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16 agosto, 2024

SOMBRIO, Carlos - AGUARELAS DA BEIRA. Cronicas da Serra da Estrela. [Prefácio de Mário Vieira Machado]. Ceia, Tipografia "Montes Herminios", 1933. In-4.º (24 cm) de 141, [3] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Interessante conjunto de crónicas que traduzem uma temporada na Serra da Estrela, e as caminhadas e passeios que Sombrio por lá deu.
Livro bonito, de grande esmero e apuro gráfico, ilustrado com 12 belíssimas estampas em sanguínea, reproduzindo clichés do autor (ass. "A. Esteves") - 1 na capa e 11 no interior (coladas em página inteira).
"Ergui-me hoje no desejo de subir a encosta e ir até ao Monte Farjão e dali, olhando o imenso vale onde algumas povoações se acolhem, se aconchegam no mimo e no afago das últimas verduras, procurar ao longe a nuvem movediça do fumo do combóio que atravessa a Beira a caminho de terras fronteiriças.
É já cá em cima, perto da carvalha velha que encontro um rebanho tilintando e um velho pastor, de manta listada às costas e de chapéu de largas abas.
- «Bom dia!» - E vou a seguir o meu caminho.
- «Bom dia!» Mas logo num olhar de estranheza e numa interrogação: «Onde vai meu senhor, com tanto frio, sem que para aí ande viv'alma?»
Acarinho a sua curiosidade com um pretexto.
Ofereço cigarros. E como dois velhos conhecidos ou como dois bons amigos, emquanto a cinza tomba, ouço atentamente a narração das luzes da vida... Parece que atravez da bôca sequiosa do pobre velho, é a Serra que fala, ou que ouço quanto de divino, de ancestral existe no doloroso calvário que é a existência dos guardadores de ovelhas nestas apartadas paragens."
(Excerto de As luzes da vida : O sol de inverno)
"Descia numa manhã límpida como um cântico triunfal, a encosta da Serra, quando chamaram, lá no alto, a minha atenção para um ajuntamento triste de casas aninhadas na bacia das vertentes, e inquiriram de mim se conhecia a povoação mais alta do país.
Respondi negativamente, ao mesmo tempo que inquiri:
- «A povoação mais alta do país?...»
A minha interrogação pareceu despertar o bairrismo herminista dos moços beirões que me acompanhavam, obrigando-os a intervir num atropêlo:
- «Sim, o Sabugueiro, a terra mais alta do país.»"
(Excerto de Sabugueiro)
Índice: Duas linhas... [Prefácio] - | Para a Serra! | Vila Nova de Tazem. | Aldeias. | A Cerca dos Marqueses de Gouveia. | Antonio Lopes "O Reformado". | Arcozêlo. | Folgosinho. | Vinhó. | As luzes da vida : O sol de inverno. | A Cascata da Fervença. | Romarias da Beira. | Joaquim Sarío. | A Senhora do Destêrro : As Lagoas. | A Voz da Païsagem e a Voz do Poente. | Sabugueiro. | Baptismo de neve. | Ceia.
Carlos Sombrio, pseudónimo literário de António Augusto Esteves (Figueira da Foz, 1894-1949). Divulgador e "amigo" da Serra da Estrela. "Proprietário de um estabelecimento de ourivesaria e relojoaria na Praça Nova (Praça 8 de Maio), iniciou a sua atividade literária no jornal “A Voz da Justiça”. Desde 1920 e quase até ao fim da vida, foi um colaborador ativo da imprensa portuguesa, dispersa por quase uma centena de periódicos de todo o país, e manteve páginas literárias nos jornais “Gazeta de Coimbra” e “Notícias de Gouveia”.
Praticou remo, como timoneiro, na Associação Naval 1.º de Maio, da qual foi, em 1920, nomeado sócio honorário e de cuja biblioteca foi patrono. Proferiu inúmeras conferências e organizou saraus artísticos memoráveis, alguns dos quais transmitidos pela antiga Emissora Nacional. A sua vastíssima produção literária abarcou diferentes géneros: contos, crítica e divulgação dos mais diversos autores, poesia, teatro (principalmente operetas e outras peças musicadas), inúmeros prefácios, textos acerca de desportos náuticos, biografias, estudos de história local, propaganda turística, entre outros."

(Fonte: http://diversosdicaseditos.blogspot.pt/2014/07/recordando-carlos-sombrio-no-120.html)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Manuseado. Capas frágeis, com defeitos e pequenas falhas de papel (alvo de restauro no canto superior direito). Páginas apresentam picos de acidez. Com duas gravuras em falta (das 14 que compõem o livro).
Invulgar.
25€

04 março, 2024

NAVARRO, Emygdio - QUATRO DIAS NA SERRA DA ESTRELLA. Notas de um passeio. [Carta-prefácio do Dr. Sousa Martins]. Porto, Livraria Civilisação de Eduardo da Costa Santos - Editor, 1884. In-4.º (23 cm) de VII, [1], 194, [2] p. ; [12] f. il. ; E.

1.ª edição.
Impressões do autor vertidas em livro após um passeio à Serra da Estrela, sendo esta uma das primeiras expedições documentadas em época de "descoberta" do potencial da natureza em altitude.
Obra de referência, apreciada, e muito valorizada pela carta-prefácio do Dr. Sousa Martins que ocupa aproximadamente 30 páginas.
Obra ilustrada com 12 clichés fotográficos, incluindo um retrato do autor e outro com os seus companheiros de passeio, em folhas separados do texto.
"Cá vamos de caminhada para as lagôas a oeste da torre. Saindo do observatorio, subimos pela lombada, em que elle está assente, mas deixando á direita o Corgo das Mós. Mal chegamos ao alto, defrontam-se-nos, a distancia não muito grande, as Penas ou Penhas Doiradas. É uma penedia notavel, e pela qual se pódem nortear com segurança os touristes, que percorram aquela parte da serra. Na carta da commissão geodesica vem marcado esse ponto, á altitude de 1:666 metros, mas com o nome Fraga das Penhas, que aliás ninguem ouvi lá dar-lhes. A razão de serem chamadas doiradas é porque o sol, ao pôr-se, as retinge de uns reflexos fulvos, que, ou pela exposição especial das penhas, ou por outra qualquer circumstancia, só n'aquella penedia se manifestam. As Penas Doiradas constam de quatro dentes, muito salientes e inteiramente semelhantes aos que assignalam a espinha da serra de Cintra no seu prolongamento até ao cabo da Roca, mas muito mais visinhos uns dos outros. Esta fórma de penedia destôa completamente do aspecto geral das outras penedias da serra, e por isso as Penas Doiradas, que pela sua altitude se divisam de todas as elevações, se distinguem tambem, como ponto de orientação, sem confusão possivel."
(Excerto do Cap. X)
Emídio Navarro (1844-1905). Natural de Viseu. "Jurista e político português, Emídio Júlio Navarro nasceu em 1844 e faleceu em 1905. Cursou Direito na Universidade de Coimbra. Dedicou-se à política (no Partido Progressista) e ao jornalismo, em Coimbra e na capital, chegando a fundar vários jornais, ao mesmo tempo que fazia profissão de advogado. Foi ministro das Obras Públicas entre 1886 e 1889, e depois secretário do Tribunal de Contas e embaixador em Paris."
(Fonte: https://www.infopedia.pt/apoio/artigos/$emidio-navarro)
Encadernação coeva em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Cansado. Lombada apresenta pequenas falhas nas extremidades. Interior correcto, com mancha ténue de humidade marginal, visível nas primeiras folhas do livro.
Muito invulgar.
75€

19 outubro, 2023

LACERDA, Antonio do Prado de Souza - VIAGEM Á SERRA DA ESTRELLA.
Guia do excursionista, do alpinista e do tuberculoso. Topologia - Ethnographia - Physiologia - Mineralogia - Thesoiros - Aerotherapia - Sanatorios de Manteigas - Sanatorio da Covilhã - Hydrographia - Rios e Lagôas - Flora - Fauna - Povoações actuaes - Georgenia Herminia Prehistorica (Visão do Passado). 
Por... Bacharel formado na faculdade de Direito. Lisboa, Livraria Central de Gomes de Carvalho, editor, 1908. In-8.º (19x11,5cm) de [2], 120, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Curioso roteiro da Serra da Estrela, dos primeiros com estas características a ser publicados entre nós, numa época em que a Serra principiava a ser divulgada.
"Este opusculo é uma tentativa rapida, mas methodica, uma pequena bibliotheca dos Herminios, desde os tempos prehistoricos até á actualidade: é um pequeno quadro historico da Montanha Lusitana: o seu fim é tornar bem conhecida do publico a nossa Serra da Estrella que é apreciada pelos estrangeiros: porém ali só ha a bella e pujante Natureza em toda a sua doçura e rudeza. É um incentivo para digressões no verão: é um livrinho que está á moda, em harmonia com as aspirações nacionaes. [...]
Para tornar conhecidos os nossos Sanatorios da Serra a Estrella e as bellezas da fauna e da flora herminia tentei escrever este opusculo, à vol d'oiseau, nos intervallos de longa e cruel doença pulmonar que me trouxe, como que desterrado 3 annos pelos paramos dos Herminios."
(Excerto da apresentação)
Indice:
Guia Theorico | Guia Pratico | I - Topologia da Serra da Estrella. II - Ethnographia da Serra da Estrella. III - Physiographia dos Montes Herminios. IV - Mineralogia dos Herminios. V - Thesoiros. VI - Aerotherapia da Serra da Estrella - Sanatorios. VII - Sanatorio da Covilhã. VIII - Hydrographia Herminia. IX - Lagoas da Serra da Estrella. X - Flora dos Herminios. XI - Fauna da Serra da Estrella. XII - Povoações actuaes.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com defeitos e pequenas falhas de papel marginais. Ex-libris de Celestino Domingues no verso da capa.
Raro.
Indisponível

02 outubro, 2023

LEITÃO, Amélia -  MANTEIGAS : Roteiro Turístico - SERRA DA ESTRELA : Portugal.
Compilação e recolha:...  [S.l.], Edição da Câmara Municipal de Manteigas e Região de Turismo da Serra da Estrela, [1990?]. In-8.º (21x12 cm) de 26, [2] p. (inc. capas) ; il. ; B.
1.ª edição.
Bonito roteiro de Manteigas, castiça vila portuguesa situada em plena cadeia montanhosa da Serra da Estrela, a mais elevada em Portugal Continental, sendo por isso conhecida como o "Coração da Serra da Estrela". Os textos que compõem o guia são da autoria de Amélia Leitão, Joaquim Martins, José Carvalho, Bruno Tavares e Albino Leitão.
Muito ilustrado ao longo do livro com fotografias a cores de monumentos, edifícios relevantes e aspectos paisagísticos. As páginas centrais compreendem um mapa - também a cores - da região de Manteigas.
"Em pleno coração da Serra da Estrela, a 700 m de altitude, situa-se a Vila de Manteigas.
Conta actualmente com cerca de 5 mil habitantes, distribuídos por 3 freguesias: Santa Maria e São Pedro na sede do Concelho e Sameiro, à distância de 5 km.
Com uma área aproximada de 112 km2, é delimitada pelos Concelhos da Guarda, Covilhã, Gouveia e Seia dos quais dista cerca de 40 km.
Escondida entre as partes mais altas da Serra da Estrela, Manteigas, encontra-se num profundo vale glaciar, por onde corre o rio Zêzere."
(Excerto de Situação geográfica)
"A história de Manteigas perde-se no tempo.
Embora haja boas evidências da sua existência em épocas anteriores à era cristã, o que se sabe de definitivo é que o primeiro foral lhe terá sido concedido por D. Sancho I no ano de 1188.
Datado de 4 de Março de 1514 existe um foral atribuído à Vila de Manteigas por D. Manuel I em que são reconfirmadas as concessões atribuídas por D. Sancho I e doadas outras regalias à população local."
(Excerto de Perspectiva histórica)
Índice:
Situação geográfica | Perspectiva histórica | Acção educativa | Acção social | Animação desportiva | Associações | Actividades económicas | Paisagem | Mapa da região | Passeios de automóvel | Passeios a pé | Locais turísticos | Imóveis de interesse | Centro cívico | Apoios ao campismo | Termalismo | Turismo e gastronomia | Artesanato | Festas e romarias | Informações úteis.
Exemplar em brochura, bem conservado.
Muito invulgar.
25€

06 julho, 2023

AMARAL, Abílio Mendes do - OS TEIVES. Vinhó : na vida do país e do mundo. [S.l.], Separata do «Notícias de Gouveia», 1966-1967. In-8.º (21,5 cm) de 45, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Importante subsídio histórico e genealógico para a aldeia de Vinhó, localidade portuguesa pertencente ao concelho de Gouveia.
Exemplar valorizado pelo autógrafo do autor na f. rosto.
"Vinhó é uma localidade portuguesa do município de Gouveia, na província da Beira Alta, região do Centro e sub-região da Serra da Estrela, com 578 habitantes (Censos 2011) numa área de 7,86 km² (densidade populacional: 73,5 hab/km²). Dista 4 km de Gouveia e 50 km da Guarda, capital do distrito.
Vem mencionada nas inquirições de 1258, dizendo ser um couto limitado por padrões, coutado por D. Afonso Henriques."
(Fonte: Wikipédia)
"Teive é nome já citado muitas vezes e fica bem no historial de Vinhó. Dona Antónia de Teive aqui viveu em suas casas, possuiu grossos capitais, morreu e foi metida em túmulo ainda existente na capela do seu mosteiro da Madre de Deus, hoje igreja matriz.
D. Antónia e seu marido, o cavaleiro-fidalgo Francisco de Sousa, da nobre casa dos Sousas, com suas sobrinhas, constituíam a mais notável família do Vinhó do século XVI. [...] Esta família, (D. Florença e D. Richarte) descendente do rei João Sem Terra, teria vindo para Portugal no tempo do nosso D. Pedro I.
Em breve surgem os Teives no plano da vida nacional, ocupando situações compatíveis com a sua gerarquia. Não vou trazer para aqui a sua história, nem me propus tal tarefa; simplesmente desejo vincar o facto indesmentível de eles, de tão alta qualidade e merecimento, se acharem ligados à sociedade, vida e escol renascentista desta pequena e linda póvoa que ainda hoje é Vinhó."
(Excerto de Em Vinhó)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Com alguns sublinhados a caneta na pág. 8.
Raro.
Com interesse histórico e genealógico.
15€

09 maio, 2023

ABRANTES, Leonel -
NOVAS PORTAS DE ACESSO À SERRA DA ESTRELA.
A Assedace na Encruzilhada : monografia. Serra da Estrela : Folgosinho, Edição do Autor, 1997. In-8.º (22x16,5 cm) de 277, [3] p. ; mto il. ; B.
1.ª edição.
Importante subsídio sobre a Serra da Estrela, suas gentes, usos e costumes.
Obra dedicada e consagrada pelo autor "À Senhora de Assedace e A todos os Pastores da Serra da Estrela", por certo com tiragem reduzida.
Muito ilustrada ao longo do texto com fotografias a p.b. e a cores de pessoas e locais relacionados com a Serra.
"A Nossa Senhora da Assedace é a protetora dos pastores e do gado da Serra da Estrela, por excelência. É ainda a prova viva da memória popular em relação aos lugares, que povoam o imaginário de uma comunidade, durante séculos, sobrevivendo em rituais, como a romaria, e em lendas, como a da própria capela da Nossa Senhora da Assedace.
Deste lugar isolado na serra (935m), sabemos que foi habitado desde os alvores da nacionalidade. Nas informações paroquiais de 1721 sobre Folgosinho, é descrito pelo vigário “ (…) acha se distancia de huma legoa no meio da Serra da Estrela, que tem em si huma imagem de N Senhora, onde hoje chamam N Sra da Sedarça,(…); a fundação desta Capella he mto antiga, porque hoje se acha nella pia de baptizar e huns vestígios junto da mesma Capella que mostram sinaes de povoaçam mto antigua, e onde hoje, dis o vulgo, esta huma rua que chamavam de Ferraria, e fica esta Capella próxima do Rio mondego hum tiro de pedra (…).”
(Fonte: https://7maravilhas.pt/portfolio/nossa-senhora-da-assedace/)
"Irmãs gémeas, nascidas no mesmo berço da Serra da Estrela e ligadas de Norte a Sul, por termos comuns, as antigas povoações de Folgosinho e Linhares, cujas origens se perdem na bruma de tempos imemoriais, nasceram e cresceram em Castros primitivos, autênticas fortalezas naturais, situadas em lugares estratégicos donde podiam vigiar os movimentos do inimigo e defender-se das suas investidas. [...]
Sentinelas vigilantes e bem posicionadas, observam e defendiam, dia e noite, todo o Vale do Mondego que se estendia a seus pés e dominavam das alturas.
O "habitat" privilegiado destes pastores-guerreiros e velozes cavaleiros lusitanos dos quais descendem os habitantes actuais, eram esses Castros que abundavam nesta zona onde ainda restam vestígios, localizados por arqueólogos e investidores eminentes."
(Excerto de De mãos dadas)
"O Cão "Serra da Estrela" é um cão robusto, ágil, valente que defende muito bem os rebanhos e os pastores de todos os inimigos que possam surgir e também guarda as cortes onde vivem.
Conhecem-se apenas duas subespécies: o de pêlo comprido e o de pêlo curto. Qualquer deles é genuíno.
O seu "habitat" natural é a montanha e, portanto, fora dela, sente-se mal e vive triste e abatido.
Segundo os entendidos no assunto, parece que é originário do planalto do Tibete. [...]
Os Pastores de Folgosinho e de Linhares criam todos os anos belos exemplares que distribuem pelos amigos, vendem e reservam para guardar os seus rebanhos, os Casais e as Quintas.
São os grandes companheiros, amigos e ajudantes dos Pastores."
(Excerto de O Cão "Serra da Estrela")
Índice:
De mãos dadas | Turismo e Ambiente | Novas portas de acesso à Serra da Estrela |  Actividades culturais e de lazer | Feiras, Festas e Romarias | Investigar o passado | Baldios comunitários | À descoberta da Serra | [10 Rotas] | Na Serra | Os Casais da Serra | O Mondego | Os Pastores | O queijo "Serra da Estrela" | [O Cão "Serra da Estrela"] | A Assedace na Encruzilhada | Da Assedace à Serra dos Bois | Da Assedace a Manteigas | Do Poço do Inferno aos Cântaros | Do Covão da Ametade à Torre | Post Scriptum | Notas e Citações | Índice.
Exemplar em brochura, bem conservado.
Muito invulgar.
50€

04 dezembro, 2022

VIEIRA, Júlio Martins - CAMINHOS DA SERRA
. [S.l.], [s.n. - Espaço Gráfico, Lda.], [1997]. In-8.º (20,5 cm) de 118, [2] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Histórias e narrativas das jornadas empreendidas pelo autor, campista associativo militante, à "sua" Serra da Estrela.
Livro muito ilustrado com desenhos e fotogravuras a p.b. ao longo do texto, bem como uma carta militar da Serra em duas páginas. Inclui diversas canções e respectivas partituras.
Tiragem restrita a apenas 600 exemplares.
"Aproximando-se o vigésimo quinto aniversário do Clube de Campismo e Caravanismo da Covilhã, nascido em 27-05-1972, quero deixar este livro como um contributo para o historial deste Clube. [...]
Ireis encontrar algumas páginas com pequenos roteiros pedestres, mais localizados no maciço central da Serra da Estrela. Alguns, ao subirem até ao seu cume, ficavam por ali parados sem saberem o que fazer, no tocante ao embrenhamento no seu interior.
O porquê desses pequenos percursos, deve-se ao facto de não existir nenhuma sinalização dos mesmos, nem tão pouco "bredas" turísticas.
Deste modo pretendo contribuir para o melhor conhecimento da Serra da Estrela."
(Excerto de Do autor para o leitor)
"No ponto mais elevado de Portugal Continental, numa esplanada alterosa, fica O Malhão da Estrela, na Serra do mesmo nome: Estrela A sul dos Cântaros, na quota de 1991 m. a., encontra-se a dita esplanada alargada. O príncipe D. João VI, em 1802, mandou ali construir uma pirâmide de 9 m de altura com pedra extraída no local. Sendo hoje esta pirâmide mais conhecida pelo nome "A Torre", a 2000 m. a.
Ela passou, na época, a servir de elemento à triangulação na carta geográfica do Reino.
Os pastores, ao tempo, tinham por habituação chamarem à pirâmide Malhão Maior. E por quê? Pelo simples facto de eles mesmo terem construído em muitos pontos da Serra alguns malhões com 2m de altura, de características iguais a esta pirâmide. A utilidade destes pequenos malhões para os pastores é guardar os farnéis na sua cúpula, fora do apetite devorador das cabras.
Com o decorrer dos anos, a cúpula da pirâmide foi-se desmoronando aos poucos, por efeito dos gelos e dos ventos fortes próprios dos locais altos.
As pedras caídas das cúpulas da pirâmide, por ignorância as pessoas, foi atribuída à malvadez dos pastores, o que na realidade não correspondia à verdade concreta."
(Excerto de Os 2000 m. a. da Torre e o Cruzeiro)
Exemplar em brochura, bem conservado. Carimbos oleográficos (2) na f. rosto.
Raro.
A BNP dispõe de apenas um exemplar no seu acervo.
Indisponível

04 outubro, 2022

COELHO, Maria Helena da Cruz - SEIA : uma terra de fronteira nos séculos XII e XIII
. [Seia], Câmara Municipal de Seia, 1986. In-8.º (21 cm) de 37, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Trabalho apresentado por ocasião das Comemorações dos 850 anos do 1.º Foral de Seia concedido por D. Afonso Henriques, realça a importância estratégica de Seia na defesa do território.
"Formado o condado portucalense, reforçam-se as atenções para com esta zona fronteiriça, e muito especialmente a partir do momento em que se perdem os postos avançados de Lisboa e Santarém, malogrando-se as expectativas da baliza do Tejo. Coimbra tem de ser defendida por núcleos fortificados a Sul, mas não menos por castelos que a resguardem a nascente, disseminados pelas serras da Lousã e da Estrela. E nem assim a região conimbricense resistiu ao ataque que em 1116 lhe moveram os almorávidas e arrasou o castelo de Soure, cujo povoação foi abandonada, depois dos seus homens a incendiarem, e ainda os de Miranda e Santa Eulália. D. Teresa tinha de tomar providências imediatas se não queria ver perigar as linhas meridionais do seu condado. Entregou pois ao seu valido, Fernando Peres de Trava, em 1122, os castelos de Soure, Santa Eulália e Seia, para que ele fosse o penhor da reorganização desses núcleos fronteiriços.
A posição de fronteira que Seia ocupa por largo anos, defendendo a área de Coimbra a leste, é, pois, outro dado estrutural a evidenciar no seu desenvolvimento histórico. Será através dele que se compreenderá o povoamento e organização deste núcleos e a sua estruturação social e económica. A terras de fronteira é forçoso atrair guerreiros, homens de armas valorosos. Até terras de fronteira chegam aventureiros ambiciosos que almejam conseguir pelas armas a posição e riqueza até aí não alcançadas. [...]
Seia, alcandorada nos contrafortes ocidentais dos antigos Montes Hermínios, é pólo de atracção de nobres portugueses e galegos. Descendentes da nobreza de primeira ou segunda categoria, trata-se sempre de filhos segundos ou bastardos, os "juvenes", de magras heranças familiares, sobretudo à medida que o sistema linhagístico se afirma, que se aprontam a oferecer o seu ímpeto guerreiro a um chefe que os recompense com terras ou cargos."
(Excerto do texto)
Maria Helena da Cruz Coelho GOIH (Porto, 1948). "É uma historiadora medievalista portuguesa, Professora Catedrática da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, diretora do Instituto de Paleografia e Diplomática da mesma Universidade."
(Fonte: Wikipédia)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Apresenta alguns (poucos) sublinhados e notas a lápis no interior.
Invulgar.
Com interesse histórico e regional.
15€

18 setembro, 2022

SEIA : Santuários do Concelho
. [S.l.], Município de Seia, [2006?]. In-8.º (20 cm) de 24 p. ; mto il. ; B.
1.ª edição.
Capa: Júlio Saraiva.
Curioso roteiro nos monumentos religiosos mais representativos do concelho de Seia - Serra da Estrela.
Livro muitíssimo ilustrado com fotografias a cores dos Santuários, bem como da arte sacra relevante - pintura e escultura - que integra o espólio dos monumentos em causa.
Tiragem limitada a 500 exemplares.
"Os Santuários, locais onde se verificavam manifestações divinas, foram recolhendo, ao longo dos anos, inúmeras obras, sendo umas de cariz popular e outras, obras primas da arte sacra. Os habitantes das localidades onde esses templos estão localizados guardaram-nas religiosamente, tendo-se transformado alguns em autênticos museus. [...]
Recolheram-se lendas, ouviram-se pessoas que rebuscaram no fundo da sua memória histórias que nos ajudaram a compreender o quanto os Santuários são importantes na vida das populações."
(Excerto do texto)
Santuários:
Santa Eufêmia - Paranhos da Beira. | Nossa Senhora de Fátima - Vodra. | Santa Eufêmia - Sazes da Beira. | São Sebastião - Santa Marinha. | Nossa Senhora da Ribeira - Folhadosa. | Nossa Senhora do Desterro - São Romão. | Santa Eufêmia - São Martinho. | Nossa Senhora da Lomba - Pinhanços. | Nossa Senhora do Espinheiro - Póvoa Velha. | Nossa Senhora da Saúde - Valezim. | Nossa Senhora da Guia - Loriga.
Exemplar em brochura, bem conservado.
Muito invulgar.
Sem registo na BNP.
Indisponível

18 maio, 2022

BRINDE AOS SENHORES ASSIGNANTES DO DIARIO DE NOTICIAS EM 1889
. Lisboa, Typographia Universal (Imprensa da Casa Real), 1889. In-8.º (18 cm) de 153, [3] p. ; B.
1.ª edição.
Livrinho da apreciada colecção Brinde do "Diário de Notícias". Composto por 7 pequenas histórias amenas - crónicas mundanas e novelas ficcionadas - da autoria de algumas das mais destacadas personalidades do panorama literário da época.
"Já lá vão cento e vinte annos, e ainda hoje vive na tradição da formosa villa de Almada a fama de umas mulheres, que davam pela alcunha de Espingardeiras, e que figuraram n'um processo celebre, de que tenho presente o summario.
Pelo depoimento das testemunhas, que no summario foram inquiridas, podemos reconstituir um pequeno capitulo, se não edificante, pelo menos muito elucidativo para os que prégam contra contra a desmoralisação dos tempos de agora.
Fraquezas humanas, houve-as sempre, e d'ellas se não isentam os que mais inaccessiveis se julgam ás paixões e ás culpas. Não se estranhe, pois, que na historia das Espingardeiras figurarassem com escandalo varios frades, e frades dos mais graduados. Narremos.
Em 1769, Maria da Paz, uma mulheraça de 35 annos, robusta, bem parecida e foliona, habitava em Almada, com suas sobrinhas - Hilaria, de 18 annos, Theresa, de 20, e Francisca, de 23.
Estas quatro fémeas, conhecidas pela alcunha de Espingardeiras, escandalisavam pelo seu proceder aquella boa e pacifica villa, recebendo em sua casa a toda a hora os tunantes de todos os matizes, e especialmente a fradalhada, que dos conventos de Lisboa se comprazia em passeios  á Outra Banda."
(Excerto de As Espingardeiras)
"Estamos em plena Serra da Estrella; no Poio Negro.
É o coração do sanatorio que o simples esforço particular ali tem improvisado nos ultimos annos. Original scenario! magestoso e triste a um tempo! grande e severo! bello! oppressivo não sei de que melancolia insinuante que nos invade a alma... [...]
No Poio Negro a verdadeira nota de destaque é a já lendaria Casa da Fraga, habitação improvisada, de um curioso agrupamento de poios graniticos, pelo primeiro doente da Serra, o sr. A. Cesar Henriques. Doente - escrevi, referindo-me a um passado de que nem ha vestigio. Se s. ex.ª hoje não vende saúde, não é, de certo, porque lhe não sobra a que tem. Mas não é ella propriedade com que vá mercadejar quem, em dolorosos annos de morbido sobresalto, aprendeu a aquilatar-lhe o valor.
É originalissima esta Casa da Fraga, nos ultimos tempos residencia da familia do sr. Telles de Menezes, outro doente... victorioso. Originalissima mas fundamentalmente mealancolica! Os poios escuros que servem de tectos apertam o coração.
De manhã é uma alegria sair d'ali e subir á Esplanada dos Instrumentos. Avistam-se então os carpinteiros afanosos, concluindo os dois bonitos predios do sr. Cruz, um dos mais importantes industriaes de Manteigas. Aqui já, em absoluto, podemos dizer que ha boa accomodação para quatro familias.
E além, - nota mais alegre de todas - ao lado do elegante Fragão do Corvo, apoiada phantasticamente na orla de um fraga, e como a desafiar, desdenhosa, a furia das travessias, a linda casita-chalet do sr. Telles de Menezes.
Em frente da immensidade, escalvada, essas representações do conforto civilisado acalentam-nos como uma caricia.
Passa-nos então no espirito uma especie de deslumbramento. Mostram-se menos asperas as ravinas; Manteigas, lá em baixo, é menos funebre; o fio sinuoso do Zezere tem lucilações mais intensas; viçam, mais frescas, as féteiras que o Alva sustenta; o abitoiro, o sargaço, os cachos vermelhos nas tramaseiras do Covão do Jorge, como que se embeberam em nova seiva; no viveiro, as futuras arvores parecem menos rachiticas; a propria Cabeça do Preto se nos figura menos hirta; a Carvalheira, distante, apparecce, revestida de um verde cendrado que a luz crua do sol egualou; e até as aguias, esvoaçando serenas, enfileiras, trazem á mente, não a idéa da destruição e da morte, mas uma idéa genial de força, suprema razão de todo o sensivel bem-estar.
É fugitiva miragem que, após uma permanencia como a que fizemos na Serra durante os mezes de agosto e setembro, acaba por nos communicar uma intima impressão dolorosa, funda, pungitiva - a nostalgia do povoado, a saudade da planicie, a grande attracção das creaturas, e das cousas, essa amalgama incomprehensivel que constitue a vida intensa cá de baixo.
É então que, com dobrada melancolia e dobrado interesse, olhamos estes bravos lutadores que, de diversos pontos do reino, é medida que se vão levantando as casas, chegam para aqui passar o inverno.
São agora vinte e tantos. Bem hajam! não só pelo heroico esforço que praticam para conservar a vida, como pelo indirecto beneficio que fazem, cooperando na confirmação de uma theoria scientifica de enorme alcance, destinada talvez á regeneração physica de numerosa parte da sociedade portugueza. Oxalá a coragem cresça a todos na razão em que ha de crescer o sacrificio! 
Porque é, por em quanto, bastante sacrificio, para o corpo e sobretudo para o espirito, passar um inverno na Serra da Estrella."
(Excerto de A 1441 m. de altitude)
Indice:
Revolvendo as cinzas, por Maria Amalia Vaz de Carvalho. | O baptisado de D. Affonso VI, por Zephyrino Brandão. | As Espingardeiras, por Cândido e Figueiredo, | A 14441 metros de altitude, por Caïel. | Um mysterio, por Christovam Ayres. | A avó, por Guiomar Torrezão. | O baluarte de Diu, por Pinheiro Chagas.
Exemplar brochado, por aparar, em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com defeitos e pequenas falhas de papel, que se entendem à lombada.
Raro.
Indisponível

27 janeiro, 2022

AMARAL, Abílio Mendes do - D. DINIS INTROMETEU GOUVEIA NA VIDA E OBRA DA RAINHA ISABEL
.Viseu, Separata : Edição da Assembleia Distrital de Viseu, 1979. In-8.º (21 cm) de 40 p. ; [4] f. il. ; B.
1.ª edição independente.
Livro ilustrado com quatro estampas separadas do texto, contando-se entre elas um retrato da Rainha Santa Isabel.
"Não há o propósito de trazer a público um trabalho destinado a avolumar o acervo bibliográfico relativo à bem-fazeja vida de D. Isabel de Aragão. A esse tema se ligaram os nomes de muitos cultores das Letras em geral e da História em especial.
Embora se afigure conveniente evocar certos factos que nos balizem o caminho da dadivosa e santa Rainha, interessa em particular um documento ainda bem pouco ou nada divulgado, que respeita e envolve a vila de Gouveia, por graça e mercê do qual se rabiscam as presentes linhas onde ele aparecerá um pouco adiante.
Temos ali, nas sede do concelho, duas paróquias com as respectivas igrejas: S. Pedro e S. Julião. Quem as olhar, dirá ser a segunda mais vetusta, mas deve ter-se em conta a reconstrução da primeira já ajustada em 1758 pela quantia  de 9 ou 10  mil cruzados, bem como os arranjos relativamente recentes. Algures existirá documento desfazedor de dúvidas. Os do nosso conhecimento não bastam, embora sejam de épocas aproximadas e se harmonizem com afirmação feita no século XVIII pelo Pe. Salvador Clemente Furtado."
(Excerto de I - Como surgiu o sinal de alerta)
Exemplar em brochura, bem conservado.
Invulgar.
Com interesse histórico.
10€

21 dezembro, 2021

LOUÇÃO, Paulo Alexandre & GONÇALVES, Severina & VICENTE, António - A MAGIA DAS ALDEIAS DE MONTANHA.
À descoberta dos segredos da Serra da Estrela
. Lisboa, Ésquilo, 2013. In-8.º (21 cm) de 207, [1] p. ; mto il. ; B.
Bonita monografia sobre a Serra da Estrela e de algumas aldeias emblemáticas que integram o conjunto montanhoso.
Livro muitíssimo ilustrado com excelentes fotografias a cores.
"Esta edição é uma verdadeira viagem pelas aldeias de montanha da Serra da Estrela, debruça-se mais detalhadamente pela sua vertente sul (Seia), destacando a memória, as tradições e imaginário e ainda os espaços/ locais a visitar em nove dessas aldeias. Algumas delas são conhecidas de muitos portugueses como é o caso de Sabugueiro e Loriga. Outras verdadeiras surpresas que unem a beleza da paisagem natural com a riqueza cultural de comunidades vivas. Trata também, na sua primeira parte, a Serra da Estrela como um todo vivo e orgânico, nas suas dimensões: Elementos, Saúde, Tradição, Renovação, Espaço, Lusitanos e Axis."
(Fonte: wook)
Índice:
Prefácio por Gonçalo Ribeiro Telles. | Prólogo. | Elementos. | Saúde. | Tradição.| Renovação. | Espaço. | Lusitanos. | Axis. | Aldeias de montanha: Vide; Teixeira; Alvoco da Serra; Cabeça; Loriga; Sazes da Beira; Valezim; Lapa dos Dinheiros; Sabugueiro. | Epílogo. | Agradecimentos. | Bibliografia. | Créditos das fotografias.
Exemplar em brochura, bem conservado.
Esgotado.
10€

18 novembro, 2021

BORGES, António Garcia - SERRA DA ESTRELA NO PASSADO E NO PRESENTE. COVILHÃ. [Covilhã], Edição: Rotary Club da Covilhã e Associação "Os Amigos da Covilhã", 2011. In-4.º (24 cm) de [2], 218 p. ; mto il. ; B.
1.ª edição.
Os desportos de inverno, os recantos, as paisagens e as gentes da Serra da Estrela, através da reunião de elementos dispersos - documentos, manuscritos, postais e fotografias - que preenchem grande parte da presente obra. Livro impresso em papel de superior qualidade, muitíssimo ilustrado, parte das estampas em página inteira.
Tiragem: 100 Exemplares.
Monografia valiosa, dada a exiguidade da produção impressa. Sem referências bibliográficas na Biblioteca Nacional.
"É obrigação moral de todos e cada um de nós, colaborar na preservação das raízes culturais, conferindo-lhe a dimensão de uma pegada humana deixada para memória futura, porém, se a obrigação deve ser para todos, já o desassombro da sua execução é só para alguns, que da sua tenacidade alavancada num espírito de historiador amador e coleccionista, dispõe de engenho, arte e capacidade, para perpetuar este desiderato.
Seguros deste imperativo de consciência que nos impomos, o nosso movimento, entenda-se, movimento Rotário, colaborou e colabora com diversos autores na realização destas empresas, pelo que uma vez mais e, assim que fomos abordados, no Rotary Club da Covilhã, pelo senhor António Garcia Borges no sentido de "apadrinhar" a edição do seu livro denominado "Serra da Estrela no Passado e no Presente", decidimos de imediato prestar a nossa lesta colaboração, para a edição deste trabalho de recolha, organização e mostra de memórias visuais e escritas sobre a Serra da Estrela que constitui um verdadeiro, legado cultural da nossa região, das gentes e profissionais, que a ajudaram a moldar por entre a dureza do granito, a beleza dos carvalhos, castanheiros, tojo, teixo, urze brava, neve e frio, cuja beleza das paisagens extasiantes, apenas encontram paralelo no carácter trabalhador, honesto e singelo das suas gentes!"
(Prefácio)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Sem registo na Biblioteca Nacional (BNP).
75€

26 agosto, 2021

AUGUSTO, Jerónimo - O CÃO DA SERRA DA ESTRELA.
[Ilustrações executadas para esta obra: Pintor Isolino Vaz]
. Porto, [Publicação do Autor], 1987. In-4.º (25 cm) de 128 p. ; mto il. ; C.
1.ª edição.
Interessante monografia sobre o Serra da Estrela, cão pastor originário da serra que lhe dá o nome.
Livro impresso em papel de superior qualidade, ilustrado com mapas, desenhos e e fotografias a p.b. e a cores de belíssimos exemplares da raça ao longo do texto.
"Parece estranho que um livro sobre o cão da Serra da Estrela consagre as primeiras páginas ao elogio do cão, valendo-se de testemunhos já velhos de milénios e de depoimentos de homens de letras cujo humanismo celebrou a figura benfazeja deste fiel e dedicado animal doméstico. A estranheza, porém, desaparece se pensarmos que um livro sobre o cão deve ser, simultaneamente, um livro sobre o comportamento do homem e o seu modo de sentir e apreciar o valor e a excelência deste animal. À educação do homem contemporâneo não deve ser alheia a preocupação pela ecologia e pelo desenvolvimento do modo de ser afectivo, que define o tratamento humano dos animais. Para além deste apontamento formativo, estas linhas despretensiosas brotaram de uma profunda estima e particular apreço pelas características e qualidades invulgares do nosso cão da Serra da Estrela, que o impõem no país e no estrangeiro. Assim, no segundo capítulo, traçámos um breve resumo da história desta raça, realçando o seu lugar na sensibilidade portuguesa e distinguindo as suas características condizentes com as agruras, a dureza e o frio inclemente do seu habitat - a Serra da Estrela. Visando um amplo público interessado, reunimos no capítulo terceiro um feixe de considerações sobre a criação, o tratamento, a disciplina e o adestramento do cão da Serra da Estrela, que podem ser úteis para eventuais donos ou criadores. Por outro lado, não se pode omitir o papel ímpar da canicultura na defesa e na propagação desta raça em Portugal e no estrangeiro e, por isso, lhe dedicámos o capítulo quarto. Finalmente, propomos que o tipo ideal do Serra da Estrela se deve procurar a partir das suas características naturais, fora de abastardamentos e cruzamentos inter-rácicos.
No regresso às raízes da pureza sadia da Serra e à sua melhor expressão viva, que é o cão, ameaçado de desnaturalização, está o sentido fundamental deste livro modesto mas penetrado de sinceridade e dedicação de quem, há longos anos, dedica ao Serra da Estrela as horas disponíveis do seu lazer."
(Prefácio)
Matérias: Prefácio. | 1 - Elogio do cão. 2 - História de uma raça: - Incerteza das origens. - O «Serra» na sensibilidade portuguesa. - O Cão da Serra da Estrela: Características; Estalão do Cão da Serra da Estrela: I. Aspecto geral e aptidões; II. Cabeça; III. Tronco; IV. Membros anteriores e posteriores; V. Pelagem; VI. Altura; VII. Andamentos; VIII. Defeitos; IX. Tabela de pontos. - A serra como habitat. 3 - Criação e treino: - Criação; - Tratamento; - Disciplina; - Adestramento. 4 - A canicultura e o «Serra»: - Em Portugal: Manteigas e Covilhã; - No estrangeiro. 5 - À procura do tipo ideal.
Encadernação do editor cartonada, policromada.
Exemplar em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
Indisponível

11 julho, 2021

MATTOSO, José - SEIA NA IDADE DAS TREVAS. [Seia], Edição da Câmara Municipal de Seia, 1987. In-8.º (21 cm) de 23, [3] p. ; B.
1.ª edição.
Conferência proferida no dia 4 de Abril de 1987, no Cine-Teatro Jardim, integrada no Programa das Comemorações dos 850 Anos do 1.º Foral de Seia (1136-1986/7).
"As origens de Seia perdem-se num tempo obscuro que nos aparece efectivamente repleto de lutas, de sangue e de morte.
Fora dos tempos de guerra, pouco ou nada sabemos. Mal podemos imaginar os começos desta vila senão como os de uma povoação onde os guerreiros determinavam quase em absoluto a vida colectiva. [...]
Reportemo-nos, antes de mais, à época da fundação do reino, ou meados do século XII, quando o fragor das armas começa a deslocar-se mais para sul, a seguir à conquista de Lisboa, em 1147. Os intensos combates que antes se concentravam em torno de Coimbra e obrigavam o monarca, antes príncipe, a rodear esta cidade de um aro de fortalezas que ele próprio mandou construir desde que aí se fixou, em 1131, transferiram-se então para a linha do Tejo. Durante algumas dezenas de anos, raramente atingiram a rectaguarda, uma vez que a agressividade de D. Afonso Henriques pouco descanso deixava às guarnições almóadas mais próximas da linha de fronteira. [...]
É muito provável que Seia fosse um lugar habitado desde tempos remotos. Assim nos persuade o facto de, no seu foral, Afonso Henriques lhe chamar civitas, o que sugere uma origem anterior à ocupação muçulmana. É possível que corresponda a uma das antigas paróquias suévicas que nessa época pertenciam à diocese de Viseu, quem sabe à de Osania. [...]
O lugar tinha, portanto, uma organização colectiva, muitos anos antes de ser sancionada pelo nosso primeiro rei, em 1136, no foral que esta vila hoje mesmo comemora. Este diploma confirma efectivamente a predominância do ambiente militar e a autonomia dos seus cavaleiros vilãos face ao poder senhorial, aqui exercido directamente pelo rei, ou pelo senhor da terra seu representante. [...] De facto, mencionam-se no foral as expedições de ataque, com o nome de fossado de Maio, a que todos os cavaleiros estavam obrigados a ir, assim como as operações de defesa, aqui chamadas de apelido, e que envolviam todos os habitantes, mesmo os peões. [...]
O foral sanciona, portanto, a autonomia do concelho. Esta, por sua vez, baseia-se na supremacia dos cavaleiros sobre toda a vida social da vila."
(Excerto da conferência)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Com os cadernos completos, no entanto, a numeração das páginas tem início na "3", tratando-se, por certo, duma gralha.
Muito invulgar.
Com interesse histórico e regional.
15€

08 julho, 2020

CARVALHO, Albino de - CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DAS PRINCIPAIS MADEIRAS DE RESINOSAS INTRODUZIDAS NO PERÍMETRO FLORESTAL DE MANTEIGAS (SERRA DA ESTRELA). Por... Engenheiro Silvicultor : Estação de Experimentação Florestal - Alcobaça. Estudos e Divulgação Técnica. [S.l.], Secretaria de Estado da Agricultura : Direcção-Geral dos Serviços Florestais e Aquícolas, 1965. In-4.º (23 cm) de 291, [1] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Importante subsídio sobre o estado silvícola da Serra da Estrela.
Monografia ilustrada ao longo do texto com trabalhos fotográficos e desenhos do autor.
"O Perímetro Florestal de Manteigas, com uma superfície de cerca de 7 000 ha, faz parte da extensa área de incultos da Serra da Estrela, dos quais foram reconhecidos com aptidão florestal aproximadamente 24 800 ha. [...]
A arborização iniciada nos fins do século passado, processou-se quase exclusivamente com o Pinheiro branco, sendo ainda hoje a espécie mais representativa no Perímetro. Formaram-se povoamentos puros de considerável extensão que ocupavam não apenas as zonas de cota mais baixa, mas subiam mesmo até aos 1 200 m, excepcionalmente aos 1 300 m de altitude.
Reconhecida, porém, a dificuldade de adaptação da essência às condições adversas do meio, processou-se a introdução de outras espécies, tanto de Folhosas, como de Resinosas, indígenas e exóticas, supostas mais apropriadas para a «estação».
E experiência longa e extensa a que se procedeu, embora não cientìficamente delineada, teve o grande mérito de criar uma vastíssima parcela de estudo, de maior interesse e utilidade, não só para a região em causa, mas também para muitos outros perímetros edafo-climàticamente semelhantes."
(Excerto do preâmbulo)
Índice:
[Preâmbulo]. | I - Introdução; Material e métodos. II - Estudo sistemático das madeiras Resinosas exóticas introduzidas no Perímetro Florestal de Manteigas. III - Estudo de outras características das madeiras e das árvores produtoras. IV - Estudo comparativo tecnológico da madeira e da aptidão florestal das essências Resinosas introduzidas no Perímetro Florestal de Manteigas. Conclusões. | Sumário. | Referências Bibliográficas.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capa com traço vertical.
Muito invulgar.
Indisponível

14 junho, 2020

SERÕES. N.º 13 : Julho de 1906 - [A SERRA DA ESTRELLA E O FUTURO DE PORTUGAL]. Lisboa, Ferreira & Oliveira Lᴰᴬ : Editores, 1906. In-4.º (24,5 cm) de [16], 86 p. ; mto il. ; B.
1.ª edição.
Número 13 da apreciada revista Serões que inclui um artigo de fundo sobre a Serra da Estrela, assinado por José Lopes Vieira, que assenta nas suas impressões e passeios pela Serra, entre 1891 e 1905.
Número igualmente muito valorizado pela estreia impressa, sendo por isso a 1.ª edição absoluta, da sátira de Wenceslau de Moraes, Os padresinhos, ilustrado com desenho do próprio no interior - texto que viria a conhecer uma edição autónoma dada à estampa por Petrus (Vedro Veiga), em 1954.
Inclui ainda crónicas e artigos muitíssimos interessantes, entre outros: Azulejos de figura avulsa, com interesse para a história da azulejaria entre nós; As almas penadas, acerca de um "verdadeiro" fantasma inglês; A Torre do Tombo, sobre o conhecido arquivo histórico português; O mundo invisivel (sobre espiritismo), artigo transladado de um magazine americano, "que resume brilhantemente o estado actual de todas as sciencias que mais ou menos se ligam com o sobrenatural."; A musica inspiradora da pintura, que discorre sobre a mútua inspiração das artes para a criatividade dos artistas.
Todos os textos encontram-se soberbamente ilustrados com desenhos e fotogravuras a p.b. relacionados com os temas em questão.

"Aos montes que em Portugal separam aguas para o Tejo e Douro deram os geographos o nome de Montes Herminios e, mais modernamente, o de Serra da Estrella.
No pequeno estudo que apresentamos hoje aos leitores dos Serões consideramos apenas o nó ou parte central d'estes montes, onde nascem os rios Zêzere, affluente do Tejo, o Mondego e o Alva, seu affluente principal. Os limites do poderoso massiço assim considerado são, partindo da Covilhã, pelo sul: - Covilhã, Córtes, Unhaes, Alvôco, Loriga, Valezim, Ceia, Gouveia, Manteigas e Valhelhas. Estes limites dão, pois, ao tracto central da Serra uma superficie de cêrca de hectares 30:000, dos quaes 2/3 em serrania inculta e brava.
A primeira vez que visitei a Serra, em janeiro de 1891, abordei-a pelo lado occidental, - Gouveia. [...]
É, pois, certo que, sob o ponto de vista do clima, foi a natureza especialmente benigna para com uma montanha de altitude notavel, - o que não quer dizer, - aviso aos excursionistas amadores de alpinismo, - que o clima seja ameno e que a Serra offereça facil travessia em todo o tempo. [...]
Assim, por exemplo, em maio de 1905, por um domingo do mais magnifico sol, sahimos de Manteigas para o Valle das Eguas o meu amigo Julio Carlos Etur e eu, montados em solidas muares que um amigo commum amavelmente nos cedera na villa.
Por volta das duas da tarde, já no regresso, o horisonte turvou-se instantaneamente, sentiram-se algumas descargas electricas e a saraiva principiou a açoitar-nos puxada pelo vento. A marcha torna-se-nos então difficil e a dôr de unhas, de que tantas vezes eu ouvira falar, - agarra-me.
Logo que a senti, preveni do perigo o meu companheiro e immediatamente resolvemos abandonar as mulas e correr a bom correr para o Observatorio, onde nos acoitámos, até que, passada a borrasca, pudemos procurar as montadas e regressar a Manteigas."
(Excerto de A Serra da Estrela e o futuro de Portugal)
Summario:
[Publicidade]. | Conto de Inverno - Quando os narcisos desabrocham, Quadro de Elisabet Forbes. | A Serra da Estrela e o futuro de Portugal, por José Lopes Ferreira. | Azulejos de figura avulsa, por Manuel Monteiro. | As almas penadas, por Henry A. Hering. | Paraphrase. Poesia por Oscar Brisolla. | A Torre do Tombo-Conclusão, por D. José Pessanha. | Lua d'inverno (poesia), por Francisco da Silva Passos. | O mundo invisivel. | Benita, Romance Africano, por H. Rider Haggard. | A musica inspiradora da pintura. | Estrada da razão. Poesia por Alcantari Carreira. | Os padresinhos, por Wenceslau de Moraes. | Os serões dos bébés - a gruta da flora. | Actualidades. | Segundo concurso photographico dos serões : Menção honrosa-Arrufos. | Xadrez, por Baldaque da Silva.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Completo, mas com falta da capa posterior.
Raro.
Indisponível

23 julho, 2019

NAVARRO, Emygdio - QUATRO DIAS NA SERRA DA ESTRELLA. Notas de um passeio. [Carta-prefácio do Dr. Sousa Martins]. Porto, Livraria Civilisação de Eduardo da Costa Santos - Editor, 1884. In-4.º (23cm) de VII, [1], 194, [2] p. ; [12] f. il. ; E.
1.ª edição.
Impressões do autor em forma de crónicas após um passeio pela Serra da Estrela. Livro muito valorizado pela carta-prefácio do Dr. Sousa Martins que ocupa aproximadamente 30 páginas.
Obra ilustrada com 12 clichés fotográficos, incluindo um retrato do autor e outro com os seus companheiros de passeio, em folhas separados do texto.
"Cá vamos de caminhada para as lagôas a oeste da torre. Saindo do observatorio, subimos pela lombada, em que elle está assente, mas deixando á direita o Corgo das Mós. Mal chegamos ao alto, defrontam-se-nos, a distancia não muito grande, as Penas ou Penhas Doiradas. É uma penedia notavel, e pela qual se pódem nortear com segurança os touristes, que percorram aquela parte da serra. Na carta da commissão geodesica vem marcado esse ponto, á altitude de 1:666 metros, mas com o nome Fraga das Penhas, que aliás ninguem ouvi lá dar-lhes. A razão de serem chamadas doiradas é porque o sol, ao pôr-se, as retinge de uns reflexos fulvos, que, ou pela exposição especial das penhas, ou por outra qualquer circumstancia, só n'aquella penedia se manifestam. As Penas Doiradas constam de quatro dentes, muito salientes e inteiramente semelhantes aos que assignalam a espinha da serra de Cintra no seu prolongamento até ao cabo da Roca, mas muito mais visinhos uns dos outros. Esta fórma de penedia destôa completamente do aspecto geral das outras penedias da serra, e por isso as Penas Doiradas, que pela sua altitude se divisam de todas as elevações, se distinguem tambem, como ponto de orientação, sem confusão possivel."
(Excerto do Cap. X)
Encadernação simples, inteira de percalina, com ferros gravados a ouro na lombada. Conserva as capas originais.
Exemplar em bom estado de conservação. Com uma discreta rubrica de posse na f. rosto.
Invulgar e muito apreciado.
Indisponível