente encontra as pinturas deste artista renomado e de uma importância enorme para nossa cultura local”, comenta a presidente da Funcaju, Aglaé Fontes.

De acordo com o curador da Exposição e diretor da Galeria de Artes Álvaro Santos, Luiz Adelmo, a homenagem é mais que justa, pois ele levou a arte de Sergipe através das telas sobre óleo. “O título Grã-Cruz é o mais alto grau de premiação da cultura e infelizmente esse prêmio deveria ter sido em vida. Mas fico feliz em termos escolhido uma de suas obras de natureza morta, na mostra”, justifica.

Jenner Augusto é conhecido como um artista multifacetado, pois era pintor, cartazista, ilustrador e desenhista. Em 2003, morreu aos 79 anos, em Salvador. Realizou sua primeira exposição individual no Rio de Janeiro em 1950, época em que conheceu Portinari. Em 1956, conquistou Medalha de Ouro no VI Salão Baiano de Belas Artes. Em 1963, recebeu o grande prêmio de pintura do III Salão de Artes Plásticas do Rio Grande do Sul e em 1965 realizou sua primeira exposição individual em São Paulo, na Galeria Astréia.

“Jenner trabalhou como balconista no armazém dos Irmãos Brito, passava o dia desenhando nos papeis e acabou sendo exonerado. Graças a esse episódio, ele pode mostrar sua arte para o mundo. Saiu de sua cidade natal, residiu em Salvador e tantos outros lugares do Brasil, como outros países, tiveram a oportunidade de conhecer seu trabalho nas semanas de artes por todos os lugares”, conta Luiz Adelmo sobre o artista.

A Ordem do Mérito Cultural, criada desde 1991, já homenageou mais de 500 personalidades nos diversos campos como: Música, moda, artes plásticas, audiovisual, literatura, gastronomia, culturas populares, tradicionais, afro e indígena. A premiação ocorre no Dia Nacional da Cultura, em 5 de novembro.

A presidente da Funcaju, Aglaé Fontes, agradece a Mário Britto pela indicação do nome do artista falecido Jenner Augusto ao prêmio. “A sugestão de Mário Britto tem que ser aplaudida por todos nós, pois valoriza e deixa em evidência nomes que ultrapassam as fronteiras culturais. Jenner Augusto é lembrado sempre e ficamos honrados de ter uma obra sua em nossa Exposição no Centro Cultural de Aracaju”, ressalta.

Texto e imagem reproduzidos do site: culturainterativa.com

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

A Baianidade de Jenner Augusto



Publicado no blog Sergipe Educacao e Cultura, em 24 de março de 2012.

A Baianidade de Jenner Augusto
Por GILFRANCISCO SANTOS

Nascido em Aracaju em 11 de novembro de 1924, desde muito jovem dedicou-se à pintura. Dedicou-se a registrar as coisas e pessoas da sua terra, através da pintura, a que se dedica há 60 anos, desde quando descobriu a arte de outro pintor, seu conterrâneo Horácio Hora (1853-1890).

Em 1945 e 1948 realizou exposições em Aracaju. Na primeira vendeu apenas um quadro, o que o obrigou a voltar à pintura de faixas e cartazes comemorativos. A segunda foi um marco na sua carreira, ao romper com os padrões acadêmicos, substituindo-os pelas perspectivas do modernismo. Logo depois executou a pintura decorativa do Bar Cacique, na sua querida Aracaju.

Em 1949 fixa residência na Bahia, integrando-se no movimento de renovação das artes plásticas em Salvador. “Minha constância é a Bahia e o Nordeste. A Bahia, pelo lado lírico, o Nordeste, pelo trágico. Mas a Bahia é o meu maior motivo. Tenho um apego e fascinação às coisas da Bahia. É a cidade, que vivi durante 51 anos, a cidade que eu amo”.

A partir daí, Jenner Augusto da Silveira saiu pelo mundo, estabelecendo uma convivência com pintores consagrados (Mário Cravo, Carlos Bastos, Genaro de Carvalho, Carybé, Poty, Rubem Valentim, Pancetti e Portinari), participando de exposições coletivas, realizando suas individuais, ganhando prêmios, medalhas, citações e homenagens, em reconhecimento pela genialidade da sua obra: Medalha de Ouro, no VI Salão Baiano (1956), viagem ao país do Salão Nacional do Rio de Janeiro (1959) e o Grande Prêmio de Pintura, do Salão de Artes Plásticas do Rio Grande do Sul (1962).

Na Bahia, Jenner participa de mostras (novos Artistas Baianos) e realiza exposições individuais (Galeria Oxumaré – 1952), é selecionado para o I Salão Baiano de Belas Artes, executa o painel Evolução Humana, no Centro Educacional Carneiro Ribeiro. De lá sai para o Rio de Janeiro (Salão Nacional de Arte Moderna) e exposições em galerias de São Paulo. Hoje, com mostras em quase todos os Estados brasileiros e no exterior – Estados Unidos, Espanha, Alemanha, Itália, Portugal, Bélgica e França, dentre outros – a sua obra mereceu sala especial na I Bienal Nacional de Artes Plásticas e três livros.

Em 1954, morando no Rio de Janeiro, embarca na onda mundial do abstracionismo. Num encontro que teve com o amigo Jorge Amado, após esse retornar da Europa, acabou com um conflito que enfrentava: não satisfeito com o trabalho que vinha realizando, a conversa com o amigo escritor foi a luz para a retomada do figurativismo.

Jenner Augusto teve influência de Jorge Amado na sua vida e na sua obra, sendo o ilustrador do romance Tenda dos Milagres, onde consegui captar a alma dos personagens, ricos e fundamentais elementos formadores da cultura baiana, tão representada pelo universo das personagens criadas pelo escritor baiano.
Autodidata, é um artista figurativista, abordou a paisagem urbana, sobretudo o Alagados, de Salvador. “O Alagados, aquela fase, foi onde transformei aquela miséria, aquela rusticidade, aquela pobreza, numa coisa bonita. O Alagados era planos abstratos, mas sem esquecer que existiam seres humanos ali. Era uma pintura de conotação social, onde o tema era um pretexto, pois a minha pretensão ia bem além. Posso dizer, sem modéstia, que descobri o Alagados, pois muito pouco se falava nele naquela época. Era a denúncia de um fato social, um tema figurativo, uma preocupação abstracionista na arte. Eu gosto da pintura que diz sem dizer. Que insinua sem a preocupação de configurar demasiadamente aquilo que está pintando”.
Jenner percorreu também uma fase expressionista, com temática baseada no sofrimento do nordestino. “Sou muito chegado à pintura expressionista. Para meu temperamento, ela diz tudo”.

Um de suas obras mais conhecidas, o painel de azulejos Os primeiros habitantes de Sergipe, realizado em 1961, para um dos saguões do antigo Aeroporto Santa Maria, de Aracaju, foi recentemente restaurado e agora, encontra-se instalado na sede da Energipe.

Desconfiado, o artista é de temperamento quieto, caladão e de uma finura no trato a toda prova. Casado, com dona Luiza, sua companheira desde 1953 e mãe dos seus cinco filhos, dois deles também pintores.[1].

[1] Aracaju. Jornal da Cidade, 06.mar.2003.

GILFRANCISCO: jornalista, professor universitário, membro do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia e, do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe e Diretor de Imprensa da Associação Sergipana de Imprensa.

Texto e fotos reproduzidos do blog: sergipeeducacaoecultura.blogspot

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Jenner Augusto




Jenner Augusto
Por Mário Britto

Jenner Augusto da Silveira é pintor, desenhista, escultor, cartazista, ilustrador e gravador. Nasceu em 11 de novembro de 1924, em Aracaju/SE e faleceu no dia 03 de março de 2003, em Salvador/BA. Com apenas seis meses de idade, Jenner ficou órfão de pai. A precoce ausência do genitor, a origem humilde e as adversidades de uma vida difícil não o desviaram de sua vocação, percebida, desde tenra idade, nos muitos desenhos e rabiscos escolares que fazia. Antes de fixar residência em Salvador, Jenner morou em Sergipe nas cidades de Rosário, São Cristóvão, Itabaianinha, Lagarto, Aracaju e Laranjeiras, onde copiou e recopiou inúmeras vezes os quadros do seu primeiro ídolo Horário Hora.

Em 1945, realizou em Aracaju a sua primeira exposição. Em 1947, já mais entrosado no ambiente artístico da cidade, participou de algumas mostras coletivas e, finalmente, em 1948, após a realização de sua segunda exposição, substituiu os padrões acadêmicos pela perspectiva do modernismo.
Em 1949, ainda morando em Aracaju, sob forte influência do modernista Portinari, seu segundo mestre, e motivado pelos movimentos de renovação das artes, pintou, graciosamente, as paredes do Cacique Chá com murais baseados em cenas históricas, no folclore e nos costumes de Sergipe. Esse trabalho é considerado como o marco da estética moderna em Sergipe.

Ainda em 1949 aconselhado por Portinari a estudar mais o desenho, transfere-se para a Bahia. Em oposição à Escola Acadêmica, participou do polêmico núcleo renovador da arte baiana, constituído por Mário Cravo Júnior, Carlos Bastos, Genaro de Carvalho, Rubem Valentim e Mirabeau Sampaio.

Inserido no forte movimento de renovação das artes, fez grandes amizades, a exemplo dos irmãos James e Jorge Amado, Raimundo Oliveira, Pancetti, Carybé, Mario Cravo Junior, Carybé, Zé de Dome, Mirabeau Sampaio, Rubem Martins, Lênio Braga, Calazans Neto e Dorival Caymmi.

Artista atuante, em 1950, participou, pela primeira vez, do Salão Baiano de Belas Artes e da Mostra Novos Artistas Baianos, acontecimento considerado como marco inicial da arte moderna na Bahia. Em 1951, participou da 1ª Bienal de São Paulo/SP e, em 1953, executou o painel “Evolução do Homem”, no Centro Educacional Carneiro Ribeiro, em Salvador/BA. Nos anos sessenta realizou uma importante exposição com trabalhos abstracionistas no Museu de Arte Moderna na Bahia – MAM-BA e, em 1965, realizou a sua primeira individual em São Paulo.

Realizou muitas exposições no Brasil e a partir de 1966, constituiu uma respeitada carreira no exterior. Na década de 1990, Salvador recebeu uma galeria de arte em sua homenagem, chamada Espaço de Arte Jenner. Em 1995, foi comemorado na Bahia o cinquentenário de suas atividades artísticas. Em 2002, a Sociedade Semear lhe prestou justa homenagem, dando o seu nome à Galeria de Arte.

Em 2011, foi realizada na Galeria Jenner Augusto, em Aracaju/SE, uma exposição retrospectiva com lançamento do livro “Jenner, Vida e Obra”, de Mário Britto e Zeca Fernandes. No ano seguinte, foi realizada a exposição “Jenner, Cores de uma Vida”, no Centro Cultural do Banco do Brasil, em Brasília/DF, com o lançamento de livro homônimo, também de autoria de Mário Britto e Zeca Fernandes.

Na sua pintura, cuja matéria-prima original é a sua alma, retratou o sertanejo, a seca, a enchente, cenários sergipanos e cenas da ensolarada e multifacetada Bahia. Compôs, ainda, com mestria ímpar, naturezas-mortas; camponeses e meninos de engenhos; retratos de amigos e familiares. “Alagados” foi um dos seus temas prediletos.

Fotos e texto reproduzidos do site: pge.se.gov.br/index.php/cultural