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quinta-feira, 7 de novembro de 2024

Museu da Gente Sergipana realiza homenagem a Aglaé Fontes pelos seus 90 anos







Fotos: Ascom Funcap

Publicação compartilhada do site GOVERNO DE SERGIPE, de 5 de novembro de 2024 

Museu da Gente Sergipana realiza homenagem a Aglaé Fontes pelos seus 90 anos

Evento aconteceu nesta segunda-feira, 4, na presença de várias personalidades do estado

Em comemoração aos 90 anos da professora Aglaé Fontes, celebrados no dia 2 de novembro, o Instituto Banese, através do Museu da Gente Sergipana e junto ao Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, realizou uma homenagem surpresa para celebrar sua vida, reunindo inúmeros admiradores da professora. Aglaé foi surpreendida ao fim de um evento no Museu na última segunda-feira, 4, e recebeu homenagens em forma de música, documentário e apresentações teatrais.

No evento, houve a exibição de um documentário com roteiro da jornalista Patrícia Cerqueira; apresentação de um jogral composto por amigos presentes na trajetória de Aglaé no teatro, educação, cultura popular e outros âmbitos de sua vida; e apresentação da Chegança e Lambe-Sujo de Laranjeiras. Ao final, houve a inauguração de uma escultura da professora, que passa a fazer parte do acervo do Museu da Gente Sergipana.

O superintendente do Instituto Banese, Ézio Déda, revelou parte da relação de Aglaé com a instituição e sua importância para todos. “Ela foi uma das pessoas que participou do processo curatorial de construção do Museu, e depois também como curadora do Largo da Gente Sergipana. É uma pessoa que além da importância, do legado que e da história de dedicação à cultura de Sergipe, também contribuiu muito em nossos espaços. Ela é uma pessoa que uniu o academicismo, com a força da identidade da cultura popular. Saiu dos muros da universidade e chegou perto dessas pessoas que estão no interior do estado sustentando o estandarte da nossa cultura”, detalhou.

Já para o presidente da Fundação de Cultura e Arte Aperipê (Funcap), Gustavo Paixão, a historiadora é merecedora de todas as homenagens. “A professora Aglaé, aos seus 90 anos, é uma baluarte da cultura sergipana. Uma pessoa que teve sua vida dedicada à cultura, que tem como sua grande paixão o nosso querido Centro de Criatividade. Toda homenagem à ela é mais do que justa e merecida”, disse ele...

Mais homenagens

A estudiosa se emocionou durante toda a noite. Ao final, foi recebida com um caloroso canto de parabéns, entoado pelo cantor sergipano Lucas Campelo. Quem arrancou muitas lágrimas da aniversariante foi sua filha, Del Alencar, ao cantar as músicas da mãe, acompanhada do público. “Acho importante a homenagem em vida. Não esperava tanto carinho e emoção. Ela foi pega de surpresa e está muito feliz. E nós também!”, exaltou.

A amiga de longa data de Aglaé, Maria das Graças Barreto Souza, conhecida como Gracinha, esteve presente na homenagem e falou sobre a importância da professora em sua vida. “Eu hoje estou com 75 anos de idade e conheci a Aglaé com 5. A gente nunca mais se separou. Fui uma das primeiras alunas da escolinha de música dela, e o trabalho que exerci foi todo através dela. É muito bonito ver uma pessoa com 90 anos, com a capacidade criativa que ela tem”, pontuou.

A jornalista Patrícia Cerqueira, roteirista do documentário, contou um pouco sobre o que a historiadora representa para ela: “O compromisso de Aglaé com a educação e a arte me encantou. Sempre soube do peso do seu nome, do seu trabalho, mas o contato ainda mais próximo com parte das produções dela deixou ainda claro a importância dessa mulher para a história de Sergipe. Ela abriu caminhos para a arte aqui no estado”.

Já o artista visual Elias Santos, responsável pela escultura de Aglaé Fontes, explicou a essência do projeto. “Foi feito um ensaio fotográfico sem que ela soubesse que era para a escultura, e quatro meses de trabalhos para chegar no resultado. É uma escultura de resina e aço, com uma pátria em bronze, e a ideia era captar a intelectual de uma forma introspectiva e relaxada. Foi de uma responsabilidade imensa pela magnitude”, disse ele.

Aglaé Fontes

Aglaé d’Ávila Fontes é sergipana do município de Lagarto. Ela é professora, historiadora, folclorista, escritora, musicista, teatróloga, atriz e uma das maiores especialistas em cultura popular de Sergipe. Seu primeiro marco foi a sua ‘Escolinha de Música’, fundada em 1955.

A intelectual e mediadora cultural criou grupos de teatro, escreveu livros e peças teatrais. Foi produtora e apresentadora do primeiro programa infantil no rádio sergipano: ‘O gato de Botas’, na Rádio Cultura, e geriu importantes instituições e órgãos culturais, como o Centro de Criatividade, do qual também foi idealizadora em 1985; a Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju); e a Secretaria de Estado da Cultura.

Dedicada à literatura e ao ensino, Aglaé foi docente da Universidade Federal de Sergipe (UFS), é imortal da Academia Sergipana de Letras e da Academia Lagartense de Letras. Em 2018, assumiu a presidência do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, e em 2020 foi reeleita presidente da conhecida ‘Casa de Sergipe’.

Personalidade feminina de múltiplos saberes e fascinada em manter viva a cultura sergipana, Aglaé também traz em seu legado a fundação do Grupo de Teatro de Bonecos Mamulengo de Cheiroso, em 1978.

Texto e imagens reproduzidos do site: www se gov br

Aglaé Fontes recebe homenagens durante solenidade no Museu da Gente Sergipana

quarta-feira, 6 de novembro de 2024

'Aglaé d’Ávila Fontes: os 90 anos de uma laboriosa', por Wagner Lemos

Artigo compartilhado do site ROACONTECE, de 5 de novembro de 2024 

Aglaé d’Ávila Fontes: os 90 anos de uma laboriosa.
Por Wagner Lemos

Muitas das antigas culturas definiam o nome próprio como uma espécie de destino, de desígnio divino a ser cumprido por aquele que o recebesse. O significado do nome seria a indelével marca que seu possuidor levaria pela  vida.

Não alvitro essa crença em uma régua inquestionável, mas, prudentemente, não a coloco em xeque. Mantenho-me esteiado no terreno daqueles que sabem que o mundo sempre há de nos desvelar suas belezas sutis.

Em 02 de novembro de 1934, nasceu em Lagarto, Sergipe, Aglaé d’Ávila Fontes. Há noventa anos, a parcela de Arte de que o mundo é dotado se ampliava e ainda ganharia novos contornos. Sua presença nos deu expressões de sensibilidade e talento patentes em todo o engenho em que pôs suas mãos.  Música, ensino em distintos níveis, radiofonia, TV, teatro, folclore, literatura infantojuvenil, gestão administrativa e produção cultural são áreas que testificam sua imprescindibilidade na cultura brasileira.

Nisso, retomo a força das palavras e os insondáveis caminhos  do batismo. Aglaé é nome de fundamento na mitologia grega. Trata-se da “glória”, um dos atributos da deusa Afrodite.

Há, no entanto, uma outra face pouco conhecida. Temos a existência de uma espécie de abelha cujo nome científico é “aglae”. A abelha “aglae caerulea” é, meu entendimento, uma metáfora bem ajustada à personalidade e vida da professora Aglaé d’Ávila Fontes. Quem com ela convive ou quem acompanha sua trajetória, sabe bem o quão laboriosa é essa multifacetada intelectual. Ainda hoje, na presidência do nosso Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, evidencia cotidianamente o incansável empenho que emprega em cada uma de suas atividades e o quanto elabora, reelabora e executa projetos montados em impecável caligrafia e acompanhados em dedos de prosa e um bom café.

Penso que, como escreveu o luso poeta, engenho e arte estiveram no desígnio em estreitar as duas laboriosas em um só nome.

Atuar ao seu lado no IHGSE deu-me régua, compasso e o privilégio de aprender a todo instante em que estou na sua presença. Em uníssono me somo àqueles que reconhecem a distinção de ser seu contemporâneo. Vida longa à nossa laboriosa Aglaé d’Ávila Fontes.

Texto e imagem reproduzidos do site: roacontece com br

sábado, 9 de março de 2019

Exposição de bonecas temáticas homenageará Aglaé Fontes



Fotos: Márcio Garcez.

Publicado originalmente no site da Prefeitura de São Cristóvão, em 08/03/2019

Exposição de bonecas temáticas homenageará Aglaé Fontes

Natural de Lagarto, professora da Universidade Federal de Sergipe (UFS), membro da equipe criadora do Festival de Artes de São Cristóvão (FASC), escritora, dramaturga, pesquisadora e comprometida com a cultura sergipana, Aglaé Fontes será a grande homenageada durante a abertura da exposição das bonecas temáticas, realizada pela Fundação de Cultura e Turismo João Bebe-Água (Fundact).  A mostra acontece na próxima terça-feira, 12, a partir das 17h, na Casa das Tintas do bairro Jardins, em Aracaju.

Enquanto diretora-presidente da Fundact, Aglaé Fontes desenvolveu um trabalho de regate cultural que transformou a vida de mulheres no município. “Quando chegou a São Cristóvão no ano de 2011 para ser secretária, ela fez uma busca ativa pelos artesãos no município e montou um grupo. O objetivo inicial além de resgatar a cultura foi o de criar uma autonomia econômica para aquelas mulheres que viviam na dependência dos seus pais ou maridos. Eu fui uma dessas mulheres e foi grandioso todo o conhecimento que pude adquirir, sou muito grata”, falou a artesã, Carmem Verônica Silva dos Santos.

Já Maria Lourdes de Jesus Silva, destacou a personalidade da homenageada e o seu poder de transformação na vida das mulheres sancristovenses. “Aglaé sempre se mostrou muito compreensiva e firme nas suas decisões. A professora foi um ser de luz na vida das bonequeiras. Ela deu vida, deu voz às mulheres que estavam em casa caladas e sem autonomia. Ela transformou nossas vidas”.

De acordo com a artesã Maria Anair dos Santos Reis  o trabalho desenvolvido despertou o seu olhar para a importância das questões culturais. “Quando em 2011 recebi o convite para participar do grupo eu não me dedicava muito para estas questões ligadas à cultura. Hoje o que eu sou e onde eu estou devo muito à Aglaé, e todo o seu conhecimento compartilhado. Os seu saberes e fazeres", pontuou.

A exposição

Com o objetivo de divulgar o artesanato local e gerar emprego e renda para os moradores do município, a Prefeitura de São Cristóvão através da Secretaria Municipal de Assistência Social e do Trabalho (Semast) e da Fundação de Cultura e Turismo João Bebe-Água (Fundact) realizará na próxima terça-feira (12), uma exposição com bonecas temáticas. A mostra acontece a partir das 17h, na loja Casa das Tintas, bairro Jardins, em Aracaju.

Ao todo 12 artesãs poderão expor as bonecas que representam grupos folclóricos do estado e personagens da sociedade sancristovense, como: Reisado, Taieria, Caceteira, Samba de Coco, Cangaço, Cacumbi, Chegança, dentre outros. A ideia da exposição é facilitar o diálogo entre as bonequeiras, visitantes e clientes do espaço, além de outras personalidades que estarão presentes na abertura do evento.

“É mais uma ação da Prefeitura de São Cristóvão que busca gerar emprego e renda para as artesãs do município. Além disso, é uma forma de divulgar a cultura local”, explicou a assessora técnica da Fundact, Monica Schneider.

A abertura da exposição contará com a apresentação do grupo folclórico de Samba de Coco e uma homenagem à professora Aglaé Fontes, que deu início ao trabalho temático com as artesãs no município. A mostra permanecerá disponível ao público até o dia 30 de março.

Texto e imagens reproduzidos do site: saocristovao.se.gov.br