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quinta-feira, 4 de maio de 2017

Mangaba, fruta nativa de sabor marcante


A fruta.

A mangaba (Hancornia speciosa) é uma fruta nativa de sabor marcante, cuja árvore é símbolo de Sergipe. É cantada em verso e prosa e apreciada por muitos no Norte e Nordeste, e encanta pelas delícias que se pode obter com sua polpa – geleia, licor, sorvete e suco, que nos deixa com um memorável visgo nos lábios após bebermos.

A mangabeira tem ocorrência nos estados do Cerrado, Caatinga e litoral nordestino, podendo alcançar até 10 metros de altura, com tronco áspero, ramos lisos, avermelhados, com látex branco abundante. Suas folhas são opostas e simples. Suas belas flores alvas e saborosos frutos conferem valor ornamental à espécie, ideal para a arborização urbana e rural.

O fato de apresentar propriedades nutritivas mais elevadas e sabor mais marcante apenas quando cai do pé (chama-se popularmente como "mangaba de caída"), madura, confere-lhe um grande simbolismo e um status de iguaria pelos seus apreciadores.

Mas o outro lado dessa história não é tão belo e poético assim. Para a mangaba chegar aos consumidores, precisa ser colhida, e a realidade de quem colhe não é tão passível de celebração. As comunidades tradicionais extrativistas, na sua maioria formadas por mulheres de baixa renda e pouca escolaridade – autodenominadas catadoras, enfrentam grandes barreiras ao modo de vida que garante o seu sustento.

Uma situação crescente de destruição dos recursos naturais, intensificação das indústrias imobiliária e do turismo, avanço de monoculturas, como a cana, privatização das áreas e impedimento do acesso às plantas em locais anteriormente de entrada livre são os maiores obstáculos.

Fonte: Embrapa.

Texto reproduzido do site: ruralcentro.uol.com.br

sábado, 10 de dezembro de 2016

Sergipe é o maior produtor nacional de mangaba


Publicado no YouTube, pela TV Canção Nova, em 1 de maio de 2015

Mangaba: conheça a fruta que aumenta a renda dos sergipanos.

Por TV Canção Nova/CN Notícias.

Sergipe é o maior produtor nacional de mangaba, palavra indígena que significa “coisa boa de comer”; é uma fruta rica em ferro e típica do cerrado e das áreas de restinga no Nordeste do Brasil, que gera renda e tem garantido o sustento de muitas famílias no Estado.

Reportagem de Luciana Munhoz e Sidiclei Sales.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Catadoras de Mangaba conquistam registro da cooperativa


Publicado originalmente no site F5 News, em 27/12/2014.

Catadoras de Mangaba conquistam registro da cooperativa

Fruto do trabalho de auto-organização das Catadoras de Mangaba iniciado em 2011, as Mulheres extrativistas tiveram mais uma grande conquista na luta pela preservação das comunidades tradicionais e das espécies: o registro da Cooperativa de Economia Solidária das Mulheres Extrativistas de Sergipe (Coopmese).

A organização cooperada era um sonho, mas também uma necessidade real. As Catadoras de Mangaba precisavam de uma forma de organização que pudesse gerar renda, a partir da valorização dos saberes das Mulheres Extrativistas, das potencialidades e dos recursos de cada comunidade, com uma perspectiva de distribuição de riqueza centrada na valorização do ser humano. Todas essas demandas estão reunidas no estatuto da Coopmese, regidas sob os princípios e valores da economia solidária, sustentabilidade e divisão justa do trabalho.

Para a presidente da Associação das Catadoras de Mangaba E Indiaroba (Ascamai), Alicia Morais, a conquista do registro da cooperativa é mais um importante passo na organização das Mulheres Catadoras de Mangaba e preservação das Mangabeiras. “Nossa sabedoria popular vem de geração para geração. Cato mangaba desde que eu me conheço por gente, mas eu não sabia o valor que uma Catadora de Mangaba tem. Hoje é diferente, por onde eu chego digo com muito orgulho que sou uma Catadora de Mangaba, isso é a nossa cultura”, afirma.

Josefa dos Passos, Catadora de Mangabado Povoado Ribuleirinha, município de Estância, acredita que o trabalho cooperado potencializará a produção nas comunidades. “A cooperativa vai possibilitar o acesso à comercialização de forma mais organizada, como a participação em programas de governo e outros mercados. Assim como, garantir a preservação da mangabeira, árvore que nos dá alimento e vida”, afirma.

Já Silvana Corrêa dos Santos, Catadora de Mangaba do Povoado Capuã, município da Barra dos Coqueiros, diz que a Coopmese deve estimular a união entre as Mulheres Extrativistas. “É necessário termos união entre as Catadoras, união para seguirmos na luta em defesa de nossos objetivos”.

O processo de discussão sobre a formalização da cooperativa e construção do estatuto e regimento mobilizou Catadoras de Mangaba de Pirambu, Japoatã, Pacatuba, Japaratuba, Barra dos Coqueiros, Itaporanga D’Ajuda, Estância e Indiaroba - comunidades que fazem parte do Movimento das Catadoras de Mangaba (MCM) – e toda a equipe técnica do Projeto Catadoras de Mangaba. Foram aproximadamente dez seminários de formação e capacitação, envolvendo discussões sobre preço justo, sustentabilidade, divisão social do trabalho e meios de produção.

Segundo a professora Sônia Meire, coordenadora pedagógica do Projeto Catadoras de Mangaba Gerando Renda e Tecendo Vida em Sergipe pela UFS, o processo de construção da Cooperativa teve como objetivo o rompimento do individualismo e a formulação de outro tipo de trabalho. “A cooperativa é uma organização em que as mulheres produzem a cultura do pensar e agir juntas. Elas organizam o trabalho respeitando o fazer e o saber de cada participante e tomam decisões coletivas com a ampla participação, exercitando de forma democrática a construção de projetos que tem por base o desenvolvimento humano”, explica.

A defesa das espécies e da cultura extrativista também fez parte das discussões para a implantação da Coopmese. Todos os princípios que dão base para o desenvolvimento do Projeto Catadoras de Mangaba Gerando Renda e Tecendo Vida em Sergipe vão além da perspectiva da geração de renda e comercialização, pois há em cada ação a preocupação com a preservação e o respeito aos saberes das comunidades tradicionais. Exemplos disso são as práticas de manejo florestal, de uso de tecnologia social a partir da energia solar, e a valorização das espécies que podem contribuir para melhorar os índices de segurança alimentar e nutricional.

Fonte: Assessoria de comunicação.

Texto e foto reproduzidos do site: f5news.com.br