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domingo, 4 de junho de 2023

Amendoim cozido é uma especialidade de Sergipe

O amendoim cozido virou patrimônio imaterial de Sergipe 

Legenda da foto: Sergipe possui mais de 5 mil vendedores autônomos de amendoim verde cozido

Publicação compartilhada do site: DESTAQUE NOTÍCIAS, de 4 de junho de 2023

Amendoim cozido é uma especialidade de Sergipe

Quem vem a Sergipe, tem a oportunidade de experimentar diversos sabores da gastronomia regional. O caranguejo, a tapioca, as iguarias de milho e diversos outros pratos que são típicos do estado atraem muitos turistas pela boca. Um desses sabores autenticamente sergipanos é o do amendoim verde cozido: apesar de não ser uma iguaria exclusiva do nosso estado, a forma como ele é produzido e consumido é muito específica do povo sergipano. Seu cozimento com água, sal e limão, bem simples e artesanal, deixa o alimento com sabor característico e muito apreciado como aperitivo.

Essa forma de preparo e seu particular sabor estimularam a então deputada estadual Ana Lúcia Menezes (PT) a elaborar um Projeto de Lei considerando o nosso amendoim patrimônio imaterial de Sergipe. Sancionada em 2013, a Lei contempla tanto a preservação de um bem cultural típico e exclusivo do estado, como também reforça a importância do produto para o comércio local. Atualmente, Sergipe possui mais de 5 mil vendedores autônomos de amendoim verde.

Por acaso

A maneira de consumi-lo tão usada em Sergipe foi descoberta por acaso. O amendoim já era produzido no interior do estado, cozido em salmoura e mantido no próprio caldo. Um dia, um produtor decidiu adicionar limões no momento do cozimento, com o intuito de conservar o alimento. Ao verificar que o resultado não era o esperado e acreditando que teria prejuízos decorrentes do “erro”, o produtor deixou o amendoim secar, escorrendo numa peneira. Ao prová-lo, depois de seco, ele percebeu que havia descoberto uma nova forma de produzir o amedoim.

Por conta disto e da paixão do sergipano por este petisco natural, é que foi sancionada uma lei estadual que reconhece o amendoim como patrimônio imaterial de Sergipe. A nova lei contempla tanto a preservação de um bem cultural típico, como também reforça a importância do produto no comércio local. Atualmente, Sergipe possui mais de 5 mil vendedores autônomos de amendoim verde cozido, que diariamente produzem e comercializam cerca de 84 toneladas do alimento. Isso faz com que o estado seja exportador do produto para outros lugares da federação como Bahia e São Paulo.

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Texto publicado originalmente pelo Hotel Céli 

Fotos: Cesar Oliveira e portal Infonet

Texto e imagens reproduzidos do site: destaquenoticias com br

quarta-feira, 27 de abril de 2022

Cresce a produção do amendoim em perímetros irrigados em Sergipe




Fotos Ascom/Cohidro

Publicado originalmente no site do GOVERNO DE SERGIPE, em 26 de Abril de 2022

Cresce a produção do amendoim em perímetros irrigados em Sergipe

Tendência é de que neste ano a produção aumente ainda mais, já que a maioria das restrições sanitárias por conta da Covid-19 terminaram e os festejos juninos voltarão a todo vapor

Ainda em outubro do ano passado, animados com os resultados positivos do combate à pandemia do coronavírus, os plantadores de amendoim, que recebem água e assistência técnica agrícola nos perímetros irrigados do Governo de Sergipe, retomaram os plantios. Esses agricultores irrigantes apostavam em um 2022 promissor para o turismo e lazer, setores que em Sergipe absorvem boa parte da produção de amendoim cozido, escoando praticamente todas as safras dos produtores.

No Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em Lagarto, nos meses de março e abril deste ano, mais de 20 produtores colheram o amendoim, aproveitando o bom preço do período de entressafra nas lavouras de sequeiro.

O ano de 2021 terminou com a colheita de 905 toneladas nos cinco perímetros de aptidão agrícola da Cohidro. Mas a tendência é de que neste ano a produção aumente ainda mais, já que a maioria das restrições sanitárias por conta da Covid-19 terminaram e os festejos juninos voltarão a todo vapor.

“Neste período ele [o amendoim] está favorável. As colheitas aqui estão dando sempre de boa qualidade ultimamente e o preço agora está de R$ 30 a medida [balde de 12 litros], saindo da roça e já abatido o custo com a mão de obra da colheita. Toda semana está acontecendo a colheita do produto”, destacou o gerente do perímetro Piauí, Gildo Almeida.

No perímetro de Lagarto, de janeiro a dezembro de 2021, foram colhidas 144 toneladas, montante que deve ser superado, fazendo referência a produção dos três primeiros meses de 2022 que somam 47,5 ton.

Renilson de Jesus é irrigante no perímetro Piauí e há mais de um mês vem fazendo a colheita do amendoim plantado. As colheitas das suas lavouras geram mão de obra para dez pessoas por vez, além do irrigante.

O agricultor explica que, para ele, o período bom para produzir é fora do inverno, quando na região Nordeste tem chuvas escassas e só colhe quem possuir irrigação. Há dez anos produzindo amendoim, Renilson colhe até quando a produção da agricultura de sequeiro começa a chegar ao mercado.

“Eu pretendo plantar de novo só no final do inverno. Esse período é bom de produzir, mas, o preço fica mais barato. A partir de agora muitas pessoas plantam fora de irrigação, aproveitando as chuvas do inverno. A escolha do amendoim, no caso do período irrigado aqui, é por dar mais um dinheirinho. Porque o pessoal só planta irrigando mesmo”, salienta Renilson.

Texto e imagem reproduzidos do site: se.gov.br

quinta-feira, 14 de novembro de 2019

Amendoim já sai cozido do perímetro irrigado Piauí, em Lagarto










Publicado originalmente no site do GOVERNO DE SERGIPE, em 13 de novembro de 2019

Amendoim já sai cozido do perímetro irrigado Piauí

Produtores utilizam irrigação pública para plantar mais de uma vez ao ano, além de beneficiar as suas colheitas e as dos vizinhos

Patrimônio imaterial, reconhecido pela Lei Estadual 7.682 de 2013, o amendoim cozido é orgulho do estado de Sergipe. Quer saber uma curiosidade? A enorme demanda interna pelo produto é suprida, quase que na totalidade, por produção local. O estado produz, anualmente, uma média de 1,9 mil ton de amendoim, numa área total de 1.100 hectares. Parte considerável dessa produção está nos perímetros irrigados administrados pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), que oferecem a vantagem da colheita mais de uma vez por ano. Em Lagarto, tem irrigante do perímetro Piauí que, além de plantar e colher, também cozinha as vagens em água, sal e limão, deixando pronto o petisco preferido por 10 em cada 10 sergipanos e, claro, pelos turistas que aqui aportam.

Em 2018, nos perímetros mantidos pelo Governo do Estado, através da Cohidro, foram colhidas 675 ton de amendoim de plantios irrigados, em 182 ha. Diretor de Irrigação da companhia, João Fonseca explica que o plantio do amendoim tem vantagens que vão além da boa procura nos períodos de férias e das grandes festas, como o São João e o Carnaval, por ter uso na rotatividade das culturas. “É uma cultura pouco exigente. Atua na fixação do nitrogênio ao solo e fornece grande quantidade de restos culturais, ajudando o agricultor a economizar em adubação. Por essas vantagens, em nossos perímetros, ele acaba por suceder outros cultivos mais duradouros ou exigentes durante as entressafras, como a batata-doce e o coentro”, revela.

No perímetro Piauí, os irrigantes colheram 173 ton de amendoim no ano passado, plantados em 50 ha. Um deles é José Nivaldo, que divide seu lote irrigado de 1,6 ha em cerca de cinco lavouras, mas planta mais de uma com amendoim. “Eu costumo plantar em meados do mês de agosto e, até março, estou colhendo ainda. Acredito que dê na faixa de umas 600 ‘terças’ (balde de 12 litros) por hectare”, conta. A primeira parcela do ano ele já começou a colher. “Essa semana eu vou começar o plantio de uma nova lavoura. O preço vai pela época. Agora mesmo está ótimo, de R$ 35,00 a R$ 30,00 a ‘terça’”, detalha. Segundo o produtor, a facilidade no cultivo e os 70 dias entre o plantio e a colheita o motivam a plantar.

"A Cohidro ajuda no fornecimento de água da irrigação e, às vezes, quando preciso de orientação técnica, quando surge um novo problema na plantação, eu procuro um dos técnicos agrícolas da Cohidro e eles me orientam sobre o que fazer. Mas temos aqui o Gildo (Almeida), o gerente do perímetro que é da área, que conhece as necessidades com relação à água e está fazendo um bom trabalho", opinou José Nivaldo. Durante 55 anos, o irrigante viveu e trabalhou no mesmo lote e, há 32, ganhou um estímulo a mais para produzir, passando a ser atendido pelo perímetro irrigado. Dessa forma, pôde explorar o lote com novas culturas e em períodos do ano em que não há boa incidência de chuvas, a exemplo do plantio do amendoim para colher e cozinhar no verão.

“Todo ano, nesse período agora eu planto amendoim e, mais tarde, eu planto novamente para tirar no Carnaval. Só faço um plantio em cada área, quando chega o inverno eu planto milho”, disse o conhecido Toinho do Amendoim. Em sua primeira área, cerca de 0,4 ha, colhe de 15 a 20 sacos, que vai ele mesmo beneficiar e revender para comerciantes de Lagarto e da Ceasa de Aracaju. “Eu cozinho toda semana. Quem compra quase toda roça do perímetro sou eu. O do perímetro é melhor, porque vem mais limpo. Mas quando vem de fora do estado é cheio de talo, bagaço, um monte de terra. Com o pessoal daqui não é assim, eles ajeitam tudo direitinho. E a Cohidro ajuda com a irrigação, tanto aqui quanto nos outros perímetros”, finalizou.

Texto e imagens reproduzidos do site: se.gov.br

terça-feira, 6 de junho de 2017

Amendoim: de tira-gosto a patrimônio imaterial

Foto: Ana Lícia Menezes.

Publicado originalmente no site Comunicação VIP, em 1 de junho de 2017.

Amendoim: de tira-gosto a patrimônio imaterial.

Cozimento da semente é autenticamente sergipana. Em Aracaju, consumi-la já virou tradição.

Ele vai bem na praia, no barzinho e até mesmo em casa. Cozido, ele se torna tipicamente nosso. Aracajuano adora e não dispensa, seja acompanhado de uma cervejinha gelada, seja apenas como um passatempo. Nas festas juninas, então, não pode faltar. Semente de uma planta originária da América do Sul, ele é conhecido, em outros países, como caranga, aráquide, alcagoita, mandubi, amendubi, entres outros nomes.

Já descobriu o que é? É o amendoim verde. Cozido em água e sal grosso, como é feito em Sergipe, o amendoim adquire sabor e textura que só se encontram aqui. Como explica o vendedor Antônio Misael, depois de retirado do pé, é preciso cozinhar o amendoim ainda no mesmo dia. Caso contrário, as sementes começam a adquirir um aspecto grudento, o que prejudica o resultado final.

Ainda segundo Sr. Antônio, que vende amendoim no mercado Albano Franco, o processo de cozimento é rápido. “O primeiro tacho é cozido em uns 30 minutos. A partir daí, fica mais rápido. Depois, colocamos na lona para escorrer e esfriar; então, ensacamos”, explica o procedimento que conhece há 23 anos.

Quem vem de fora, prova, aprova e ainda leva quando vai embora. É o caso de Adriana Galvão. Aracajuana e com a família toda morando aqui, ela já morou em diversas cidades brasileiras e, atualmente, está em Salvador.

“Toda vez que venho para cá, levo quilos de amendoim na bagagem de volta para casa. Adoro o amendoim que temos em Aracaju. Em nenhuma cidade que morei, encontrei um amendoim como esse”, conta.

Na capital sergipana, o amendoim cozido pode ser encontrado, principalmente, nos mercados centrais, nas feiras dos bairros e em alguns pontos espalhados pelo Centro da cidade. Mas ainda é possível ver também vendedores ambulantes pelas ruas, a carregar grandes sacos cheios da semente cozida. Eles param de bar em bar, oferecendo o produto. E é difícil haver quem recuse. A atividade impulsiona o comércio local.

Por ser produzido e consumido de forma única em terras sergipanas, além de importante produto comercial, o alimento passou a ser reconhecido como patrimônio imaterial de Sergipe, através da lei estadual 7.682/2013. A lei ajuda a preservar um bem simbólico e autêntico do nosso estado.

Equipe VIP.

Texto e imagem reproduzidos do site: comunicacaovip.com.br

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Amendoim verde cozido é patrimônio imaterial de Sergipe

 Plantação de amendoim irrigado no Povoado Antas, em Malhador/SE.

 Amendoim sendo colhido nas roças do interior de Sergipe.
Foto: Jorge Luiz/TV Sergipe.

 Cozimento do amendoim depois que é retirado da terra.
Foto: Jorge Luiz/TV Sergipe.



Fotos: Anderson Barbosa/G1.

Publicado originalmente pelo site G1 SE., em 08/04/2017.

Amendoim verde cozido é patrimônio imaterial de Sergipe.

Sabor desperta interesse de turistas de várias partes do Brasil. Litro do amendoim está mais caro por causa da seca que o estado enfrenta.

Por Anderson Barbosa, G1 SE, Aracaju.

No Mercado Municipal de Aracaju (SE) o amendoim pode ser encontrado em fartura nas bancas que se espalham pelo local. Molhadinha ou mais seca, a semente verde cozida, protegida por uma casca, é um dos produtos mais procurados por sergipanos e muitos turistas.

E por falar em turistas, são eles quem movimentam a venda da semente da família das oleaginosas, consumida o ano inteiro nas praias e bares da capital e interior do estado. “Este tipo de amendoim só é vendido aqui. Tem muita gente que leva para São Paulo, Brasília, Recife e outras partes do Brasil”, conta Edvaldo de Oliveira, que vende no local há mais de 20 anos.

"Nunca encontrei um amendoim tão gostoso como o de Aracaju" - Vagner Sena , turista do Rio de Janeiro.

Foi quebrando a casca e provando o que tinha dentro dela, que o jornalista do Rio de Janeiro, Fábio Ventura, descobriu um sabor bem diferente do que estava acostumado. Toda vez que volta a Aracaju sempre arruma espaço na bagagem para levar o fruto.

“No Rio a gente não é muito acostumado a comer esse tipo de amendoim porque ele já vem comercializado nos saquinhos, nas opções de salgado e doce. O que experimentei em Aracaju era mais rústico e tinha um sabor bem diferente do que estava acostumado. A gente percebe que ele vem direto do campo para a mesa”, conta o jornalista.

Pra que nasceu em Aracaju e há 50 anos passou a morar na Cidade Maravilhosa, ficar distante do local de origem do amendoim cozido exige um pouco de paciência. “Todas as vezes que retorno a Aracaju a primeira coisa que eu faço é comprar amendoim. A gente sempre encontra na frente do supermercado, nas praças, no mercado municipal e quando volto para o Rio levo bastante. Igual ao amendoim de Sergipe não existe em lugar algum”, conta a cuidadora de idosos Adilia Sena.

Depois de morar 10 anos em Aracaju, o motorista carioca Vagner Sena conta que sente falta do sabor do amendoim que se acostumou o comer em Sergipe. Quando há oito meses voltou a morar com a tia no Rio de janeiro, não deixou de levar a encomenda para toda a família. “É lei levar na mala por ser diferenciado, cozido, porque no Rio a gente só come o torrado, que é totalmente industrializado. Nunca encontrei um amendoim tão gostoso como o de Aracaju”, afirma.

Patrimônio Imaterial

O modo de preparar o amendoim verde cozido neste pedaço do Nordeste, que depois de arrancado da terra é cozido na água, sal e limão, virou Patrimônio Imaterial de Sergipe no ano de 2013, através do projeto lei aprovado na Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese).

“O amendoim produzido no estado não chega a amadurecer direito. O de fora, como o de Alagoas, os produtores deixam ficar mais maduro porque usam na fabricação de óleo e só serve maduro. Arrancando caroço verde é mais molinho e a gente consegue pegar mais preço”, explica o vendedor Edvaldo de Oliveira.

Segundo a Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), os últimos dados da produção do amendoim são de 2015 quando acumulou 3.824 toneladas, contra 3.572 do ano anterior. Tudo que é produzido no campo é repassado para atravessadores, que levam o produto às feiras livres da região, e à Central de Abastecimento de Sergipe, além do Mercado Central da Capital, praias da Orla da Atalaia e do todo o litoral do estado.

"É um produto importante para nossa agricultura, que virou também um símbolo. No estado ainda não existe um programa de incentivo a esta cultura, mas é possível sim construir uma ação dialogando com os produtores e a Emdagro" - Esmeraldo Leal, secretário da Agricultura de Sergipe.

A produção se concentra na Zona Rural de 38 municípios, sendo que os cinco maiores produtores são: Itabaiana, Areia Branca, Lagarto, Moita Bonita e São Domingos. “O da região de Malhador e Itabaiana é diferente. É um amendoim selecionado, limpo, mais alvo e mais gostoso do que o que vem de fora. Tem qualidade e é mais caro. Atualmente o litro custa R$ 6, enquanto o que está vindo de Alagoas está custando R$ 4, o litro, e fazemos três por R$ 10”, aponta mais esta diferença o vendedor José Eduardo.

O secretário da Agricultura de Sergipe, Esmeraldo Leal, ressalta que o amendoim é um dos grandes orgulhos do estado, produzido principalmente na Região do Cotinguiba. “É um produto importante para nossa agricultura, que virou também um símbolo. No estado ainda não existe um programa de incentivo a esta cultura, mas é possível sim construir uma ação dialogando com os produtores e a Emdagro”, explica.

Sobre a lei que tornou o amendoim Patrimônio Imaterial de Sergipe, o secretário informa que a aprovação dela ajudou a aquecer a economia do estado, aumentando o consumo e ganhando força em outros estados. “Isso movimentou o turismo e a nossa auto estima. O amendoim cozido verde é um diferencial e um orgulho para todos nós”, completa.

Amendoim fonte de renda

Antônio dos Santos tem 50 anos e desde os 15 comercializa amendoim nas ferias livres da Capital. A banca onde atualmente trabalha recebe visita de turistas de várias partes do Brasil. “Aqui passa gente de Salvador, Pernambuco, Manaus, Rio Grande do Sul, de vários lugares”, conta.

O produto é a única fonte de renda dele, que mora sozinho. “O meu salário depende da movimentação dos clientes. Tem meses que dá bom, outros um pouco pior, mas a média é uns R$ 700 a R$ 800. Já cheguei a tirar mais de R$ 1 mil, isso nos meses de junho, quando a tradição de comer amendoim é maior por causa das festas juninas”, justifica.

Antônio explica que foi a falta de oportunidade no mercado de trabalho que o levou a vender o produto. “Não tinha emprego e fui me virando. Nunca trabalhei de carteira assinada. Era menor de idade quando comecei a trabalhar assim. Entrei e não saí mais", diz.

Assim como ele, pelo menos cerca de 5 mil pessoas, vivem em Sergipe da produção e comercialização do grão, segundo o projeto lei apresentado na Assembleia Legislativa de Sergipe, que tornou a leguminosa Patrimônio Imaterial do Estado.

A plantação

O Povoado Antas, município de Malhador (SE), é um desses locais onde as roças da oleaginosa podem ser encontradas facilmente. A agricultora Maria Pureza dos Santos planta amendoim há cerca de 25 anos, separou este ano duas tarefas e meia para o cultivo, que só iniciou no final de março por causa do atraso nas chuvas. “Se chover certinho a gente vai conseguir tirar até 15 quartas desta roça, vendendo entre R$ 450 e de R$ 600 a quarta de 200 litros”, conta esperançosa.

Após 70 dias, ela já deve colher o fruto e começar a ganhar dinheiro com a roça que domina a povoação. “O amendoim dá com três meses, aí é um dinheiro mais rápido, porque a mandioca a gente planta mais, porém só colhe com um ano, um ano e meio”, justifica.

O agricultor José Silvânio Santos Nascimento explica que o custo com a roça do amendoim é outro diferencial. “Comparado a outras lavouras é barato se tiver a semente, que a gente já guarda da safra anterior. Depois é só cuidar da adubação da terra e duas limpas de enxada. Antes dos três meses está no ponto de colher. Cada tarefa tira 10 a 11 quartas de amendoim”, conta.

Silvânio explica que os agricultores do povoado não fazem a parte do cozimento, processo que é realizado por compradores de Moita Bonita (SE), e de lá o principal produto do povoado percorre o país. “O amendoim é uma salvação para nossa comunidade. Sem ele a gente não teria uma boa renda a cada três meses”, diz aliviado.

O lugarejo com poucas residências também possui roças com a semente cultivada de forma irrigada, possibilitando até quatro safras por ano. “Agora é o que tem mais por aqui e o preço também está bom, variando a quarta de R$ 500 a R$ 600“, afirma.

O preço.

A longa estiagem que se arrasta nos últimos três anos em Sergipe afetou diretamente a produção do amendoim, que nos últimos três meses sofreu um aumento significativo no litro. No Mercado Municipal de Aracaju, o preço do amendoim que vem de Alagoas varia entre R$ 4 e R$ 6, o litro. “O de Itabaiana (SE), o saco com 100 litros está custando pra gente R$ 400, era 200 há cinco meses, o de fora a mesma quantidade saí por R$ 250. Depois que a seca apertou tudo ficou mais caro porque até as irrigações estão paradas”, informa o vendedor José Eduardo.

No calçadão de Aracaju, que fica a poucos metros do mercado, também é possível encontrar muitos vendedores, mas o preço só fica mais salgado. O mesmo litro pode sair por até R$ 7 reais, mesmo assim tem gente que gosta tanto do sabor que não se importa. “Sempre com o amendoim de Itabaiana, que mesmo sendo mais caro, tem qualidade”, justifica o motoboy Orando dos Santos Júnior.

E quem gosta do produto não deixa de consumir e se não pode levar dois litros leva um. “Agora a gente tem mais um motivo para saborear e valorizar este produto que a gente ama e já caiu na graça do Brasil”, diz a cabeleireira Maria José Rocha.

“A seca não atingiu somente o Sertão e o Semi-Árido sergipanos, mas também os municípios com força na produção como Malhador, Divina Pastora, Riachuelo. Além dessa seca impactar o produtor que depende do ciclo de chuva, também sentimos uma pressão muito forte dos perímetros irrigados da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (COHIDRO), que produzem amendoim e que, infelizmente, com a diminuição dos volumes de água, alguns tiveram dificuldade para manter a irrigação e, com isso, diminuiu a produção nos perímetros, inflacionando o preço do produto”, explica o secretário de agricultura Esmeraldo Leal.

Mesmo com a seca que continua, o secretário assegura que não vai faltar o alimento na mesma do sergipano neste São João, já que ele faz parte da culinária junina de Sergipe.

Texto e imagens reproduzidos do site: g1.globo.com/se/sergipe

quinta-feira, 30 de junho de 2016

Amendoim cozido é um patrimônio de Sergipe

Foto: Cesar de Oliveira.

Trecho de reportagem publicada originalmente no site:
"Expressão Sergipana, em 22 de junho de 2016.

Para começo de história: quem nunca comeu amendoim cozido não sabe o que está perdendo. E quem já comeu amendoim cozido, sabe o quanto é difícil parar de comer esse danado.

O amendoim cozido é um patrimônio de Sergipe em razão do seu modo de preparo, mais especificamente o seu cozimento e secagem. Vamos encontrar amendoins cozidos em outros estados e inclusive na nossa querida Bahia, porém o modo e o porquê do cozimento é diferente. O costume aqui em Sergipe é tão forte que não só comemos no São João, comemos em qualquer momento de festividade que combine com as baguinhas deliciosas cozidas, na praia então, o que não falta é amendoim para comprar e comer.

A forma como o amendoim é comercializado em Sergipe é autêntica – cozido em água, limão e sal -, por isso, o alimento típico do estado. A partir de uma lei de iniciativa da deputada Ana Lúcia, passa a ser reconhecido oficialmente como Patrimônio Imaterial de Sergipe, por meio da lei 7.682/20013.

Texto e imagem reproduzidos do site: expressaosergipana.com.br

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Amendoim cozido agora é patrimônio de Sergipe






Fotos: Aglacy Mary (Abaís, jan/2010).

Publicado originalmente no blog de Aglacy Mary, em 23/06/2010.

Amendoim cozido agora é patrimônio de Sergipe
Por Aglacy Mary.

Amendoim é um objeto cheio de segredos. Pra começo de conversa, a gente nunca sabe direito como classificar o danado. Sim, ele é uma planta que tem legume - você deve ter lembrado dos feijões e da ervilha, né? Pois é. Uma caixinha curiosa que, ao contrário das outras, nasce embaixo da terra e não se abre, por livre vontade, pra liberar suas sementes. Cheio de charme.

Se você quiser conhecê-lo melhor, pode começar cultivando a planta. Espere a flor nascer e se curvar e se enterrar para depois gerar o amendoim. Depois você vai colher e cozinhar as vagens, que guardam os grãos. A experiência vale ainda mais se você tem por perto uma criança sem ideia sobre a origem dessa delícia. Pronto pra cozinhar, posso até dar a receita, que, em Sergipe, é especial: água, sal e limão numa panela, simples até para quem desconhece o caminho do fogão. Mas acho melhor mesmo indicar o caminho do nosso Mercado Thales Ferraz, que reúne muitas outras curiosidades.

A vantagem de ir ao Thales Ferraz para comprar amendoim cozido - cozido assim e consumido do jeito que é, não se encontra em outro canto deste país - está no pacote cultural que você ganha de brinde (se quiser leia mais). Lá você tem também a possibilidade de escolher, entre os vendedores, as vagens mais ou menos secas, que guardam grãos mais ou menos molhadinhos, conforme seu gosto. Desde menina adivinho seu conteúdo só de olhar. Meu pai me flagrava separando, um a um, aqueles de que mais gosto - os que têm o tecido interno da casca na cor marrom escura (visão de raio X) -, pois o grão estará durinho e menos salgado. Depois é só reunir os amigos e ir comendo sem conseguir parar, ou até encontrar juízo fora da desculpa de que o Arachis hypogaea é rico em proteína.

Nas praias sergipanas, é muito comum que as pessoas nos bares sejam abordadas com a oferta de um mundo de amendoins em um grande cesto. "Quantas latas?" - pergunta o vendedor depois de ter deixado umas três vagens bem escolhidas em sua mesa. A iguaria é, em grande parte das vezes, o que se aprecia antes de se fazer qualquer pedido de comida num barzinho. Se você estiver esperando alguém, faça contagens regressivas brincando de comê-la devagarinho, grão a grão, apostando no momento em que sua companhia vai chegar. Esse lado brinquedo do amendoim também se revelava em minha infância, quando fazíamos brincos simplesmente forçando um tantinho de uma das extremidades da casca. Agora era só colocar a pontinha da orelha ali dentro e começar o desfile com um acessório muito singular. Fazia também graciosos barquinhos, que flutuavam sobre a lâmina d'água do rio (banheira de minha irmã) Poxim.

Vixe! Esses flagrantes de infância trazem a minha lembrança a preocupação de minha mãe com a limpeza do amendoim, sobretudo porque eu não conseguia ainda romper a vagem com a pressão dos dedos; então ia tudo à boca, casca e grãos e boa quantidade de sal que a casca retém. A propósito, alguém conhece quem, estando na rua, lave amendoim antes de comer? Talvez minha irmã mais velha.

Em tempos de festejos juninos, o amendoim cozido se espalha pelas ruas de Aracaju. Por gente de toda idade, ele é mais consumido do que o juízo de Santo Antônio o é pelas moças casadouras. Eu estou no meio dessa gente, que é capaz de comer mais amendoim do que milho no São João.

Anos depois de publicar este texto, eu o edito para registrar esta maravilha de notícia, vinda da Assembleia Legislativa de Sergipe, em agosto de 2013: Sancionada lei que torna amendoim cozido patrimônio sergipano.

Anavant, que o Mercado está aberto desde cedo!

Texto e imagem reproduzidos do blog: aglacy.blogspot.com.br

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Sabor Sergipe - Amendoim


O amendoim (Arachis hypogaea L.), também chamado amendoí, amendoís, mandobi, mandubi, mendubi, menduí,minuim, mindubi, lenae e duckworth, é uma planta da família Fabaceae. Embora confundido com noz, o amendoim é um membro da família da beterraba-marinha (Fabaceae) e seu fruto é do tipo fruto ou vagem. A planta do amendoim é uma erva, com um caule pequeno e folhas trifolioladas, com abundante indumento, raiz aprumada, medindo entre 30–50 cm (1-1,5 pés) de altura. As flores são pequenas, amareladas e, depois de fecundadas, inclinam-se para o solo e a noz desenvolve-se subterraneamente.

Foto e texto reproduzidos do Facebook/JorgeNascimento Carvalho.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Amendoim é patrimônio do Estado de Sergipe


Publicado pelo JornaldaCidade.Net, em 08/03/2012.

Amendoim é patrimônio do Estado.

Iguaria foi tombada há um ano juntamente com outros alimentos, como pé-de-moleque e beiju macasado e saroio.

Tira-gosto dos mais apreciados por sergipanos e turistas que vêm ao Estado, o amendoim verde cozido é um dos alimentos típicos sergipanos que foram reconhecidos como patrimônio imaterial de Sergipe. Embora daqui a duas semanas completa um ano que o decreto 27.720/2011 foi assinado pelo governador Marcelo Déda fazendo o reconhecimento, poucas pessoas sabem disso. Nem os próprios comerciantes do produto sabem da grandiosa importância do alimento.

Segundo a presidente do Conselho Estadual de Cultura de Sergipe, Ana Luiza Dorta Valadares, o decreto 27.720, de 24 de março de 2011, publicado no Diário Oficial de 14 de junho do ano passado, reconhece o amendoim verde cozido, bem como a queijada, o manauê, bolachinha de goma, o doce de pimenta do reino, o pé-de-moleque de massa puba, o beiju de tapioca, macasado e saroio como patrimônios imateriais de Sergipe. Ela acrescentou que foi a lei 2.770/1989 que disse que compete ao Conselho de Cultura pronunciar-se sobre o tombamento de bens culturais pelo poder público.

Ana Luiza Dortas explicou que com o reconhecimento fica assegurado que o amendoim cozido de Sergipe apenas na água e sal, como esses outros alimentos típicos da nossa culinária, é essencialmente sergipano. “Com o reconhecimento, ninguém vai aparecer dizendo que o amendoim ou qualquer outro desses alimentos surgiu primeiro em outro Estado”, explicou. Ela acrescentou que eles podem até ser feitos em outros locais, mas o reconhecimento assegura que é um produto típico nosso e os outros é que foram se originando do nosso.

O subsecretário de Patrimônio Histórico e Cultural de Sergipe (Subpac), Luiz Alberto, informou que desconhece o estudo que foi feito de que essa iguaria é uma exclusividade sergipana. Mas disse que é importante destacar que o amendoim cozido só com água e sal lhe parece que é uma coisa muito peculiar de Sergipe, pois em outros locais come-se o amendoim torrado. “Acho que o reconhecimento é um destaque importante, porque quando se declara um bem imaterial se fala de algo que faz parte da identidade de um povo. São elementos que fazem com que o sergipano seja sergipano”, afirmou. Ele acrescentou que quando há um tombamento tem um conjunto de procedimentos que precisa ser adotado e por isso são solicitadas orientações ao próprio Conselho de Estado da Cultura para saber como é que se dá a sua preservação.

Desconhecimento

Passado quase um ano de o decreto ter sido assinado, os vendedores de amendoim verde cozido nem imaginavam que o produto que diariamente comercializam em cestos no Mercado Albano Franco, em sacos nas feiras livres, ruas ou na orla de Atalaia é agora um alimento com selo de patrimônio imaterial de Sergipe. “É mesmo! Não sabia. Isso é bom”, disse o vendedor José Antônio dos Santos. A divulgação mais ampla de que o nosso amendoim cozido entre vendedores e sergipanos como um todo poderia resultar em estímulo para valorizar o produto e até melhorar as estratégias de comercialização.

O vendedor José Ricardo Batista dos Santos, que trabalha em uma das bancas que comercializam amendoim cozido no Mercado Albano Franco, também não sabia da novidade e ficou feliz em ver o prestígio da matéria-prima de seu trabalho diário. Para ele, essa é uma boa notícia, um atrativo a mais na hora de convencer cliente a levar mais uma latinha do nosso amendoim.

Grande parte do amendoim verde cozido comercializado em Aracaju vem dos municípios de Itabaiana e Lagarto. Segundo o vendedor, a produção desse tira-gosto tão apreciado tem todo um processo, que vai desde a colheita do fruto, ainda verde ou um pouco mais maduro, seleção e cozimento, para que mantenha a característica do nosso amendoim cozido. “Ele é colhido no dia, cozido à noite e vem de madrugada para ser vendido aqui. Às vezes até chega quentinho ainda”, garante o Ricardo, enfatizando que não é conversa de vendedor quando diz que “o amendoim é novinho, cozido hoje”, um dos bordões mais usados pela categoria para cativar o cliente.

Durabilidade

Embora seja um produto perecível, os vendedores asseguram que o amendoim cozido chega a durar até três dias depois de cozido. Os mais maduros aguentam até cinco dias, sem começar a visgar ou esverdear a casca, quando não está mais próprio para consumo. Como bom vendedor, Ricardo Batista procura cativar a pessoa que chega à banca, sempre procurando dar dicas de como aproveitar melhor o fruto. Ele disse que tem turista que já contou que deixou o amendoim cozido no freezer durante um ano, com o produto em condições de ser consumido. “Tem turista que leva muito amendoim quando vai embora de Sergipe. Leva numa caixa de papelão e quando chega em casa coloca na geladeira. Quem quer guardar por mais tempo coloca no congelador, pois ele não congela, apenas conserva, e dura um ano, mantendo o sabor. Eles fazem isso porque lá fora não encontram o amendoim cozido para vender”, revelou.

Sem contar detalhes, Ricardo disse que no caso de turista tem todo um processo que os vendedores fazem para que o amendoim cozido resista mais tempo. Ele somente revelou que precisa deixar vagem do amendoim mais seca, para que a pessoa quando for consumir coloque na água quente. “Mais detalhes a gente não pode falar, porque é segredo de Estado”, disse.

Texto reproduzido do site: jornaldacidade.net

Foto reproduzida do blog: dralucianagranja.blogspot