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sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Filhos Ilustres de Sergipe - Fausto Cardoso (1864 - 1906)


Filhos Ilustres de Sergipe - Fausto Cardoso (1864 - 1906).

Fausto de Aguiar Cardoso, mais conhecido como Fausto Cardoso, advogado, poeta, sociólogo, jornalista, orador e político sergipano, nasceu no Engenho São Félix, no município de Divina Pastora, em 22 de dezembro de 1864.

Concluídos os preparatórios, ingressou na Faculdade de Direito de Recife, onde foi contemporâneo de Tobias Barreto, e seu liderado. Nesta condição colaborou em vários jornais de Pernambuco.

Formado, voltou para Sergipe, onde foi promotor público em Laranjeiras e outras comarcas, até desentender-se com a política local e mudar-se para o Rio de Janeiro, onde se projetou como político, professor de direito e escritor.

Escreveu vários livros. Em um deles, denominado “Concepção Monística do Universo”, expôs sua filosofia. Em outro, intitulado “Taxonomia Social”, escreveu páginas brilhantes sobre a sociedade. Publicou vários artigos sobre história, temas jurídicos e outros assuntos.

Em 1900, eleito deputado federal por Sergipe, se envolveu de corpo e alma com a política de sua terra natal, Foi um político corajoso e um orador brilhante. Integrou o Movimento de Renovação do Pensamento Nacional, aderiu ao movimento republicano, e fundou o Partido Progressista.. As galerias da Câmara dos Deputados ficavam cheias quando Fausto Cardoso anunciava que iria usar da palavra. Todos o conheciam e o admiravam.

Morreu cedo, com, apenas, 42 anos de idade.

Para entender o trágico episódio que culminou com a morte de Fausto Cardoso, é preciso lembrar que a República iniciou-se no Brasil como um movimento oligárquico representado pelo coronelismo que se perpetuou no poder vencendo eleições sucessivas. A vitoria dos candidatos a Governador era resultante de um pacto firmado entre o Governo Federal e o Governo dos Estados. Baseados neste pacto, os Presidentes da República praticavam uma política incompetente e impopular. Em Sergipe, o grupo dominante era liderado pelo monsenhor Olympio Campos posicionou-se como aliado de Olympio Campos mas depois rompeu e se tornou opositor. Em 1906, ao chegar em Aracaju, logo após a eleição em que saiu vitorioso, Fausto Cardoso alegou que estava agradecendo o sufrágio mas seus inimigos entenderam que o seu verdadeiro objetivo era desafiar Olympio Campos. A capital sergipana estava dominada por um movimento revolucionário que depôs o Governador Guilherme Campos (irmão de Olympio), e entregou o poder ao Partido Progressista, (fundado, algum tempo antes, por Fausto Cardoso). A revolta, preparada pelos seguidores de Fausto Cardoso e executada pela Polícia Militar, tomou o Palácio do Governo, invadiu a Assembléia Legislativa, cassou diversos deputados e se apoderou de alguns municípios do interior. O monsenhor Olympio Campos que era Senador por Sergipe, conseguiu que o Presidente Rodrigues Alves enviasse tropas do Exército que se deslocaram da Bahia e de Pernambuco, com o objetivo de restabelecer a ordem.

No dia 28, Fausto Cardoso se dirigiu, desarmado, ao Palácio do Governo numa tentativa de mudar o pensamento da tropa. Proferiu um discurso inflamado mas os soldados atiraram e ele caiu morto, vitimado por uma bala que o atingiu no peito.

Os filhos de Fausto Cardoso vingaram a morte do pai assassinando, três meses depois, Olympio Campos, no Rio de Janeiro.

Texto e imagem reproduzidos do blog: bainosilustres.blogspot.com.br

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Fausto Cardoso

Fausto Cardoso, no Palácio-Museu Olímpio Campos, em Aracaju/SE.
Foto reproduzida do blog: blogdoricco.blogspot.com.br

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

GOVERNADOR - Fausto Cardoso


Fausto Cardoso.

Fausto de Aguiar Cardoso (Divina Pastora, 22 de dezembro de 1864 - Aracaju, 28 de agosto de 1906) foi um advogado, poeta, filósofo e político brasileiro.

Formado em Direito pela Faculdade de Direito do Recife, escreveu para jornais em Recife e integrou o Movimento de Renovação do Pensamento Nacional. que aderiu ao movimento republicano, sendo eleito deputado federal em duas legislaturas e fundou o Partido Progressista.

Fausto foi assassinado no Palácio do Governo, em Aracaju, durante o movimento de 1906.

Mas tarde, seus filhos vingaram a sua morte, assassinando no Rio de Janeiro o Monsenhor Olímpio Campos, no episódio conhecido como "A Tragédia de Sergipe".

Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

O Crime de Fausto Cardoso


O Crime de Fausto Cardoso (*)
Por Acrísio Torres

Fausto Cardoso era um espírito singular, de extremos. Passava da arrogância desmedida, em provocar lutas, à doçura da clemência, em conceder perdões; do silêncio do gabinete, onde era filósofo, lançava-se ao tumulto da praça pública, onde era revolucionário. Pontificou em vários pontos da ciência. Escreveu obras notáveis. No Cosmos, sonhou com a hegemonia do direito, na Taxeonomia Social, desvendou o âmago da história, em Lei e Arbítrio, pregou a ditadura no próprio seio do congresso nacional. No jornalismo, sua pena foi o estilete dos tiranos. Tomou de “assalto” todas as tribunas, a acadêmica, a judiciária, a dos comícios, a parlamentar, nas quais empolgava, concentrava as atenções, as aclamações, os aplausos. Era o tribuno invejado, invejável.

Foi assim Fausto Cardoso. Filósofo, historiador, jornalista, tribuno, poeta, revolucionário. Raro na sua originalidade. Tocado pelo gênio, tal era o vigor e arrojo de seus vôos, só impedidos mesmo por uma bala de carabina. Esse herói carlyliano, nascido em Divina Pastora, em 1864, estava destinado a sucumbir numa tragédia política que sensibilizou o estado, a nação. Tudo ocorreu em 1906, em 28 de agosto, devido a um conflito de mentalidades políticas.Culminava um grave conflito ideológico, na época. Fausto Cardoso, de um lado, encarnava o pensamento liberal, o espírito revolucionário, e, Olímpio Campos, de outro, o ideal conservador, contra-revolucionário, interessado na ordem estabelecida.

Fausto Cardoso, deputado federal, chefia a revolta progressista, com o apoio da força policial. Guilherme Campos, presidente do estado, irmão de Olímpio Campos, é deposto. Não lhe restava senão pedir a intervenção federal, assegurada no artigo seis da constituição de 1891, a primeira republicana. Rodrigues Alves, presidente da república, autorizado pelo congresso nacional, ordenou ao general Firmino Lopes Rego, comandante do primeiro distrito militar, repor no poder o governo legal. Era 28 de agosto de 1906. Gumercindo Bessa, dos amigos que em vão tentaram demover Fausto Cardoso de reação, foi o último a deixar o palácio do governo. Chorava. Eram lágrimas prenunciadoras da tragédia.

Firmino Lopes, baldadas as tentativas de dissuadir Fausto, ordenou fosse evacuado o palácio do governo. Era soldado, cumpria ordens. Os soldados penetraram o palácio, no momento em que Fausto, sem medo, sem receio, como se sentisse que ia (ou devia?) morrer, gritou da escada: - “Atirem, bandidos!”. Um tiro foi disparado. Era o fim de Fausto. Melpômene triunfava sobre Calíope. Assim morreu Fausto Cardoso. Na verdade, uma morte trágica, ocorrida num lance de aventura, nunca antes ocorrido em Sergipe, que, certamente, nunca mais se repetirá, muito raro mesmo na história política da nação brasileira. Pesado luto caiu sobre Sergipe. Em todo o país, a imprensa lamentou o trágico sucesso. No Rio, A Tribuna dizia que Fausto “foi um organismo permanentemente em ebulição, uma alma de fogo, e o fogo que lavrava nela acabou por devorá-la”.

No império, na república, não há registro de caso de tamanha gravidade. Por isso, não deixa de ser estranho que, na comunicação ao congresso nacional, de que havia sido reposto o presidente de Sergipe, Rodrigues Alves não haja feito a menor referência à morte de Fausto. Dizia apenas “o que de mais ocorreu consta dos documentos anexos”.

(*) Do Livro “Cenas da Vida Sergipana, 2 – Acrísio Torres – SERGIPE/CRIMES POLÍTICOS, I”, Thesaurus Editora, prefácio de Orlando Dantas, páginas 13/14.

- Sobre a referência final, do presidente da república, Rodrigues Alves, o autor recomenda a leitura de “Fausto Cardoso e a Revolução de 1906”, de José Calasans.

Foto e texto reproduzidos do blog: clovisbarbosa.blogspot.com.br

De Clóvis Barbosa.