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quinta-feira, 30 de março de 2017

Passo de Protesto de uma Mulher

Foto: Marinho Neto.

Romance sergipano - O Passo de Estefânia.

Passo de Protesto de uma Mulher.
Por Valéria Araújo.

Núbia Nascimento Marques, escritora sergipana em destaque pela qualidade de sua obra e pela personalidade forte que possuía, engajada com as questões sociais e acima de tudo corajosa em denunciar na ficção ou na vida real os problemas enfrentados pelos oprimidos, pessoas desprotegidas que só contam com a sorte e a boa vontade das autoridades.

Núbia foi romancista, poeta, jornalista, professora e assistente social atuante em todas essas áreas de maneira fervorosa e com muita dedicação e afinco.

Publicou várias obras entre elas: Sinuosas em carne e osso (1961), Berço de Angústia (1967), Baladas do inútil Silêncio (1965), Máquinas e lírios (1971), O passo de Estefânia (1980), esta última alvo do nosso trabalho.

Em O Passo de Estefânia, Núbia nos presenteia com uma narrativa bela, uma história que nos prende a atenção do começo ao fim, não por ser um romance romântico, uma história de amor entre um casal, mas uma declaração de amor pela sua profissão – a de assistente social – e a paixão pelas letras, pela literatura que é o caminho encontrado pela autora para desabafar, denunciar aquilo que a incomoda, que lhe causa um mal estar gigantesco. Por viver em uma época de repressão onde tudo que se fala passa por uma censura, é recriminado e corre-se o risco de pagar caro por não ter “papas na língua” é só através da Literatura que a autora sente-se mais livre para expor seus pensamentos, suas ideias e emoções e faz isso com maestria, seduz o leitor no primeiro momento da leitura de sua obra.

“Na verdade eu sou menos dona de mim. Que liberdade é esta que só encontro nos livros e no discurso abestalhado e imbecil de todos que curtem o horror?” (Pág. 80).

O PASSO DE ESTEFÂNIA é um texto enxuto, objetivo, a linguagem se aproxima do coloquial sem perder a clareza e a habilidade da narrativa que flui tranquilamente aos olhos do leitor.Vale a pena, amigo visitante, conhecer essa obra que me deixou apaixonada por essa grande escritora sergipana.Quando meu professor de Literatura indicou este livro para fazer um trabalho, ele disse para mim que eu iria gostar muito, mas não imaginava que seria amor á primeira página, pois é, realmente fiquei impressionada com a narrativa clara e ao mesmo tempo poética, comovente. Viajei no tempo e conheci um pouco do trabalho bonito de uma dedicada assistente social.Fica aqui como minha dica de leitura!

Texto reproduzido do blog: valeriaaco.blogspot.com.br

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Instituto lança edições de livros de Núbia Marques.


Publicado originalmente no site do Portal Infonet, em 18/10/2016.

Instituto lança edições de livros de Núbia Marques.

Evento ocorre dia 19 às 19h no Museu da Gente.

Na próxima quarta-feira, dia 19, às 19h, acontecerá no Museu da Gente Sergipana Gov. Marcelo Déda, o lançamento das novas edições das obras da escritora Núbia Marques. A trilogia composta por ‘O Passo de Estefânia’, ‘O Sonho e a Sina’ e ‘O Berço da Angústia’ foi reeditada pelo Instituto Banese e o Governo de Sergipe, através da Secretaria de Estado da Cultura, com o objetivo de propagar o legado artístico cultural de uma escritora sergipana que tanto contribuiu com questões sociais e existenciais.

Para assinalar a importância da reedição dessa trilogia, que reúne livros referenciais de Núbia Marques, será lançado um CD contendo os poemas da autora interpretados por importantes nomes da cultura sergipana. A vida e a obra da escritora, que também desenhou, pintou, interpretou e ensinou, buscaram se venturar nos antagonismos da existência humana, revelando aspectos, suscitando questionamentos e denunciando mazelas, consagrando-a como uma inexorável porta voz de seu tempo.

Em ‘Berço de Angústias’, publicado em 1967, estão registradas as mazelas da hipocrisia social, envolta pelo ódio, preconceito e solidão, retratos da difícil existência – é uma obra com temática universal e que demonstra o pleno domínio da língua e do poder de criação e envolvimento da escritora; ‘O Passo de Estefânia’, publicado na década de 1980, é um romance que revela os desafios de uma mulher em busca da sobrevivência, expondo o universo feminino marcado por repressões – transformou-se em uma bibliografia importante para o ensino do Serviço Social, sendo também traduzido para o alemão; já ‘O Sonho e a Sina’, lançado em 1992, apresenta as ilações do tempo, desvelando a perecível condição humana diante do inevitável, uma desesperança exata e irrefutável – tendo o leitor a oportunidade de perpassar pelos meandros que assolam o tempo da idade.

Para Eneida Déda, filha da escritora, a reedição das obras revela o cuidado com a memória da intelectual que foi Núbia Marques. “A importância de lançar mais uma vez essas obras é trazer à tona o cuidado com a memória dessa intelectual que através de 26 obras dedicou a vida às questões sociais e culturais. Novas gerações surgiram após o falecimento da minha mãe e portanto não conhecem suas obras, então, relançar esses livros é cultivar o seu legado e apresentá-lo a quem ainda não teve oportunidade de conhecer”, destaca Eneida.

Núbia do Nascimento Marques, professora graduada e mestra em Serviço Social, nasceu em Aracaju em dezembro de 1927. Escritora, jornalista, folclorista, com 16 publicações em poesia, ficção e nas áreas das ciências sociais e literatura. Foi professora da Universidade Federal de Sergipe e da Rede Oficial de Ensino. Exerceu os cargos de Diretora do Departamento de Cultura e Patrimônio Histórico, de Presidente do Conselho Estadual de Cultura e da Fundação de Cultura do Estado de Sergipe. Primeira mulher a ser admitida na ‘Academia Sergipana de Letras’. Entre suas publicações: “Um Ponto e Duas Divergentes” (versos), livro de estreia; “Dimensões Poéticas”, “Geometria do Abandono”. Os romances “Berço de Angústia”, “O Passo de Estefânia”, o livro de contos “Dente na Pele”, a monografia “Hegemonia Cultural na Escola”, entre outros. Produziu e dirigiu o programa semanal “Comunidade Força Total”, na TV Jornal de Sergipe, Canal 13 (TV Manchete), e presidiu a então Fundação Estadual de Cultura - FUNDESC.

O lançamento dos livros de Núbia Marques integrará o XVII Encontro Nacional de Pós Graduação em Filosofia, realizado pela Universidade Federal de Sergipe e a Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia, que nesse mesmo dia lançará mais 130 publicações. O evento é aberto ao público em geral. O Museu da Gente Sergipana está localizado na Avenida Ivo do Prado, 398, Centro, em Aracaju – Se. Para mais informações entrar em contato com o Instituto Banese através do telefone (79) 3218-1551.

Fonte: Instituto Banese.

Texto e imagem reproduzidos do site: infonet.com.br/cultura

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Quem foi Professora Núbia Marques?

Foto reproduzida do blog: academialiterariadevida.blogspot.com.br

Quem foi Professora Núbia Marques?

Professora Núbia Nascimento Marques nasceu na cidade de Aracaju em 21.12.1927 e faleceu em 26.08.1999. Cursou o primário no Colégio Menino Jesus, o Ginásio e o Clássico no Colégio Atheneu Sergipense, onde integrou a Arcádia Literária Estudantil. Graduou-se em Serviço Social e era Mestra pela PUC de São Paulo. Ensinou o 1º e o 2º graus, além disso, foi professora da Universidade Federal de Sergipe. Geriu o Departamento de Cultura e Patrimônio Histórico e presidiu a Fundese.
Atuava nos estudos de comunidades, de mulheres trabalhadoras e da igualdade de gênero. Foi exemplo de força através da realização de denúncias e organização de movimentos pela Anistia em Sergipe na época da Ditadura Militar.
Sempre foi independente em suas ações, complementando suas obras com traços modernos e desafiadores. Poeta e romancista, Núbia foi a primeira mulher a fazer parte da Academia Sergipana de Letras. Atualmente permanece entre os grandes destaques da nossa literatura, o que demonstra a atuação da mulher brasileira no campo das letras. Feminista, emprestou toda sua rebeldia as obras, nas quais fica evidente a sua indignação diante das injustiças praticadas na sociedade.
Sempre com um toque de artista, dedicou-se à pintura e ao desenho. Em 1948 transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde frequentou a Sociedade Brasileira de Artes Plásticas. Logo após o seu casamento regressou a Sergipe. Foi autora de várias obras, dentre elas: “Dente na Pele”, Berço de Angústias, O Passo de Estefânia, O sonho e a Sina. Para comemorar seus setenta anos de existência e o quadragésimo ano de imersão no universo literário que a transbordava e que a cercava, Núbia lançou em 1997 Caminhos e Atalhos. O livro Do Campo à Metrópole foi lançado postumamente em 1º de setembro com o apoio da empresa G. Barbosa e pela família da autora.

Texto Reproduzido do Blog: abrigonubia.blogspot.com.br

Foto: Marinho Neto