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sexta-feira, 23 de outubro de 2020

PL declara “Festa do Vaqueiro” como Patrimônio Cultural Imaterial

Foto: Governo do Estado de Sergipe

Publicado originalmente no site da ALESE, em 22 de outubro de 2020

PL declara “Festa do Vaqueiro” como Patrimônio Cultural Imaterial

Por Wênia Bandeira

Foi aprovado nesta quinta-feira, 22, o projeto de lei ordinária Nº 195/2019, de autoria da deputada Goretti Reis (PSD). O PL declara a “Festa do Vaqueiro”, da cidade de Porto da Folha, Patrimônio Cultural Imaterial de Sergipe.

A festa acontece anualmente no mês de setembro e chama a atenção pelo grande número de pessoas que frequentam. Ela será também incluída no Calendário Oficial de Eventos do estado.

“Considerada a maior pega de boi na caatinga do mundo, a Festa do Vaqueiro de Porto da Folha, que acontece todos os anos, atrai cerca de 70 mil pessoas diariamente circulando no município”, falou Goretti Reis.

Com este grande número de turistas, a cidade ganha economicamente, com cerca de R$ 8 milhões deixados pelos visitantes. A parlamentar salientou que o evento é uma vitrine para o entretenimento e os negócios ligados ao vaqueiro.

“Esta prática é uma atividade que movimenta milhões de recursos financeiros, gera muitos empregos diretos e indiretos. A atribuição da vaquejada é a atividade cultural e esportiva, além de forte potencial econômico”, afirmou a deputada.

O PL foi aprovado na sessão mista da Assembleia Legislativa de Sergipe.

Texto e imagem reproduzidos do site: al.se.leg.br

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Praça São Francisco completa oito anos de reconhecimento cultural

População se reuniu no local para comemorar 
o título da praça (Fotos: Portal Infonet)

Publicado originalmente no site do Portal Infonet, em 01 de agosto de 2018 

Praça São Francisco completa oito anos de reconhecimento cultural

Há oito anos, a Praça São Francisco, no município de São Cristóvão, foi reconhecida como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Nesta terça-feira, 1º de agosto, a população se reuniu no local para comemorar o título.

A praça foi fundada junto com a cidade, em 1607

No seu entorno, há construções também centenários. “O chancelamento é um reconhecimento internacional que a Unesco possibilita a partir de dez características. A praça, junto com seu conjunto está inserido em duas dessas: que são os traços urbanísticos e arquitetônicos e sua particularidade da época em que a Coroa ficava sob a égide de Portugal e Espanha”, explicou a superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Katarina Aragão.

“Quando a gente se apropria desse título, 
acaba contribuindo para a perenidade dele”, 
diz Marcos Santana

Para o prefeito Marcos Santana, esse é um momento de felicidade e reflexão. “A praça tem nos dado visibilidade, e não apenas para Sergipe e São Cristóvão, como para o Brasil. Então esse é um momento de alegria, mas também de refletir. Nós, o poder público, assim como a população precisamos cuidar da praça. Quando a gente se apropria desse título, acaba contribuindo para a perenidade dele”, disse o gestor.

Fragata: “O que é a arquitetura sem a vida de quem cuida?”

De acordo com o historiador Thiago Fragata, a praça é o centro das atenções dos eventos, mas isso só é possível por causa da comunidade. “Quando a gente pensa em patrimônio, pensa na arquitetura. Mas o que é a arquitetura sem a vida de quem cuida, de quem preserva?”, refletiu.

Elízio Pereira participa do movimento cultural 
desde os 21 anos

Integrante do Caceteiras de Rindu, o são cristovense Elízio Pereira Dias, de 64 anos, não escondeu a felicidade em participar das comemorações. “Hoje é um dia de festa. A gente luta pelo amor da cidade”, diz. Desde os 21 anos, o idoso dança para fortalecer a cultura. “Todo ano eu danço e sempre vou dançar”, garantiu.

Durante todo esta terça, a Prefeitura de São Cristóvão promove atividades em comemoração ao aniversário da Praça São Francisco. Confira:

14h – Apresentação do grupo Renantique (Música Medieval & Renascentista).
– Solenidade da Academia Sancristovense de Letras e Artes (ASCLEA) – Posse de novos membros e homenagem ao Prefeito Marcos Santana e Mestre Passos.
Local: Museu de Arte Sacra de São Cristóvão

15h00 – local: Museu da Polícia Militar
– Exposição Traços e Retratos – Artista Gladston Barroso

17h – 10ª Mostra de Artes Visuais, com participação de Júlio Andrade (Banda The Baggios). Local: Museu Histórico de Sergipe.

Além disso, durante a tarde acontecerão visitas guiadas às igrejas e museus, com mobilização do Estado e Municípios e de 30/07 a 09/08, das 8h às 12h acontecerá a oficina: “Ações Didáticas no Museu”. Local: Museu Histórico de Sergipe.

Por Jéssica França

Texto e imagens reproduzidos do site: infonet.com.br

terça-feira, 24 de julho de 2018

Sergipe ganha dois novos patrimônios culturais


Publicado originalmente no site G1 SE, em 25/08/2016

Sergipe ganha dois novos patrimônios culturais

Engenho Camaçari e Batalhão de Bacamarteiros foram tombados.

Locais detém referencias da história política, econômica e cultural de SE.
Do G1 SE

Igreja no antigo Engenho Camaçari, em Itaporanga D’Ajuda (Foto: Divulgação/Ascom/Secult)
Sergipe ganhou dois novos patrimônios culturais com o tombamento do antigo Engenho Camaçari, em Itaporanga D’Ajuda, e do Grupo Folclórico Batalhão de Bacamarteiros de Aguada, de Carmópolis.

Os dois pedidos encaminhados ao Governo do Estado, através da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), foram aprovados pelo Conselho Estadual de Cultura (CEC) no final de julho e inscritos no Livro de Tombo, nesta quarta-feira (24), pela Diretoria do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural (DPHAC).

A Fazenda onde funcionou o antigo Engenho Camaçari, tombada através do Decreto 30.280, de 29 de julho de 2016, detém referências sobre a história política, econômica e cultural de Sergipe.

O local remete ao período colonial, de formação territorial e cultural do estado, compondo ainda a rede de propriedades voltadas para a produção açucareira do Nordeste, preservando tradições, usos e costumes de várias gerações.

Nomes da nobiliarquia e da política sergipana, do período imperial ao republicano, estão ligados à propriedade, a exemplo de Domingos Dias Coelho e Mello, Barão de Itaporanga, Antônio Dias Coelho e Mello, Barão de Estância, e Arnaldo Rollemberg Garcez. Os familiares remanescentes preservam no interior da fazenda sede, na capela, um rico acervo envolvendo documentação fotográfica, mobiliário e objetos decorativos de épocas distintas, bem como um acervo de arte sacra expressivo.

A casa da sede é uma edificação que ao longo dos anos passou por reformas, se caracteriza como construção da primeira metade do século XX, modelo de residência da fazenda destinada à criação de gado. Já a capela, que está localizada em um ponto elevado da propriedade, é a edificação mais antiga do conjunto, e sua construção remete ao século XVIII.

Também aprovado pelo CEC, através do Decreto nº 30.281, de 29 de julho de 2016,  o Governo de Sergipe passa a reconhecer o Grupo Folclórico Batalhão de Bacamarteiros de Aguada, do povoado Aguada, município de Carmópolis, como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do estado. O grupo surgiu por volta de 1780 nos engenhos de cana-de-açúcar do Vale Cotinguiba, onde os negros brincavam samba de roda e atiravam bacamarte, arma artesanal fabricada pelos próprios negros.

O Batalhão de Bacamarteiros é a maior manifestação cultural do município de Carmópolis e uma das principais expressões culturais de Sergipe. Até hoje, todos os instrumentos musicais, os bacamartes e a pólvora são fabricados pelo próprio grupo. Para a confecção dos instrumentos musicais é usada medeia do jenipapo, árvore frutífera da região, couro de animais e sementes. O Batalhão de Bacamarteiros do povoado Aguada é herança africana deixada na região do Vale da Cotinguiba.

*Com informações da ASN

Texto e imagem reproduzidos do site: g1.globo.com/se

terça-feira, 25 de julho de 2017

Praça São Francisco: sete anos como patrimônio mundial

Praça São Francisco: sete anos como patrimônio mundial 
Foto: Prefeitura de São Cristóvão.

Publicado originalmente no Portal Infonet, em 25/07/2017.

Praça São Francisco: sete anos como patrimônio mundial

Título foi entregue pela Unesco

São Cristóvão celebrará no próximo dia 1º de agosto, sete anos da chancela de Patrimônio Cultural da Humanidade da Praça São Francisco título entregue pela Organização das Nações Unidas para a Educação e Cultura (Unesco) por reconhecimento pelo valor arquitetônico, histórico e cultural, que remete a criação das bases do povo sergipano. As celebrações acontecerão no decorrer da próxima semana, abrangendo desde apresentações culturais, seminários até a confecção de um bolo de sete metros, que será repartido com os sancristovenses.

A cidade de São Cristóvão tem fundação entre o final do século VI e início do século XVII e foi sede da capitania de Sergipe Del Rey até o ano de 1855, quando houve a transferência da capital para Aracaju. A Praça São Francisco, localizada no coração do centro Histórico, é considerada uma das obras mais importantes do mundo, e foi reconhecida pela Unesco como Patrimônio Mundial em 2010. Sua construção ocorreu durante a União Ibérica, momento em que Portugal e Espanha eram regidos por uma única coroa. Nesta praça encontra-se: a Igreja e Convento de São Francisco, a Igreja Santa Izabel, a Santa Casa de Misericórdia, o antigo Palácio Provincial e um conjunto de residências dos séc. XVII e XIX.

Para o prefeito Marcos Santana, a praça é um símbolo da histórica viva de Sergipe. “A comemoração dos sete anos da chancela da São Francisco é um momento de alegria, mas também de alerta para a população. A praça está dentro do núcleo de 18 monumentos que o Brasil possui chancelados pela Unesco e é importante salientar que apenas 13 cidades brasileiras possuem monumentos com esse título, e nós estamos inserido neste núcleo. É um motivo de orgulho para todos nós. O título é permanente, contudo caso ocorra algum dano ou perda no valor universal excepcional o bem pode ser excluído da lista de Patrimônio Mundial. É um momento de comemoração, mas também de alerta, já que foi uma luta muito grande conseguir que a praça recebesse o título, porém, é tão ou mais difícil ainda cuidar para não perdê-lo. A população precisa se inteirar mais desse recebimento e se apropriar deste título. Nós pretendemos atrair recursos para a praça e para a cidade como um todo, e o  título é um diferencial que deve ser usado para essa captação de recursos, e estamos trabalhando para fomentar este diferencial”, disse o prefeito.

A semana de comemoração começará a partir do dia 31 de julho e segue até o dia 04 de agosto, contemplando: visitas guiadas, oficinas de artes, feirinha de artesanato, além de momentos históricos como a primeira sessão da ‘Academia Sancristovense de Letras’ e a reunião do Conselho Estadual de Cultura de Sergipe. (Veja programação completa abaixo).

“É um momento oportuno de reflexão sobre o que nos trouxe o reconhecimento de Patrimônio Cultural da Humanidade, despertando na população o apropria-se deste bem. Todos os anos, após a praça virar Patrimônio Mundial, as instituições museais juntamente com a Comissão Gestora da Praça São Francisco promovem atividades para recordar a importância deste título, que lança a cidade de São Cristóvão para o olhar do mundo”, enfatizou a chefe de serviço da Casa do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em São Cristóvão, Kleckstane Farias e Silva Lucena.

Bolo

Dentro da programação do aniversário, um bolo de sete metros será construído na praça São Francisco, para que a população possa celebrar a data. “A ideia é que todos os sancristovenses, e também os turistas que estejam na cidade possam comemorar conosco. A chancela é um símbolo importante para a cidade. São Cristóvão respira cultura, e a praça São Francisco é um símbolo vivo da nossa história. Precisamos enaltecer este marco histórico para reiterarmos quem somos dentro do processo histórico do nosso país”, pontuou Kleckstane Lucena.

Fonte: Prefeitura de São Cristóvão.

Texto e imagem reproduzidos do site: infonet.com.br

sexta-feira, 28 de abril de 2017

Dossiê do Patrimônio Cultural Praça São Francisco, em São Cristóvão

Praça São Francisco. São Cristóvão-SE.
Foto: Gilton Rosas.

Publicado originalmente no site Defender, em 4 de agosto de 2016.

Dossiê do Patrimônio Cultural Praça São Francisco – SE
Por Viviane Oliveira de Jesus*

A Praça São Francisco foi reconhecida como Patrimônio Cultural da Humanidade em 1º agosto de 2010, na 34ª Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), realizada em Brasília. Considerada referência arquitetônica e urbana da colonização colonial Américo-Hispânica, São Cristóvão foi fundada em 1590 e elevada a categoria de cidade em 1823 sendo testemunho da permanência da Ordem Religiosa Franciscana e das Irmandades consorciadas na Colônia Portuguesa no Brasil.

Durante a invasão holandesa de 1630 a 1654, São Cristóvão foi destruída e somente após a saída dos holandeses teve sua formação urbana definida. O processo de urbanização é caracterizado pela presença dos edifícios religiosos, marcos delimitadores do perímetro urbano que define como Conjunto Arquitetônico, Urbano e Paisagístico a Cidade de São Cristóvão, inscrito no Livro Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico em 1967 como patrimônio nacional.

De acordo com o Dossiê enviado a UNESCO, disponível no site do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a Praça São Francisco é resultado das influências da formação de núcleos urbanos da colonização espanhola e portuguesa, durante o período o qual Portugal e Espanha estiveram unidos sobre única coroa nos reinados de Felipe II e Felipe III, entre 1580 e 1640.

O conjunto da Praça São Francisco compreende um quadrilátero com quatro vias principais e secundárias convergindo para os quatro vértices, características da Praça Maior de uma cidade, compreendendo suas relações de comprimento e largura ajustados ao preconizado na Lei IX das Ordenações Filipinas, tornando-a singular.

O conjunto arquitetônico localizado na praça é de grande destaque para todo o perímetro tombado pelo Iphan além de manter as características originais preservadas contribuindo para registro arquitetônico, urbanístico e histórico da formação da cidade. O conjunto franciscano, exemplo do Barroco Nacional, é de grande destaque para o conjunto, com a Igreja de São Francisco, o Convento de Santa Cruz e a Capela de Ordem Terceira (atual Museu de Arte Sacra). Ainda nesse espaço arquitetural está localizada a antiga Santa Casa de Misericórdia, o Palácio Provincial (atual Museu Histórico de Sergipe), antiga Ouvidoria (atual Casa do Patrimônio do Iphan) e o conjunto de casarios colonial.

Além do conjunto arquitetônico e urbanístico, outro destaque é o valor e permanência histórica da Praça São Francisco como local de manifestações culturais tradicionais e populares. A representatividade religiosa e civil consolida a estrutura espacial e marca como referência urbana para tais expressões culturais material e imaterial.

O reconhecimento e consagração da Praça São Francisco como Patrimônio Cultural da Humanidade certifica a significância cultural do bem patrimonial. Destacam-se algumas especificidades que fortalece a chancela adquirida: o testemunho único e excepcional da formação de uma cidade colonial no Brasil que permanece íntegra e com qualidades arquitetônicas e urbanísticas; a unidade arquitetônica e a integridade estético-visual, harmonia e autenticidade; os valores culturais, de memória e de história do período colonial brasileiro e; o registro das modificações ao longo do tempo caracterizando sua paisagem.

A Praça São Francisco além de outros bens culturais inseridos na Lista do Patrimônio Mundial são regidos por uma convenção internacional para proteção, cooperação e assistência que garante a integridade e longevidade do bem cultural. No início do século XX protegia-se em face a guerra, mas com o surgimento da UNESCO o conceito e ideia de preservação foi ampliado e outros fatores de risco são levados em consideração, como ações destrutivas do meio ambiente, crescimento desordenado, ameaças ao entorno, catástrofes naturais e precauções e fluxos de turistas.

É papel do arquiteto e urbanista, enquanto cidadão e gestor, a importância do conhecimento técnico aplicado ao planejamento, desenvolvimento e preservação dos sítios históricos dado a importância que representam para toda a humanidade. Preservar não apenas para as gerações futuras mas, preservar para o hoje, para a permanência dos valores culturais e históricos, preservar em respeito aos fatos e acontecimentos ao longo dos séculos, preservar pela relação que o homem tem com os antepassados e pelas tradições.

*Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Tiradentes (2004) e é Especialista em Conservação e Restauração pela Universidade Federal da Bahia (2006). Exerceu cargo de Chefe de Divisão Técnica da Superintendência em Alagoas do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (2009). Tem experiência na área de Arquitetura e Urbanismo, com ênfase em Projeto Arquitetônico, Urbanístico, Conservação e Restauração de Monumentos e Cidades Históricas e trabalhos em Educação Patrimonial. Professora Curso de Arquitetura e Urbanismo (desde 2012) da Universidade Tiradentes.

Fonte original do artigo: CAU SE.

Texto e imagem reproduzidos do site: defender.org.br

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Governo do Estado reconhece dois novos patrimônios culturais

 Conjunto do antigo Engenho Camaçari.

 Capela de Camaçari.

Bacamarteiros.
Créditos - Edson Araújo.


Publicado originalmente no site SERGIPE CULTURAL, em 25/08/2016.

Governo do Estado reconhece dois novos patrimônios culturais

Sergipe ganhou dois novos patrimônios culturais com o tombamento do antigo Engenho Camaçari, em Itaporanga d’Ajuda, e do Grupo Folclórico Batalhão de Bacamarteiros de Aguada, de Carmópolis. Os dois pedidos encaminhados ao Governo do Estado, através da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), foram aprovados pelo Conselho Estadual e Cultura (CEC) no final de julho e inscritos no Livro de Tombo, nesta quarta-feira, 24, pela Diretoria do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural (DPHAC).

A Fazenda onde funcionou o antigo Engenho Camaçari, tombada através do Decreto 30.280, de 29 de julho de 2016, detém referencias sobre a história política, econômica e cultural de Sergipe. O local remete ao período colonial, de formação territorial e cultural do Estado, compondo ainda a rede de propriedades voltadas para a produção açucareira do Nordeste, preservando tradições, usos e costumes de várias gerações.

Nomes da nobiliarquia e da política sergipana, do período imperial ao republicano, estão ligados a propriedade está ligada, a exemplo de Domingos Dias Coelho e Mello, Barão de Itaporanga, Antônio Dias Coelho e Mello, Barão de Estância e Arnaldo Rollemberg Garcez. Os familiares remanescentes preservam no interior da fazenda sede, na Capela, um rico acervo envolvendo documentação fotográfica, mobiliário e objetos decorativos de épocas distintas, bem como um acervo de arte sacra expressivo.

A Casa da Sede é uma edificação que ao longo dos anos passou por reformas, se caracteriza como construção da primeira metade do século XX, modelo de residência da fazenda destinada à criação de gado. Já a Capela, que está localizada em um ponto elevado da propriedade se destacando na paisagem, é a edificação mais antiga do conjunto, e sua construção remete ao século XVIII.

Também aprovado pelo CEC, através do Decreto nº30.281, de 29 de julho de 2016, o Governo de Sergipe passa a reconhecer o Grupo Folclórico Batalhão de Bacamarteiros de Aguada, do Povoado Aguada, município de Carmópolis, como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do estado.O grupo surgiu por volta de 1780 nos engenhos de cana-de-açúcar do Vale Cotinguiba, onde os negros brincavam samba - de roda e atiravam bacamarte, arma artesanal fabricada pelos próprios negros.

O Batalhão de Bacamarteiros é a maior manifestação cultural do município de Carmópolis e uma das principais expressões culturais de Sergipe. Até hoje, todos os instrumentos musicais, os bacamartes e a pólvora são fabricados pelo próprio grupo. Para a confecção dos instrumentos musicais é usada á medeia do jenipapo, árvore frutífera da região, couro de animais e sementes. O Batalhão de Bacamarteiros do Povoado Aguada é a prova viva da herança africana deixada na região do Vale da Cotinguiba, com dança e música inconfundíveis.

Texto e imagens reproduzidos do site: cultura.se.gov.br