MACHADO. F. Falcão - COIMBRA NA OBRA POÉTICA DE CÂNDIDO GUERREIRO. Separata do jornal «O Algarve». Lisboa, Depositária A Bôlsa do Livro, 1944. In-8.º (22 cm) de 10 p. ; B.
1.ª edição independente.
Interessante ensaio sobre Cândido Guerreiro (1871-1953), conhecido advogado, poeta e dramaturgo algarvio, e a sua ligação a Coimbra.
Opúsculo valorizado pela dedicatória autógrafa do autor ao "S. Ex.mo amigo" Alfredo Mota.
"Cândido Guerreiro, ilustre Poeta algarvio, nascido em Alte a 3 de Dezembro de 1871, dedicou algumas composições suas a Coimbra, razão da presente e despretenciosa investigação da influência do ambiente coimbrão na sua obra.
A obra de Cândido Guerreiro, artista inimitável e inexcedível da forma poética trazida por Sá Miranda, já o sr. dr. Joaquim Magalhães, em artigo publicado - no jornal O Algarve, em 29 de Agosto de 1943, a caracterizou em termos tais que, por concordância, aqui transcrevo, no essencial:
«Cândido Guerreiro não foi e não é um renovador dentro da linha de evolução da poesia portuguesa. Não lhe deu novos rumos, não lhe abriu horizontes diferentes ou lhe indicou caminhos ignorados. O seu caso é bem pessoal e, por assim dizer, à parte»... e, na sua obra, «compreende-se a incompreensão do autor por grande parte de tôda a moderna poesia portuguesa, que segue, com as últimas três gerações, ideais estéticos e humanos estruturalmente diferentes dos seus».
«Cândido Guerreiro não foi e não é um renovador dentro da linha de evolução da poesia portuguesa. Não lhe deu novos rumos, não lhe abriu horizontes diferentes ou lhe indicou caminhos ignorados. O seu caso é bem pessoal e, por assim dizer, à parte»... e, na sua obra, «compreende-se a incompreensão do autor por grande parte de tôda a moderna poesia portuguesa, que segue, com as últimas três gerações, ideais estéticos e humanos estruturalmente diferentes dos seus».
«Cândido Guerreira ficará na nossa literatura como exemplo feliz e luminoso de perfeito sonetista»... «o joalheiro do soneto»... e, «atraído pelas dificuldades do soneto, adopta-o como expressão preferida das suas emoções»... «e é nos moldes mais perfeitos, nas formas mais bem acabadas, que extravasa as suas impressões transfiguradoras num anseio nunca traído da perfeição e serenidade clássicas»... «Cândido Guerreiro cristaliza no soneto, quási invariàvelmente, a sua emoção perante a beleza. Aceitou uma forma poética consagrada, adoptou-a com inalterável fidelidade e tem.na cultivado com esmerada e inesgotável persistência»."
(Excerto do ensaio)
Fernando Falcão Machado
(Coimbra, 1904 - Porto, 1993). Nasceu em 28 de Maio de 1904 no Largo da
Castelo, Coimbra. Professor e publicista. Casou com Maria Ana Cabedo
Garcia, natural de Setúbal. Publicou trabalho de temática diversa -
etnográfica, sociológica, geográfica, etc. - relacionada sobretudo com a
zona de Coimbra, de onde era natural, e Setúbal, a sua cidade por
adopção. Faleceu em 23 de novembro de 1993 na freguesia de Paranhos,
Porto (89 anos de idade).
Exemplar em brochura, bem conservado. Capa apresenta tonalidades diferentes por acção da luz.
Invulgar.
10€