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segunda-feira, 1 de maio de 2017

Lagarto, de poetas e escritores

Foto reproduzida do site: folhadelagarto.com
Postada por Isto é SERGIPE, para ilustrar artigo.

Publicado originalmente no site Lagarto Net, em 15 de abril de 2010.

Lagarto, de poetas e escritores
Por Rusel Barroso.

Lagarto que ostenta uma população de mais de 100.000 habitantes, não poupou generosidade aos seus filhos ao longo de sua história.

Sílvio Romero, Laudelino Freire, Ranulpho Prata, Aníbal Freire e Abelardo Romero são alguns dos lagartenses que deixaram um legado de conhecimento incomensurável para a cultura brasileira. Uma herança que atravessa gerações e, certamente, continuará a enobrecer a cultura da nossa gente.

O Memorial Lagarto Online, que desde a sua fundação contribui para o avanço cultural dessa terra, também inserido entre os que fazem de Lagarto um “Marco de Progresso”, tem a honra de apresentar seus conterrâneos que marcaram época.

Sílvio Romero.

Sílvio Vasconcelos da Silveira Ramos Romero, uma das maiores expressões da cultura brasileira, nasceu em 21 de abril de 1851 em Lagarto/SE e faleceu em 18 de julho de 1914 no Rio de Janeiro.
Escritor, poeta, filósofo, sociólogo, político, crítico literário brasileiro e historiador da literatura. Estudou no Rio de Janeiro, no Colégio Atheneu Fluminense, formando-se em Recife, como Bacharel em Direito. Exerceu atividades como representante do Ministério Público em Sergipe. Chegou a ser magistrado, emprestando seu saber nas comarcas por onde passou. Foi professor de Filosofia no Colégio Pedro II e de Filosofia do Direito na Faculdade Livre de Direito do rio de Janeiro.

Sílvio Romero, foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, tendo também ocupado uma cadeira no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. No governo de campos Sales, foi Deputado Provincial e Federal, por Sergipe. Representou o Brasil em conferências internacionais, destacando-se a de 1904, quando foi agraciado com a comenda de São Tiago, pelo rei D. Carlos, de Portugal.

Entre as suas obras, destacam-se História da literatura brasileira, Contos do fim do Século, A literatura brasileira e a crítica moderna, Cantos populares do Brasil, A filosofia no Brasil, O parlamentarismo e o presidencialismo no Brasil, Doutrina contra doutrina e O Brasil social. Romero, foi um dos grandes responsáveis pela valorização das tradições populares, recolhidas nas obras sobre o folclore.

Laudelino Freire.

Laudelino de Oliveira Freire, escritor, filólogo e lexicógrafo brasileiro, nasceu em Lagarto/SE, em 26 de janeiro de 1873 e faleceu no Rio de Janeiro, em 19 de junho de 1937.

Exerceu a profissão de advogado e foi, também, Catedrático de Geometria no Colégio Militar do Rio de Janeiro. Deputado Estadual em Sergipe (1894, 1896 e 1898). Membro e depois presidente da Academia Brasileira de Letras. Foi um ardoroso defensor de Ortografia simplificada, tendo sido o relator-geral da reforma ortográfica realizada pela Academia Brasileira de Letras e Academia das Ciências de Lisboa, em conseqüência do acordo de 30 de abril de 1931. Diretor da revista de Língua Portuguesa e da Estante Clássica. Escreveu estudos teóricos e didáticos sobre a língua nacional, ensaios e crítica de literatura e de arte.

De sua vasta produção, destacam-se as obras: Escritos Diversos (1895), Corografia de Sergipe (1900), Sílvio Romero (1900), Os Próceres da Crítica (1911), Estudos de Filosofia e Moral (1912), Introdução ao Curso de Psicologia e Lógica (1919), Clássicos Brasileiros (1923) e Verbos Portugueses (1934). Elaborou e supervisionou o Grande e Novíssimo Dicionário da Língua Portuguesa (cinco volumes), publicação póstuma.

Aníbal Freire.

Aníbal Freire da Fonseca, sergipano da cidade de Lagarto, filho de Antônio Cornélio da Fonseca e de D. Júlia Freire da Fonseca, nasceu a 7 de julho de 1884 e faleceu no Rio de Janeiro aos 6 de outubro de 1970.

Escritor, jornalista, jurista, acadêmico e político. Estudou no Atheneu e no Ginásio Sergipano em seu Estado natal, passou pelas Faculdades de Direito da Bahia, do Rio de Janeiro e de Recife, onde se diplomou em 1903, ainda menor de idade, retornando em 1907 para fazer-se Mestre. Nesse mesmo ano foi eleito Deputado Estadual por Pernambuco e em 1908 tornou-se Secretário Geral desse Estado. Foi Ministro da Fazenda, Ministro do Supremo Tribunal Federal, Consultor Geral da República e diretor de grandes jornais do país, a exemplo do Diário de Pernambuco e do Jornal do Brasil, que administrou de 1922 a 1929, de 1933 a 1940 e de 1951 a 1961.

Entre as atividades que desempenhou, o magistério foi a sua grande paixão. Seus discípulos o reconheciam como um verdadeiro guia e o admiravam pelos valores que atribuía à liberdade. Seu grande dom era fazer amigos.

Abelardo Romero.

Abelardo Romero Dantas, filho de Etelvino Dantas e Maria Romero Dantas, nasceu a 13 de junho de 1907 em Lagarto/SE e faleceu aos 17 de março de 1979 na mesma cidade.

Foi jornalista, poeta e escritor, tendo poemas publicados na África e Europa. Estreou como poeta graças ao incentivo de Murilo Araújo, tendo recebido na Itália, num postal futurista, os aplausos de Felipe Marinetti. Na França foi elogiado por Georges Le Gentil, que ressaltou a originalidade de sua mensagem lírica. A crítica Argentina o colocou entre os conceituados poetas do Brasil, tendo sido também elogiado por reconhecidos homens de letras, europeus e norte-americanos, bastando citar entre eles: Antônio Rosado, em Portugal; Gerardo Diego, na Espanha; Émile Dantinne, na Bélgica, Heinz Piontek, na Alemanha e Philip Booth nos Estados Unidos.

Abelardo Romero é autor das obras “Trem noturno, Vozes da América, A musa armada, O alegre cativo, O passado adiante, Visita ao Rio, Sílvio Romero em família, Origem da imoralidade no Brasil, Chatô, A verdade como anedota e Heróis de batina”. Escreveu “Limites democráticos do Brasil”, mas morreu antes da sua publicação.

Ranulpho Prata.

Ranulpho Prata, jornalista, autor de contos literários e romancista, nasceu em 1869 em Lagarto/SE e faleceu em 1942 em Santos, São Paulo.

Iniciou seus estudos em Sergipe e transferiu-se para Bahia, onde concluiu o curso secundário e ingressou na Faculdade de medicina de Salvador, vindo a se formar em 1920, no Rio de Janeiro. Sua paixão pelas letras se deu a partir de experiências vividas em consultório médico com seus pacientes, cujos impulsos causados por lágrimas e sofrimentos inspiraram seus romances e contos admiráveis.

Seu vocabulário real e expressivo originou grandes obras, a exemplo de “O lírio na torrente, A longa estrada, O triunfo, Navios iluminados e Dentro da vida”, que marcaram a impetuosidade de seus trabalhos literários.

Texto reproduzidos do site: lagartonet.com