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quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Feira da Agricultura Familiar gera renda e muda vida de feirantes

 A feirante Élida Rosa.




O engenheiro agrônomo Ivan Siqueira.
Fotos: Danillo França.

Publicado originalmente no site da PMA, em 02/08/2017.

Feira da Agricultura Familiar gera renda e muda vida de feirantes

Superação e melhoria de vida. Foi com este pensamento que a feirante Élida Rosa, natural do município sergipano de Areia Branca, decidiu mudar o rumo dos seus dias a partir da agricultura familiar. Ela, que participa da Feira da Agricultura Familiar, promovida pela Secretaria Municipal da Assistência Social na sede da Prefeitura de Aracaju, desde a sua primeira edição,  teve um início tímido, comercializando apenas hortaliças plantadas em um pequeno terreno da sogra. E foi a partir daí que “o gosto pela coisa”, como ela mesma diz, começou.

“Eu comecei a frequentar este tipo de Feira da Agricultura Familiar há dez anos, a partir de um convite da Emdagro, para um evento de agricultores familiares. Levei produtos que tínhamos em nossa pequena roça, pouca coisa, vendi apenas 18 reais. Mas, para mim, foi como se eu tivesse vendido 18 mil, porque fiquei encantada. É que eu trabalhava em outras feiras normais e via que a gente passava o dia inteiro, com muita coisa, para não fazer quase nada no final do dia. Tinham ocasiões em que eu levava cestos e cestos e voltava com apenas quarenta reais no bolso”.

Para a primeira experiência, o pouco virou muito e o diferencial foi o grande incentivo do marido, dos filhos e da sogra, sendo esta última sua maior parceira. Desde a lida na terra, até a comercialização junto aos clientes. “A gente não plantava nada além de couve, coentro, cebolinha e salsa. Mas aí pensamos no diferencial e começamos a cultivar produtos diferentes como cebola, cenoura, beterraba, abobrinha, limão e berinjela. Então, a gente viu a importância da oportunidade que a agricultura familiar dá para pessoas como a gente. Você chega numa feira como essa e vê que além de saudáveis, os alimentos são bonitos e produzidos com o amor de quem semeia, colhe e com as próprias mãos vende para o cliente”.

De humilde vendedora a feirante empresária. Com a renda das feiras, Élida Rosa conseguiu criar os filhos, comprou mais alguns hectares de terra para crescer o negócio, adquiriu um automóvel e deu o pontapé inicial para a construção da casa própria.

“Hoje a nossa família está inteiramente envolvida e é com esse envolvimento que conseguimos pagar tudo: adubação, análise de solo e três trabalhadores que semanalmente vão nos ajudar. É da feira que, graças a Deus, eu consigo caminhar com os meus próprios pés. Não posso esquecer nunca de agradecer aos meus parentes, clientes e à chance que a vice-prefeita e secretária Eliane Aquino, além de toda a sua equipe, me deu de estar aqui hoje e desde a época em que ela era secretária no Estado.” 

Sem agrotóxicos e com preços acessíveis

Élida Rosa conta que ainda há um receio muito grande da população em geral com os produtos orgânicos, mas que nada tem a ver com a procedência e sim porque imaginam que os produtos são muito mais caros, o que não corresponde a realidade. “Eu trabalho de domingo a domingo, pois a roça não dá folga. Cuidar dos alimentos para que eles não morram e nem sofram com as pragas dá trabalho e tudo isso a gente tem que saber na hora de cobrar. Temos hora ‘roubada’ para comer, lavar roupa e fazer as coisas de casa. Nosso lar é a lida. Dez centavos, vinte centavos, pode fazer diferença para o consumidor, mas tudo é lábia, é conversa. Eu prefiro pensar que pra mim não faz, porque eu fidelizo o cliente e ele volta. Mas ele tem que entender que coisa boa é investimento, não um gasto”, conta.

O engenheiro agrônomo da Assistência, Ivan Siqueira, considera que esse imaginário popular do produto orgânico com custo alto é apenas um mito construído. “O produto agroecológico, como é trabalhado por venda direta, tem a seguinte vantagem: quem possui esse produto é quem cultiva e vende, há um circuito menor e sem atravessadores. Portanto, o preço não varia tanto quanto as gôndolas dos supermercados ou feiras convencionais, com agrotóxicos. Exemplo disso é que em qualquer outro lugar o quilo do inhame está a R$ 7 reais, enquanto aqui está a R$ 6 reais”.

Ivan Siqueira ainda alerta para outro fator interessante. “Existe uma certificação chamada Organização de Controle Social (OCS) que permite que os produtores vendam de forma direta, não usem atravessadores e funciona através da autofiscalização. Assim se mantém a competitividade e a qualidade”, garante.

Texto e imagens reproduzidos do site: aracaju.se.gov.br

quinta-feira, 8 de junho de 2017

Feira da Agricultura Familiar





Antônio Oliveira, feirante.
Fotos: Danillo França.

Publicado originalmente no site da PMA, em 7 de junho de 2017. 

Feira da Agricultura Familiar alerta para os perigos do uso do agrotóxico nos alimentos consumidos

Frutas, legumes e verduras fresquinhos, direto da horta do produtor para a casa do consumidor. Sem mediadores que encarecem o preço final e, o melhor de tudo, sem agrotóxicos. Comida saudável e acessível foram as palavras de ordem na segunda edição da Feira da Agricultura Familiar, realizada nesta quarta-feira, 7, na sede da Prefeitura de Aracaju.

Marcada para ter início às 10h da manhã, as vendas começaram um pouco mais cedo, diante da ansiedade de alguns fregueses pela compra das mercadorias. A funcionária pública, Vilma Noronha, foi exemplo disso. De passagem pela região para resolver questões pessoais, ela viu a movimentação e decidiu aproveitar logo a oportunidade. "Eu prefiro este tipo de produto porque é livre de agrotóxicos. O veneno é usado indiscriminadamente no setor agrícola. Então, o que não tem veneno, o que não tem agrotóxico, me interessa muito", exaltou.

Feirante da cidade de Moita Bonita, Antônio Oliveira viu no cultivo do coco e da macaxeira uma opção para fugir da crise financeira e também de por em prática o que mais gosta de fazer: colocar a mão na terra e semear. "Eu tenho bastante coqueiro em casa, cultivo muita mandioca e não tinha como consumir toda essa produção. Há três anos decidi comercializar para complementar a renda da casa. Comecei fazendo por gosto, acabou virando profissão. Da terra e das minhas mãos saem o que de melhor a vida tem a oferecer: alimento sadio".

José Adilson Vicente é apicultor e pequeno produtor de mangabas do Povoado Alagamar, localizado no município de Pirambu. "Seu Mangaba", como é mais conhecido no meio, se orgulha de ter na agricultura familiar o sustento para ele e sua família. "Agrotóxico só traz doença para nós. Orgânico traz felicidade, traz saúde. Meus filhos estão todos criados, alguns seguiram outros caminhos que não a feira, mas todos me ajudam. Já tenho netos e todos eles têm orgulho do que eu produzo e vendo aqui".

De acordo com a diretora de Segurança Alimentar e Nutricional da Secretaria Municipal da Assistência Social e Cidadania (Semasc), Rosane Cunha, a realização da feira também tem o objetivo de conscientizar a população sobre o consumo e sobre o uso abusivo dos agrotóxicos nos alimentos comercializados. "É possível sim fazer segurança alimentar no município de Aracaju e, por isso, estamos incentivando e realizando a feira na primeira quarta-feira de cada mês. São cerca de 30 agricultores do estado inteiro cadastrados, utilizando a nossa estrutura e passando adiante a ideia de que comprar comida fresquinha é muito melhor para a saúde", explicou. 

A realização da Feira da Agricultura Familiar da Semasc conta com o apoio da Secretaria de Estado da Mulher, Inclusão e Assistência Social, do Trabalho e dos Direitos Humanos (Seidh), que cede as barracas.

Texto e imagens reproduzidos do site: aracaju.se.gov.br