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19 novembro, 2024

SUBTIL, Manuel -
AURAS : versos.
Prefacio de J. A. Caldeira Rebollo. Portalegre, Typographia Fragoso & Leonardo, 1898. In-8.º (21,5 cm) de VIII, 74, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Edição original daquela que será a primeira obra do autor, não referenciada na Biblioteca Nacional, recolha poética da sua mocidade.
"Em 1891, n'uma manhã d'Outubro, entrou em minha casa, na rua da Rosa, o moço poeta, que agora me entala n'estas paginas. Quem me havia de dizer?
Acompanhava-o seu pae, o sr. José Joaquim Subtil, um portuguez de lei, de rosto aberto e franco emôldurado n'umas pequenas suissas, a que vulgarmente chamam patarras, no Alentejo. Cultiva umas pequenas geiras de terra em Valle do Pezo e vinha trazer o rapaz, dizia, para frequentar a Escola Normal. [...]
Em meados de 1894 frequentava o meu pupilo o 3.º e ultimo anno do seu curso; appareceu-me na repartição do Ministerio do Reino, onde eu, como tantos outros ganho o pão quotidiano atrophiando o espirito com a rotina dos officios de chapa, e afferrolhando todos os ideiaes, na negrura estupida da manga d'alpaca. Pareceu-me mais timido do que d'outras vezes.
- O que traz aqui Manuel?
O Manuel saccou acanhadamente de um quarto de papel, cuidadosamente dobrado, e respondeu-me com o olhar velado de quem pede coisa assaz difficil.
- Trazia-lhe isto para o senhor publicar n'O Leão...
O isto que elle me trazia era a Pescadora, uma das mais bellas manifestações poeticas do seu estro brilhante, que o leitor vae admirar em seguida, tanto mais se tiver o cuidado de lembrar-se de que foi escripta dos 18 para os 19 annos por um alumno da Escola Normal. [...]
Um dia, já terminado o curso, e quando elle leccionava no Collegio Collipolense, aconselhei-o a junctar em livro todas as suas poesias... [...]
Do meu conselho nasceu o presente livro, um livro sadio e bom, que nos ensina a amar tudo quanto ha de nobre no coração humano, tudo quanto ha de bello na Natureza sempre fecundante, num livro singelo e perfumado como são perfumadas e singelas as flores da paysagem, que elle nos canta com hymnos melodiosos de formosissimo sentimento artistico."
(Excerto de Prefacio)

"Vem commigo, pescadora,
deixa o rude labutar,
larga o barco, deixa o mar,
solta a rêde e vem-te embora,
deixa o rude labutar,
vem commigo, pescadora.

Vem-te embora, faz-me medo
o rugido cavernoso
que o mar solta furioso
la nos antros do rochedo;
o rugido cavernoso,
que o mar solta, faz-me medo.

Nuvens colossaes, diversas,
quaes gigantes desconformes,
ora se cruzam disformes,
ora apparecem dispersas,
quaes gigantes desconformes,
nuvens collossaes, diversas...

Vem commigo, pescadora,
deixa o rude labutar,
larga o barco, deixa o mar,
solta a rêde e vem-te embora,
deixa o rude labutar,
eu amo-te, ó pescadora."

(Excerto de Pescadora)

Manuel Subtil (1875-1960). "Professor e Educador, nasceu na Freguesia de Vale do Peso (Crato), a 05-02-1875, e faleceu em Lisboa, a 15-04-1960. Diplomado pela Escola Normal de Lisboa, Manuel Subtil, frequentou, posteriormente, o Instituto Industrial e Comercial. Foi professor primário, exerceu funções em Loures, Arronches e Lisboa. Em 1902, participou como Subinspector no processo de criação de várias Escolas no círculo de Portalegre. A partir de 1913, leccionou, como Professor interino, na Escola Normal de Lisboa. Também desempenhou funções lectivas no ensino particular, nomeadamente nas Escolas Nacional e Académica. Entre 1925 e 1944, integrou o corpo docente do Instituto de Orientação Profissional, na sequência de um convite de Faria de Vasconcelos. No biénio de 1926-1928, foi membro do Conselho Administrativo da Universidade Popular de Lisboa. Fez parte de várias comissões de serviço ligadas à organização e administração do ensino primário. Publicou, em conjunto com Cruz Filipe, Faria Artur e Gil Mendonça, um Dicionário Escolar, Cadernos de Exercícios e Manuais Escolares de Leitura e Aritmética para as várias classes do Ensino Primário, que atingiram várias dezenas de edições. Assinou, com Faria de Vasconcelos e Fernando da Costa Cabral, diversas monografias profissionais."
(Fonte: https://ruascomhistoria.wordpress.com/2019/06/19/quem-foi-quem-na-toponimia-do-municipio-do-crato/)
Exemplar brochado em razoável estado de conservação. Capas frágeis com defeitos, rasgões e pequenas falhas de papel. Lombada apresenta tosco restauro com fita gomada. Pelo interesse e raridade justifica encadernar.
Raro.
Sem registo na BNP.
Indisponível

22 junho, 2024

MARTINEZ, Prof. Doutor Pedro Soares -
A LAVOURA ALENTEJANA, A POLÍTICA AGRÁRIA E AS TÉCNICAS DE PLANEAMENTO.
Conferência feita na inauguração dos «Dias de Estudo sobre Desenvolvimento Regional». Évora, [s.n..], Maio 1966. In-4.º (25x17,5 cm) de 26, [2] p. ; B.
1.ª edição independente.
Conferência do autor subordinada ao tema da crise agrícola que assolava o país, e em particular no Alentejo.
Separata de «Estudos Eborenses», N.º 5 - Évora 1967.
Exemplar mito valorizado pela dedicatória autógrafa do autor ao Eng. Luís de Quevedo Coutinho.
"Parece-me que, efectivamente, se está vivendo uma crise profunda nestas terras do Alentejo; e que da sua solução dependerá a sobrevivência ou a ruína completa da lavoura do Sul. Aos que pecam por pessimismo quereria dizer que esta crise da lavoura alentejana não é a primeira da nossa história e que as anteriores acabaram por ser vencidas; que num mundo dominado por movimentos ondulatórios, tanto físicos como psicológicos, não há tendências irreversíveis e inelutáveis. Aos optimistas em excesso importará observar que talvez se trate da crise mais grave até agora conhecida. A uns e a outros cumpre lembrar que as batalhas costumam perder-se pela convicção prévia da derrota ou pela convicção prévia de uma fácil vitória.
A crise não se acha localizada, embora no Alentejo apresente características particulares, não tanto pela natureza das culturas como, sobretudo, pelo relevo relativo da agricultura na economia da região. Por todo o Continente português se sentem os feitos de uma bem marcada crise agrícola. Mais uma, de tantas que a nossa lavoura conheceu desde a Antiguidade."
(Excerto da Conferência)
Pedro Mário Soares Martínez (Lisboa, 1925 - Lisboa, 2021). "Foi um professor universitário, político e advogado português. Foi também membro do Quadro Diplomático do Ministério dos Negócios Estrangeiros (1948-1956); consultor e administrador de empresas, operadoras no sector bancário e segurador. Na Faculdade de Direito de Lisboa exerceu funções como secretário (1958-1967) e diretor (1971-1974). Apoiante do Estado Novo, representativo na academia dos chamados «ultras» antes de 1974 e da direita «irredentista» depois da mudança do regime, na descrição de José Adelino Maltez, Soares Martinez foi procurador à Câmara Corporativa (1960-1968) e Ministro da Saúde e Assistência (1962-1963), sob a chefia de António Salazar."
(Fonte: Wikipédia)
Exemplar em brochura, bem conservado.
Muito invulgar.
15€

18 junho, 2024

FONSECA, Manuel da -
CERROMAIOR
. Lisboa, Editorial Inquérito, 1943. In-8.º (19x13 cm) de 302, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Capa de Manuel Ribeiro de Pavia.
Edição original do primeiro romance do autor, sujeito à censura do regime pelo seu "realismo".
"Obra de Manuel da Fonseca, de 1943, no prefácio à edição de 1982, o autor explica as condições particulares que rodearam a primeira edição desta obra basilar do neorrealismo português: submetido a uma censura prévia, o original da obra foi largamente truncado, correspondendo a edição de 1982 a uma tentativa de reconstituição de um manuscrito, entretanto, perdido."
(Fonte: https://www.infopedia.pt/artigos/$cerromaior)
"Cerromaior é o nome da (pequena) cidade onde decorre a acção do romance. Se bem que sendo uma cidade imaginária são notórias as semelhanças com a terra natal de Manuel da Fonseca, Santiago do Cacém. Aliás, o facto é referido pelo próprio logo no prefácio da obra «Cercado de cerros, que vão de roda em anfiteatro com o lugar do palco largamente aberto sobre a planície e o mar, o cerro de Santiago é de todos o mais alto. Daí o título: Cerromaior. Vila que me propus tratar...»
À sua Santiago, Manuel da Fonseca apenas retirou a proximidade do mar. Assim, Cerromaior retrata-nos uma cidade cercada pelo campo e a realidade alentejana dos anos trinta e quarenta. São focadas todas as classes sociais: a família de latifundiários que cidade; o proletariado rural, objecto da exploração económica; a GNR, aliada dos poderosos. Este romance foi adaptado ao cinema por Luís Filipe Rocha em 1980."
(Fonte: Wook)
Manuel da Fonseca (1911-1943). "Escritor português, vulto destacado do Neorrealismo, nasceu a 15 de outubro de 1911, em Santiago do Cacém, e morreu a 11 de março de 1993, em Lisboa. Antes de colaborar em Novo Cancioneiro, com Planície, coleção onde se afirmariam algumas coordenadas da estética poética Neorrealista numa primeira fase, editou, em 1940, Rosa dos Ventos, obra pioneira do neorrealismo poético português.  [...] Cerromaior (1943), O Fogo e as Cinzas (1951) e Seara de Vento (1958) são algumas das suas obras mais emblemáticas."
(Fonte: Infopédia)
Partiu ainda jovem para Lisboa para realizar estudos secundários, tendo desempenhado posteriormente na capital diversas atividades profissionais no comércio, na indústria e no jornalismo.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com defeitos. Lombada apresenta pequena falha de papel na extremidade inferior.
Muito invulgar.
25€

02 junho, 2024

BARATA, Antonio Francisco - RESUMO DA HISTORIA DE PORTUGAL.
Para uso das Escolas. Composto em mappas. Por... Coimbra, Imprensa da Universidade, 1867. In-4.º (24 cm) de 39, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Curiosíssimo método desenvolvido pelo autor, através da utilização de quadros-resumo, - 'mappas' -, para o ensino primário da História de Portugal.
Obra rara, muito interessante e inovadora, dedicada por AF Barata à "Associação dos Artistas de Coimbra e nomeadamente a seu fundador Olympio Nicolau Ruy Fernandes".
Com uma dedicatória manuscrita na capa (do autor?).
"Não é por ser grande a falta de resumos de Historia, para uso das escolas de instrucção primaria que, eu, obscuro e incompetente me abalanço a dar ao prelo este. É sim, por julgar que talvez sobreleve vantagens a outros, no methodo apropriado ao ingresso nas memorias infantís, nas minuciosidades sem diffusão e nas datas correspondentes aos acontecimentos."
(Excerto de Advertencia)
António Francisco Barata (Góis, 1836 - Évora, 1910). "Erudito, publicista, escritor, historiador e grande observador dos costumes nacionais. Órfão e sem recursos, iniciou-se na vida profissional como aprendiz de barbeiro em Coimbra. Espírito curioso e amante da leitura, o contacto com os lentes da Universidade, que frequentavam a barbearia onde trabalhava, determinaram a sua formação de autodidacta. Aos 24 anos publicou a primeira obra, sob o título, Lucubrações de Um Artista (1860), que reunia algumas composições poéticas. No ano seguinte (1861) dava à estampa a Breve memória histórica acerca da velha Coimbra, arrasada por Ataces e Remismurado, e da fundação ou edificação da actual Coimbra; em 1862 um drama em quatro actos, A Conquista de Coimbra; e em 1863, as Novas Lucubrações de Um artista. Trabalhador infatigável e polemista vigoroso, é extensíssima a sua obra dividida em vários géneros literários, tendo firmado alguns dos seus escritos com os pseudónimos de D. Bruno da Silva e Bonifaciano Tranca Ratos, este adoptado em polémicas e em assuntos que se prestavam à ironia. Colaborou com os vários periódicos existentes em Évora, Elvas, Estremoz, Barcelos e Coimbra. A sua bibliografia é bastante vasta, pois era profundo conhecedor dos costumes e história da região de Évora, dedicando à cidade a sua vida e erudição, através de ensaios de história e arqueologia. Escreveu romances históricos como O Manuelinho de Évora (1873), fez recolha de composições para o Cancioneiro Quinhentista (1902), que se pretendia a continuação do de Garcia de Resende. Colaborou também no Dicionário Heráldico e no Dicionário Espanhol-Português e Português-Espanhol de Figanière (1879). Espírito empreendedor, foi fundador da «Typographia Minerva», inicialmente situada na Praça de Giraldo, nº 40 e 41. Nos primeiros anos do século XX, já velho e doente, ainda produziu algumas obras: Évora e seus arredores (1904), Évora Antiga (1909), e Homenagem de Évora a Alexandre Herculano (1910). Nos últimos anos da sua vida, procurou deixar uma bibliografia de toda a sua produção, Escritos e Publicações de António Francisco Barata - 1866-1908. Personalidade controversa para muitos seus contemporâneos, a verdade é que foi um homem singular."
(Fonte: http://bdalentejo.net/conteudo_a.php?id=103)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com defeitos. Contracapa apresenta falha de papel no canto superior esquerdo. Pequeno restauro na última página do livro.
Raro.
Com interesse histórico e pedagógico.
75€

30 dezembro, 2023

ROSARIO, Mario do -
ALCÁÇOVAS. Sua historia, suas belezas, seu comercio e sua industria. Lisboa, Sociedade Nacional de Tipografia, 1924. In-8.º (20x13 cm) de 63, [1] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Monografia dedicada à bonita vila alentejana de Alcáçovas (Viana do Alentejo), local carregado de história, dado ter sido aí que se realizou a assinatura do tratado como o nome da povoação, entre Portugal e os Reis Católicos, que pôs fim à Guerra de sucessão de Castela (1475-1479), e estabeleceu a "divisão do mundo", convénio que precederia o Tratado de Tordesilhas.
Abrilhanta o livro, a abrir, textos de conhecidas personalidades do meio literário nacional, que escreveram sobre a vila a pedido do autor: Júlio Dantas; Eduardo de Noronha; Amadeu de Freitas; Pedro José Teixeira. No final, inclui lista: Indicações de utilidade local - Entidades oficiais, comerciais, industriais e particulares da vila.
Ilustrado no texto com desenhos, retratos, paisagens, aspectos da vila, "tipos" locais e imóveis relevantes.
"A vila de Alcáçovas, com as suas tradições romanas, o seu castelo de D. Denis, o seu foral velho do bispo Martinho - tão interessante para o estudo dos costumes portugueses da Idade-média -, possue ainda um título de nobreza de que talvez ela própria já se tenha esquecido. Foi, por assim dizer, o tálamo d'amor onde se geraram duas grandes figuras reais: uma, que realizou a unidade política da Espanha, tornando possível o império de Carlos V; outra, em cujo reinado se produziu a formidável revolução geográfica que ligou o Oriente ao Ocidente e conferiu às nações atlânticas a hegemonia comercial do mundo."
(Excerto do Prefácio)
"Pertencem ao mundo das interrogações historicas o inicios da vila, sabendo-se apenas que se relacionam com uma distantissima antiguidade.
Na velha Luzitania já, portanto, ela existia. Ptolomeu falou dela como a Castraleucas, que teria sido uma formosa cidade fundada pelos romanos nas faldas do monte hoje denominado Alcáçovas e que pertenceu á magestosa serra de Ossa.
Castraleucas, que significa Castelos brancos, era muito apreciada pelos fundadores, que lhe tinham buscado uma localisação magnifica. Mas, acerca desse nome prevalecem duvidas. Segundo versões de alguns arqueologos, ele seria Ceciliana, que tambem se atribue a Agualva."
(Excerto de Dados sobre a origem da vila - As dominações)
Índice:
Duas palavras de introito | Considerações de Júlio Dantas | Considerações de Eduardo de Noronha - Terra alentejana | Considerações de Amadeu de Freitas | Considerações de José Pedro Teixeira - Uma saudade | Subsidios para um estudo monografico: - Dados sobre a origem da vila : As dominações; - Da posse da Egreja á pertença real. Os forais; - Residencia real e teatro de grandes cerimoniais; - Da posse da Corôa á senhoria feudal. Os donatarios; - A produção agricola e pecuaria. O comercio e a industria; - Os edificios; - A situação e o clima; - Pela categoria de vila de primeira ordem!; | A industria tradicional da vila | Na Revolução de 5 de Outubro de 1910 |  Pelo mutualismo local | A Mulher | Indicações de utilidade local.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
Com interesse histórico e regional.
30€

08 outubro, 2023

MEXIA, João Garcia Nunes -
SUBSÍDIOS PARA O ORDENAMENTO DE SOBREIRAIS.
[Por].... Engenheiro Silvicultor. Separata da Revista Agronómica - Vol. XXII. N.º 1. Lisboa, [s.n. - Comp. e imp. na Imprensa Lucas & C.ª - Lisboa], [1934]. In-4.º (26x19,5 cm) de 82, [2] p. ; il. ; B.
1.ª edição independente.
Importante contributo para a história da cultura e plantação do sobreiro, e para a indústria nacional de cortiça, pioneiro no que ao ordenamento da árvore diz respeito.
Ilustrado no texto com desenhos esquemáticos, quadros, tabelas e gráficos.
Exemplar muito valorizado pela dedicatória autógrafa do autor ao Dr. Victor Santos.
Junta-se desdobrável de dimensões generosas (79,5x21 cm): Mapa comparativo de 21 explorações agrícolas - Mapa integrado na Tese "Problemas Agrícolas vistos por um Lavrador" - 1.º Congresso de Ciências Agrárias : Dezembro-1943.
"Escolhemos para tema do presente trabalho assuntos que se prendem com a cultura e exploração do sobreiro (Quercus suber, L.), já porque este, pela sua expansão, ocupa entre as especies arboreas do nosso Paiz um lugar de destaque, já porque sendo um dos mais importantes factores de valorização dos terrenos pobres, convem que dele possamos tirar todo o proveito possível. [...]
Importa, à semelhança do que se tem feito com outras culturas, não só determinar os limites maximos de produção, relacionados com as condições individuais e do meio, como tambem estudar os mais vantajosos processos de os atingirmos. [...]
Constituem, entre nós, zona por excelência do sobreiro, os terrenos terciários das Bacias do Tejo e do Sado. Esta zona é caracterisada por temperaturas médias com oscilações entre Inverno e Verão de 9 a 23ºC... [...]
Ainda que o sobreiro prospére em diversas altitudes, atingindo por vezes em regulares condições de vegetação, mais de 600m, tem a zona referida condições optimas de altitude para esta essencia e uma temperatura média muito proxima dos seu optimo térmico de + 14º.
Esta especie fórma povoamentos puros e mixtos, que não rara atingem enormes extensões, totalisando a area ocupada entre nós pelo sobreiro mais de 550.000 hectares. É uma especie ainda insuficientemente estudada  e considerada como polimorfa."
(Excerto da Introdução)
Estudamos o indivíduo considerando-o não isoladamente, mas como parte integrante que é do povoamento ou  montado. Ora sucede com freqüência que estes povoamentos apresentam, em consequência da excessiva intervenção do homem, uma grande variação na constituição dos indivíduos, quer no que respeita à proporção do volume do tronco, ou de qualquer outro orgão, para o volume total do indivíduo, quer ainda no tocante à forma de cada um dos orgãos; torna-se, por isso, necessário encontrar a justa proporção de cada uma das partes componentes do indivíduo, e conferir a todas uma forma tal que o conjunto nos venha, senão melhorado, pelo menos corrigido dos anteriores êrros culturais."
(Excerto de I - Estudo do Individuo)
Índice:
[Introdução] | I - Estudo do Individuo. II - Estudo sobre a constituição dos povoamentos. III - Tabelas de produção de cortiça. | Obras consultadas.
João Garcia Nunes Mexia (Mora, 1899-?). Grande proprietário agrícola, filho de Joaquim Nunes Mexia, e continuador da sua obra política e agrícola. "Licenciado em agronomia pelo Instituto Superior Agrícola, foi Diretor da Associação Central da Agricultura Portuguesa nas décadas de 1930 e 1940, Presidente da Sociedade de Ciências Agronómicas em 1942, e Presidente da Junta Nacional dos Produtos Pecuários entre 1939 e 1945. Foi um dos primeiros silvicultores a fazer uma tese de licenciatura sobre o tema do montado em 1934, e foi Delegado de Portugal à Conferência Internacional da Cortiça."
(Fonte: https://agromexiacastelobranco.pt/historia/)
Exemplar brochado, parcialmente por abrir, em bom estado de conservação. Capas com pequenas falhas de papel marginais.
Raro.
Com interesse histórico.
Sem registo na BNP.
Indisponível

08 setembro, 2023

PORTO, Frederico -
REFORMA ADMINISTRATIVA DO DISTRICTO DE PORTALEGRE. Serie d'artigos publicados no Campeão de Portalegre. Portalegre, Pereira, Marques & Fabião : Directores da Typographia Paulo Monteiro, 1895. In-8.º (21,5x15,5 cm) de [2], 17, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Importante subsídio com interesse para o Distrito de Portalegre. Trata-se de um lamento, mas também uma crítica mordaz do autor à Reforma Administrativa de 1895 e seus proponentes, cujas decisões políticas, no seu modo de ver, em muito prejudicaram o distrito.
Exemplar valorizado pela dedicatória autógrafa de Frederico Porto ao Dr. Adolfo de Figueiredo.
"O Código Administrativo de 1896 foi aprovado pela Lei de 4 de Maio, sendo Presidente do Ministério Hintze Ribeiro e Ministro do Reino João Franco.
Este Código classificava os concelhos em três ordens, segundo critérios baseados na população e nas possibilidades financeiras: concelhos urbanos; concelhos rurais perfeitos e concelhos rurais imperfeitos. [...]
A esta reforma administrativa seguiu-se a extinção de vários concelhos.
(Fonte: Silva, Henrique Dias da, Reformas Administrativas em Portugal desde o Século XIX, O Código Administrativo de 1895 e de 1896 - Jurismat, Portimão, n.º 1, 2012, pp. 65-97.)
"O lemma da nossa bandeira, escripto sob o titulo do nosso jornal, affirma a todas as pessoas que nos lerem a sinceridade das nossas palavras e a absoluta exclusão de qualquer ideia politica no nosso modo de receber a reforma administrativa.
É fundo o golpe dado no nose districto. A eforma leva-nos quatro das mais preciosas pedras da nossa corôa districtal, e esta perda é tanto mais sensivel quanto é certo não ser esperada por ninguem, ainda os mais intimos do partido que está no poder. Cano, Souzel, Casa Branca e Veiros passam para o districto de Evora. É o primeiro córte da nossa autonomia, e por isso talvez mais fundamente impressionavel, mais dolorosamente triste. [...]
Argumentar-se-ha que a reforma enriqueceu outros concelhos, onde rejubilla a alegria e onde se entoam canticos de louvor em honra do sr. ministro do reino.
Tristes alegrias d'uns que brotam das lagrimas dos outros!
Não nos seduzem estas festas que se bazeam n'uma presumida justiça d'equidade, nascidas da injustiça d'um despotismo.
Desgraçada administração publica que, para se elevar no nivel social e chamar a si as benemerencias d'uma parte do paiz, tem que amesquinhar, espesinhar, aniquilar povoações tão diganas de respeito como as outras, porque somos todos portuguezes, porque somos todos irmãos!
Folgam os de Arronches, illuminam as fachadas dos seus edificios, atroam os ares com os estridolos dos seus foguetes, com a harmonia das suas musicas; o mesmo tempo fecha-se o commercio em Monforte, ausentam-se luctuosamente impressionados os seus habitantes e no silencio magestoso d'uma dôr sem egual, deixam partir com o unico protesto das suas lagrimas o sangue da sua terra, a alma da sua povoação - o seu concelho!"
(Excerto de I - A reforma administrativa do districto de Portalegre)
Índice:
I - A reforma administrativa do districto de Portalegre. II - Marvão. III - Monforte. IV - Gavião. V - Souzel. VI - Portalegre.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação.
Raro.
Com interesse histórico e regional.
20€

06 junho, 2023

FARIA, Antonio de Portugal -
GENEALOGIA DA FAMILIA BARREIROS.
(2.ª edição). Por... Consul de Portugal em Livorno. Lisboa, Typ. da Companhia Nacional Editora, 1896. In-8.º (22 cm) de 44 p. ; B.
Importante estudo genealógico sobre a Família Barreiros, apelido originário do Alto Alentejo.
"Manuel Rodrigues Barreiros, natural da freguezia de S. Lourenço (Portalegre), casou com D. Isabel Garcia, natural da freguezia de Nossa Senhora das Neves (da villa de Pedroso), e teve:
I
Francisco Vellez Barreiros, natural de Villa da Fronteira, assentou praça no regimento de infanteria d'Elvas em 1757, foi reformado em tenente coronel com o soldo de major, tinha o habito de Aviz. Falleceu d'uma apoplexia a 3 de maio de 1813. Em primeiras nupcias tinha casado com D. Eufemia Thereza de Jesus, natural de Extremoz, freguezia de Santo André e fallecida em Elvas em 1781, e em segundas a 5 de dezembro de 1775 ou 1785 com D. Thereza Ignacia de Belem Barreiros."
(Excerto da primeira parte do estudo)
António de Portugal de Faria (1868-1937). "Filho de Augusto de Faria, 1.º visconde de Faria, foi o 2.º visconde de Faria e marquês de Faria, título que lhe foi atribuído por breve de Leão XIII. Nasceu em 1868 e faleceu em 1937. Foi cônsul, secretário do comissário português na Exposição Universal de Paris, etc. Integrou várias associações científicas."
(Fonte: https://archeevo.amap.pt/details?id=92574)
Exemplar em brochura, bem conservado.
Raro.
Com interesse histórico.
Indisponível

16 abril, 2023

FESTAS DO OPERARIADO MONTEMORENSE.
Inauguração da casa da Associação Operearia, generosamente doada pelo ex.mo  sr. Joaquim José Faisca. [Preço 30 réis] - Montemór-o-Novo, 25 de Dezembro de 1905. [S.l.], Typ. "Santos" [Publicação editada pela Folha do Sul], 1905. In-8.º (19 cm) de 16 p. ; mto il. ; B.
1.ª edição.
Opúsculo dedicado à inauguração da nova sede da Associação Operária, agremiação de Montemor-o-Novo.
O livrinho é preenchido na sua quase totalidade com os retratos - 1 por página - de  destacadas figuras da região que, de uma forma ou outra, estão ligadas à Associação, incluindo o retrato do benemérito doador Joaquim Faísca. Apenas a última página apresenta texto impresso, o Hymno do Operariado Montemorense, com versos de José d'Almeida e música do «Hymno do 1.º de Maio».
Na contracapa encontra-se reproduzida em fotogravura a nova sede da Associação.
Exemplar brochado, preso por agrafe, em bom estado geral de conservação. Com vincos e furos de arquivo.
Raro.
Sem registo na Biblioteca Nacional.
15€

22 janeiro, 2023

VASCONCELLOS, J. A. C. de - A COLONISAÇÃO DO ALEMTEJO
. Exposição das verdadeiras causas da falta de população e do atrazo da agricultura n'esta provincia, e das medidas que melhor podem remediar o seu deploravel estado prezente. Por...
Elvas, Typographia Elvense de Samuel F. Baptista, 1884. In-4.º (23 cm) de 51, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Importante subsídio oitocentista sobre as causas do abandono da província do Alentejo, e as medidas propostas pelo autor para obviar à sua desertificação.
"Julgo, que na situação do paiz, cada dia mais embaraçosa pelo desiquilibrio commercial entre as suas importações e exportações, e pelas sempre crescentes necessidades de fisco, de que demasiado se ressente já a economia domestica com a desproporção entre o custo de vida e os interesse amesquinhados por taes causas, não nos pôde ser indifferente a grande massa dos varios productos que o quasi inculto Alemtejo é susceptivel de produzir.
Firme, pois, n'estas idéas, julgo do meu dever de publicamente as communicar, para, se nas altas regiões do poder não houver ouvidos que se dignem escutar uma reclamação, talvez considerada inoportuna ou importuna por estar fóra da orbitra da politica, seja o clamor da opinião publica que se faça attender; finalisando eu por recommendar muita attenção para o que digo da agricultura em geral, e em especial para as breves reflexões que faço sobre a viticultura; o que muito poderá interessar os lavradores e os negociantes que se preoccupam com o progresso nas molestias nas vinhas."
(Excerto da introdução - Advertencia)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Com interesse histórico e agrícola.
35€

13 novembro, 2022

MELLO, Augusto Xavier de - O SR. ALFERES. (Costumes alemtejanos). [Prefácio de Gervásio Lobato]. Lisboa, Typographia da Papelaria Aurea, 1893. In-8.º (19 cm) de XV, [1], 402, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Interessante romance de "costumes alentejanos" dedicado pelo autor a Gervásio Lobato, que assina o prefácio.
"As grandes qualidades, que fizeram de Augusto de Mello um actor ilustre, são precisamente as mesmas que fazem d'elle um escriptor distinctissimo. [...] Tem os dois principaes dons do escriptor moderno: saber ver bem, e saber dizer bem o que vê. O Sr. Alferes, o romance que vae ler-se, o primeiro livro de Augusto de Mello, está a demonstrar em cada paragrapho, em cada linha, a verdade do que dizemos."
(Excerto do Prefacio)
"Toda a gente, no Monte Airoso, segundo o preceito christão, descançava da lide fatigante d'uma semana de trabalho.
O mez d'agosto ia quente, suffocante. Ainda não tinham morrido passaros assados, como os velhos diziam que acontecera n'algum tempo, mas desde a semana d'além que o vento Suão era quente, abrazador, como se partisse da bocca d'um forno. A athmosphera turva e avermelhada assemelhava-se a um oceano de chamas, nas eiras nem uma palha da debulha se conseguia mover, alguns pobres pardalitos haviam já cahido dos ramos das arvores, atordidos pelo calor, e até dois laboriosos ceifeiros, dos contratados na Beira - os ratinhos, como lhes chamam no Alemtejo, tinham succumbido na vespera, no meio da ceara que ceifavam, lá para as bandas do Guadiana."
(Excerto do Cap. I - O Domingo)
Augusto Xavier de Melo (1853-1933). "Actor, natural de Lisboa. Levado aos três anos de idade para Reguengos de Monsaraz, ali ficou confiado aos cuidados de um tio Médico que se encarregou da sua educação. Depois de frequentar as escolas de Mourão e Moura, completou os seus estudos no Liceu de Évora.
Regressando a Lisboa em 1861, onde pouco tempo conviveu com seu pai, que morreu meses depois, viu-se na necessidade de prestar serviços num escritório comercial, a fim de granjear o seu sustento.
Atraído pela Arte Dramática, valeu-lhe a influência do seu amigo, Actor Vale, para ingressar no Teatro Ginásio, onde se estreou na comédia Informações, em 11-06-1870. Empregado comercial, ingressou no Ginásio, tendo-se estreado na comédia Informações, em 11-06-1870. Não tardou a entrar para o Teatro de Dona Maria II, tendo-se evidenciado na peça Princesa Jorge. Distinguiu-se como actor, ensaiador e director de cena. Em 1901 foi nomeado Professor da Aula Dramática do Conservatório e membro do Conselho Dramático. Colaborou em jornais, escreveu o romance O Senhor Alferes e a comédia A Descoberta do Doutor Quaresma e publicou O Manual do Ensaiador Dramático e O Actor e o Teatro."
(Fonte: https://ruascomhistoria.wordpress.com/2019/10/29/quem-foi-quem-na-toponimia-do-municipio-de-reguengos-de-monsaraz-2/)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Cansado. Capas frágeis com defeitos e pequenas falhas de papel.
Raro.
Indisponível

29 outubro, 2022

BOLETIM DO CLUBE PORTUGUÊS DO CÃO DE SERRA DE AIRES. N.º 1 [N.º 2]. Director: Manuel José Loureiro Borges. Algés - Lisboa, C.P.C.S.A., 1991-1992. 2 vols in-8.º (21x15 cm) de 40 p. (I) e 28 p. (II) ; il. ; B.
1.ª edição.
Primeira publicação conhecida dedicada em exclusivo ao Cão da Serra de Aires, raça portuguesa originária do Alentejo, porventura das menos conhecidas do panorama canino nacional. Com estalão da raça definido em 1954, apenas em 1990 foi criado o C.P.C.S.A. - o Clube do Cão da Serra de Aires.
Boletins policopiados, de produção "caseira", fruto do entusiasmo de um pequeno grupo de apreciadores da raça, fundadores do Clube, que resolveram elaborar algo sobre o assunto para divulgação e memória.
Estes dois volumes é tudo quanto foi publicado.
"Cão de gado originário do Alentejo, utilizado na condução e guarda de rebanhos de ovelhas e cabras, de suínos, de bovinos e de equinos.
É perfeitamente adaptado à grande amplitude térmica desta região e dotado de uma grande resistência, o que lhe permite percorrer longas distâncias na condução do gado pela planície Alentejana.
Excecionalmente inteligente e muito vivo. De uma dedicação extrema ao pastor e ao rebanho que lhe é confiado; é distante perante os estranhos e vigilante de noite.
Hoje em dia é também um excelente cão de companhia, de desporto e de guarda. Distingue-se pela forma hábil como conduz e mantém o gado nas pastagens e como encontra os animais tresmalhados. Sempre atento, sinaliza com sucesso a proximidade de predadores. Executa o seu trabalho com prazer."
(Fonte: https://www.cpc.pt/racas/racas-portuguesas/cao-serra-aires/)
Livros ilustrados ao longo do texto com desenhos e reprodução de fotografias de espécies representativos da raça.
No Vol. I estão inclusos os Estatutos do Clube e o Estalão da Raça do Cão de Serra de Aires.
"Numa canicultura moderna e civilizada que se quer construir em Portugal, o trabalho dos Clubes de Raça será fundamental! Cremos, mesmo que o dos Clubes dedicados às Raças Portuguesas, deverá ter um papel primordial, não só porque são únicos (alguns deles) no mundo inteiro, mas sobretudo porque defendem uma parte do nosso Património Cultural e etnográfico, enquanto País. [...] Estudando a fundo o Serra d'Aires, compreenderemos melhor a solidão assumida do antigo Pastor da Planície alentejana.
Foi exactamente com este espírito que um grupo de amigos, e amigos do Serra de Aires, resolveu fundar o Clube Português do Cão de Serra de Aires."
(Excerto de Vol. I - Editorial)
"À primeira vista parece que têm qualquer coisa de macaco!
Com franjas enormes, olhos amendoados muito expressivos e um ar divertido, estas criaturas facilmente cativam aqueles que têm o privilégio de as vir a conhecer.
São animais de fácil convivência e docilidade, embora reservados para os estranhos.
Por terem uma memória prodigiosa, tornam-se orgulhosos e ciosos do que é seu! São indiscutivelmente francos, meigos e simpáticos, sendo por isso óptimos cães de companhia.
O "Cão da Serra de Aires" não está muito difundido no estrangeiro e é injustamente mal conhecido em Portugal. De facto, ele é mais popular junto dos pastores, nas regiões da Beira Interior, Beira Baixa e Alentejo, onde faz parte integrante do ambiente, ajudando o Homem na tarefa difícil e ingrata de condução e guarda de rebanhos, varas e manadas."
(Excerto de Vol. II - O Cão da Serra de Aires: Uma Raça Portuguesa)
"O Cão da Serra de Aires, nas suas exclusivas peculiaridades que o diferenciam e evidenciam a nível mundial – é o único cão pastor de pêlo comprido que não apresenta sub-pêlo - alia de forma referencial duas características: beleza e funcionalidade. De cão humilde, com excepcionais aptidões para o trabalho, fez uma notável transição para exposições de morfologia, obtendo resultados gloriosos em campeonatos nacionais e internacionais, sem, contudo, perder as suas características diferenciadoras de cão de pastor de condução de rebanhos. Dotado de uma inteligência excepcional, a sua personalidade é marcante. É um cão rústico e versátil, onde sobressai a sua grande adaptabilidade. [...]
De temperamento vincado, é de grande fidelidade ao seu dono, dele se dizendo que “é cão de um só dono”, expressão comum, por muitos amiúde repetida. [...]
Originário do Alentejo, mais concretamente da freguesia de Santo Aleixo, concelho de Monforte, as suas origens perdem-se na memória, dos tempos e das pessoas. O seu nome advém do Monte de Serra de Aires, propriedade do Conde de Castro Guimarães. Perdura uma teoria que o cão actual, na sua morfologia bem distinta e fixada, deriva de um pequeno cão de pastoreio existente no Alentejo, que o Conde de Castro Guimarães, através de um seu feitor de origem francesa, melhorou, cruzando-o com cães originários de França, da raça Berger de Brie, conhecido, também, por Briard. [...]
Sem nunca ter sido um cão muito conhecido fora da sua região de origem, como cão de trabalho o Cão da Serra de Aires era muito popular e utilizado, abarcando a sua distribuição as planuras do Alentejo e do Ribatejo. Essencial para a condução dos rebanhos entre zonas de pastagem, a sua grande inteligência tornava-o exímio no seu controle durante a passagem pela bordadura e proximidade de terrenos cultivados.
Fiel ao rebanho e ao dono, territorial, discreto e reservado, por norma, não dá a mão a estranhos. Estas características foram, por certo, procuradas e perpetuadas nos cruzamentos de sucessivas gerações, muito por força do grande isolamento que a imensidão das planícies alentejanas sempre impôs aos seus residentes. [...]
A partir da década de 50-60 do Século XX, as novas práticas agrícolas e a extensa utilização de aramado na delimitação das propriedades ditaram o declínio dos efectivos da raça. A sua função já não era tão necessária. Mas foi nesta altura, que um aturado trabalho de prospecção permitiu identificar os animais que serviram de referência à elaboração do primeiro estalão da raça, publicado em 1954. [...]
O Cão da Serra de Aires é, inquestionavelmente, um relevante componente do património genético português. A sua tipicidade e unicidade conferem-lhe atributos exclusivos que importa defender e preservar. A sua história é uma história de sobrevivência. Uma sobrevivência amoldada por uma rusticidade construída nas agruras da adversidade, que um temperamento convicto e uma inteligência excepcional guindou para um lugar cimeiro e referencial das raças portuguesas."
(Fonte: https://cpcsa.pt/?page_id=998)
Sumário - Vol. I:
Editorial. | Orgãos Sociais. | Estatutos do C.P.C.S.A. | Estalão do Cão de Serra de Aires. | Resultados da 1.ª Monográfica do Cão de Serra de Aires. | O Cão de Serra de Aires na Holanda. | 2.ª Exposição Monográfica do Cão de Serra e Aires. | A Monográfica da Holanda.
Sumário - Vol. II:
Editorial. | Orgãos Sociais. | Testemunho de um Velho Apaixonado por Cães. | O Cão da Serra de Aires: Uma Raça Portuguesa. | 1.ª Especial de Serra de Aires. | O Cão da Serra de Aires na Holanda. | Resultados da 2.ª Exposição Monográfica.
Exemplares brochados em bom estado de conservação. Capa 1.º vol. apresenta desgaste na superfície.
Muito raro.
Sem registo na Biblioteca Nacional.
Peça de colecção.
Indisponível

08 agosto, 2022

CASTELO JÚNIOR, Francisco Augusto - MEMÓRIAS AS DO OCO DE CASTELO JÚNIOR.
Introdução, Notas, Comentários e Índice Temático de Domingos Almeida Bucho. [Portalegre há cem anos: - o dia a dia, as ruas, os homens a as casas sem história]
. [Portalegre], Edição da Câmara Municipal de Portalegre : Apoio do Governo Civil de Portalegre, 1990. In-8.º (20,5 cm) de 126, [2] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Importante subsídio para a história da cidade de Portalegre, suas gentes, usos e costumes.
Livro valorizado pela dedicatória autógrafa de Domingos Bucho.
Ilustrado com planta da cidade antiga, desenhos e fotogravuras distribuídas por 16 páginas no final do livro.
"Em 1951, da autoria de Castelo Júnior (1898-1973), o jornal portalegrense "A Rabeca" publica, a partir do nº 1617, e em jeito de folhetim, "Memórias/As do Oco". Trata-se duma jóia do jornalismo regional, em que o autor, vestindo a capa dum vagabundo, o "Oco" - que terá existido entre 1844 e 1912 e cuja alcunha ainda é usada em Portalegre com o significado de zangado, irado, derramado - lhe escreve as memórias, recriando uma recolha histórico-etnográfica local.Com base nesta investigação, e em parte na sua própria vivência, o jornalista utiliza com mestria a literatura historiográfica, discorrendo um processo belo de nos dar uma imagem do quotidiano portalegrense fin de siècle.
Assim, as "Memórias do Oco" são, por si só, um trabalho historiográfico, a que se aliam os momentos de boa literatura e saboroso realismo; sobre o património local, é certo, mas com inserção no nacional, pela visão do país através da imagem duma cidade do interior - visão satírica, irónica, por vezes azeda, mas reveladora. [...]
Não encontrará o leitor um enredo, mas sim uma sucessão alinhada de marcos referenciais no tempo (1844-1912), recriando satiricamente um ambiente local do século passado onde sobressai o homem da rua, o pitoresco quotidiano com as suas riquezas e misérias, a crendice e a feitiçaria, a descrição riquíssima de festas e procissões, as grandes pilhérias do burgo, o vestuário e a gastronomia, os pregões, os reboliços políticos que vieram com a República, a toponímia antiga, o retrato pândego duma chusma de desgraçados e suas inseparáveis alcunhas. Numa palavra, as "Memórias do Oco" são uma aguarela riquíssima do quotidiano portalegrense, que por sua vez pintada por uma personagem não menos rica, o Oco, um vagabundo da rua, que encarna traços da personalidade colectiva que ainda hoje constituímos."
(Excerto da Introdução)
Índice:
Introução. | Francisco Augusto Castelo Júnior - Notas Biobibliográficas. | As Memórias do Oco. | Notas. | Gravuras. | Comentário: - A caracterização do "Lagóia" em Castelo Júnior. | Índice Temático.
Exemplar em brochura, bem conservado.
Muito invulgar.
Com interesse histórico e etnográfico.
25€

21 abril, 2022

MASON, James - CATALOGO DOS OBJECTOS PERTENCENTES Á MINA DE S. DOMINGOS. Exhibidos na Exposição Internacional do Porto em 1865. Por..., Engenheiro e Director Gerente. Lisboa, Typ. da Sociedade Typographica Franco-Portugueza, 1865. In-8.º (22,5 cm) de 20 p. ; B.
1.ª edição.
Notável subsídio para a história da Mina de São Domingos, importante pólo mineiro alentejano localizado no concelho de Mértola, redigido por um dos seus proprietários - James Mason.
"A tradição mineira na zona de São Domingos remonta aos Fenícios e Cartagineses e, depois destes aos Romanos, cujo labor mineiro se estendeu desde o inicio do séc. I até aos finais do séc. lV, sendo o seu principal objetivo a extração de cobre, ouro e prata.
A exploração mineral no local de São Domingos é anterior à invasão romana da península Ibérica, período em que os trabalhos se intensificaram com a exploração do "chapéu de ferro" que cobria a massa piritosa, para a exploração de cobre, ouro e prata.
Em 1858 tem início a moderna exploração da mina, por iniciativa da companhia de mineração "Mason & Barry". Os trabalhos prolongaram-se até 1965, ano de esgotamento do minério e de encerramento da mina. Neste período, a lavra foi feita a céu aberto até aos 120 metros de profundidade, tendo os trabalhos continuado por meio de poços e galerias até aos 400 metros.
Com o fim da lavra, a aldeia mineira entrou em decadência. Esta foi a primeira aldeia do país a ter luz elétrica.
O conjunto encontra-se atualmente em Vias de Classificação."
(Fonte: Wikipédia)
"Tres legoas ao nascente da antiga Myrtilis Julia, hoje Mertola, edificada sobre o rio Guadianna, via-se ha poucos annos a serra de S. Domingos tão erma como nua de vegetação.
A meia encosta do lado poente via-se apenas um humilde hermiterio com a invocação do Santo que deu nome á serra: a cruz hasteáda na empêna convidava o viandante ou o pastor a descançar á sombra de duas annosas oliveiras, emquanto os pequennos rebanhos iam, de passagem, pelando o magro pasto que a aridez do solo deixava com custo vegetar. [...]
A mina de S. Domingos tem hoje um logar impotante entre os primeiros estabelecimentos mineiros da Europa, posição conquistada á custa de um capital avultado sob a egide de uma administração prudente e de uma acertada direcção techinca. É com estes elementos que se tem sabido aproveitar todas as condições naturaes que a riqueza e posição do jazigo offerecem. É por este modo de James Mason e F. T, Barry, director commercial em Londres, têm conseguido collocar a mina de S. Domingos na vanguarda de todas as suas congeneres da provincia de Huelva em Hespanha, dominando completamente o mercado inglez, o verdadeiro mercado do mundo, d'onde afastam todos os concorrentes que não podem medir-se em forças productivas com a mina de S. Domingos. [...]
Em dezembro de 1858 via-se apenas na encosta da serra a pequena ermidinha de S. Domingos, hoje é tal a transformação que custa distinguil-a entre as numerosas edificações que constituem a povoação mineira, com,posta de mais de 300 fogos, com uma bella igreja, casa para escola, hospital, palacio da empreza, laboratorio, sala de desenho, theatro, casa de philarmonica, casa de recreio com bilhar e gabinete de leitura, hoetl, cavallariças, e officinas apropriadas para todos o serviços.
Todos estes edificios, constuidos em seis annos, estão assentes em torno das excavações antigas que seguem alinhadas a crista da serra. [...]
A extracção tem logar por galerias inclinadas que communicam os dois andares com a superficie; e o transporte é feitos em waggons puxados por meio de um malacate de cavalgaduras no tunel do andar inferior, e em zorras puxadas por muares no tunel do andar superior.
A mesma machina a vapor, que hoje é empregada no esgoto, deverá em pouco tempo substituir na extracção o emprego do motor de sangue.
Um caminho de ferro communica a mina com o Pomarão, porto de embarque situado na margem esquerda do Guadiana, junto á foz da ribeira de Chança que separa o Alemtejo da provincia de Huelva. A distancia a percorrer é proximadamente de 18 kilometros, e o transporte, feito primeiramente por meio de muares, depois por um systema mixto de muares e locomotivas, é agora completamente executado por locomotivas de construcção especial.
O porto do Pomarão não existia, fez-se. As margens foram aprumadas do Guadiana foram rasgada e formou-se o espaço necessario para as differentes vias de resguardo do caminho de ferro, para deposito de mineral, para casas de habitação, escriptorios e armazens.
Um excellente caes reveste em grande extensão a margem e a elle encostam numerosos navios de vela e a vapor que ali vêm receber carga. O serviço está de tal modo montado que os waggons vêm directamente descarregar o mineral nos porões dos navios.
Um vapor da empreza anda constantemente em viagens entre o Pomarão e a barra de Villa Real de Santo Antonio, dando reboque aos navios de vela quando não tem vento de feição. São oito legoas de rio on de até 1859 se ouvia apenas o som compassado e monotono dos remos de algum batel; hoje as aguas do Guadiana agitam-se aos impulsos dados pelo movimento de centanares de navios de vela e pelos propulsores dos barco de vapor, que dão ao rio uma animação e uma vida acima de toda a descripção, e tornam admiravel o panolrama que o Pomarão hoje nos offerece."
(Excerto de A mina de S. Domingos)
Para além da descrição da mina 
e dos elementos naturais circundantes, o autor discrimina lista de objectos a apresentar na Exposição do Porto:
- Pinturas, photografias, modelos, e desenhos.
- Specimens de mineraes e alguns objectos encontrados nos trabalhos antigos.
- Collecção especial de moedas e de diversos objectos de pequenas dimensões, encontrados nos trabalhos antigos.
James Mason (1824-1903). "Nasceu no condado de Norfolk em Inglaterra a 24 de Julho de 1824, filho de James Mason e Elizabeth Peowans.
Licenciado em Engenharia de Minas pela Escola de Minas de Paris, foi membro das sociedades: Sociedade de Química de Londres; Sociedade Geológica de Londres e Real Associação dos Arquitetos Civis e Arqueólogos Portugueses.
A 9 de Outubro de 1858 James Mason celebra em Paris com a La Sabina um contrato de arrendamento e cessão de direitos de exploração da Mina de S. Domingos por 50 anos, para o efeito funda com o seu cunhado Francis Tress Barry a sociedade Mason And Barry Ltd.
Em Julho de 1860 James Mason foi vitima de um atentado, não consumado, perpetrado por uma Quadrilha de Banditti da Aldeia de Corte do Pinto. O atentado foi preparado por João Félix e José Félix Mourinho, o "Chato", ambos envolvidos no movimento da Patuleia (movimentos de revoltas populares como o liderado pela jovem Maria da Fonte) e fugitivos do Limoeiro e do Forte do Bugio. Os dois tornaram-se célebres pelos atos criminosos, apoiados pelas populações autóctones e por amigos em várias povoações das duas margens do Guadiana, personificando um tipo de banditismo descrito por, (E. J. Hobsbawn e Gorge Rudé, Revolucion Industrial y Revuelta Agraria. El Capitán Swing. Madrid, 1978. Também descrito pelo primeiro autor em, "Rebeldes Primitivos", estudo sobre as formas arcaicas dos movimentos socias nos séculos XIX e XX).
Em 1866, recebe o título de 1º Barão de Pomarão. A 7 de Dezembro de 1868 recebe o título de Visconde de S. Domingos. A 25 de Novembro de 1897 recebe o título de Conde do Pomarão. James foi ainda agraciado em vida com a Comenda da Ordem de Cristo.
James Mason faleceu no dia 2 de Abril de 1903, aos 79 anos, no condado de Oxford em Inglaterra."
(Fonte: https://www.cemsd.pt/node/5770)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas algo sujas, com pequenos defeitos. Mancha de humidade antiga atinge últimas páginas.
Raro.
A BNP dispõe de um exemplar "sem acesso", e um outro, disponível em microfilme.
Indisponível

08 fevereiro, 2022

ALMEIDA, Manuel Costa Gaio Tavares de - DA NOSSA SENHORA DA PENHA DE FRANÇA A PROTECTORA DOS GRANDOLENSES.
Subsídio para uma Monografia - II. Novembro : 1997
. Grândola, Câmara Municipal de Grândola, 1997. In-8.º (20x20 cm) de 65, [3] p. ; mto il. ; B.
1.ª edição.
Interessante monografia etnográfica e religiosa. Anteriormente, em 1957, o autor publicou o volume I da série de subsídios monográficos do concelho (não relacionado com o assunto do presente livro) com o título «Selo Brasão Bandeira e Pedras de Armas da Vila de Grândola».
Edição bonita, graficamente cuidada, muito lustrada com fotografias a cores ao longo do texto, muitas delas em página inteira, e 3 fac-símiles de documentos do século XVII.
"Independentemente da grande veneração que o povo grandolense mantém pelos dons divinos de Nossa Senhora da Penha, parece dever clarificar-se alguma confusão que tem vindo a desenvolver-se, ao identificar-se Nossa Senhora da Penha como «A Padroeira dos Grandolenses».
É que, na verdade, a Vila de Grândola dedicou a sua Igreja Matriz à Virgem Nossa Senhora da Assunção, sendo esta Senhora a sua efectiva Padroeira. [...]
Há até notícia de que no dia 15 de Agosto que no Calendário Litúrgico é dedicado a Nossa Senhora da Assunção, se praticavam em Grândola várias solenidades religiosas, de entre as quais se destacava uma Procissão solene de consagração, o que desde há muitos anos não se faz.
Com este esclarecimento, apenas se pretende registar a verdade histórica e litúrgica e, simultaneamente exaltar, até por conclusão inevitável, a extrema devoção que os Grandolenses dedicam a Nossa Senhora da Penha de França, levando-os mesmo a elegê-la como sua Padroeira.
Afigura-se-me, porém, que apoiado nas notícias que decorrem dos comportamentos do passado, o qualificativo que mais se ajusta ao relacionamento constante entre Grândola e Nossa Senhora da Penha deveria, porventura, ser o de «Protectora dos Grandolenses», - «Nossa Senhora da Penha, Protectora dos Grandolenses».
(Excerto do Cap. II - A Padroeira dos Grandolenses)
Índice:
Do Autor [Obras]. | Prefácio.| I - Devoção dos Grandolenses e as celebrações em homenagem a Nossa Senhora da Penha: a) Introdução; b) As Celebrações. II - A Padroeira dos Grandolenses. III - O Santuário. IV - A Provisão Régia. V - A Ermida e seu interior. VI - A «Irrmitania». VII - Os Milagres de Nossa Senhora de Penha de França da Vila de Grândola. | Documento.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Com interesse regional e religioso.
20€

25 janeiro, 2022

GALVÃO, J. Mira - O SEAREIRO. Sua Função Económica e Social na Cultura do Trigo e a Crise Agrária.
[Por]... Eng. Agrónomo
. Beja, Minerva Comercial : Carlos Marques & C.ª, L.da, 1949. In-8.º (22,5 cm) de 48 p. (inc. capas) : il. ; B.
1.ª edição.
Interessante trabalho sobre o "seareiro", e a sua importância para a cultura do trigo. Monografia com interesse agrícola, etnográfico e sociológico.
Ilustrado com quadros, tabelas, e fotogravuras a p.b. ao longo das páginas de texto.
"O seareiro é um elemento de elevada função económica na cultura do trigo. Sem ele não teria sido possível a arroteia das antigas e imensas charnecas alentejanas nem seria ainda hoje possível cultivar trigo numa grande parte das terras que o produzem. Daí também a sua grande importância social, na maior parte das explorações agrícolas, dominantemente trigueiras.
Uma grande percentagem das terras que constituem a área que produz a maior parte do trigo do país, (cerca de 55%), o Baixo Alentejo é formado por terrenos estruturalmente pobres, e alguns mesmo muito pobres, provenientes dos xistos, as chamadas «terras galegas» tanto do devónico como do cabónico, principalmente ao Sul do distrito de Beja, e de detritos do miocénico e do pilocénico, ao Norte e ocidente. [...]
Muitos destes terrenos estão mais ou menos cobertos de montados de azinho e sobro, o que somado à pobreza e magreza do terreno, mais concorre para as fracas produções e daí a existência de uma agricultura pobre e pouco remunerada principalmente para o empresário que a exerce em grande escala, isto é, com mão de obra paga a dinheiro, por vezes cara (ceifas) e pouco produtiva. Daí a necessidade de associar a mão de obra à produção e a existência do seareiro, tanto na época das arroteias, como agora depois das terras limpas e esgotadas em matéria orgânica."
(Excerto do Cap. I - O meio em que o seareiro desenvolve a sua acção)
Matérias:
I - O meio em que o seareiro desenvolve a sua acção. II - Como surgiu o seareiro. III - O seareiro sob o ponto de vista económico e social. IV - Causas remotas e recentes do depauperamento e desaparecimento do seareiro. V - Modalidades e condições actuais da parceria. VI - Determinação da quota justa da ração. VII - Situação económica do seareiro e do pequeno agricultor. VIII - Medidas sugeridas para atenuar ou debelar a crise.
Exemplar em brochura, por abrir, bem conservado.
Muito invulgar.
Indisponível

14 dezembro, 2021

A ROTA DO MÁRMORE DO ANTICLINAL DE ESTREMOZ. Coordenação, investigação e textos: Alfredo Tinoco; Carlos Filipe; Ricardo Hipólito. [Prefácio: Prof. Jorge Custódio]. Lisboa, Centro de Estudos de História Contemporânea, Instituto Universitário de Lisboa, 2014. In-4.º (24 cm) de 71, [1], [72] p. ; il. , B.
1.ª edição.
Importante estudo cultural e turístico, e histórico e geológico, sobre o Anticlinal de Estremoz.
Livro ilustrado a p.b. e a cores com fotografias, tabelas, desenhos, plantas e mapas.
Tiragem: 500 exemplares.
"A obra que agora se publica integra as três partes constituintes do referido projecto, antecedidas de uma introdução. A primeira parte consta de um pequeno estudo sobre as relações entre património cultural, turismo e desenvolvimento, essencial para a compreensão do significado das rotas turísticas. Segue-se um capítulo sobre a história e geologia do Anticlinal de Estremoz e da sua localização geológica e geográfica, onde se atende ao papel histórico que desempenhou na sub-região alentejana, quer do ponto de vista da extracção do mármore, como da sua exploração oficinal e industrial, como ainda do seu consumo histórico enquanto material de construção utilizado na arquitectura monumental e artística e de uso doméstico. Finalmente, uma terceira parte contém a própria Rota do Mármore proposta para os principais concelhos da sub-região."
(Excerto do Prefácio)
"O presente estudo teve como principal objectivo a criação de um roteiro turístico e a valorização do seu recurso endógeno - o mármore -, enquanto elemento identitário da Zona dos Mármores (concelhos de Alandroal, Borba, Estremoz, Sousel e Vila Viçosa) e enquanto principal elemento dinamizador da economia local.
Recurso natural de excelência, os mármores alentejanos são aqueles que mais se destacam no contexto nacional, conseguindo ombrear com os melhores mármores do mundo, conquistando, assim, prestígio e popularidade assinalável.
Do ponto de vista turístico, a região dispõe de um património digno de registo e a Rota do Mármore do Anticlinal de Estremoz tem uma vertente marcadamente de roteiro industrial. Embora a temática do turismo industrial seja cada vez mais um produto apetecível, o projecto que desenvolvemos não se limita a abordar o lado industrial do sector sob pena de este se esgotar rapidamente, correndo o risco de se tornar um produto pouco atractivo e pouco apetecível, exceptuando, talvez, o interesse de um público especializado. [...]
Embora tratando-se de um trabalho académico, o leitor é convidado a percorrer e descrição de algum do património existente numa sub-região bem identificada culturalmente, procurando enriquecer o seu conhecimento e o debate de ideias."
(Excerto da apresentação)
Índice:
Prefácio. Agradecimentos. Introdução. I - Património, Turismo e Desenvolvimento. II - História e Geologia. III - Rota do Mármore do Anticlinal de Estremoz. Bibliografia e webgrafia. Cartografia. Anexos.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Esgotado.
Com interesse histórico e regional.
15€