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quarta-feira, 9 de maio de 2018

Vídeo documentário sobre Renda Irlandesa...



 O produtor Kassem explica as etapas 
de um vídeo documentário

 Participar deste projeto é uma oportunidade única
 e de grande relevância, diz Marcos Vinícius 

 Coordenador de eventos do NPDOV, Anselmo Amaral 

 A estudante e integrante do projeto, Lilian Leite, 
fala que está descobrindo uma nova história da renda irlandesa

 Para a rendeira de 80 anos, dona Henedite dos Santos Cruz, 
trabalhar com a renda irlandesa é uma terapia

 Historiadora do Iphan, Flávia Gervásio

Coordenadora do Núcleo de Produção Digital 
Orlando Veiria, Graziele Ferreira 
Fotos: Edinah Mary

Publicado originalmente no site da PMA, em 05/05/18 

Vídeo documentário sobre Renda Irlandesa é produzido sob o olhar de 25 jovens em Sergipe

A manhã deste sábado, 5, foi especial para os 25 jovens sergipanos que fazem parte da produção do vídeo documentário “Modo de fazer renda irlandesa”, promovido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em parceria com o Núcleo de Produção Digital Orlando Vieira (NPDOV), unidade administrada pela Fundação Cultural Cidade de Aracaju. Na ocasião, os futuros cineastas tiveram a oportunidade de assistir os primeiros cortes da produção audiovisual, na sala de exibição Walmir Almeida, no Centro Cultural de Aracaju.

De acordo com a coordenadora do NPDOV, Graziele Ferreira, a unidade é um equipamento cultural que permite o acesso ao conhecimento através do audiovisual e ultrapassa os limites do município de Aracaju. “Estamos atendendo 25 jovens do interior do estado e para o Núcleo é uma satisfação e confirmação do potencial do audiovisual no diálogo com a juventude. É uma linguagem artística facilmente usada e compreendida por todo mundo independentemente da idade e é extremamente importante a participação desses jovens neste curso, que gera um produto audiovisual, no caso o documentário sobre o patrimônio imaterial de Sergipe, que é o modo de fazer renda irlandesa, reconhecido pelo Iphan”, ressalta.

O projeto visa um intercâmbio de saberes entre os polos que têm a tradição da renda irlandesa e os alunos. “Participar deste projeto é uma oportunidade única e de grande relevância. Ele nos permite a conhecer mais sobre nossa história e principalmente conhecer como a renda irlandesa entrou na vida de nossa família, mostrando que é uma tradição passada de avó para mãe, que passa para a filha sem deixar morrer esse ciclo cultural. Além de permitir que os participantes interajam contando curiosidades sobre essa arte na cidade que residimos e, além de conhecer outras histórias através das entrevistas feitas diretamente com as rendeiras”, comenta o estudante e integrante do projeto, Marcos Vinícius.

Segundo a historiadora do Iphan, Flávia Gervásio, a escolha dos 25 alunos foi feita através das rendeiras e a parceria com o NPDOV surge a partir de sua relevância em Sergipe no quesito audiovisual. “Efetivamos o convênio com o NPDOV devido à própria expertise na área audiovisual. É bom citar que a renda irlandesa é registrada como patrimônio imaterial de Sergipe pelo Iphan, todo bem registrado tem uma documentação audiovisual que complementa a pesquisa sobre o modo de fazer renda irlandesa. Por isso, precisávamos de jovens que tivessem uma ligação direta com a renda irlandesa e chegamos a esse número de alunos por uma seletiva feita pelas próprias rendeiras que estão expondo a sua história no modo de fazer renda através do documentário produzido por esse alunos”, acrescenta.

“Este convênio entre o NPDOV e o Iphan é importante para Aracaju e para a nossa cultura. Além de ser um marco na história do NPDOV, pois os alunos estão produzindo um documentário sob a supervisão do Núcleo e é uma forma de enaltecer esse patrimônio e uma forma de eternizar através do vídeo permitindo que outras gerações possam ter acesso”, diz o coordenador de eventos do NPDOV, Anselmo Amaral.

Para a rendeira de 80 anos, dona Henedite dos Santos Cruz, trabalhar com a renda irlandesa é uma terapia, além de um trabalho remunerado que ela já pratica há 10 anos através das vendas das peças que ela mesma confecciona. “Estou encantada com essas primeiras cenas do documentário. Para mim, é um orgulho ser rendeira e representar essa profissão no documentário e, é uma forma também de ganhar dinheiro, além de esquecer os problemas da vida enquanto estou trabalhando, acabo esquecendo do mundo lá fora. Só quero saber de fazer renda irlandesa”, justifica.

O documentário permite que o aluno possa aprender e compreender sobre a tradição do modo de fazer renda nos municípios sergipanos de Laranjeiras, Divina Pastora, Maruim e Nossa Senhora do Socorro. “Eu gostei do conjunto da obra. Eu aprendi muito. Antes eu pensava que apenas o município de Divina Pastora tinha a renda irlandesa, com o projeto vi que são quatro polos no total e que diversas famílias sobrevivem há anos através da renda irlandesa e com a produção do documentário podemos perpetuar essa arte”,diz a estudante e integrante do projeto, Lilian Leite. 
 
A exibição dos primeiros cortes termo usado no audiovisual é assistir as cenas cruas sem edição. “Os alunos passaram por diversas oficinas, como entrevistar, como pesquisar sobre o tema, como manusear a câmera, entre outros temas e hoje, exibimos as cenas que eles produziram durante as aulas práticas e a partir deste ponto vamos trabalhar a última etapa e uma das mais importantes, que é a edição”, conclui o produtor Kassem.

Texto e imagens reproduzidos do site: aracaju.se.gov.br