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02 julho, 2024

O MOVIMENTO OPERÁRIO EM PORTUGAL -
Comunicações ao seminário organizado pelo Gabinete de Investigações Sociais (Maio de 1981).
Publicadas com o apoio da Secretaria de Estado da Cultura. Coordenação de Maria Filomena Mónica e Maria de Fátima Patriarca. Análise Social : segunda série - Volume XVII - números 67-68-639 - 1981 - 3.º-4.º-5.º. Lisboa, Gabinete de Investigações Sociais, 1981. In-4.º (23,5x16 cm) de [2] 608 p. (471-1078 p.) ; B.
1.ª edição.
Importante contributo para a história do movimento operário português.
"Promovido e organizado pelo Gabinete de Investigações Sociais (GIS), teve ligar, nos dias 4 a 7 de Maio de 1981, em instalações da Biblioteca Nacional especialmente cedidas para o efeito, um seminário sobre o Movimento Operário em Portugal. Neste seminário - que contou com a participação regular de perto de uma centena de pessoas, dentre investigadores de História e Ciências Sociais e outros estudiosos e técnicos interessados no tema - foram apresentadas e discutidas catorze comunicações, distribuídas por quatro grande rubricas: Lutas Operárias: 1849-1934 (cinco comunicações). A Classe Operária e a Política (três comunicações) e Os Operários na Indústria Moderna (duas comunicações). Neste número duplo de Análise Social procede-se à publicação na íntegra dos textos que foram presentes ao seminário. Acrescentam-se três outros trabalhos - um de História Oral e dois representantes a Bibliografia e Fontes Documentais -, que, não tido embora podido, em virtude da própria natureza, ser apresentados no seminário, constituem contributos importantes para o estudo da temática a que o seminário se subordinou."
(Excerto de Nota prévia)
Índice:
Nota prévia | Lutas Operárias (1843-1934): José Barreto - Uma greve fabril em 1849. Maria Filomena Mónica - Poder e saber: os Vidreiros da Marinha Grande. José Manuel Tengarrinha - As greves em Portugal: uma perspectica histórica do século XVIII a 1920. José Amado Mendes - Para a história do movimento operário em Coimbra. Vasco Pulido Valente - Os conserveiros de Setúbal (1887-1901). A classe operária e a política: Fernando Piteira Santos -  A fundação de «A Voz do Operário» - do «absentismo político» à participação no «congresso possibilista» de 1889. José Pacheco Pereira - Contribuição para a história do Partido Comunista Português na I República (1921-26). João Arsénio Nunes - Sobre alguns aspectos da evolução política do Partido Comunista Português após a reorganização de 1929 (1931-33). A imprensa operária: João Medina - Um semanário anarquista durante o primeiro Governo Afonso Costa: «Terra Livre». João Freire - «A Sementeira», do arsenalista Hilário Marques. Cecília Barreira - Sindicalismo e Integralismo: o jornal «A Revolução» (1922-23). Vítor de Sá - Problemas e perspectivas num inventário da imprensa operária portuguesa. Os operários da indústria moderna: Alice Ingerson - Consciência de classe em Vila Nova de Famalicão. Marinús Pires de Lima - A evolução do trabalho operário nas indústrias de construção e reparações navais - aspectos de uma investigação em curso e alguns resultados preliminares. Fontes de história oral: Luís Salgado de Matos - Lisboa, 1920: vida sindical e condição operária. Bibliografia e fontes documentais: José Pacheco Pereira - Bibliografia sobre o movimento operário português desde a origem até 25 de abril de 1974 (livros e artigos publicados de 1974 a 1980). Maria Filomena Mónica e Luís Salgado de Matos - Inventário da imprensa operária portuguesa (1834-1934).
Exemplar em brochura, bem conservado.
Invulgar.
Com interesse histórico.
20€

06 setembro, 2023

BATALHA, Ladislau -
O SOCIALISMO NO PARLAMENTO.
Excerptos, fragmentos e discursos. De... Professor. Gremio Socialista de Lisboa. Lisboa, Edição do G. S. L., 1920. In-8.º (19,5X13,5 cm) de 128 p. ; B.
1.ª edição.
Conjunto de intervenções do autor no Parlamento pelo Partido Socialista, o primitivo, antecessor do PS.
"Quiz a Comissão de Educação e Propaganda do Gremio Socialista de Lisboa que a sua biblioteca se iniciasse com a publicação da primeira serie dos meus discursos parlamentares, num protesto contra o silencio que, voluntaria ou involuntariamente, a imprensa lhe tem feito em volta. [...]
Tudo quanto em defeza e apoio do socialismo revolucionario tenho dito e escripto durante bons quarenta anos de militante, estou habilitado a readizer e ressubscrever, sem desdouro para mim nem para os principios que tenho apostolisado e defendido e continuarei a defender como mesmo calor de convicções até ao instante de exalar o meu ultimo suspiro sobre a terra.
Revolucionario era e revolucionario continuo a ser com a mesma fé e o mesmo ardor de sempre. Nem o pezo dos anos ainda me debilitou o cérebro nem me quebrantou a energia e as convicções.
O socialismo, na sua qualidade de doutrina economico-politica, traz em si mesmo uma implicita a ideia de intervencionismo. Tudo mais é questão de  apenas de método e tactica.
Pode intervir-se de varios modos. Nem todos convéem sempre, mas todos eles acham o momento mais oportuno para se aplicar.
A propria revolução armada, violenta, de caracter social, tambem é uma intervenção, em certos momentos até necessaria, porque sem intervir a valer, torna-se completamente impossivel exercer uma acção benefica, tenha ela por tese a demolição ou a reconstrução."
(Excerto do preâmbulo)
Ladislau Batalha (Lisboa, 1856 - Arruda dos Vinhos, 1931). "Era originário de família de comerciantes modestos. Desde sempre ávido de conhecimentos, Ladislau Batalha decidiu esquadrinhar o mundo. Iniciou a vida de trabalho como moço de bordo, passou a marinheiro, viajando também pelo interior da África (incluindo a portuguesa). Quis fazer o périplo do mundo. Como baleeiro percorreu os oceanos boreais, conheceu depois as principais cidades norte-americanas. Na Califórnia embarcou para as ilhas Sandwich, errou pela Ásia (Japão, China, Ceilão, etc), regressando pelo Suez. Chegou a trabalhar na Inglaterra. Após 11 anos de vida itinerante por boa parte do planeta regressou a Lisboa com a idade 31 anos, repleto de experiências e saberes. Republicano, começou a escrever em jornais lisboetas, espraiou-se com assiduidade pela pequena imprensa da província. A sua paixão pelas ideias socialistas fê-lo amigo de Azedo Gneco (1849-1911). Foram dois dos fundadores do (primitivo) Partido Socialista. L. Batalha sempre se bateu com a maior rectidão e moralidade pelos ideais do seu partido, tornando-se sócio honorário de bastantes associações operárias. As suas actividades iam-lhe proporcionando agora razoáveis capitais. No regime republicano veio a ser deputado pelo PS na legislatura de 1919–1923, pelo círculo do Porto, assumindo então o posto de chefe de gabinete do ilustre advogado Ramada Curto. A vida do nosso evocado foi um exemplo de quanto podem resultar positivos o trabalho e a força de vontade postos com inteligência ao serviço dos seus semelhantes. Ladislau Batalha faleceu em Arruda dos Vinhos em 26-11-1939, onde residira nos últimos cinco anos de vida."
(Fonte: http://mosca-servidor.xdi.uevora.pt/arquivo/?p=creators/creator&id=920)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas oxidadas e páginas amareladas, tudo pela fraca qualidade do papel utilizado.
Muito invulgar.
25€

14 agosto, 2023

BRIAND, Arístide - A GREVE GERAL. (Discurso na integra, pronunciádo no Congresso Geral do Partido Socialista Francez em 1899). [Por]... (Ex-presidente do Conselho de Ministros da Republica Franceza). Tradução de Armando Costa. Biblioteca de Propaganda Social - N.º 6. Lisboa, Empreza Editora Popular, [19--]. In-8.º (17 cm) de 24 p. ; B.
1.ª edição.
Capa - belíssima - assinada Fonseca.
Importante peça de propaganda republicana editada nos alvores do século XX, dos primeiros que sobre este assunto se publicaram entre nós. Precede o discurso um apontamento biográfico de Briand pelo tradutor.
Obra rara e muito interessante, com interesse histórico; a BNP não menciona.
"Companheiros:
A Greve Geral é uma concepção a que muito particularmente tenho dedicado os meus esforços de propaganda, e felicito-me por tê-la feito adoptar pelo primeiro Congresso corporativo a que foi submetida. Estes antecedentes impoem-me, de certa maneira, um dever de paternidade que me proponho cumprir sem interrupções. Em troca, - prometo-vos - vou diligenciar nada dizer que possa molestar, levemente que seja, nenhuma das opiniões em que se divide esta Assembleia. [...]
Ontem pedi que este assunto da Greve Geral fosse tratada á parte, porque entendo que merece a honra de uma discussão particular: primeiro porque é verdadeiramente interessante por si mesmo; e finalmente, porque o Congresso do Partido Socialista terá, assim, ocasião de assignalar a sua deferencia aos Congressos das organizações sindicais realisadas em Marselha, Nantes, Limoges e Rennes, que se pronunciaram afirmativamente sobre o mesmo assunto. É notavel, para mim, que, sob a influencia de perocupações politicas, alguns dos nossos companheiros, os melhores e os mais escutados, com um acentuado e imerecido desdem, achem necessario afastar a concepção da Greve Geral.
De duas uma: ou os Congressos operarios teem razão ao adoptar esta tática, ou não a têem. De qualquer maneira, é absolutamente necessario que os partidarios da Greve Geral venham dizer as razões porque a têem aconselhado, e que os seus adversarios, igualmente, digam porque a desprezam; o Congresso resolverá. Se a Greve Geral é, de facto, julgada uma arma perigosa, é urgente, indispensavel mesmo, que o proletariado seja informado, para que abandone, quanto antes, o caminho que, a meu conselho e de alguns dos meus amigos, vem percorrendo.
Por mim, continúo a achá-la boa e fecunda, tenho a coragem de o declarar, e tenho esperança que todo o Partido Socialista entrará nela com o proletariado."
(Excerto do Discurso)
Índice:
Aristid Briand. - A gréve geral é uma necessidade porque é uma consequencia da evolução economica. | O objectivo da organisação sindical. - O ponto de vista politico e revolucionario. - A revolução e a gréve geral não se decretam, nem para ellas se vai sem preparação. - A revolução é o resultado da evolução. - A violencia. - É-se revolucionario, não por afeição á violencia, mas por necessidade, por fatalidade e até por destino. - Conclusão.
Aristide Briand (1862-1932). "Estadista francês nascido em 1862, em Nantes, e falecido em 1932, em Paris. Fundador do jornal socialista L'Humanité (1902) foi ainda um dos fundadores do partido Socialista Francês. Recebeu o Prémio Nobel da Paz em 1926, que partilhou com o chanceler e ministro dos Negócios Estrangeiros alemão Gustav Stresemann, pelo seu esforço na cooperação internacional, dentro da Sociedade das Nações. Partidário de uma política de reconciliação com a Alemanha, desempenhou um papel importante no Pacto de Paz de Locarno (1925) e foi o mentor do Pacto Kellog-Briand (1928). Briand defendia a formação dos Estados Unidos da Europa."
(Fonte: Infopédia)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com pequenos efeitos.
Raro.
Sem registo na Biblioteca Nacional.
Peça de colecção.
Indisponível

03 agosto, 2023

PROGRAMA DO PARTIDO SOCIALISTA PORTUGUÊS.
Comentado por Manuel José da Silva, primeiro deputado socialista português. Edição da Biblioteca de Educação Social. Visado pela Comissão de Censura. Lisboa, Editor - Lucas Martins, [1928]. In-8.º (18,5x13 cm) de 32 p. ; B. Coll. Biblioteca de Educação Social - III
1.ª edição.
Folheto de divulgação popular e patriótica distribuído pouco tempo após a implantação do regime da Ditadura Militar em Portugal.
"O Partido Socialista Português (1875-1933) foi um partido político português fundado em 10 de janeiro de 1875, na sequência do Congresso de Haia da Associação Internacional dos Trabalhadores, o qual votara a criação de partidos socialistas nacionais. Da sua primeira comissão directiva fizeram parte José Fontana, Azedo Gneco, José Correia Nobre França e José Tedeschi. Também em linha com o Congresso de Haia, o Partido assumia-se como marxista (depois federalista e proudhoniana), rejeitando as propostas de pendor anarquista da facção do movimento operário inspirada no bakuninismo. Teve como órgãos de imprensa os periódicos O Protesto, em Lisboa, e o Operário, no Porto, os quais se fundiram para dar origem a O Protesto Operário. O primeiro programa foi aprovado em 1895. Com um percurso político complexo, o Partido Socialista Português sobreviveu até à efectiva supressão da acção dos partidos políticos operada pelo governo da Ditadura Nacional em 1927. Em 1933 ainda realizou uma Conferência Nacional, em Coimbra, nas vésperas da entrada em vigor da Constituição Portuguesa de 1933, que de jure ilegalizou os partidos políticos. Alguns dos seus membros mais destacados foram co-fundadores, com personalidades provenientes de outros partidos democráticos, da Aliança Republicana Socialista."
(Fonte: Wikipédia)
"Logo na esteira da proclamação da República, nas eleições de 1911, o Partido Socialista Português consegue eleger o seu primeiro deputado, Manuel José da Silva, pelo Porto. Segundo dados de César Nogueira, nas eleições de 1911, 'o Partido Socialista obteve em todo o País 3.308 votos em 10 círculos eleitorais, ficando eleito pelo Porto o seu primeiro Deputado ao Parlamento português, o camarada Manuel José da Silva, com 912 votos'."
(Fonte: Freitas, João Emanuel Coelho de - A Casa do Povo Portuense (1900-1914), U.Porto, 2014)
"Pedem-me duas palavras a propósito dêste folheto, da autoria do primeiro deputado Socialista, que entrou no Parlamento em 1911. [...]
Manuel José da Silva, é um mestre sôbre questões sociais, os seus 520 anos de vida activa contra a má organização social, da-lhe o direito de ensinar os que desejam aprender; escrevendo êste folheto, teve, quero acreditá-lo, essa intuição; oxalá, ele aproveite a todos que lendo-o lhes sirva de ensinamento."
(Nota de abertura de António Francisco Pereira)
"O Partido Socialista tem por fins cooperar com os partidos socialistas de todo o mundo na reforma das sociedades humanas sob os princípios da radical socialisação das riquezas da sciência e da autoridade, promovendo em Portugal todo o progresso que possa conduzir a êste fim, ao passo que se apodera, pouco a pouco, dos elementos de prodominio social que lhe torne possivel tomar conta do Estado e das ramificações, adquirindo por completo os elementos de fôrça para assegurar, por sua parte, o triunfo da revolução socialista mundial."
(Excerto de Programa do P. S. P. - Fins)
Manuel José da Silva (1858-1932). Tecelão de profissão, dirigente do Partido Socialista Português. Fazia parte da "elite" operária de pequenos artesãos qualificados com forte consciência política. Foi um dos principais dirigentes socialistas e redactor do Operário. Único deputado do Partido Socialista, eleito em 1911 pelo círculo do Porto.
Exemplar em brochura, bem conservado.
Raro.
Com interesse histórico.
35€

06 novembro, 2022

RIBEIRO, Manuel - NA LINHA DE FOGO.
Crónicas subversivas
. Lisboa, Empreza Editora Popular, [1919]. In-8.º (20,5 cm) de 118, [2] p. ; E.
1.ª edição.
Livro de crónicas e reflexões de pendor subversivo da autoria do à época anarco-sindicalista Manuel Ribeiro, sendo esta uma das invulgares e interessantes obras do autor.
"Porque tu foste um heroi, um autêntico heroi sacrificando o futuro e a vida pelo ideal, não posso compreender como uma tão ardente fé cristalize na insensibilidade morta dum dogma; não posso admitir que fiques abraçado a um êrro dispersando esterilmente e improdutivamente o teu rico capital de energias.
Que tu fôsses republicano até o cindo de outubro vá; mas é lá possível que ames hoje a república como a amavas dantes? Tu bateste-te por ela com enternecimento e com entusiasmo, como te baterias por uma mulher. Que era para ti a república? Evidentemente - uma paixão. Tu rugias quando a Ordem te maltratava a república nas pessoas sagradas dos seus caudilhos, e o que te levou à Rotunda, hasde concordar, não foi o programa do partido republicano - conhecêste-lo tu mesmo? - o que te levou lá foi a ânsia de desagravares uma amante dos ultrajes dum bêbado. O programa do partido! Bem te importaste com êle! [...]
Porque não vens até nós?
Aqui não há chefes, há camaradas. O nosso partido é o da fraternidade, o nosso programa a solidariedade. Alistâmo-nos na legião do trabalho. És poeta? Aqui sentirás a vida intensa, fonte de toda a inspiração. és filósofo? Vem aqui reflectir e sentirás germinar o embrião do mundo novo. Só aqui poderás harmonizar as tuas idéas com os teus átos. Só aqui poderás ser profundamente e coerentemente - um homem."
(Excerto de A um heroi da Rotunda)
Indice:
A um heroi da Rotunda. | Estrelas cadentes (Tomaz da Fonseca). | A propósito dum hino. | Anarquistas e Sindicalistas. | Cezarismo à vista. | Um detractor do Sindicalismo. | O julgamento de Buizel. | O caso do chegador Faria (O direito de matar). | A Voz do Operario e o Ensino. | Acção directa. | As cadernetas. | A politica do operariado. | Acção. | A orientação dos Sindicatos. | Fernando Pelloutier. | O Sindicalismo italiano. | A lei das Associações. | A Associação. | Uma renascença literária. | Socialista e anarquista. | Uma conferência.
Manuel Ribeiro (1878-1941). "Manuel Ribeiro (1878-1941), natural de Albernoa, freguesia de Beja, foi um dos mais destacados militantes anarco-sindicalistas da primeira República. Com pouco mais de vinte anos veio para Lisboa, dedicando-se à tradução e ao jornalismo. É também o momento em que inicia uma obra literária, que anos mais tarde dele fará um dos mais lidos escritores do tempo. Como tradutor, verteu para o português obras de Gorki, Tolstoi, Kropotkine e Paul Elzbacher. A ligação militante ao anarquismo operário data de 1908, mas a primeira colaboração com a imprensa libertária é de 1909. Entre 1912 e 1914 é um dos mais assíduos colaboradores do semanário O Sindicalista, órgão da corrente operária libertária. Com o fim deste e a fundação de A Batalha, Manuel Ribeiro transfere para este diário a sua colaboração, que mantém até Março de 1921.
A revolução russa de 1917 dividiu o movimento operário mundial e Manuel Ribeiro, vendo nos sovietes um equivalente do sindicalismo revolucionário, toma partido pelo bolchevismo, fundando com outros a Federação Maximalista, cujo jornal dirigiu, e o Partido Comunista Português. Mais tarde, em 1926, converteu-se (em privado) ao catolicismo. A conversão não levou porém o autor a alhear-se das antigas preocupações, acabando por se manter dentro da mesma esfera, com a aproximação a sectores católicos socialmente empenhados. Dirigiu nesses anos a revista católica Renascença, fundou uma outra, Era Nova, esta com o padre Joaquim Alves Correia, e publicou um livro de ensaios, Novos Horizontes (1930), em que esclarece a sua separação da fórmula integralista, que por então dominava nos meios católicos."
(Fonte: http://mosca-servidor.xdi.uevora.pt/arquivo/?p=creators/creator&id=450)
Bonita encadernação meia de pele com cantos, e ferros gravados a ouro na lombada. Conserva as capas originais.
Exemplar em bom estado de conservação. Foi acrescentado ao corpo do livro outro tanto de páginas em branco para "engrossar" o volume.
Invulgar.
30€

18 junho, 2022

MARX, Carlos - O CAPITAL. Tradução de Emília de Araújo Pereira. Lisboa, Guimarães & C.ª - Editores, 1912. In-8.º (19 cm) de 246, [2] p. ; E. Colecção Sociologica - XI
1.ª edição (?).
Possível edição original portuguesa desta conhecida obra do filósofo alemão Karl Marx (1818-1883), prefaciada e resumida por Gabriel Deville (1854-1940). No mesmo ano, foi publicada em entre nós uma outra versão - o n.º 21 da Bibliotheca d'Educação Nacional, impressa na Typ. de Francisco Luiz Gonçalves, não sendo possível apurar qual terá sido a primeira a sair dos prelos. Mas inclinamos-nos para a nossa, por ser a edição mais "rudimentar", não aludindo na folha de rosto nem no interior, à paternidade do Prefácio e Resumo e estudo (ou Bosquejo) sôbre o socialismo científico de G. Deville. A obra integral de O Capital só seria publicada algumas décadas mais tarde, após o 25 de Abril de 1974.
"Marx debruçou-se em particular sobre a formação e a essência do capitalismo considerando que este se fundamenta numa apropriação indevida da mais-valia gerada pelo trabalho numa lógica de acumulação e concentração de riqueza que deixa completamente de lado a função social do trabalho e reduz o proletariado a um estado de alienação em que o trabalho deixa de ser um fator de realização pessoal. A religião, que classifica como «ópio do povo», associa-se a esse processo de alienação, prometendo aos proletários uma satisfação extramundana em troca da sua submissão à ordem estabelecida."
(Fonte: wook)
"É pelo estudo, é pela observação da natureza das coisas e dos sêres, que consciente dos seus effeitos, o homem se pode tornar cada vez mais senhor do seu próprio movimento.
Antes de coordenar ideas e de apreender as suas diversas relações, o homem actuou; isto quer se considere a infância do individuo ou da espécie. Mas é só a partir do momento em que se subordina ao pensamento reflectido que a acção deixa de ser incoerente para se tornar real e rápidamente eficaz. Com a acção revolucionária sucede o mesmo que com qualquer outro género de acção; a ciência deve ser o seu guia, para que ela se não esterelize em esforços pueris.
Sustentar, seja em que matéria fôr, que a ciência é inútil, ou que o tempo de estudar já passou, só poderia ser um mau pretêsto para dispensar o estudo ou para buscar desculpa a uma ignorância persistente.
É evidente que o estudo da vida social lhe não modificará por si só a forma, assim como não fornecerá, elaborados nos mínimos pormenores, os planos, forma e elevação de uma sociedade nova; mas patentear-nos há os elementos constitutivos da sociedade actual, as suas íntimas combinações, e, com as suas tendências, a lei que lhes preside à evolução. Tal conhecimento habituar-nos há, não «a abolir por meio de decretos as fases do desenvolvimento natural da sociedade moderna, mas a abreviar-lhe o período da gestação e a suavizar-lhe os males da sua criação»."
(Excerto do Prefácio)
Encdernação coeva em meia e pele com ferros gravados a ouro na lombada. Conserva a capa de brochura frontal.
Exemplar em bom estado de conservação.
Raro.
Peça de colecção.
Indisponível

26 maio, 2021

MONTENEGRO, Orlando - A QUESTÃO OPERÁRIA NA PÓVOA DE VARZIM DURANTE A I REPÚBLICA
. Póvoa de Varzim, [s.n. - Imprensa Portuguesa, Porto], 1978. In-4.º (23 cm) de 97, [3] p. ; B.
1.ª edição independente
Importante subsídio para o movimento laboral na Póvoa de Varzim ao longo do período da 1.ª República (1910-1926), com reprodução de documentação vária e notícias da época.
"O estudo do movimento grevista e operário na Póvoa de Varzim durante a 1.ª República está por fazer. Porque se trata de uma matéria de indiscutível interesse, afigurou-se-me vantajoso iniciar pesquisas, nesse sentido, a partir da imprensa local - relativamente numerosa, na época, para uma vila provinciana como era, então, a Póvoa. [...]
Apesar de Portugal estar pouco industrializado, os problemas laborais, que se vinham a fazer sentir no nosso país (como no resto da Europa) desde os últimos anos na monarquia, continuaram a agravar-se tão intensamente com a implantação da República que o Governo provisório decretou, em Dezembro de 1910, o direito à greve. [...]
De Norte a Sul do país, viveu-se com maior ou menor intensidade um clima de certa agitação social com paralisações grevistas frequentes que, por vezes, atingiram proporções graves quer a nível local, quer nacional.
Era, pois, natural que numa vila nortenha como a Póvoa de Varzim, situada a escassas três dezenas de quilómetros do segundo maior centro urbano do país, se repercutisse um tal clima e se vivesse por vezes um ambiente de reivindicações laborais a partir das actividades económicas possuidoras de melhor organização associativa. Sociedade essencialmente piscatória, o burgo poveiro dispunha, como é natural, de profissões diversificadas com efectivos humanos variáveis exigidos pelas necessidades correntes da comunidade. Assim, os problemas operários logo aqui surgiram na sequência do que se passou em diversos ponto do país, também palco de uma movimentação contestatária com sua origem nos mais importantes centros urbanos locais onde a classe operária despertava para uma conquista de direitos que lhes eram na maioria dos casos injustamente negados."
(Excerto da introdução)
Matérias:
[Introdução]. | Apêndice. I . Cronologia dos assuntos noticados. II. Documentos: 1) Entre operários e mestres : Um novo horário; 2) Uma bela festa operária : O 1.º de Maio; 3) Uma questão de horário : Entre operários e mestres : Não há greve! 4) 1.º de Maio : Uma grande festa de confraternização; 5) Movimento associativo : Uma nova associação de classe; 6) Entre alfaiates : A«Patriótica» reclama um novo horário de serviço e melhoria de situação para os alfaiates; 7) A grève dos alfaiates : Por não serem attendidas as suas reclamações abandonam o trabalho os 60 officiaes de alfaiate d'esta villa - Conferencias na administração do concelho que nada adianta - Constitui-se uma cooperativa na associação de classe; 8) A grève dos alfaiates : Uma solução satisfatória; 9) A grève dos alfaiates; 10) Descanço semanal; 11) Descanço semanal : O regulamento; 12) A classe de pedreiros : Teremos gréve? 13) Grève dos pedreiros e canteiros : A intransigência dos mestres parece-nos que vai ocasionar gréve; 14) Tribuna do professor : União : Á minha classe; 15) A gréve dos pedreiros : Na intransigência - As outras classes; 16) A gréve dos pedreiros; 17) Pela higiene : Uma «gréve» : As vendedeiras de fructas procuram furtar-se à medida camararia em que as obriga a ter a fructa resguardada da môsca; 18) A falta de trabalho : Em socorro das classes de construção civil - a Camara resolve fazer obras; 19) 1.º de Maio; 20) Movimento associativo : Na «Edificadora»; 21) Gréve dos gráficos; 22) Propaganda operária : Do construtor civil; Aos gráficos; 23) Confraternização socialista; 24) As greves; 25) As gréves; 26) Reunião magna operária; 27) O dia primeiro de Janeiro; 28) O 1.º de Maio : Saudando; 29) Em Aguçadoura : Funda-se a «A Seareira», associação de seareiros e agricultores daquele populoso logar; 30) Os gráficos; 31) Os operários e a Póvoa! 32) A'lerta operarios! 33) União dos sindicatos operarios; 34) 1.º de Maio; 35) Operarios. Alerta!...; 36) A Questão do Momento : O salario dos operarios; 37) A greve operaria; 38) A greve geral na Póvoa; 39) Ainda a greve; 40) União dos sindicatos; 41) Na linha férrea da Póvoa : Um conflito iminente; 42) Na linha férrea da Póvoa; 43) A greve; 44) A greve dos correios; 45) Na linha ferrea da Povoa : Escandaloso contrato! Pessoal, accionistas e expedidores prejudicados. Pede-se a atenção ou reunião imediata dos accionistas para apreciarem o assunto; 46) A greve dos estudantes; 47) Carestia da vida : Do manifesto da União Operaria Nacional; 48) Operarios de construção civil; 49) A gréve ferro-viária; 50) As greves; 51) A greve telegrafo-postal : Está em vias de solução? A atitude do governo. A povoa em comunicação com o Porto; 52) A gréve dos marceneiros; 53) A gréve dos funcionarios; 54) Á margem da gréve telegrafo-postal; 55) Seguros sociais obrigatorios : Entra amanhã em vigor o seguro por desastres no trabalho; 56) Seguros sociais obrigatorios : Desastres no trabalho; 57) Trabalhemos : As oito horas de trabalho - conflitos; 58) Caminho de ferro da Povoa : Gréve? 59) Não ha gréve do caminho de ferro; 60) Gréves; 61) Movimento da Praia : Resultados funestos da gréve; 62) As greves : Ao lado do Governo; 63) Descanço dominical; 64) Uma grève; 65) Reclamações operarias : Caminho a seguir : As classes trabalhadoras locais pretendem 6 escudos diarios e o cumprimento da lei das 8 horas; 66) Gréve na Povoa; 67) Emigração.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas algo manchadas.
Muito invulgar.
Com interesse histórico e regional.
Indisponível

24 maio, 2021

MARTINS, J. P. Oliveira - THEORIA DO SOCIALISMO : evolução politica e economica das sociedades na Europa.
Por...
Lisboa, 71 - Travessa da Victoria - 71 [Typ. Sousa & Filho - Lisboa], 1872. In-8.º (18 cm) de 408, [4] p. ; E.
1.ª edição.
Importante ensaio filosófico sobre o Socialismo na sua versão original, sendo esta uma das mais importantes e apreciadas obras do autor.
"A theoria do Socialismo é a Evolução.
Evolução quer dizer o movimento natural e fatal executado segundo uma lei do universo. A noção do modo de ser do mundo era desconhecida ás civilisações antigas e á nossa antes do seculo XIX. É a grande, a solida, a definitiva conclusão moral da nossa era. É a lei pela qual o universo, deixando de ser uma creação caprichosa do espirito e que se rege caprichosamente por elle, sob a forma divina ou heroica, attinge a dignidade da autonomia. É a lei fundamental dentro de que se encontram de accordo e se comprehendem a Natureza e o Espirito.; que nos dá a historia natural do homem e do mundo; e que portanto nos descobre, por meio de uma equação gigante, o segredo do futuro.
A affirmação da Humanidade como objecto da sua propria existencia; a affirmação do Homem como norma absoluta; isto é o nosce te ipsum elevado ás proporções da suprema idéa metaphysica, tal é o ponto onde conduz fatalmente a Evolução. Civilisação quer dizer educação. Conclue pela sciencia, pelo conhecimento de nós mesmos, pela affirmação moral da nossa existencia real. Apropriar, reconhecendo-as como fructo de nós mesmos, as creações divinas, poeticas, heroicas da historia, conduz necessariamente á doutrina da immanencia, dentro do homem, de todos os sentimentos e idéas que são a norma da nossa existencia."
(Excerto do preâmbulo - Theses geraes)
Indice:
Theses geraes. | Livro Primeiro - O Direito Publico na Civlisação Moderna: These. I - Omnis potestaa a Deo; II - Obligatio ex consensu; III - Il mondo é fatto dagli uomini. Schema. | Livro Segundo - O Principio Federativo na Historia: These. I - As raças latinas; II - As raças germanicas; III - As federações actuaes. | Livro Terceiro - A Economia Social: These. I - O dominio transcendente e a servidão - § 1.º A propriedade e as classes ruraes; § 2.º A industria e as classes operarias; § 3.º  commercio e o banco. II - O dominio natural e o salariato - § 1.º O commercio e o banco; § 2.º A propriedade e as classes ruraes; § 3.º A industria a as classes operarias. III - A sciencia economica.
Joaquim Pedro de Oliveira Martins (1845-1894). "Historiador, economista, antropólogo, crítico social e político, a sua ação e os seus trabalhos suscitaram controvérsia e tiveram considerável influência, não apenas em historiadores, críticos e literatos do seu tempo e do século XX, mas na própria vida política portuguesa contemporânea. Desde 1867, Oliveira Martins experimentou diversos géneros de divulgação cultural: romance e drama históricos, ensaios de reflexão histórica e política e doutrinária. Mas essas tentativas, de valor desigual, não alcançaram grande sucesso. Em 1879, dá-se uma inflexão no seu percurso intelectual, com o início da publicação da Biblioteca das Ciências Sociais, de sua exclusiva autoria. Embora alheia a intenções doutrinárias e ao espírito de sistema dominante na época (positivismo, determinismos vários), não deixaria de, pontualmente, exprimir estas tendências. Pelo largo fôlego e diversidade de matérias que pretendia abarcar - história peninsular, história nacional e ultramarina, história de Roma, antropologia, mitos religiosos, demografia, temas de economia e finanças, etc. - a coleção constituiu um projeto sem precedentes no meio cultural português da Regeneração, com o objetivo de generalizar todo um conjunto de saberes entre um público alargado. O empreendimento editorial ficaria marcado pelo autodidatismo de Oliveira Martins, uma curiosidade científica sem limites e um bem evidente pendor interdisciplinar e globalizante. Esse autodidatismo é afinal indissociável do próprio percurso biográfico e profissional do historiador."
(Fonte: http://cvc.instituto-camoes.pt/seculo-xix/oliveira-martins.html#.XVLSqkfOWM8)

Encadernação coeva em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação.
Raro.
Com interesse histórico e filosófico.
Indisponível

07 janeiro, 2021

MOTA, Fernando - O NOVO MUNDO.
[Por]... Licenciado em Filosofia. Advogado
. Lisboa, [Tip. Torres, Lisboa], 1930. In-8.º (19 cm) de 392, [4] p. ; B.
1.ª edição.
Obra apologista dos valores comunistas, algo ingénua, de forte pendor anticlerical, em que o autor procura dar resposta aos problemas sociais do país pela via do socialismo de inspiração soviética. Publicado em 1930 - em pleno período de Ditadura Nacional - não custa pensar que, face ao seu conteúdo doutrinário - contrário à ordem política vigente - e à escassez do livro, que este tenha sido apreendido e(ou) destruído. Nada foi possível apurar sobre o autor.
"Há quem comece por examinar um livro, lendo-lhe o índice e há também quem tenha o gosto de ler o prefácio, antes de o abrir, vendo num relance o que mais lhe interessa, o que mais lhe chama a atenção. [...]
Por o prefácio o leitor ficaria com uma ideia, do que poderia ler e logo faria um juizo àcêrca da maior ou menor conveniência em o obter.
Assim, este livro começa por afirmar, que há um problema social, que os partidos políticos da actual sociedade não conseguem resolver e que êste problema social surgiu, porque embora se digam democráticos, radicais, socialistas, monárquicos ou conservadores, os partidos burgueses, nenhum dêles é capás de resolver esse problema, porque é uma luta entre os que teem e os que não teem, uma luta entre os que auferem grandes lucros, ou vivem dos rendimentos e os que vivem parcamente dos seus salários.
Êste problema, que só a revolução social pode resolver é o problema social e a êle se refere o primeiro capítulo dêste livro.
Pergunta-se e é justa a pergunta, qual a razão porque a revolução social ainda não surgiu a não ser na Rússia, qual a razão porque esse problema social ainda não teve a sua solução.
O problema social anda preso ao problema religioso e êste por sua vez tem conseguido protelar a sua solução, não sendo natural, que no estado actual do problema religioso êste exerça mais influência sobre o problema social.
Assim, o segundo capítulo versa o problema religioso, cuja ligação ao problema social é grande, procurando mostrar-se que o problema religioso encarado, como deve encarar-se, não exercerá mais a sua acção deletéria sobre o problema social e que êste se resolverá sem grandes delongas com a construção do socialismo, que é o terceiro capítulo, no qual se versa a organização de uma república socialista, sem se descer a minúcias, que pertencem mais a vontades ou pareceres comuns do que individuais.
No quarto capítulo em que se trata da «operários e camponeses» mostra-se que a revolução social não pára e que a república socialista não é um regime absoluto e a última méta do movimento social. [...]
No quinto faz-se uma demonstração prática da matéria versada nos capítulos anteriores, descrevendo-se a república dos sovietes e para que o leitor compreenda essa organização estadual, descreve-se pondo-a em relêvo ao lado das organizações dos estados burgueses.
No sexto, versando-se a República dos Municípios pretende tornar-se mais intuitiva a organização soviética e mostrar-se a forma porque essa organização pode ser aplicada imediatamente em qualquer povo, sem tal trabalho de realização seja difícil, pois não tem nada de transcendente, sendo mais difícil a um operário montar algumas vêzes um motor, ou concerta-lo, do que compreender a organização de uma República Socialista.
No sétimo capítulo, que se refere aos Estados Unidos Socialistas, mostra-se a conveniência de uma organização internacional das repúblicas dos trabalhadores e a vantagem da adesão de qualquer república a essa união, actualmente por intermédio da união russa, à qual se reunirá e mais tarde pela sua inclusão na Internacional Comunista, alto corpo político, por emquanto e mais tarde político-económico, da causa dos oprimidos.
É êste o assunto do Novo Mundo.
Foi escrito êste livro, como trabalho de organização e análise, e por isso, êle orientará o público na compreensão do que seja a revolução social, e quais os fins e princípios que orientam a nossa propaganda.
Não nos interessa a crítica daqueles que vivem a vida restrita da cama onde se de deitam, ou da mesa em que se enfartam.
Interessa-nos, sim, que mude o estado social actual, e se vencermos, como é natural, não sentiremos o menor prazer em torturar aqueles que nos atacaram com o seu profundo despreso e ares de superioridade, pois quando a dôr é grande ninguém a não ser o carrasco tem o direito de rir, ou de troçar."
(Excerto do Prefácio)
Índice:
I - O Problema Social. II - O Problema Religioso. III - Construção do Socialismo. IV - Operarios e Camponezes. V - A República dos Sovietes. VI - A República dos Municípios. VII - Estados Unidos Socialistas.
Exemplar brochado, na sua quase totalidade por abrir, em bom estado de conservação.
Raro.
Com interesse histórico.
35€

02 maio, 2020

GNECCO, Azedo - DEFINIÇÕES E ESCLARECIMENTOS. Por... Lisboa, Instituto Geral das Artes Graphicas, Sociedade Cooperativa Limitada, [190-]. In-8.º (15 cm) de 14, [2] p. ; B. Bibliotheca Socialista, N.º 5
1.ª edição.
Raríssimo opúsculo da autoria de Azedo Gneco, membro fundador do Partido Socialista Português, cuja acção política e pedagógica não teve divulgação impressa. Tanto quanto foi possível apurar, não existe bibliografia conhecida do destacado dirigente socialista.
"Convencionou-se chamar movimento operario ao conjuncto de esforços pela remodelação egualitaria das sociedades, hoje baseadas na preponderancia do Capital. Este movimento, empirico e apaixonado nos seus primeiros dias, como o fôra durante o largo periodo da sua gestação, tornou-se ultimamente scientifico, positivo e tranquillo, tendo adquirido todos os elementos componentes do seu triumpho e da estabilidade da sua victoria."
(Excerto de Individualismo e Socialismo)
Matérias:
Individualismo e Socialismo. | A acção politica. | A Republica Social : palestra.
Eudóxio César Azedo Gneco (1849-1911). "Nasceu em Samora Correia (Benavente) em 1849 e faleceu em Lisboa a 29 de Junho de 1911. Foi gravador de profissão, medalhista e aprendiz de escultor e a partir de 1865 trabalhou como operário gravador na Casa da Moeda de Lisboa. Em 1871, na sequência da visita a Lisboa de três dirigentes socialistas espanhóis, vindos como emissários da Associação Internacional dos Trabalhadores (I Internacional), aderiu às ideias revolucionárias defendidas por aquela associação. Participou no esforço conjunto com a Fraternidade Operaria (FO), liderada por José Fontana, tentando levar a cabo em Portugal um trabalho de organização e teorização revolucionária do proletariado. Com esse objectivo, colaborou intensamente no Pensamento Social, o jornal da Fraternidade Operária. Estabeleceu contactos próximos com a Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT), sendo, em 18 de Março de 1873, eleito secretário-geral da Associação Socialista, a secção lisboeta da AIT. Dando seguimento às orientações do Congresso de Haia, a 10 de Janeiro de 1875, foi um dos fundadores do Partido Socialista Português, aderente à Primeira Internacional, de orientação marxista, mas com forte presença federalista e proudhoniana. Durante a década de 1870, Azedo Gneco manteve relações epistolares com Karl Marx e com Friederich Engels. Manteve-se na liderança do partido até 1878. Em 1896 participou como delegado português no Congresso Socialista realizado em Londres. Regressou à estrutura dirigente do socialismo português em 1895, já numa facção dissidente, passando em 1905 a fazer parte da Federação Regional do Sul do Partido Socialista Português, da qual foi dirigente em 1907, 1909 e 1910. Azedo Gneco foi por diversas vezes candidato a deputado, mas nunca conseguiu os votos necessários para ser eleito."
(Fonte: centeneariodarepublica.pt)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Muito raro.
Sem registo na BNP, ou em qualquer outra fonte bibliográfica.
Com interesse histórico.
Indisponível

03 dezembro, 2015

TORGA, Miguel - DUAS INTERVENÇÕES. Coimbra, Publicação do Secretariado da Zona Centro, 1974. In-8º (21cm) de [12] p. ; [1] p. il. ; B. Colecção Socialismo e Liberdade, I
Discursos proferidos por Miguel Torga no 1.º Comício Socialista de Coimbra, presidido pelo próprio, em 1-6-74 e em Sabrosa, em 30-6-74.
"Meus Amigos: Gostaria de esclarecer desde já que, não sendo filiado no Partido, presido a esta reunião na simples qualidade de homem socialista que sempre fui. Homem mais sensível a a uma ética que a uma ideologia, mais espontaneamente fraterno do que disciplinarmente correligionário, mais atento ao imperativo dinâmico de vozes remotas do que ao momentâneo encantamento dos ecos doutrinários..."

(excerto do discurso de Coimbra)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.

15€

23 julho, 2015

BAPTISTA, Henrique - SOCIALISMO. I. Os Percursores [II. Os Apostolos e a sua Doutrina. III. As Escolas Actuaes]. Porto, Companhia Portuguesa Editora, 1913-1914. 3 vols in-8.º (18,5 cm) de 228, [6] p. (I), 239, [9] p. (II) e 230, [4] p. (III) ; E. num único tomo. Bibliotheca de Educação Intellectual, XXIII, XIV, XV
1.ª edição.
Obra em 3 volumes (completa).
Importante estudo centenário sobre o socialismo em plena época de afirmação republicana.
"Não nos propomos fazer uma historia das ideias sociaes.
Para isso faltar-nos-ia a competencia; e, ainda que a tivessemos de sobra, não seria em algumas dezenas de paginas que essa historia poderia ser feita.
O nosso fim é muito mais modesto, mais consentaneo com os nossos modestos recursos. Como divulgação de conhecimentos geraes pretendemos, neste ligeiro estudo, dar uma pequena ideia do estado actual da questão social e das phases por que ella tem passado.
Se esta questão exerceu, no seculo passado, um logar importante nas luctas politicas, não será temerario ajuizar que, no actual, tomará o logar preponderante: e, porisso, não será permittido a ninguem, por medianamente illustrado que seja, ignorar os termos em que a lucta, entre o passado e o presente, se vae travar. [...]
Todo o individuo que pretender definir os termos socialismo, collectivismo, communismo, anarquismo e syndicalismo, tanto em voga, sente-se sériamente embaraçado, porque os escriptores socialistas, em geral, entregam-se mais á critica do existente e a constatar os males de que soffre a sociedade do seu tempo do que a estabelecer o regime completo d'uma sociedade futura, mais perfeita, que substitua a actual."
(Excerto da Explicação preliminar)
Encadernação da época em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação. Pastas com defeitos marginais. 
Muito invulgar.
Indisponível