BUTIÑÁ, P. Francisco - VIDA DEL P. GABRIEL MALAGRIDA DE LA COMPAÑÍA DE JESÚS, QUEMADO COMO HEREJE POR EL MARQUÉS DE POMBAL. Escrita por el... de la misma compañia. Con las licencias necesarias. Barcelona, Imprenta de Francisco Rosal, Hospital, 115, 1886. In-8.º (18,5 cm) de XV, [1], 520 P. ; E.
1.ª edição.
Edição original - em castelhano - da biografia do controverso padre Gabriel Malagrida (1689-1761) concebida por um membro da Companhia de Jesus. Sobre Malagrida, existe uma outra versão biográfica da autoria do Padre Paulo Mury, da mesma Companhia, vertida para português e prefaciada por Camilo Castelo Branco, com duas edições publicadas no segundo quartel do século XIX.
"Para tu solaz y enseñanza doy á la estampa la vida del P. Gabriel Malagrida. Habíala en su principio bautizado con el nombre e La primera Víctima y el primer Verdugo en la conspiración anti-jesuíta de fines del siglo XVIII, creido que tal epígrafe formaba la sintesis de cuanto aqui expongo sobre este Mártir ilustre, y su asesino el Marqués de Pombal."
(Excerto do Prólogo)
"No dia 20 de setembro de 1761 teve lugar um auto-de-fé nos claustros do Convento de S. Domingos, em Lisboa. A principal figura era Gabriel Malagrida, um padre jesuíta italiano acusado e condenado por heresia pela Inquisição e “relaxado à justiça secular”, ou seja, condenado à morte.Foi conduzido pelas ruas de Lisboa “com mordaça e carocha”, isto é, amarrado e com barrete de condenado, até ao Rossio, onde foi garroteado e o seu corpo queimado na fogueira, já no dia seguinte. As suas cinzas foram posteriormente atiradas ao rio.
Assim terminou o processo do padre Malagrida, o “padre das barbas brancas”, como era popularmente conhecido, um caso muito controverso e que ainda hoje é motivo de discussão entre os historiadores.
Malagrida estava preso há vários anos por alegado envolvimento no atentado ao rei D. José e que foi denunciado e preso pela Inquisição em janeiro de 1760. Foi o último réu da Inquisição a sofrer a pena de morte, em Portugal.
Gabriel Malagrida nasceu em Milão e entrou para a Companhia de Jesus, ainda em Itália, mas fez a sua carreira como missionário em diversas regiões do Brasil, onde viveu até 1754.
Estava em Lisboa aquando do grande terramoto que ocorreu no ano seguinte. Imbuído de um intenso fervor religioso, Malagrida rejeitou a explicação oficial do terramoto, que apontava para causas naturais, e afirmava que se tinha tratado de um castigo divino, exortando a população à penitência.
A crescente hostilidade de Sebastião José de Carvalho e Melo, futuro marquês de Pombal, aos jesuítas, e a ligação de Malagrida aos círculos da oposição levaram ao seu desterro, primeiro, e à sua prisão, pouco depois, sob acusação de ser o instigador moral do atentado ao rei D. José.
Por esta altura, Gabriel Malagrida era acometido de visões e aparições, afirmando falar diretamente com Deus e a Virgem Maria. Tornou-se, portanto, um alvo fácil para a Inquisição, que era já controlada pelo marquês de Pombal, e foi acusado de ser um impostor, um falso profeta e um hereje."
(Fonte: https://ensina.rtp.pt/artigo/execucao-do-padre-gabriel-malagrida-em-lisboa/)
Encadernação editorial inteira de percalina com pastas trabalhadas.
Exemplar em bom estado de conservação.
Raro.
Indisponível