Município de Carira/SE.
Carira é um município brasileiro do estado de Sergipe.
Localiza-se a uma latitude 10°21’42” sul e a uma longitude 37°42’01” oeste,
estando a uma altitude de 351 metros acima do nível do mar. O município está
localizado na região oeste do Estado de Sergipe, limitando-se a norte com o
município de Nossa Senhora da Glória, a oeste com o Estado da Bahia, a sul com
Pinhão e Frei Paulo e a leste com Nossa Senhora Aparecida. Sua população
estimada em 2010 era de 20.007 habitantes, possuindo uma área municipal de
634,6 km².
O nome do município é uma homenagem à índia chamada de Mãe
Carira.
História.
Na primeira metade do século XIX, o território que
compreende Carira pertencia às Matas de Itabaiana e localizava-se na fronteira
com Jeremoabo/BA, no trecho onde hoje localizam-se os municípios baianos de
Coronel João Sá e Pedro Alexandre.
A partir de 1850, a região próxima ao Rio do Peixe, afluente
esquerdo do Vaza Barris, conheceu um certo aumento populacional. Nessa região
viviam os Dantas, família influente na política do sertão baiano.
Os Dantas trouxeram para estas terras, o vaqueiro João
Martins de Souza com os primeiros povoadores, que partiram das margens do Rio
do Peixe, imediações de Bom Conselho (atual Cícero Dantas/BA).
Deve-se a João Martins o início do povoamento da região, que
passou a ser conhecida mais tarde como Mãe Carira. Essa toponímia homenageia
uma índia que chefiava uma tribo localizada entre o Tanque do Carira e Saco
Torto.
Da aldeia de mãe Carira, a uma distância de dois quilômetros
para o leste, João Martins edificou a primeira casa, em 1865. Em seguida, foram
construídas as residências dos seus filhos Joaquim e Gonçalo.
A história de Mãe Carira confunde-se com a história do
município. Segundo registros históricos, os moradores de Barra Larga (hoje,
pertencente a Coronel João Sá/BA), fizeram uma grande roça de milho no
território indígena. Os índios, sempre enxotados para mais distante de seu
primitivo habitat, e se vendo sem suas terras para plantar, começaram a
desfrutar secretamente da referida plantação. Os novatos ocupantes daquelas
terras, notando os constantes desfalques, começaram a tocaiá-los. Mas, sem
êxito, resolveram fazer um acampamento escondido no roçado.
Em 25 de novembro de 1865, os nativos, como de costume,
foram buscar algumas espigas, e a velha cacique estava com eles. Quando
cuidavam de colher as espigas, os donos do roçado incitaram cães ferozes sobre
os índios, que fugiram em debandada. Os mais jovens conseguiram escapar, mesmo
muito feridos. Foi terrível o corre-corre entre a caatinga cheia de plantas
espinhentas, como macambira, mandacaru e outros. Mãe Carira, a mais velha da
tribo, ferida e perdendo muito sangue, por causa das mordidas dos cães, caiu
pesadamente próximo a um pé de Jequiri, ao lado da casa de João Martins. E foi
naquele local que os cães a atacaram. O vaqueiro acudiu a índia, mas em
conseqüência dos ferimentos, ela veio a falecer em alguns dias. A chefe da
tribo foi sepultada por João Martins, no lugar em que tombou. Sobre sua cova,
ele afixou um cruzeiro.
O Desenvolvimento.
Durante a guerra do Paraguai (1864 – 1870), muitos homens,
para não serem recrutados, vieram se esconder nas terras desabitadas de mãe
Carira. Já em 1870, à sombra do jequiri, ao lado da sua casa, João Martins
iniciou aos domingos uma pequena feira que foi atraindo pessoas para o lugar
nascente.
Cinco anos depois, Mãe Carira possuía um razoável número de
habitantes e João Martins ergueu uma casinha de oração em volta da cova da
Índia (onde hoje é a praça Martinho de Souza). Ali se reuniam os fiéis, com o
cemitério ao lado. No início do século XX, o povoado passou a ser chamado
apenas de Carira.
Aos 25 dias do mês de novembro de 1953, oitenta e oito anos
após a morte de Mãe Carira, atingimos nossa almejada autonomia, com a elevação
de Carira, pela Lei Estadual n.º 525A, a cidade e sede do Município de mesmo
nome, com território desmembrado do Município de Frei Paulo. Essa data
memorável diz respeito não só a Carira, mas também ao seguintes municípios
criados pela referida Lei: Barra dos Coqueiros, Pacatiba (Pacatuba), Umbaúba,
Poço Verde,Tomar do Geru, Itabi, Malhador, Pedrinhas, Poço Redondo, Curituba
(Canindé do São Francisco), Macambira, Pinhão, Monte Alegre de Sergipe,
Tamanduá (Graccho Cardoso), Camboatá (Santa Rosa de Lima), Cumbe, Amparo de São
Francisco e Malhada dos Bois. Nossa primeira eleição foi em 3 de outubro de
1954, e a 6 de fevereiro de 1955, Carira foi elevada a Município autônomo,
tendo como primeiro prefeito eleito Olímpio Rabelo de Morais, e como membros da
Câmara de Vereadores: Nelson Dantas de Almeida (presidente), João Pedro Alves
(João Gonçalo), Aduilson Simões de Almeida, Lameu Martins de Almeida e Gerino
Paes da Costa...
Foto e trecho de artigo reproduzidos do site:
maiscarira.com.br