Foto reproduzida do site: folhadelagarto.com
Postada por Isto é SERGIPE, para ilustrar artigo.
Publicado originalmente no site Lagarto Net, em 15 de abril de 2010.
Lagarto, de poetas e escritores
Por Rusel Barroso.
Lagarto que ostenta uma população de mais de 100.000
habitantes, não poupou generosidade aos seus filhos ao longo de sua história.
Sílvio Romero, Laudelino Freire, Ranulpho Prata, Aníbal
Freire e Abelardo Romero são alguns dos lagartenses que deixaram um legado de
conhecimento incomensurável para a cultura brasileira. Uma herança que
atravessa gerações e, certamente, continuará a enobrecer a cultura da nossa
gente.
O Memorial Lagarto Online, que desde a sua fundação
contribui para o avanço cultural dessa terra, também inserido entre os que
fazem de Lagarto um “Marco de Progresso”, tem a honra de apresentar seus
conterrâneos que marcaram época.
Sílvio Romero.
Sílvio Vasconcelos da Silveira Ramos Romero, uma das maiores
expressões da cultura brasileira, nasceu em 21 de abril de 1851 em Lagarto/SE e
faleceu em 18 de julho de 1914 no Rio de Janeiro.
Escritor, poeta, filósofo, sociólogo, político, crítico
literário brasileiro e historiador da literatura. Estudou no Rio de Janeiro, no
Colégio Atheneu Fluminense, formando-se em Recife, como Bacharel em Direito.
Exerceu atividades como representante do Ministério Público em Sergipe. Chegou
a ser magistrado, emprestando seu saber nas comarcas por onde passou. Foi
professor de Filosofia no Colégio Pedro II e de Filosofia do Direito na
Faculdade Livre de Direito do rio de Janeiro.
Sílvio Romero, foi um dos fundadores da Academia Brasileira
de Letras, tendo também ocupado uma cadeira no Instituto Histórico e Geográfico
Brasileiro. No governo de campos Sales, foi Deputado Provincial e Federal, por
Sergipe. Representou o Brasil em conferências internacionais, destacando-se a
de 1904, quando foi agraciado com a comenda de São Tiago, pelo rei D. Carlos,
de Portugal.
Entre as suas obras, destacam-se História da literatura
brasileira, Contos do fim do Século, A literatura brasileira e a crítica
moderna, Cantos populares do Brasil, A filosofia no Brasil, O parlamentarismo e
o presidencialismo no Brasil, Doutrina contra doutrina e O Brasil social.
Romero, foi um dos grandes responsáveis pela valorização das tradições
populares, recolhidas nas obras sobre o folclore.
Laudelino Freire.
Laudelino de Oliveira Freire, escritor, filólogo e
lexicógrafo brasileiro, nasceu em Lagarto/SE, em 26 de janeiro de 1873 e
faleceu no Rio de Janeiro, em 19 de junho de 1937.
Exerceu a profissão de advogado e foi, também, Catedrático
de Geometria no Colégio Militar do Rio de Janeiro. Deputado Estadual em Sergipe
(1894, 1896 e 1898). Membro e depois presidente da Academia Brasileira de
Letras. Foi um ardoroso defensor de Ortografia simplificada, tendo sido o
relator-geral da reforma ortográfica realizada pela Academia Brasileira de
Letras e Academia das Ciências de Lisboa, em conseqüência do acordo de 30 de
abril de 1931. Diretor da revista de Língua Portuguesa e da Estante Clássica.
Escreveu estudos teóricos e didáticos sobre a língua nacional, ensaios e
crítica de literatura e de arte.
De sua vasta produção, destacam-se as obras: Escritos
Diversos (1895), Corografia de Sergipe (1900), Sílvio Romero (1900), Os
Próceres da Crítica (1911), Estudos de Filosofia e Moral (1912), Introdução ao
Curso de Psicologia e Lógica (1919), Clássicos Brasileiros (1923) e Verbos
Portugueses (1934). Elaborou e supervisionou o Grande e Novíssimo Dicionário da
Língua Portuguesa (cinco volumes), publicação póstuma.
Aníbal Freire.
Aníbal Freire da Fonseca, sergipano da cidade de Lagarto,
filho de Antônio Cornélio da Fonseca e de D. Júlia Freire da Fonseca, nasceu a
7 de julho de 1884 e faleceu no Rio de Janeiro aos 6 de outubro de 1970.
Escritor, jornalista, jurista, acadêmico e político. Estudou
no Atheneu e no Ginásio Sergipano em seu Estado natal, passou pelas Faculdades
de Direito da Bahia, do Rio de Janeiro e de Recife, onde se diplomou em 1903,
ainda menor de idade, retornando em 1907 para fazer-se Mestre. Nesse mesmo ano
foi eleito Deputado Estadual por Pernambuco e em 1908 tornou-se Secretário
Geral desse Estado. Foi Ministro da Fazenda, Ministro do Supremo Tribunal
Federal, Consultor Geral da República e diretor de grandes jornais do país, a
exemplo do Diário de Pernambuco e do Jornal do Brasil, que administrou de 1922
a 1929, de 1933 a 1940 e de 1951 a 1961.
Entre as atividades que desempenhou, o magistério foi a sua
grande paixão. Seus discípulos o reconheciam como um verdadeiro guia e o
admiravam pelos valores que atribuía à liberdade. Seu grande dom era fazer
amigos.
Abelardo Romero.
Abelardo Romero Dantas, filho de Etelvino Dantas e Maria
Romero Dantas, nasceu a 13 de junho de 1907 em Lagarto/SE e faleceu aos 17 de
março de 1979 na mesma cidade.
Foi jornalista, poeta e escritor, tendo poemas publicados na
África e Europa. Estreou como poeta graças ao incentivo de Murilo Araújo, tendo
recebido na Itália, num postal futurista, os aplausos de Felipe Marinetti. Na
França foi elogiado por Georges Le Gentil, que ressaltou a originalidade de sua
mensagem lírica. A crítica Argentina o colocou entre os conceituados poetas do
Brasil, tendo sido também elogiado por reconhecidos homens de letras, europeus
e norte-americanos, bastando citar entre eles: Antônio Rosado, em Portugal;
Gerardo Diego, na Espanha; Émile Dantinne, na Bélgica, Heinz Piontek, na
Alemanha e Philip Booth nos Estados Unidos.
Abelardo Romero é autor das obras “Trem noturno, Vozes da
América, A musa armada, O alegre cativo, O passado adiante, Visita ao Rio,
Sílvio Romero em família, Origem da imoralidade no Brasil, Chatô, A verdade
como anedota e Heróis de batina”. Escreveu “Limites democráticos do Brasil”,
mas morreu antes da sua publicação.
Ranulpho Prata.
Ranulpho Prata, jornalista, autor de contos literários e
romancista, nasceu em 1869 em Lagarto/SE e faleceu em 1942 em Santos, São
Paulo.
Iniciou seus estudos em Sergipe e transferiu-se para Bahia,
onde concluiu o curso secundário e ingressou na Faculdade de medicina de
Salvador, vindo a se formar em 1920, no Rio de Janeiro. Sua paixão pelas letras
se deu a partir de experiências vividas em consultório médico com seus
pacientes, cujos impulsos causados por lágrimas e sofrimentos inspiraram seus
romances e contos admiráveis.
Seu vocabulário real e expressivo originou grandes obras, a
exemplo de “O lírio na torrente, A longa estrada, O triunfo, Navios iluminados
e Dentro da vida”, que marcaram a impetuosidade de seus trabalhos literários.
Texto reproduzidos do site: lagartonet.com