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16 fevereiro, 2025

TORRES, Francisco Pinheiro -
"ADEUS, SENHOR DOUTOR" (coisas de Coimbra).
2.ª Edição. Coimbra, Coimbra Editora, L.da (Antiga Livraria França & Arménio), 1923. In-8.º (18 cm) de 49, [1] p. ; B.
Interessante visão poética da Coimbra estudantil, originalmente publicada em 1898. Esta reedição, organizada por Alberto Pinheiro Torres, irmão do autor - estudante de medicina - é uma homenagem à sua memória, patente no comovente preâmbulo - Duas palavras - que precede o poemeto.
"Á familia do malogrado auctor do «adeus, Senhor Doutor», foi solicitada auctorisação para a sua reimpressão.
A principio hesitamos porque o poemeto nem revella, nem define a personalidade de meu irmão Francisco, dotade de invulgares qualidades de talento, sobejamente demonstradas n'uma vida infelizmente curta, mas fecunda, de trabalho intteligente e honrado. [...]
Francisco Pinheiro Torres que depois da formatura até à sua morte, que ainda hoje choramos, se consagrou quasi exclusivamente ao seu lar, aos seus doentes, de quem era médico e amigo, e aos pobres, numa obra superior de bondade e de beleza moral, viveu exaustivamente, como poucos, a vida pitoresca, poética, alegre e suave dessa incomparável Coimbra, para onde não raro se volvem nossos cansados e saüdosos olhos. [...]
Buliçoso, saltitante, em perpétua vibração, era um fósforo a arder, como de nosso Pai dizia Camillo.
Eu, que fui seu companheiro, durante alguns anos, na inolvidável casa da rua da Trindade, a que tão ternamente se refere, sei como é sincero, bem do coração e como se resume todo o poemeto o sentidíssimo verso
Tenho a alma pegada a tudo isto!! [...]
Dêsse amor a Coimbra brotaram estes versos, repassados de emoção e de saüdade. Dessa romagem de alguns anos pela Lusa Atenas, como então se dizia, ficou êste poético roteiro, que é ainda actual, apesar de volvido um quarto de século, como o revela a amável e penhorante insistência para esta segunda edição.
Nestas páginas, estuantes de seiva e mocidade a cantar, revive, deliciosa, a amável tradição de Coimbra."
(Excerto de Duas palavras)

"Partir, partir e nunca mais voltar!
Partir, dizer adeus e nem pr'a traz olhar!
Não vão meus olhos ficarem por ahi.
Antes ficassem. Que n'esta terra eu vi
correr sorrindo a minha Mocidade,
de Santa Clara ao Penedo da Saudade.
Coimbra, toda cheiinha d'estudantes,
que á guitarra choram seus descantes.
Toda cheia de tricanas pelo Rio
Onde as lagrimas d'Ignez correm em fio."

(Excerto do poemeto)

Exemplar em brochura, bem conservado.
Raro.
25€