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quinta-feira, 3 de novembro de 2022

Gente sergipana – Ana Côrtes, por Antonio Samarone

Foto reproduzida do site [novo.cress-se.org.br] e postada aqui pelo blog, para ilustar o presente texto

Artigo compartilhada do site DESTAQUE NOTÍCIAS, de 3 de novembro de 2022

Gente sergipana – Ana Côrtes
Por Antonio Samarone *

Na seção 590 da 2ª Zona do Aracaju, no Colégio Americano Batista, naquela urna, faltou um voto para Lula. Não foi um voto qualquer, foi o voto da combativa líder popular e intelectual Ana Côrtes (77 anos).

No dia 30 de outubro de 2022, domingo, Ana Côrtes saiu para votar acompanhada do esposo Bosco Rollemberg e do filho Marquinhos. Enfrentou a fila e na hora, nada! Ana não lembrou do treze (13). Tentou uma, duas, várias vezes. Não houve jeito, mesmo com a colinha na mão, treinando antes, Ana não lembrou e ninguém conseguiu lembrá-la.

A fila inteira, os mesários, os curiosos por perto, o seu anjo da guarda (Bosco), Marquinhos, todos torcendo: lembra Ana! É treze, treze de Lula, dos trabalhadores, dos oprimidos, treze da luta que você dedicou uma vida, sofreu, foi torturada.

Eu sei, Ana Côrtes sempre foi 65 (PC do B), mas é tudo a mesma coisa. 65 é 13X5, ou seja, 13 cinco vezes.

Ana Côrtes faz parte dos imprescindíveis – “Pero los hay que luchan toda la vida: esos son los imprescindibles”, do poema de Bertolt Brecht. Mas não lembrou do treze, não houve jeito. Faz parte da condição humana.

Estava ali uma líder destemida, consciente, lutadora, impedida de votar em Lula por uma limitação do corpo, do cérebro, da memória. As proteínas beta-amiloide e tau fosforilada apagaram o treze. É o que diz a medicina.

O povo nordestino votou por você, minha amiga Ana Côrtes.

Eu conheci Ana Côrtes no movimento sergipano pela anistia, nas lutas sociais, na gestão das políticas públicas da assistência social. Sempre ativa, fronte erguida, voz firme e coerente. Por onde você passava, Ana, uma energia de dignidade lhe acompanhava.

Ana Maria Santos Rollemberg Côrtes, nasceu em Frei Paulo, em 1945. Filha de Chiquinho do Sal e dona Caçula, numa família de dez irmãos. Casada com Bosco Rollemberg.

Ana Côrtes, foi presidente do Diretório Acadêmico da Faculdade de Serviço Social em 1967, graduou-se na Faculdade de Serviço Social em 1968.

Ana viveu na clandestinidade como operária metalúrgica em São Paulo e na zona canavieira de Pernambuco de 1969 a 1974; foi presa política no DOPS em Recife 1974.

Com a redemocratização em 1986, Ana dirigiu a Secretaria de Assistência Social com forte atuação nos bairros mais pobres. Já em 2001, foi coordenadora do programa “Toda Secretaria é da Criança”, da Prefeitura de Aracaju (PMA).

Ana Côrtes foi presidente do Sindicato das Assistentes Sociais, membro do Conselho Fiscal do Conselho Federal das Assistentes Sociais e Secretária de Assistência Social entre 1986 e 2002, na Prefeitura de Aracaju.

Ana, a sua história elegeu Lula, elegeu a democracia, elegeu a liberdade, elegeu a vida. Como diz a sua filha Joana, em um belo poema: Ana é uma mulher que sempre cuspiu fogo e querosene.

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* É médico sanitarista.

Texto reproduzido do site: destaquenoticias.com.br

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Solenidade de entrega de título de cidadã aracajuana a Ana Côrtes

 Ana Côrtes agradeceu o reconhecimento

 O vereador Antônio Bittencourt e o prefeito 
Edvaldo Nogueira entregam o título à homenageada 




Fotos: Ana Lícia Menezes

Publicado originalmente no site da PMA, em 26/09/18

Edvaldo participa de entrega de título de cidadã aracajuana a Ana Côrtes

O prefeito Edvaldo Nogueira prestigiou, nesta quarta-feira, 26, a solenidade de entrega do título de cidadã aracajuana à assistente social Ana Maria Santos Rollemberg Côrtes, natural do município de Frei Paulo (SE), realizada pela Câmara Municipal de Vereadores. A iniciativa do vereador Antônio Bittencourt (PCdoB) se deve à luta pela democracia e aos trabalhos sociais prestados ao longo da trajetória da homenageada.

“Aracaju acaba de ganhar uma cidadã de alto nível, que deu grande contribuição para a cidade e que lutou muito em defesa da democracia. Sua história de vida é muito marcante e sua atuação profissional foi muito importante para a área social na nossa cidade. Ana Côrtes é uma grande amiga que a vida me deu e o título de Cidadania Aracajuana, dado a ela, é merecidíssimo”, pontuou Edvaldo.

Em seu discurso, Ana Côrtes fez um relato de toda a sua vida, detalhando momentos marcantes, como a ida para São Paulo, por causa do período da ditadura militar. Também falou da sua prisão e do seu esposo, Bosco Rollemberg, que atualmente é diretor da Escola de Governo da Prefeitura de Aracaju. "Nos prenderam e nos torturaram porque queríamos a democracia no Brasil. Me levaram para um lugar que nem a pior pessoa do mundo poderia ficar. Eu não quero trazer tristeza, mas uma realidade que existiu e não foi denunciada e que as escolas não mostram. Hoje, estou aqui recebendo essa homenagem e me transformando numa verdadeira cidadã de Aracaju. Fico muito gratificada e me sinto reconhecida pelo trabalho que fiz durante tanto tempo como assistente social na cidade”, ressaltou.

O vereador Antônio Bittencourt destacou que tem a honra de conceder a mais importante homenagem oferecida pelo Poder Legislativo. “A cidade de Aracaju sente-se honrada por ter Ana Côrtes como filha. Ela representa a luta de toda uma nação, especialmente das mulheres, por um Brasil mais harmonioso, livre e igual. Em tempos tão difíceis que vivemos, Ana Côrtes simboliza o amor e a esperança de tempos mais felizes. Em nome de Aracaju e de homens e mulheres que lutaram pela democracia, agradeço a oportunidade em poder homenageá-la”, afirmou.

A filha da homenageada, Joana Côrtes, também aproveitou a oportunidade para elogiá-la publicamente. “Ela foi e é o fim de uma grande guerra, permanece altiva pela oração do próprio tempo, a nos ensinar que a luta pela liberdade é ontem, hoje e sempre”, disse.

Ana Maria Santos Rollemberg Côrtes chegou em Aracaju há 65 anos e estudou na Faculdade de Serviço Social dirigindo as lutas pela criação da UFS e foi presidente do Diretório Acadêmico da Faculdade de Serviço Social em 1967. Após conclusão do curso, foi impedida de diplomação pelos militares. Na luta pela democracia e pelos direitos do povo, ela rompeu com suas origens por um projeto de país justo e soberano. Foi sequestrada, presa, torturada grávida no DOI em Recife, esteve na lista dos desaparecidos políticos e foi forçada à clandestinidade quando trabalhou como operária no ABC em São Paulo e entre os canavieiros da Zona da Mata Sul de Pernambuco.

A assistente social integrou a luta nacional pela Anistia e libertação dos presos políticos de Itamaracá (PE) e, enquanto assistente social da Prefeitura de Aracaju desde 1975, chegou a ser proibida pela ditadura de realizar trabalhos com a comunidade. Ana Côrtes também foi membro do Comitê Feminino de Anistia em Sergipe, da Sociedade Sergipana em Defesa dos Direitos Humanos, do Conselho Federal de Assistentes Sociais e presidente do Sindicato dos Assistentes Sociais de Sergipe.

Com a redemocratização, dirigiu a Secretaria de Assistência Social (1986), direcionando as ações para as populações dos bairros mais pobres, coordenou o Programa Toda Secretaria é da Criança (2001), foi secretária municipal de Assistência Social e Cidadania (2002) e conquistou a Anistia Política pelo Ministério da Justiça (2004).

A sessão solene também contou com a presença do prefeito do município de Nossa Senhora do Socorro, Padre Inaldo, e do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de Sergipe (TCE/SE), Clóvis Barbosa, além de familiares e amigos da homenageada.

Texto e imagens reproduzidos do site: aracaju.se.gov.br

quinta-feira, 17 de maio de 2018

Ocupe a Praça homenageia Ana Côrtes

Foto: Divulgação

REGISTRO: Ocupe a Praça homenageia Ana Côrtes

Da Redação 

Nesta quarta-feira, 16, ocorre mais uma edição do projeto Ocupe a Praça.  A atividade ocorre a partir das 17h na Praça General Valadão, Marco Zero de Aracaju. O Ocupe a Praça desta semana rende homenagem a Ana Côrtes, anistiada política, referência em Sergipe na luta em defesa dos direitos humanos, dentre uma série de atividades culturais.

O Ocupe a Praça Ana Côrtes é uma realização do Núcleo de Produção Digital Orlando Vieira, órgão da Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju) da Prefeitura de Aracaju, em parceria com o Conselho Regional de Serviço Social (Cress/SE) e a Mostra de Cinema e Direitos Humanos, e integra a programação alusiva às comemorações ao Dia do Assistente Social, celebrado em 15 de maio.

Programação

17h | Liquidifica Diálogos
Resistência e Cinema

19h | Exibição Documentário
Praça de Guerra
Homenagem a Ana Côrtes

20h | Apresentação Musical
Samba do Arnesto

Texto e imagem reproduzidos do site: cinform.com.br