Fotos: Edinah Mary
Publicado originalmente no site ASN, em 21 de Maio de 2018
Dia do Apicultor: Governo investiu R$ 3,3 milhões e beneficiou
600 produtores sergipanos
Neste 22 de maio, quando se comemora o Dia do Apicultor, o
governo do Estado ressalta a importância desses trabalhadores para a segurança
alimentar e a economia sergipana
Nos últimos seis anos, o governo de Sergipe investiu o valor
aproximado de R$ 3,3 milhões no apoio ao pequeno apicultor, alcançando cerca de
600 produtores rurais de diversos municípios. O estado é, hoje, o segundo maior
produtor de pólen apícola do Nordeste. Através da destinação de recursos para a
aquisição de equipamentos, reformas e ampliações; ou capacitação em gestão para
o pequeno apicultor, o apoio do governo do Estado tem sido fundamental.
Do Alto Sertão à Foz do São Francisco, 19 entidades da
apicultura são beneficiadas. Uma delas é a Associação dos Melicultores do Alto
Sertão (Amas), em Canindé de São Francisco, contemplada pelo edital de Fomento
aos Arranjos Produtivos Locais (APLs), estratégia que apoia o pequeno produtor
rural, através do incremento estrutural, que lhes possibilita avanços na
produção e maior geração de renda para as comunidades onde estão inseridas.
A Unidade de Extração de Mel surgiu em 1996, através de uma
parceria entre o Instituto Xingó e a Prefeitura de Canindé. À época, o espaço
media 80m² e não atendia às exigências legais para obtenção do Selo de Inspeção
Estadual (SIE). Em 2010, o prédio foi ampliado para 140m², mas ainda sem
cumprir as exigências sanitárias. Em 2012, com a participação dos apicultores locais,
sócios da Amas, da Cooperativa Apícola de Sergipe (Coapise), do Sebrae e da
Prefeitura, a soma dos esforços resultou em um prédio de 386m², equipamentos e
a possibilidade da extração de 700kg de mel por dia. Com o apoio do governo,
por meio da Secretaria de Estado da Inclusão Social (Seidh), foi possível
adquirir novos equipamentos e transformar a simples unidade no maior Entreposto
de Mel de Sergipe. O salto produtivo se deu após o aumento da capacidade de
extração de 600 kg para 2.300 kg de mel por dia - quase quatro vezes mais.
Na opinião de Jociel Ferreira da Silva, presidente da Amas,
a unidade foi um grande presente para todos os associados. “A Seidh sempre nos
recebeu com muito carinho e atenção. Todas as orientações foram necessárias
para que pudéssemos chegar até aqui. As associações também receberam apoio do
Sebrae, Codevasf, Cohidro e BNDES. Foi possível fazer todas as mudanças e
adequações e avançar nos nossos trabalhos. São oportunidades de trabalho e
crescimento de renda para todas as famílias”, comemorou.
Para a Unidade de Extração de Mel da Amas, foram investidos
cerca de R$ 285 mil pelo Governo do Estado através do Fundo Estadual de Combate
e Erradicação da Pobreza (Funcep), gerido pela Seidh. Desse montante, R$ 14,3
mil foram a contrapartida da Associação, beneficiando diretamente 25 famílias.
Um dos avanços proporcionados pelos novos equipamentos foi a possibilidade de
fazer o envase do mel em sachês, permitindo que a Amas integrasse no Programa
da Merenda Escolar e fornecesse o produto para as prefeituras e entidades que
transportam o mel. O grande diferencial, contudo, foi a aquisição da máquina
laminadora, alveoladora e cortadora automática para cera. Sergipe é o segundo
estado do Nordeste a ter o equipamento, com capacidade para produzir 10 lâminas
de cera por minuto.
“A possibilidade do pequeno apicultor negociar a aquisição
das lâminas de cera com o pagamento em mel ou mesmo levar o produto in natura
para processar na Amas (obtendo as lâminas) é um marco na história da apicultura
sergipana. A cadeia produtiva do mel em Sergipe recebe todo o apoio do Governo
do Estado, não só em melhorias estruturais, mas também na formação dos pequenos
apicultores, para que possam gerenciar sua atividade como um negócio”, afirma o
secretário da Seidh, José Carlos Felizola.
Pólen Apícola
Na região da Foz do São Francisco, entre belezas naturais e
coqueirais, a apicultura também é uma atividade em expansão. Com o tempo, a
capacitação dos produtores locais, aliada ao conhecimento de tecnologias sociais
e ao meio ambiente, fez com que os membros da antiga Associação de Catadores de
Caranguejo do povoado Brejão dos Negros, município de Brejo Grande, migrassem
para a produção e comercialização do pólen, alimento rico em proteínas e cheio
de benefícios para a saúde. Hoje, os 33 apicultores da atual Associação
Brejograndense de Criadores de Abelhas (Abeca) têm renda garantida e são
responsáveis pela coleta, limpeza, processamento, envasamento e congelamento,
colocando Sergipe como o segundo maior produtor de pólen apícola do Nordeste.
A associação foi contemplada no segundo Edital de Arranjos
Produtivos Locais (APLs), com o valor de R$ 289.350,37 (sendo R$ 15 mil de
contrapartida da entidade) para elaboração do projeto arquitetônico e
estrutural, execução da obra, cursos de qualificação profissional, aquisição e
instalação de equipamentos, e obtenção de licença ambiental. A Seidh liberou a
segunda parcela do convênio no valor de R$ 188.728,39, e com esse recurso, foi
possível erguer a nova sede. Após a construção, será paga a última parcela de
R$ 63.309,88, destinada à compra de equipamentos.
A principal fonte do pólen é formada pelos coqueirais, que
atraem as abelhas, sendo excelentes fornecedores. A produção não para, é o ano
inteiro. Segundo Albson Bispo dos Santos, presidente da Abeca, a associação é a
principal processadora da região, com capacidade de até 500 kg de pólen apícola
por mês. Atualmente, o produto de Sergipe atrai olhares e consumidores do Rio
de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Tocantins, Bahia, Alagoas
e Santa Catarina.
“O Projeto de Fortalecimento da Atividade Produtiva de Pólen
Apícola da Região da Foz do Rio São Francisco busca o desenvolvimento
profissional, a agregação de valores e a melhoria da estrutura produtiva. Com a
nova sede pronta e equipada, nossa expectativa é aumentar a produção, incluir
mais produtores e alcançar novos mercados. Nosso foco é o pólen, que se
transformou em uma opção de renda. Alguns apicultores já conseguem tirar de 4 a
6 salários mínimos na produção. Contamos com 52 famílias associadas”, explicou
o presidente.
A diretora de Inclusão Produtiva da Seidh,
Heleonora Cerqueira, conhece o trabalho da Abeca desde o início. Segundo ela,
ver os produtores de Brejo Grande levando o nome de Sergipe para outros
territórios, é motivo de orgulho. “A associação é fruto da persistência e da
vontade dos apicultores e a Seidh fomenta a evolução do homem do campo. Os
membros da Abeca começaram catando caranguejo e o presidente percebeu a
capacidade de trabalhar com o pólen, ofertando cursos para os associados. O
negócio emplacou e resultado é surpreendente. Pesquisadores e técnicos das
universidades sergipanas já atestaram cientificamente a pureza do pólen.
Ficamos felizes em conhecer a história e ver esse crescimento”, comemorou
Texto e imagens reproduzidos do site: agencia.se.gov.br