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sexta-feira, 7 de abril de 2017

As curiosidades da cidade menina, nossa Aracaju

Foto: Márcio Garcez.

Publicado originalmente no site Expressão Sergipana, em 17 de março de 2017.

As curiosidades da cidade menina, nossa Aracaju.
Por Osvaldo Ferreira Neto.

Nossa cidade Aracaju completa 162 anos de existência nessa sexta-feira, dia 17 de março. Cidade que contém muitas curiosidades que só aqui existe. Por isso, hoje o “Senta, que lá vem a história” vem comemorar o “niver” dessa pequena que tanto amamos, ainda mais os leitores da Expressão Sergipana. Então vamos lá conhecer essas curiosidades?

A primeira curiosidade é um dos pontos turísticos mais conhecidos da nossa Aracaju, a Ponte do Imperador. A Ponte do Imperador, que não é ponte! Isso mesmo, a Ponte do Imperador é um atracadouro. A razão da sua existência é a chegada do Imperador D. Pedro II e da Imperatriz Tereza Cristina em 1860 à segunda capital da província de Sergipe Del Rey. Essa viagem consolidou a nova cidade do Império e com essa visita oficial os aracajuanos construíram um atracadouro em madeira de massaranduba para o embarque de D. Pedro II e sua comitiva.

Com o passar do tempo esse atracadouro passou a ter uma grande importância para o embarque de autoridades e visitantes ilustres que desembarcavam no pequeno atracadouro que estava de frente para principal praça da capital, a então Praça do Palácio (atual Praça Fausto Cardoso). No início do século XX o atracadouro de madeira rústica é trocado por uma estrutura metálica e pórtico com duas torres em estilo medieval que durariam até o fim dos anos 20, quando uma grande reforma daria os elementos artísticos e os famosos índios nas duas torres, representando os índios das primeiras tribos do estado, que temos até os dias de hoje.

A ponte também foi ponto de embarque para grandes nomes da política nacional para a viagem nos Zepelins e os hidroaviões. É esse atracadouro que também é ponto tradicional de embarque da procissão fluvial do Bom Jesus dos Navegantes no primeiro dia do ano, e faz parte do cenário deste espetáculo de fé. Mesmo que essa ponte seja um atracadouro para ciências politécnicas, para os aracajuanos será sempre a Ponte do Imperador, pois até hoje ela liga essa cidade a suas tradições e visitantes do mundo todo.

Segunda curiosidade está a 2 Km e 200 metros da Ponte do Imperador e é a Praça do Mini-Golfe, isso mesmo, Mini Golfe. Muitos podem perguntar se existe um “link golf escocês” na capital sergipana. A resposta é a seguinte: Não existe nenhum campo de golfe em Aracaju, por sinal nome oficial do logradouro é Praça Inácio Barbosa, pois essa praça começa a existir no mapa a partir do obelisco, em homenagem ao fundador da cidade Inácio Barbosa, que é colocado de forma definitiva no centro da Praça onde se encontra até hoje.

Mas porque Praça do Mini-Golfe? Essa nomenclatura começou em 1971 na administração do prefeito Cleovansóstes Pereira de Aguiar, quando aproveitou os traços geométricos da praça e seus monumentos para criar um sistema favorável ao esporte europeu, mas esse golfe não teve muito sucesso na cidade dos cajueiros e papagaios e foi desinstalado nos anos 80. Com tudo isso, o Golfe ficou na toponímia, pois até hoje são poucos aracajuanos que conhecem o verdadeiro nome da Praça.

A terceira curiosidade que tem como ponto inicial a famosa Praça do Mini-Golfe é a movimentada, Avenida Beira-Mar, que não beira mar nenhum, diga-se de passagem. Isso mesmo, a avenida beira o estuário do Rio Sergipe. Então deveria ser Avenida Beira Rio? A história da avenida anda paralelamente com o tradicional costume de banho de mar, pois até os anos 60 a Praia Formosa (atual 13 de Julho) era o balneário da capital sergipana, quando essa via se tornar o caminho ao Atlântico, precisamente à nossa Praia de Atalaia. Essa avenida margeia importantes bairros da nossa cidade e também é uma das principais vias da nossa Aracaju.

Portanto, nossa menina tem algumas particularidades que lhe faz ímpar nesse grande Brasil, além de ser orgulho para seus filhos. Aracaju que encanta os brasileiros e o mundo em geral, parabéns menina pelos seus 162 anos.

Texto e imagem reproduzidos do site: expressaosergipana.com.br

quarta-feira, 22 de março de 2017

Aracaju, quem serão teus guardiões?

Foto reproduzida do Google. Postada por MTéSERGIPE.

Publicado no blog Viva Sergipe, em 23 de maio de 2009.

Aracaju, quem serão teus guardiões?
Por Karine Santos Rezende*

Em um passeio pela nossa capital pude, com tristeza, assistir às várias mortes da nossa história. Nosso encontro fora marcado em uma Praça da Cidade de Aracaju. A praça na qual paramos não era uma pracinha qualquer... Lá os bancos vibraram ao nos ver, as árvores centenárias balançaram suas folhas, conduzidas pelo balé da chuva que viera nos saudar, pareciam saber que os falares baixinhos eram dirigidos a eles, ou melhor... Eles sabiam! Praça Olímpio Campos, antes Praça da Matriz, por ceder seu espaço a graciosa e divina igreja da Matriz. O que vemos ali? O silêncio de uma catedral! Bate o sino pequenino, sino de Belém... Mas os sinos... Ah os sinos, que não são tão pequenos assim... Cansaram de soar e emitir sua bela voz pendular! Eles não soam como dantes... O galo não canta mais, perdera seu terreiro. Agora quem manda é o medo! A prece roga apressada... E todos anseiam em chegar ilesos em casa. Corinto, engenheiro astuto; poeta e escritor, pensou que na Praça caberia um Parque: O nosso Teófilo Dantas. Neste Parque eram realizadas as festas natalinas. Muitos chegavam para a Chegança, o Reisado, e tentavam a sorte nos jogos de azar escondidos atrás da catedral! Sem falar na Rua do Egito que encobertava as suas Cleópatras sedutoras! Seguindo... Passeávamos pelo tabuleiro de Xadrez do engenheiro Sebastião Pirro. Dessa vez, todos fizeram xeque-mate, mas ninguém se sentiu vitorioso por isso, pelo contrário, a vergonha se espalhava no olhar daqueles que sentiam a morte do passado glorioso de Aracaju. A Praça Fausto Cardoso abre alas para os novos foliões passarem. Agora, já não havia marchinhas, nem confetes, nem namorados, nem a banda do 28º Batalhão dos caçadores...

Parque Teofilo Dantas.

Às vésperas do dia 28 de Fevereiro a cidade de Aracaju não dormia tomada pela insônia que inquietava os aracajuanos! Naquele tempo, onde chovia confetes na Praça Fausto Cardoso, as marchas docemente propagavam o clima do verdadeiro carnaval. O rei momo carregava no âmago da alma o sorriso e a simpatia singular de quem trazia consigo a satisfação por ter em mãos a chave da cidade! Ô quanto riso, quanta alegria! Não só as pessoas se vestiam, mas as praças, as ruas, vielas e becos não dispensavam ornamentações. Laços, fitas e máscaras eram penduradas para anunciar a festa que denuncia uma das faces do Brasil. À tardinha o comércio fechava suas portas para o trabalho e a fadiga. Abriam-se os corredores da Rua João Pessoa para a euforia e a alegria! A Praça da Folia sentia que iria logo ser adornada de gente! Salve Salve nosso maior carnavalesco, compositor e ilustre da boemia sergipana, Hilton Lopes, nosso grande ícone do Carnaval... Ai que saudade das suas indumentárias flóridas e de ouvi-lo dizer... ARIBÉ! Com tanta propriedade. Hoje, a folia fora jogada em um pano de guardar confetes e os novos foliões pisotearam as nossas melódicas marchinhas!Nosso carnaval não passa de... Prévias!

Fausto Cardoso recebera uma linda homenagem póstuma... Depois de um final trágico no local, onde hoje é a Praça, seu espírito olha com tristeza e dor, a solidão e o abandono.Caminhando em direção ao calçadão vemos aquela que nos remete à Paraíba, mas é que tão sergipana, quanto a Laranjeiras. Refiro-me à Rua João Pessoa. Não se assustem os que vêm de fora, em Aracaju tudo é assim. Somos peculiares em tudo, até mesmo em nome de ruas. Temos um bairro com nome de Continente: é o Nosso Bairro América, ponte que não é elo, “casa de divertimento” com nome de Vaticano, mitos e estórias que a nossa gente guarda e que nos torna singulares. Rua do Barão, depois Japaratuba... Finalmente João Pessoa, era ela a rua musa da capital! Abrigava as lojas, o Cine Palace e Rio Branco, a sorveteria Primavera, a relojoaria Gonçalves, a Livraria Regina, o ponto Chic, a Igreja São Salvador e muitos outros monumentos, que guardam, em suas paredes desgraçadas pelo tempo, a saudade de uma época que não regressa. A Rua João Pessoa tinha vida própria! As pessoas faziam-na de casa sem teto... Tal qual o poema de Vinícius de Moraes... “Uma casa muito engraçada, que não tinha teto, não tinha nada!” Porém, este logradouro entoava os ecos da experiência. Lá os velhos sentavam-se, trocavam estórias engraçadas e momentos de nostalgia... Hoje, só nos resta o vazio... O silêncio! O barulho não diz nada... Soa sem emoção... A minha geração é tão fútil quanto suas palavras... Ela está enferma e não se dá conta, pois sua doença é assintomática! Eu me pergunto: Aracaju que serão teus guardiões? Quem lutará com ímpeto para salvar a sua memória? Não sofra de amnésia, eu te imploro!

Seguimos com olhares atentos e atônitos... Por enquanto, pistas, pistas e mais pistas... Praça General Valadão, outrora, Praça do Quartel. Muitos nem sabem da nossa História que dirá dos nossos ilustres Sergipanos! O General Manuel Prisciliano e Oliveira, nascido em nossa primeira capital, São Cristóvão, foi combatente viril na Guerra do Paraguai, merecendo de forma justa, dar nome àquela praça. Era esta região conhecida como rua da Cadeia, por localizar, até 1926, a casa de detenção de Aracaju. Ali, muitas histórias ficaram presas e se perderam. Logo mais à frente sentia-se o cheiro característico das nossas feiras e mafuás. Outrora, a feira ficava dispersa lá na Rua Aurora... Que Aurora! A Aurora da minha vida, da minha infância querida que os anos não trazem mais! Assim disse o poeta Casimiro de Abreu, inspiração que certamente deve ter aprendido com algum sergipano! O pôr-do-sol da rua da frente não encanta como dantes. Foi-se aquele instante em que assistíamos a passagem do bonde e ouvia o barulho de meninos brincando, fazendo travessuras, vivendo a infância pura dos tempos de rodas, piões e cantigas em Aracaju. Tic-tac! Diz o grande marcador do tempo... O relógio do mercado! Lindo! Belo!Impetuoso! Pontual! No mercado, encontramos não só mercadorias, mas pessoas valiosas: feirantes, carregadores, arte! Música! Cordel! O nosso João Firmino, Zé Antonio, os repentistas, caboclas, mestiças, gente que é a cara da Aracaju... Na passarela... Flores que perfumam o hálito dos quarteirões.O IBGE já divulgou: o país está envelhecendo. Sergipe está envelhecendo... Sim! Então, quem serão os herdeiros da nossa História?

Catedral Matropolitana de Aracaju.

O meu temor consiste em não saber quem serão os novos guardiões da História da minha Ara... Quem serão os novos Mários Cabrais, Murillos Mellins, Silvios Romero, Tobias Barreto, Joões Ribeiro, entre outros memorialistas. Reconhecer, infelizmente, é um verbo desconhecido dos filhos de Sergipe. Aracaju é “mãe dos outros e madrasta dos seus!” Precisamos criar consciência da nossa SERGIPANIDADE e valorizar as coisas da nossa gente. Sergipe é terra de povo ilustre, poetas, juristas, escritores, músicos, grandes mestres da educação e, enquanto, não tomarmos ciência disto, seremos culpados de enterrar a nossa própria história. Preocupa-me o fato de não saber que estórias teremos para contar. A quem iremos chorar nossos contos? A quem iremos “assustar” com as nossas lendas folclóricas? Aracaju para onde tu vais? E que passado levarás contigo? Muitos irão... Poucos deixarão rastros, mas tu Ara, espero que jamais sejas esquecida por aqueles que a veneram!

Cultura Sergipana (Taieiras).

Quanto a mim... Bem.... Só sei que nasci aqui nessa terra e vou morrer aqui mesmo nela!...

* Professora de historia, graduada pela UNIT.

Texto reproduzido do blog: vivasergipe.blogspot.com.br

domingo, 19 de março de 2017

História Hoje: Aracaju, capital de Sergipe, era fundada há 162 anos

Foto reproduzida do site: a8se.com/tv-atalaia
Postada por MTéSERGIPE, p/ilustrar artigo.

Publicado originalmente no site Rádio Agência Nacional, em 17/03/2017.

História Hoje: Aracaju, capital de Sergipe, era fundada há 162 anos.

No dia 17 de março de 1855, era fundada a capital do estado de Sergipe: Aracaju.

O nome tem origem tupi e significa Cajueiro dos Papagaios. A lei que criou a capital também elevou o antigo povoado de Santo Antônio do Aracaju à categoria de município.

A localidade foi escolhida como sede administrativa de Sergipe pelo presidente da Província, Inácio Joaquim Barbosa, e foi uma das primeiras cidades planejadas do Brasil. Seu desenho lembrava um tabuleiro de xadrez.

A nova capital nasceu por necessidade de ordem econômica, para substituir São Cristóvão, que era a antiga sede da Capitania de Sergipe, mas ficava longe do mar. A mudança atendeu à pressão de senhores de engenho, que cobravam a construção de um porto para o escoamento da safra de açúcar.

Aracaju é uma cidade litorânea, cortada por rios como o Sergipe e o Poxim.

A localidade transformada na capital de Sergipe foi habitada por um cacique chamado Serigy, tido como cruel e temido e morto mais de duzentos anos antes do povoamento de Aracaju.

A capital sergipana é considerada como cidade de hábitos de vida mais saudáveis e com menor índice de fumantes do Brasil. O custo de vida também é indicado como um dos menores do país.

Texto reproduzido do site: radioagencianacional.ebc.com.br

Aracaju completa 162 anos de fundação

Foto reproduzida do site: eaiferias.com
Postada por MTéSERGIPE, para ilustrar artigo.

Publicado originalmente no site do Correio de Sergipe, em 17/03/2017

Há 162 anos, Aracaju era elevada à condição de Capital da província de Sergipe Del Rey.

Nesta sexta-feira, 17 de março, Aracaju completa 162 anos de fundação. Foi no ano de 1855 que, por necessidades econômicas, o povoado de Santo Antônio do Aracaju foi elevado à categoria de cidade, transformando-se em capital, no lugar da querida São Cristóvão, antiga sede da Província de Sergipe Del Rey.

Conforme os registros históricos, a transferência se deu por iniciativa do presidente da Província, Inácio Barbosa, e do barão do Maruim Provincial. Nesse sentindo, São Cristóvão não mais oferecia qualidades para ser sede administrativa e a pressão econômica do Vale do Cotinguiba – maior região produtora de açúcar – fazia questão da mudança, já que era preciso a criação de um porto que garantisse a escoação da produção. E Aracaju, evidentemente, é beijada pelo mar e pelo rio Sergipe.

De acordo com historiadores, somente em 1865 a capital vingou. A partir dessa data, ocorre um novo ciclo de desenvolvimento, que dura até os primeiros anos após a proclamação da República.

No ano de 1884, é fundada a primeira fábrica de tecidos, iniciando o desenvolvimento industrial. Em junho de 1886, Aracaju tinha uma população de 1.484 habitantes e já havia a imprensa oficial, além de algumas linhas de barco para o interior.

Segundo o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referente a 2010, Aracaju tem 571.149 habitantes.

Texto reproduzido do site: ajn1.com.br

Aracaju, a menina que completa 162 anos




Fotos: Tíffany Tavares.

Publicado originalmente no site CAU/BR*, em 17 de março de 2017

Aracaju, a menina que completa 162 anos

Um clima mais que especial e bucólico paira durante todo o mês de março em Aracaju. No dia 17 de março, a capital sergipana, completa aniversário. E em 2017, atinge 162 anos de peculiaridades.

A origem do nome Aracaju significa “cajueiro dos papagaios”. A palavra é composta por dois elementos: “ará”, que significa ´papagaio´, e “acayú” , que significa ´fruto do cajueiro´. Esta interpretação tem grande vigência, embora existam outras versões. Então, que tal aprendermos um pouco mais sobre nossa menina dos cajus e papagaios?

Histórico: Uma cidade que já nasceu capital

Logo após o descobrimento do Brasil em 1500, algumas áreas da nova colônia de Portugal encontravam-se em estado de guerra devido às divergências culturais entre índios, negros escravos e os invasores de outros países da Europa. A necessidade de conquistar a faixa territorial que hoje compreende o Estado de Sergipe, e acabar com as brigas entre índios, franceses e negros, que não aceitavam o domínio português, a mudança, era de extrema urgência para o trono.

O local onde hoje se encontra o município de Aracaju era a residência oficial do temível e cruel cacique Serigy, que segundo Clodomir Silva no “Álbum de Sergipe”, de 1922, dominava desde as margens do rio Sergipe até as margens do rio Vaza-Barris. Em 1590, Cristóvão de Barros atacou as tribos do cacique Serigy e de seu irmão Siriri, matando-os e derrotando-os. Assim, no dia 1 de janeiro de 1590, Cristóvão Barros fundou a cidade de São Cristóvão (mais tarde capital da província) junto à foz do Rio Sergipe e define a Capitania de Sergipe.

Como cidade planejada, Aracaju nasceu em 1855, por necessidades econômicas. Uma Assembleia elevou o povoado de Santo Antônio do Aracaju à categoria de Cidade e transferiu para ele a capital da Província. A transferência deu-se por iniciativa do Presidente da Província Inácio Barbosa e do Barão do Maruim Provincial. A pequena São Cristóvão não mais oferecia condições indispensáveis para uma sede administrativa, e a pressão econômica do Vale da Cotinguiba – maior região produtora de açúcar da província – exigia a mudança. A região precisava urgentemente de um porto que escoasse melhor seus produtos.

Somente em 1865 a cidade se firmou. Era o término de uma década de lutas contra o meio físico, e contra uma série de adversidades políticas e sociais. A partir desta data ocorre um novo ciclo de desenvolvimento, que dura até os primeiros e agitados anos após a proclamação da república. Em 1884 surge a primeira fábrica de tecidos, marcando o inicio do desenvolvimento industrial. Em junho de 1886, Aracaju já possuía uma população de 1.484 habitantes, já havia a imprensa oficial, além de algumas linhas de barco para o interior.

Em 1900 inicia-se a pavimentação com pedras regulares e são executadas obras de embelezamento e saneamento. As principais capitais do país sofriam reformas para a melhoria da qualidade de vida dos habitantes. Aracaju – que já nasceu de vanguarda, acompanhava o movimento nacional e em 1908 é inaugurado o serviço de água encanada, um luxo para a época. Em 1914 é a vez dos esgotos sanitários e no mesmo ano chega a estrada de ferro.

Um Tabuleiro de Xadrez

Aracaju foi uma das primeiras capitais brasileiras a ser planejada. O projeto desafiou a capacidade da Engenharia da época, face à sua localização numa área dominada por pântanos e charcos. O desenho urbano da cidade foi elaborado por uma comissão de engenheiros, tendo como responsável o engenheiro Sebastião Basílio Pirro. Alguns estudos a respeito de Aracaju propagaram a ideia de que o plano da cidade havia sido concebido a partir da implantação dos modelos de vanguarda na época – Washington, Camberra, Chicago, Buenos Aires, etc.

O centro do poder político-administrativo, (atual praça Fausto Cardoso) foi o ponto de partida para o crescimento da cidade. Todas as ruas foram arrumadas geometricamente, como um tabuleiro de xadrez, para desembocarem no Rio Sergipe.

Até então, as cidades existentes antes do século XVII, adaptavam-se às respectivas condições topográficas naturais, estabelecendo uma irregularidade no panorama urbano. O engenheiro Pirro contrapôs essa irregularidade e Aracaju, foi no Brasil, um dos primeiros exemplos de tal tendência geométrica.

Bairro Santo Antônio

A aldeia de Santo Antônio de Aracaju era registrada em fontes históricas do século XVII, quando um indígena denominado João Mulato organizou o aldeamento na área que na época pertencia à freguesia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro do Tomar do Cotinguiba, atual Nossa Senhora do Socorro. A partir do início do século XIX alguns órgãos públicos são transferidos para a colina, o primeiro passo para a mudança da capital que na época era São Cristóvão, fato que aconteceu em 1855.

Avenida João Ribeiro, Santo Antônio, Aracaju-SE

Porém, ao contrário do que muitas pessoas pensam, a cidade não “desceu o morro” espontaneamente. Provisoriamente foi implantada na colina uma mesa de rendas e a sede provisória até que o projeto da nova capital fosse implantado, isso se deu no ano seguinte com o famoso Quadrado de Sebastião José Basílio Pirro edificando o atual Centro. Dessa forma, o Santo Antônio permaneceu em certo isolamento até o final do século XIX quando é aberta a “Estrada Nova”, atual Avenida João Ribeiro. Na década de 1910 são implantados melhoramentos como a chegada de energia elétrica, serviço de água e esgoto e bondes puxados por burros. A partir da década de 1920 é implementada a linha de bonde elétrico, a famosa ‘’linha 2” cujo sinal era uma luz verde, ligando o Santo Antônio ao Centro e São José. No bairro construiu-se também o primeiro cemitério público da nova capital e a maternidade, ambos denominados de Santa Izabel. Diversos casarões e sobrados foram erguidos na área da colina, próximo à igreja do Santo Antônio, enquanto que as casas mais simples foram construídas na parte baixa.

Com a expansão de Aracaju em direção à zona sul, sobretudo a partir da década de 1960, o Santo Antônio começa a dar sinais de estagnação, passando a ser ocupado por pessoas de baixa renda, exceto nos arredores da colina, onde ainda hoje encontramos sobrados e alguns casarões reformados e modernizados pertencentes a pessoas de alta renda. Outra característica atual do bairro é a alta concentração de idosos, dando um ar bucólico na maior parte de suas ruas.

Por ser uma das áreas mais elevadas de Aracaju, contempla-se por lá, vistas e imagens peculiares jamais vistas em outros locais da capital.

Fonte: CAU/SE.

* Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil.

Texto e imagens reproduzidos do site: caubr.gov.br/aracaju

sábado, 18 de março de 2017

Corrida Cidade de Aracaju: linha de chegada faz alusão ao fundador

Foto: Silvio Rocha.

Publicado originalmente no site da PMA, em 17/03/2017.

Corrida Cidade de Aracaju: linha de chegada faz alusão ao fundador

A 34ª Corrida Cidade de Aracaju chega a seu momento final na avenida Ivo do Prado. Às margens do rio Sergipe, a Praça Inácio Joaquim Barbosa, conhecida como Praça do Mini-golfe, reúne os vitoriosos da Corrida. Ao fim dos 25 quilômetros, os atletas recebem prêmios e troféus no centro da praça e têm a oportunidade de comemorar em um ambiente fresco, arborizado e cheio de referências históricas.

História

O nome dado à praça homenageia o fundador de Aracaju, Inácio Joaquim Barbosa. Ele foi o responsável pelo discurso sobre a transferência da capital de São Cristóvão para o povoado Santo Antônio, hoje bairro mais antigo Aracaju. A resolução foi aprovada há exatos 162 anos.

Sua brilhante atuação no Judiciário também abriu as portas de Inácio Barbosa para o Poder Executivo. Foi nomeado presidente da Província do Estado de Sergipe, por uma Carta Imperial de 7 de outubro de 1853, e governou durante dez meses e 19 dias. Para incrementar o comércio e melhorar as finanças do Estado, ele percebeu a necessidade de construir um porto marítimo para receber os produtos que chegavam através das grandes embarcações. A partir daí, iniciava o crescimento da cidade.

Nascido no Rio de Janeiro, em 10 de outubro de 1821, ele morreu em Estância prestes a completar 34 anos, vítima da epidemia coléra-morbus, que matou milhares de pessoas em Sergipe. Poliglota e com boa formação, fez o Estado viver o momento de progresso e inovações que dominavam o Brasil naquela época. Pouco se sabe sobre a sua aparência, nenhuma fotografia foi encontrada e não há nenhum dado preciso sobre a sua história de vida fora de Sergipe.

Obelisco

O monumento erguido em memória a Inácio Barbosa guarda também os seus restos mortais desde 1951. O obelisco é feito de bronze e granizo, de autoria do escultor italiano Lorenzo Petrucci, fruto de uma iniciativa do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe (IHGSE). Anualmente, honrarias e discursos solenes marcam as homenagens realizadas no local, em alusão ao fundador.

Texto e imagem reproduzidos do site: aracaju.se.gov.br

Memórias de Aracaju são expostas em mostra fotográfica

Foto: reprodução.

Publicado originalmente no site do Portal Infonet, em 17/03/2017.

Memórias de Aracaju são expostas em mostra fotográfica
Antônio do Amaral e Irineu Fontes passeiam pelo passado

Aracaju foi o tema da nova mostra fotográfica da Biblioteca Pública Estadual Epifânio Dória lançada esta semana, em comemoração aos 162 anos da capital. Antônio do Amaral e Irineu Fontes fizeram um passeio pelo passado e relembraram as belezas da Aracaju de suas infância e adolescência.

A mostra, que tem como tema "Aracaju em Foco: Passeio pelo Passado, Conhecendo o Presente", fica exposta na biblioteca até o dia 31 de março.

Confira o vídeo no espaço à comentar.

Texto, foto e vídeo reproduzidos do site: infonet.com.br/noticias/cultura