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sábado, 18 de março de 2023

Painéis em grafite homenageiam os 168 anos de Aracaju

Foto: reprodução arquivo pessoal

Legenda da foto: Dalvan Dext, grafieito - (Crédito da foto; arquivo pessoal)

Publicação compartilhada do site A8 SE, de 15 de março de 2023

Painéis em grafite homenageiam os 168 anos de Aracaju

Por redação Portal A8SE e assessoria de comunicação

Aracaju celebra 168 anos no... para celebar, o coletivo Espaço Criativo produz painéis artísticos em grafite, distribuídos em bairros periféricos da capital.

Entre os elementos presentes nas artes, o caranguejo, a mangaba, o relógio do mercado municipal, os barcos do Rio Sergipe, o papagaio, e tantos outros que são singularidades da cidade. "Fizemos a primeira ação no bairro Dom Luciano e outra no Santa Maria. A ideia foi levar esses painéis, essa comemoração do aniversário para dentro das periferias e, assim, valorizar o espaço”, destacou Dalvan Dext, grafiteiro e artista sergipano.

O coletivo tem pouco tempo de fundação, mas traz em sua composição integrantes com mais de 16 anos de experiência com a arte, é o caso de Dalvan Dext que já participou de diversos eventos na área, realizou oficinas em escolas.

“Conheci o grafite através de um evento e depois em um projeto social, então uma das coisas que eu tentei trazer de volta para a comunidade é essa oportunidade da criançada conhecer a arte e ter esse contato. Através do grafite elaboramos oficinas, apresentações de rap, envolvendo também o hip hop. Toda ação que realizamos tem a participação da comunidade. Toda vez que estamos pintando e alguém também desperta esse interesse em participar da pintura do painel, nós também abrimos o espaço”, pontuou o artista.

Para Jhully Souza, fundadora do coletivo Espaço Criativo, além do embelezamento, o grafite tem a função de educar. “Para fazer um grafite a gente precisa de autorização, então, sempre buscamos locais onde conseguimos dialogar com a comunidade, para que ela possa entender e o dono da casa libere o muro para realizarmos o painel. O objetivo em si do coletivo é para além do embelezamento que causa na comunidade, mas uma questão da revitalização e incentivo do uso do muro, levando para essas comunidades ditas como ‘violentas’ “, destacou.

Texto e imagens reproduzidos do site: a8se.com

sexta-feira, 17 de março de 2023

Aracaju > 168 Anos - 17 de março



Revisão na biografia de João Bebe-Água

Legenda da imagem: Vereador, juiz, beato, pesquisas revelam um outro João Bebe-Água. Xilogravura de Nivaldo Oliveira, 2013

Publicação compartilhada do site DESTAQUE NOTÍCIAS, de 17 de março de 2023

Revisão na biografia de João Bebe-Água
Por Thiago Fragata*

A Mudança da Capital de São Cristóvão para o povoado de Santo Antônio do Aracaju constitui o segundo tema mais estudado na historiografia sergipana, perdendo somente para a questão dos limites entre Sergipe e Bahia. No entanto, boa parte dessa produção pautou-se em discutir a origem e povoamento de Aracaju, o mérito/demérito e acerto/erro do governante Inácio Joaquim Barbosa, o grau de ingerência de João Gomes de Mello, o Barão de Maruim, na decisão política.

Numa perspectiva inovadora para época, 1942, o jovem José Calasans Brandão da Silva apresentou sua tese para concurso à cadeira de História do Brasil e de Sergipe da Escola Normal. Na visão calasiana a decisão teve fatores externos ou nacionais, como a política de conciliação inaugurada pelo Marques de Paraná, a era Mauá e uma mentalidade mercantil. Mas também, apresentou fatores internos ou regionais, como o fato do escoamento da produção taxada na capital São Cristóvão depender das marés do rio Paramopama, afluente do rio Vaza Barris. Sem esquecer que a zona mais próspera da Província chamava-se Cotingüiba e nela se achava assentada a economia sergipana. Em resumo, Calasans atenta para uma tendência nacional de mudar a sede para beira-mar mostrando que Alagoas (1832) e Piauí (1851) fizeram o mesmo naquele contexto.

Mas falando de João Bebe-Água ou de João Nepomuceno Borges, vejamos o que foi possível apurar nas recentes pesquisas. A primeira etapa da organização do Arquivo da Prefeitura Municipal de São Cristóvão, em 2006, revelou novidades sobre o enigmático sujeito que nos convida a reflexão acerca da visão depreciativa e caricata que ganhou foros de verdade em razão da repetição ao longo do tempo.
Antes gostaria de esclarecer que a intenção aqui não é heroicizar a personagem que vencida pela ação dos adversários políticos – João Bebe-Água era membro do Partido Liberal. Ele viu seu comercio falir, foi rotulado louco, patriota insano, um maltrapilho que morreu sonhando com o retorno da capital a guardar foguetes para estourar nesse dia.

Lembrando conhecido jargão da historiografia francesa “História faz-se com documentos”. Eis que entre papéis antigos do Arquivo da Prefeitura de São Cristóvão descobrimos que o homem simples gozava de prestígio perante a população sancristovense. Era vereador em 1864, cargo não-remunerado naquela época. O termo de sua posse (29/09) informa que João Nepomuceno Borges era vereador re-eleito.1

Ao correr os olhos no citado Livro de Eleições não demoramos a encontrar João Nepomuceno Borges como juiz de paz em 1893. Sabemos que ele não tinha formação em ciências jurídicas, o que não era requisito para o desempenho das atividades inerentes ao cargo, atinente a resolução de problemas da ordem pública e organização das eleições de vereadores e juízes. Manuel dos Passos de Oliveira Teles, juiz de órfãos de São Cristóvão, na época, afirmou ter conhecido João Bebe-Água e garante que ele “não foi louco, não foi um mendigo, era um resignado”.2 Por sua vez, Sebrão Sobrinho, mesmo discordando de Manuel dos Passos em quase tudo, assegura que “João Bebe-Água não foi um tipo à-toa”.

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*É especialista em História Cultural (UFS), sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe e Diretor do Museu Histórico de Sergipe.

Texto e imagem reproduzidos do site: destaquenoticias.com.br

Aracaju, uma cidade que foi planejada para ser capital

O bonde elétrico foi uma novidade em Aracaju da década de 30

Legenda da foto: Igreja do Santo Antônio na década de 30

 Publicação compartilhada do site DESTAQUE NOTÍCIAS, de 17 de março de 2023

Aracaju, uma cidade que foi planejada para ser capital

A capital de Sergipe, Aracaju, que significa cajueiro dos papagaios, está completando neste 17 de março, 168 anos. Fundada em 17 de março de 1855, é a menos populosa capital do nordeste do Brasil. A história de Aracaju – antigo povoado Santo Antônio de Aracaju – é uma das mais inusitadas. Sua fundação ocorreu inversamente ao convencional. Ou seja, não surgiu de forma espontânea como as demais cidades, foi planejada especialmente para ser a sede do governo do Estado. Passou à frente de municípios já estruturados, principalmente São Cristóvão, do qual ganhou a posição de capital.

Acredita-se que uma capelinha, a Igreja de Santo Antônio, erguida no alto da colina, tenha sido o início da formação do arraial que se transformaria depois na capital do Estado. A cidade de Aracaju, hoje com cerca de 650 mil habitantes, surgiu de uma colônia de pescador que pertencia juridicamente a São Cristóvão. Seu nome é de origem tupi, e, segundo estudiosos da língua indígena, significa cajueiro dos papagaios.

Por ter o privilégio de estar localizado no litoral e ser banhado pelos rios Sergipe e Vaza-Barris, o pequeno povoado foi escolhido pelo presidente da província, Inácio Joaquim Barbosa, para ser a sede do Governo. Deixou para trás, além de São Cristóvão, grandes cidades como Laranjeiras, Maruim e Itaporanga d’Ájuda. Inácio Barbosa assumiu o governo em 1853 com o desejo de fazer prosperar ainda mais a província. Ele sabia que o desenvolvimento do Estado dependia de um porto para facilitar o escoamento da produção. Apesar de várias cidades no Estado estarem desenvolvidas econômica e socialmente, faltava essa facilidade.

Cidade planejada

O presidente contratou o engenheiro Sebastião José Basílio Pirro (homenageado com nome de rua em Aracaju) para planejar a cidade, que foi edificada sob um projeto que traçou todas as ruas em linha reta, formando quarteirões simétricos que lembravam um tabuleiro de xadrez. Com a pressa exigida pelo Governo, não houve tempo para que fosse feito um levantamento completo das condições da localidade, criando erros irremediáveis que causam inundações até hoje.

O projeto da cidade se resumia em um simples plano de alinhamentos de ruas dentro de um quadrado com 1.188 metros. Estendia-se da embocadura do Rio Aracaju (que não existe mais), até as esquinas das avenidas Ivo do Prado com Barão de Maruim, e a Rua Dom Bosco (antiga São Paulo). A cidade cresceu inflexível dentro do tabuleiro de xadrez. Aterrou vales e elevou-se nos montes de areia. Foram feitas desapropriações onerosas e desnecessárias, para que o projeto mantivesse a reta. A única exceção foi uma alteração imposta pelo próprio presidente, permitindo que a Rua da Frente ganhasse uma curva, criando a bela avenida que margeia o rio Sergipe.

Arraiais de pescadores

As terras de Aracaju originaram-se das sesmarias, doadas a Pero Gonçalves por volta de 1602. Compreendiam 160 quilômetros de costa, que iam da barra do Rio Real à barra do Rio São Francisco, onde em toda as margens do estuário não existia uma vila sequer. Apenas eram encontrados arraiais de pescadores.

Há notícias de que às margens do Rio Sergipe, em 1669, existia uma aldeia chamada Santo Antônio do Aracaju, cujo capitão era o indígena João Mulato. Quase um século depois, essa comunidade encontrava-se incluída entre as mais importantes freguesias de Nossa Senhora do perpétuo Socorro do Tomar do Cotinguiba.

Os fatos mais relevantes da vida política de Aracaju estão registrados a partir de 1855. O desaparecimento das lutas e agitações da vida colonial possibilitou o crescimento da economia. O açúcar, produto básico da província, era transportado por navios que traziam em troca mercadorias e as notícias do reino.

Texto e imagens reproduzidos do sute: destaquenoticias.com.br

Aracaju comemora 168 anos com avanços em desenvolvimento urbano...

Foto: André Moreira

Publicação compartilhada do site da PMA, de 17 de março de 2023

Aracaju comemora 168 anos com avanços em desenvolvimento urbano e superação de desafios

Agência Aracaju de Notícias

Nesta sexta-feira, 17 de março, a cidade de Aracaju comemora 168 anos de fundação. A sua formação é fruto da superação de limitações geográficas e o processo de emancipação em relação à Bahia está no início de toda a sua história. Para o prefeito cidade, Edvaldo Nogueira, comemorar o aniversário de Aracaju "é sempre muito especial, não apenas pelo trabalho que realizamos para que a nossa capital cresça e se desenvolva, mas, sobretudo, pela sua rica história que foi construída com a participação de milhares de pessoas".

"É uma ocasião em que olhamos para o passado, para cada tijolo que foi colocado na cidade, garantindo o seu progresso, mas que também renovamos a nossa esperança por um futuro ainda melhor. Foi o ato heróico e visionário de Ignácio Barbosa, de transferir a capital para Aracaju, que a fez se tornar a locomotiva para o crescimento pujante do nosso estado, então é muito importante que a gente comemore os 168 anos de uma capital que foi planejada e que é resultado de um trabalho coletivo do seu povo. Celebraremos esta data com a grandiosidade que a nossa cidade merece”, comemora o prefeito.

De acordo com o professor e historiador Paulo Teles, após a emancipação política, Sergipe, cuja capital, à época, era o município de São Cristovão, ainda passou um tempo dependente economicamente da Bahia. Ele conta que a partir de 1853, o então primeiro-ministro Honório Hermeto de Carneiro Leão estabeleceu o Ministério da Conciliação, viabilizando a estabilidade política que o estado precisava para a realização de grandes obras de infraestrutura.

“Diante desse cenário, o presidente da província, Inácio Joaquim Barbosa, teve a iniciativa de buscar uma nova capital, de preferência que tivesse o acesso direto ao mar e que possibilitasse a construção de um porto. Para isso, ele teve que superar forças políticas tradicionais na província de Sergipe, que não tinham interesse de que a capital deixasse de ser São Cristóvão", explica.

A partir da sua aliança com João Gomes de Melo, conhecido como Barão de Maruim,  completa Paulo Teles, foi ratificada a mudança da capital para Aracaju, que à época era um vilarejo de pescadores. O simples fato de propor a mudança para Aracaju, na época, já era algo impensável. Aracaju era uma região marcada pela presença de manguezais, muitos charcos, áreas alagadiças e assolada por uma série de doenças”, detalha o historiador.

Fundação e crescimentoCom a transferência da capital da província para Aracaju, em 17 de março de 1855, a nova cidade foi projetada pelo arquiteto Sebastião José Basílio Pirro, em um formato semelhante a um tabuleiro de xadrez. O projeto tinha grande influência de uma arquitetura voltada para elementos neoclássicos.

“No início, foi construída uma capital que era voltada para receber apenas funcionários públicos. A maior evidência disso é que, nesse primeiro momento, as camadas mais populares acabaram sendo excluídas de dentro desse tabuleiro. Os trabalhadores que ajudaram a construir a cidade acabaram vivendo às margens, alguns no que futuramente seria o bairro Industrial, outros pela região do Aribé [atual bairro Siqueira Campos], outros se agruparam onde hoje é a Caixa D'água [no bairro Cirurgia]”, explica Paulo Teles.

A Colina do Santo Antônio, relembra o historiador, foi o ponto de partida da cidade, que teve como primeira igreja a de São Salvador do Aracaju, na rua Laranjeiras, no Centro. Em 1857 foi construída a praça Fausto Cardoso, e em seguida surgiram outros símbolos de poder. “Eu vejo Aracaju como uma cidade do impossível, capaz de se reinventar. Um lugar que recebe muitas pessoas que estão fugindo dos grandes centros e que oferece todo o conforto que uma capital pode oferecer. Quem vem para cá fala da tranquilidade, da possibilidade de se ter uma vida menos agitada, mas acima de tudo, fala de uma cidade em que tudo é possível se fazer”, conta Paulo Teles.

Desenvolvimento da cidadePara que Aracaju se desenvolvesse, a cidade superou muitos obstáculos naturais. O “tabuleiro de Pirro”, com quarteirões retangulares, era considerado moderno para a época. Mas de acordo com o engenheiro Sérgio Ferrari, secretário municipal de Infraestrutura e presidente da Empresa Municipal de Obras e Urbanização (Emurb), esse traçado retangular não foi uma boa ideia para uma cidade situada em região de mangue. “Esse tipo de traçado, se por um lado foi moderno para a época, por outro, fez com que o crescimento da cidade se desse por meio de aterros de manguezais”, observa.

Com o passar do tempo, a cidade expandiu os seus horizontes e passou a ser beneficiada pelo desenvolvimento industrial decorrente da chegada da estrada de ferro. Ferrari explica que a cidade começou a criar novos vetores de crescimento e foi se expandindo para todos os lados. “Hoje, Aracaju suplantou completamente o conceito original. Não é mais uma cidade com a estrutura quadriculada, mas ainda continua a ter grande parte do seu crescimento se dando em regiões baixas. É uma cidade moderna, praticamente não está mais restrita ao Centro, há várias centralidades, grandes áreas de expansão humana, com ruas mais largas. Aracaju está saindo daquele padrão quadriculado para um padrão em que a gente acompanha os acidentes naturais de rios e de praias, por exemplo”, diz.

Sérgio Ferrari destaca que a cidade, atualmente, se prepara para o futuro, para vencer demandas ambientais. Para ele, é preciso conjugar a expansão com a proteção do meio ambiente, pensando na drenagem da cidade e em tecnologias de construção que possam prevenir contra as possíveis alagamentos.

A capital sergipana tem também muitos desafios pela frente, a exemplo da mobilidade urbana, como salienta o gestor de Obras da capital. “Aracaju não tem grandes vias urbanas, a maioria das ruas e avenidas é estreita. Um grande diferencial é o bairro 17 de Março, que foi construído pela gestão do prefeito Edvaldo Nogueira com uma visão de que é preciso ter ruas largas. Na hora de planejar, tem que pensar no futuro, evitando os gargalos de escoamento. Além disso, a cidade também precisa ter mais arborização. Tudo isso ainda é um grande desafio para o futuro”, destaca Sérgio Ferrari.

Dinâmica territorialUma das características da dinâmica territorial de Aracaju é o avanço sobre as regiões de mangue. Segundo a professora doutora em Geografia Guta Mundim Vargas, desde o rio do Sal até o Vaza Barris, Aracaju é uma cidade tropical "envelopada por manguezais". "Acho um sítio muito singular, muito lindo”, ressalta. Ela explica que a capital teve um retardo na verticalização porque a cultura dos governos, sobretudo no início do século XX, era dos grandes conjuntos residenciais.

“Na minha visão, Aracaju tem essa marca de uma cidade que foi planejada no racionalismo passando por cima de mangues. Quando veio a verticalização, surgiu também outro segmento de ocupação que segrega a população, que foram os condomínios”, afirma. Para a professora Guta Mundim, a capital sergipana é singular também por outro motivo: é a única cidade do Brasil que tem uma reserva extrativista urbana, que é a Reserva das Mangabeiras, recém-criada pela atual gestão municipal.

A geógrafa destaca também que a dinâmica da ocupação territorial foi ruim, pois resolveu os problemas imediatos da época, mas não pensou nas demandas que poderiam surgir no futuro. “Estamos completando 168 anos da fundação da nossa cidade. A cada ano temos que nos lembrar das nossas feridas, mas também ressaltar as nossas singularidades. É por isso que eu amo Aracaju”, afirmou.

Texto e imagem reproduzidos do site: aracaju.se.gov.br