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25 junho, 2023

MACHADO. F. Falcão -
COIMBRA NA OBRA POÉTICA DE CÂNDIDO GUERREIRO. Separata do jornal «O Algarve». Lisboa, Depositária A Bôlsa do Livro, 1944. In-8.º (22 cm) de 10 p. ; B.
1.ª edição independente.
Interessante ensaio sobre Cândido Guerreiro (1871-1953), conhecido advogado, poeta e dramaturgo algarvio, e a sua ligação a Coimbra.
Opúsculo valorizado pela dedicatória autógrafa do autor ao "S. Ex.mo amigo" Alfredo Mota.
"Cândido Guerreiro, ilustre Poeta algarvio, nascido em Alte a 3 de Dezembro de 1871, dedicou algumas composições suas a Coimbra, razão da presente e despretenciosa investigação da influência do ambiente coimbrão na sua obra.
A obra de Cândido Guerreiro, artista inimitável e inexcedível da forma poética trazida por Sá Miranda, já o sr. dr. Joaquim Magalhães, em artigo publicado - no jornal O Algarve, em 29 de Agosto de 1943, a caracterizou em termos tais que, por concordância, aqui transcrevo, no essencial:
«Cândido Guerreiro não foi e não é um renovador dentro da linha de evolução da poesia portuguesa. Não lhe deu novos rumos, não lhe abriu horizontes diferentes ou lhe indicou caminhos ignorados. O seu caso é bem pessoal e, por assim dizer, à parte»... e, na sua obra, «compreende-se a incompreensão do autor por grande parte de tôda a moderna poesia portuguesa, que segue, com as últimas três gerações, ideais estéticos e humanos estruturalmente diferentes dos seus».
«Cândido Guerreira ficará na nossa literatura como exemplo feliz e luminoso de perfeito sonetista»... «o joalheiro do soneto»... e, «atraído pelas dificuldades do soneto, adopta-o como expressão preferida das suas emoções»... «e é nos moldes mais perfeitos, nas formas mais bem acabadas, que extravasa as suas impressões transfiguradoras num anseio nunca traído da perfeição e serenidade clássicas»... «Cândido Guerreiro cristaliza no soneto, quási invariàvelmente, a sua emoção perante a beleza. Aceitou uma forma poética consagrada, adoptou-a com inalterável fidelidade e tem.na cultivado com esmerada e inesgotável persistência»."
(Excerto do ensaio)
Fernando Falcão Machado (Coimbra, 1904 - Porto, 1993). Nasceu em 28 de Maio de 1904 no Largo da Castelo, Coimbra. Professor e publicista. Casou com Maria Ana Cabedo Garcia, natural de Setúbal. Publicou trabalho de temática diversa - etnográfica, sociológica, geográfica, etc. - relacionada sobretudo com a zona de Coimbra, de onde era natural, e Setúbal, a sua cidade por adopção. Faleceu em 23 de novembro de 1993 na freguesia de Paranhos, Porto (89 anos de idade).
Exemplar em brochura, bem conservado. Capa apresenta tonalidades diferentes por acção da luz.
Invulgar.
10€

16 maio, 2023

RECORDAÇÕES -
Á MEMORIA DO NOSSO QUERIDO FILHO ANTONIO CORRÊA MEXIA DE MATTOS
Nascido em Loulé no dia 5 de junho de 1891 e fallecido em Lisboa no dia 5 de novembro de 1911. Fallecido quasi á mesma hora em que tinha nascido com muito poucos minutos de differença. Dedicam Seus inconsolaveis paes. [S.l.], [s.n. - Typ. «A Editora Limitada» - Lisboa], [1912]. In-8.º (19,5 cm) de XIII, [1], 190, [2] p. ; [1] f. il. ; E.
1.ª edição.
In memoriam do jovem louletano António Correia Mexia de Matos patrocinado por seus pais, com a colaboração de amigos e admiradores do malogrado escritor.
Obra fora de mercado, para oferta, por certo com tiragem reduzidíssima, ilustrada em separado com um retrato de António de Matos. Trata-se do repositório de crónicas e artigos dispersos do jovem prosador sobre os mais diversos assuntos - sobretudo relacionados com o "seu" Algarve - com uma verve e desassombramento incomuns para a idade. Destaque para o "sentimento" posto no retrato do Fado - a canção nacional -, e na descrição da Coimbra estudantil.
Exemplar autografado pelo pai do escritor com dedicatória pungente a Carlos Cândido Pereira, condiscípulo de seu filho.
"Foi tão cruciante a dôr que sentimos ao ver evolar-se para sempre de ti o sopro da vida que te animava; foi tão rude o golpe vibrado ao nosso coração de paes, que tanto te idolatravam, que por algum tempo ficámos aturdidos e alheios a tudo o que que nos cercava... [...]
 Porque é que, contando apenas vinte annos, havias de desaparecer para sempre d'este  mundo d'enganos, sendo, como eras, um carinhoso filho, um irmão extremoso e um dedicado amigo?! [...]
Como piedosa homenagem á tua memoria, as produções litterarias que deixaste dispersas em varios jornaes e outras ineditas, colligimos neste livro, que não é destinado á venda publica, mas sim para ser offerecido aos teus e nossos amigos e, por isso, estes desculparão quaisquer incorrecções que nelle encontrem, porque têem que atender a que foram escritas, uma grande parte, em tenra edade e quando os teus conhecimentos litterarios oficiaes não iam alem do terceiro anno do lyceu e todas ellas dos quatorze aos vinte annos e do primeiro ao sexto anno do curso do lyceu.
Reunimos tambem a opinião da imprensa e de alguns amigos, a teu respeito. [...]
Nas regiões misteriosas para onde tão permaturamente partiste recebe esta singela homenagem e com ella as muitas lagrimas e saudades de teus desditosos paes."
(Excerto de Carta ao nosso filho)
"Se ha musicas que fazem vibrar na noss alma todos os sentimentos que possuimos, o fado é incontestavelmente uma d'ellas.
A italia com as suas affamadas operas; a Hespanha com as suas caracteristicas zarzuelas não interpretam melhor a psychologia dos seus povos, do que Portugal com o Fado.
Porque o fado, essa canção caracteristicamente portugueza, é acolhida com impetos de entusiasmo onde quer que se oiça e n'esses impetos parece que vae toda a alma dum portuguez, desfeita em pedaços, pelas vibrações mobidas do tanger duma guitarra. Sim, o fado é ouvido em toda a parte com os mesmos estuosos arrebatamentos, desde o mais sumptuoso palacio, onde, nas rumorosas abobadas, ecôam as suas notas, até á mais humilde mansarda, onde ellas se espalham, deixando no ar uma sonancia dolencia.
O fado tem o poder magico de interpretar os sentimentos da dôr, ou da alegria, que enlaceiam uma alma, pois que elle tangido languidamente numa guitarra faz percorrer no nosso corpo fremitos de estonteamento e produz-nos nevroses que, desaparecendo, deixam-nos emergidos numa doce e suave lethargia.
Elle, umas vezes, vem acompanhado d'alegria e vivacidade, outras vem envolvido em tristeza e melancolia; mas, quer venha duma maneira, quer doutra, o fado arranca-nos sempre expressões de enthusiasmo e sabe incutir-se na alma, ora arrebatadora, ora melancolicamente. [...]
Eu nunca me hei-de esquecer do conjuncto de linhas phisionomicas que apresentava o rosto dum misero cego que n uma feira tocava o fado numa guitarra velha. Cada desferimento dos seus dedos sobre as cordas, parecia vir acompanhado dum rajo de luz, soltos desses olhos, onde pairava para sempre o espesso nevoeiro da desgraça..."
(Excerto de O Fado)
Encadernação inteira de percalina com ferros gravados a seco e a ouro na pasta anterior e na lombada. Conserva a capa de brochura, que foi colocada depois da f. ante-rosto, precedendo a f. rosto.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Manuseado.
Raro.
35€

21 maio, 2020

BARATA, F. A. Corrêa - ORIGENS ANTHROPOLOGICAS DA EUROPA. Por... Doutor em Philosophia. Coimbra, Imprensa da Universidade, 1873. In-4.º (23,5 cm) de 84, [4] p. ; B.
1.ª edição.
Interessante ensaio académico sobre as origens antropológicas do continente europeu.Trata-se da Dissertação de Concurso apresentada à Faculdade de Filosofia da Universidade de Coimbra.
"O presente opusculo é apenas um ensaio sobre as origens das raças actuaes da Europa consideradas como uma grande unidade. É este problema o primeiro dos que se ventilam em anthropologia. Os incessantes progressos que a a paleontologia humana tem feito, chamaram para elle a attenção geral, a ponto de se tornarem uma verdadeira paixão os estudos anthropologicos. Tal é a importancia que actualmente merecem, tanto mais que as ambições politicas de algumas potencias europeas têm querido pôr ao serviço das suas idéas a differença de raças. [...]
A anthropologia é uma sciencia que nasceu n'este seculo. Na infancia ainda, se uma generalisação tal como a tentâmos é possivel, deve-se isto á rapidez do progresso scientifico n'este seculo, que tantas sciencias, artes e industrias novas tem produzido. O tempo de que um homem estudioso pode dispor é apenas bastante para abranger o sem numero de memorias, jornaes, livros, relatorios, noticias dos congressos scientificos, trabalhos e sessões das sociedades sabias, emfim de publicações de toda a ordem que quotidianamente apparecem sobre a imponente e sympathica sciencia da anthropologia. É por isso que a especialidade nos estudos de cada homem, que se dedica á sciencia, se torna uma impreterivel necessidade; sendo certo, de resto, que o facto indicado se repete para as outras sciencias, e que, por outro lado, a indagação dos problemas scientificos exclue a simultaneidade dos objectos."
(Excerto do preâmbulo)
Indice:
[Preâmbulo]. | I - O problema das origens. II - As raças actuaes da Europa. III - Mythos e tradições. IV - Factos e methodos scientificos. V - Opiniões de Bory de Saint-Vincent e de d'Omalius d'Halloy. VI - Raças paleontologicas. VII - Conclusão.
Francisco Augusto Correia Barata (Loulé, 1847 - Lisboa, 1950). Professor na Faculdade de Filosofia da Universidade de Coimbra. Foi Secretário da Faculdade de Filosofia (1873-1877) e Director do Gabinete de Química (1890-1898). Vogal suplente do Tribunal de Contas. Director-Geral da Secretaria da Câmara dos Deputados em 1899. Grande defensor das teorias de Augusto Comte. Publicou artigos e livros, entre os quais: Da atomicidade. Estudo crítico das teorias químicas modernas (Coimbra, 1871); As raças históricas da Península Ibérica (Coimbra, 1873); Origens antropológicas da Europa (Coimbra, 1873).
(Fonte: https://www.uc.pt/iii/historia_ciencia_na_UC/autores/BARATA_Franciscoaugustocorreia)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com defeitos e pequenas falhas de papel. Páginas ligeiramente oxidadas.
Raro.
A BNP dispõe de apenas um exemplar.
25€

21 setembro, 2018

BRITO, Casimiro de - POESIA 61. Canto adolescente. Faro, Composto e Impresso na Tip. Cácima, 1961. In-8.º (21 cm) de 22, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Obra poética publicada na apreciada colecção Poesia 61, constituída por 5 plaquettes de outros tantos autores.
Livro muito valorizado pela dedicatória autógrafa do autor ao conhecido ensaísta Luís Francisco Rebello.
"Canto as raízes do silêncio: o mar a sua génese. O fundo do mar é um seio dissolvido onde sou uma pedra em flor. Tenho os olhos abertos debaixo de água e falo aos corais que desabrocham na sombra. Incido em mim. Sou, neste momento de cinza, a medida mais sensível de mim mesmo. Respiro.me amplamente."
(Texto 1)
Casimiro de Brito (n. 1938). "Poeta, romancista, contista e ensaísta, nasceu no Algarve, em 1938. Esteve ligado ao movimento Poesia 61, [de que foi seu mentor]. O seu primeiro livro surgiu em 1957 (Poemas da Solidão Imperfeita) e, desde então, publicou 38 títulos. Dirigiu várias revistas literárias: Cadernos do Meio-dia; Cadernos Outubro e Loreto 13. Actualmente é co-director da revista luso-brasileira de poesia Columba, responsável pela colaboração portuguesa na revista internacional Serta, e director da colecção Grito Claro."
(Fonte: https://www.assirio.pt/autor/casimiro-de-brito)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Apresenta pequenas manchas dispersas pelo texto.
Raro.
35€

26 fevereiro, 2014

OLIVEIRA, Francisco Xavier d’Athaide – ROMANCEIRO E CANCIONEIRO DO ALGARVE (Lição de Loulé). Acompanhado de importantes notas para esclarecimento do texto e onde se reproduz tudo quanto ha publicado neste genero pertencente ao Algarve. Por… Bacharel formado em Theologia e Direito Conservador privativo do registro predial da comarca de Loulé e socio do Instituto de Coimbra. Porto, Typographia Universal (a vapor), 1905. In-8.º (21,5cm) de 432 p. ; B. Col. Contos Tradiccionaes do Algarve em verso.
1.ª edição.
Obra com interesse histórico e regional. Consiste numa recolha de romances, lendas, canções e outros elementos da tradição oral algarvia.
“Muitas vezes as minhas boas velhinhas, para se distrair, deixavam os contos, e entoavam uma melopeia triste e cadenciada desses versos antigos, que eu mal percebia. Pedia-lhes que deixassem o canto e me recitassem os versos. Isso para ellas era quasi impossivel: não sabiam os versos, quando os queriam recitar; só cantando chegavam ao fim. Eram os seus romances que ellas tinham ouvido aos seus avôs e os cantavam na mesma musica em que eles lh’os tinham cantado. Desses romances fiz a presente collecção.”
(excerto do preâmbulo)
Francisco Xavier de Ataíde Oliveira (1842-1915). “Nasceu em Algoz, concelho de Silves, a 10 de outubro de 1842, e morreu em Loulé a 20 de novembro de 1915. Originário de uma família de pequenos proprietários agrícolas, frequentou os estudos preparatórios no Liceu de Faro e matriculou-se no Seminário de São José, a fim de seguir a vida eclesiástica, concluindo o curso em 1866. Em 1968 foi consagrado presbítero, desempenhando funções de Capelão da Universidade de Coimbra, na qual se formou em Direito (1874) e Teologia (1875). Em 1885 foi nomeado Conservador do Registo Predial de Loulé, serviço onde desempenhou as funções de Conservador adjunto desde 1882. Enquanto jornalista, desenvolveu uma colaboração regular com a imprensa regional, tendo sido autor de publicações que versaram os domínios da história, arqueologia e etnografia. Ainda neste âmbito fundou e dirigiu o primeiro jornal em Loulé, O Algarvio, periódico regionalista que manteve atividade entre 1889 e 1893. O seu contributo no domínio da etnografia portuguesa no final do século XIX centrou-se nos estudos pioneiros da literatura oral e tradições populares algarvias. Durante a sua passagem por Coimbra, que se prolongou até 1875, privou com algumas das personalidades proeminentes da “Geração de 70”, nomeadamente com Teófilo de Braga, reconhecendo-se as suas influências no domínio histórico e etnográfico relativo à recolha do romanceiro e do lendário algarvio, que constituiu o essencial das principais obras etnográficas de Ataíde Oliveira. Da sua produção etnográfica destaca-se a obra As Mouras Encantadas e os Encantos do Algarve (1898), considerado o seu primeiro ensaio sobre tradições populares, lendas e superstições. Publicou Contos infantis (1897) e Contos tradicionais do Algarve (2 vols., 1900 e 1905), Romanceiro e Cancioneiro do Algarve – Lição de Loulé (1905), estudos que resultaram da compilação da tradição oral regional, compreendendo contos, lendas, orações, superstições e ladainhas populares, entre outras formas de narrativas populares.” (in http://www.matrizpci.dgpc.pt/)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas com defeitos marginais; lombada cansada.
Muito invulgar.
Indisponível