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21 abril, 2021

PINHO, Manuel S. - A REVOLTA DE TORRES NOVAS.
(Apontamentos para a sua história)
. [S.l.], O Almonda [Gráfica Almondina - Torres Novas], 1927 [1986]. In-4.º (23,5 cm) de 312, [6] p. ; B.
1.ª edição independente.
Certamente, com tiragem restrita. Este livro é uma edição fac-similada dos originais publicados em 1927 no jornal «O Almonda».
As deficiências gráficas que por vezes apresenta, são motivadas, apenas, pelo facto de alguns originais já estarem pouco legíveis, devido ao tempo e aos processos de impressão da época.
Importante subsídio para a história do conturbado período que se seguiu às guerras liberais, e em particular para a cidade - na época, vila - de Torres Novas, onde teve início a rebelião contra o governo de Costa Cabral, tudo tendo culminado na capitulação de Almeida após prolongado cerco. Os efeitos da intentona prolongaram-se no tempo, noutros cenários estratégicos, nomeadamente através de alianças políticas e militares, destacando-se neste particular, as acções de guerrilha levadas a cabo por bandos de malfeitores, onde pontificavam, entre outros, os Brandões, que nesse período puseram as Beiras a ferro e fogo, deixando um rasto de intimidação e morte.
"A revolta de Torres Novas - Apontamentos para a sua história, é um modestíssimo trabalho, fruto da paciência, e não da erudição ou inteligência, porquanto a prosa do texto é fraca e comezinha, e a coordenação talvez disparatada e sujeita a muita crítica.
Compõe-se êle apenas de elementos que se acham disseminados em variadas obras, jornais, e arquivos, e podem servir a quem com mais competência, pretenda um dia, fazer a história da revolta que, em Torres Novas rebentou no ano de 1844, e que se tivesse vingado, teria certamente evitado os pronunciamentos de 1846, que constituiram o conhecido movimento da Maria de Fonte."
(Excerto do Antelóquio)
"António César de Vasconcelos Correia, mais tarde conde de Tôrres Novas , e então coronel de cavalaria na 3.ª secção do exército, foi quem deu o brado de revolta na noite de domingo, de 4 para 5 de Fevereiro de 1844, na vila de Tôrres Novas, enviando uma carta ao coronel Pina, comandante do regimento de cavalaria n.º 4, ali aquartelado, (cujos soldados queriam tanto ao coronel César de Vasconcelos «como a um amigo, ou a um pai» do dizer de Jacinto Augusto de Freitas e Oliveira), convidando-o a aderir, ou então, a retirar-se para onde lhe aprouvesse. [...]
O coronel Pina porém, não aderiu e retirou-se para Santarém, acompanhado do ajudante, quatro oficiais, e vinte e seis praças a cavalo e algumas desmontadas, onde se apresentou ao respectivo governador civil pelas oito horas da manhã de terça feira, dia 6.
Com efeito, na madrugada do dia 5, chegaram às proximidades da vila, dois destacamentos do regimento de cavalaria n.º 4, vindos um de Rio Maior, e outro de Aldeia Galega do Ribatejo, comandados respectivamente pelos alferes Francisco José de Miranda Pego e Guilherme Frederico Portugal e Vasconcelos que surpreenderam em Alcanena uma fôrça do Corpo de Segurança Pública do distrito de Santarém, às ordens do tenente José Maria Limpo de Lacerda, que conseguiu evadir-se para aquela cidade com três dos seus soldados, tendo os restantes sido depois abandonados  pelos revoltosos, por, segundo se dizia em Tôrres Novas, não estarem em condições de poder acompanhar aqueles destacamentos de cavalaria. [...]
Em Tôrres Novas muitos indivíduos tinham conhecimento da revolta, alguns até por terem prestado um bom concurso para a sua efectivação, como Agnelo Freire Salter de Sousa Cid, José Maria Queirós, e outros.
Os soldados e sargentos do regimento de cavalaria n.º 4 que na noite de domingo haviam abandonado o seu comandante, juntaram-se aos dois destacamentos chegados, com os oficiais da mesma unidade, capitães António Germano de Oliveira Sampaio, Guilherme Xavier de Vasconcelos Correia, e alferes Manuel Lourenço da Cunha, bem como o capitão de cavalaria na 3.ª secção do exército, João Cesário de Oliveira Sampaio, o tenente do estado maior Francisco Maria de Sousa Brandão, aos quais por sua vez se reüniram José Gerardo Ferreira de Passos coronel de artilharia, José Estevão Coelho de Magalhães capitão da mesma arma, e Joaquim Tomás Lôbo de Ávila, alferes do regimento de infantaria n.º 1, que tinham chegado no sábado de Lisbôa.
Foi então que António César de Vasconcelos Correia tomou o comando das fôrças revoltadas, e como chefe começou a dirigir a sedição, estabelecendo na Quinta do Minhoto o seu quartel general."
(Excerto do Cap. III - O grito de revolta)
Índice:
[Antelóquio preventivo]. | [Dedicatória]. | I - A atmosfera carregada. II - As  representações. III - O grito da revolta. IV - De Tôrres Novas à Guarda. V - O cêrco de Almeida. VI - O trio  pacificador. VII - A capitulação de Almeida. VIII - Pelas malhas do cêrco ou aventuras de José Estevão. IX - As guerrilhas. X - Os Relatórios. XI - No exílio. XII - O regresso dos emigrados. | Notas. | Manancial bibliográfico. | Índice.
Exemplar em brochura, bem conservado.
Raro.
Com interesse histórico e miltar.
75€