O levantamento será feito pela Seit
Foto: Pritty Reis
Publicado originalmente no site do Portal INFONET, em 11 de junho de 2019
Governo planeja mapeamento de terreiros e comunidades
tradicionais
A secretaria de Estado da Inclusão, da Assistência Social e
do Trabalho (Seit) destaca a importância do mapeamento dos terreiros e
comunidades tradicionais presentes nos municípios sergipanos. O dia 10 de junho
foi comemorado o ‘Dia da Raça’.
A diretoria de Inclusão e Promoção de Direitos iniciou o
planejamento de um amplo levantamento, cujas informações servirão de base para
a elaboração de políticas públicas direcionadas à população negra, comunidades
tradicionais e povos de terreiro existentes em todos os territórios do Estado.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) indicam que 187 mil pessoas são declaradas pretas em Sergipe. Estes 8,2%
da população somados ao quantitativo da população declarada parda
[caracterizada pela miscigenação de diferentes povos que constituem a matriz
brasileira], totaliza 71% dos sergipanos.
De acordo com informações da Fundação Cultural Palmares, 32
comunidades quilombolas já foram certificadas no estado, e outras três estão em
processo de certificação. Tais comunidades estão presentes nos municípios de
Porto da Folha, Amparo do São Francisco, Poço Redondo, Santa Luzia do Itanhy,
Aquidabã, Canhoba, Cedro de São João, Telha, Indiaroba, Cumbe, Laranjeiras,
Barra dos Coqueiros, Japaratuba, Japoatã, Frei Paulo, Brejo Grande, Capela,
Aracaju, Propriá, Estância, Riachuelo, Pirambu, Poço Verde, Canindé de São
Francisco, Riachão do Dantas, Simão Dias, Lagarto e Siriri.
Praticamente todos os municípios sergipanos possuem
terreiros de religiões afrobrasileiras. De acordo com a referência técnica para
Povos e Comunidades Tradicionais da Seit, Iyá Sônia Oliveira, o mapeamento das
comunidades trará a precisão necessária sobre os dados relacionados aos povos
tradicionais e uma nova perspectiva de implementação de políticas públicas que
possam atender, de forma mais efetiva, às necessidades específicas de cada
comunidade.
“Muitos costumam dizer que somos todos seres humanos, mas
cada etnia traz consigo uma história carregada de aspectos sociais, políticos,
econômicos e culturais. No Brasil, temos uma grande composição, decorrente da
presença de todas as raças e, quando falamos em inclusão de pessoas e promoção
de direitos, estamos dizendo que todas elas precisam comungar e gozar da
equidade de direitos. Este é o grande mote da sociedade. É preciso conhecer,
reconhecer e respeitar cada representação”, afirma Iyá Sônia.
Ciganos e índios
Outro dado relevante do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatísticas (IBGE) aponta que Sergipe é berço de nove acampamentos ciganos,
constituindo a segunda maior comunidade deste povo no Nordeste, ficando atrás
apenas do estado da Bahia, que reúne o maior número de grupos no Brasil. Os
povos ciganos são divididos em duas etnias: a Calon, oriunda de Portugal; e a
Rom, vindas do Leste Europeu. Ainda segundo o IBGE, a representação indígena em
Sergipe é forte no povoado Ilha de São Pedro, em Porto da Folha. No Alto Sertão
sergipano, cerca de 400 índios da etnia Xocó vivem numa reserva administrada
pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI).
Fonte: ASN
Texto e imagem reproduzidos do site: infonet.com.br