FREITAS, Pedro de - AS MINHAS RECORDAÇÕES DA GRANDE GUERRA. Por...
Ex-contra-mestre de clarins do Batalhão de Sapadores de Caminhos de
Ferro. [Prefácio do Coronel Tirocinado de Engenharia Raul Esteves]. Lisboa, Tipografia da Liga dos Combatentes da Grande Guerra, 1935. In-4.º (23x16 cm) de 409, [3] p. ; [1] f. il. ; [14] p. il. ; E.
1.ª edição.
1.ª edição.
Capa assinada A. Marinho (1935).
Memórias do autor, destacado em França na Primeira Guerra Mundial.
Obra muitíssimo interessante, valorizada pelo prefácio do General Raul Esteves, ilustrada
em separado com um retrato do autor no início, e 16 fotogravuras distribuídas por 14 páginas
impressas sobre papel couché.
"Quando em 1916 o Govêrno Português resolveu tomar parte na Grande Guerra, no front dos aliados, em França, as tropas de Sapadores de Caminhos de Ferro eram representadas, na nossa arma de engenharia, por uma Companhia, aquartelada então na cidadela de Cascais.
Passado algum tempo, pelos fins daquele ano, era recebida uma requisição da nossa antiga aliada que pedia o envio para França, fazendo parte do contingente português em mobilização, de um Batalhão de Sapadores de Caminhos de Ferro a 4 Companhias.
Em satisfação daquele pedido foi ordenada a mobilização daquele Batalhão, tomando como base a Companhia já existente.
Alargaram-se os quadros, desdobraram-se as unidades, as secções passaram a Companhias, e tudo se preparou para receber os reforços que vieram completar o efectivo de guerra do Batalhão.
Nesse efectivo contavam-se todas as praças do activo e licenciadas da antiga Companhia, atingindo até à classe de 1914, e ainda os importantes contingentes das Brigadas de Caminhos de Ferro, que para o Batalhão foram então transferidos.
Chamaram-se também ao serviço todos os oficiais milicianos licenciados e foram nomeados alguns oficiais do activo para o comando das novas Companhias e para subalternos das mesmas Companhias.
Com todos êstes elementos se formou assim o Batalhão de Sapadores de Caminhos de Ferro, que nos primeiros meses de 1917 embarcou para França e que, chegado ali, foi desde logo empregado nos trabalhos da sua especialidade, nas zonas de 1.ª linha, e sob a acção do fogo do inimigo.
Da forma como todos se desempenharam da sua missão, podem atestar bem alto todos os honrosos diplomas que constituem o Livro de Ouro do Batalhão, e nos quais se encontram os mais lisongeiros louvores e as mais apreciadas distinções que lhe foram conferidas pelas autoridades militares portuguezas e aliadas.
Sem esmorecimentos que lhe diminuissem a sua capacidade de trabalho, e sem desvios que lhe empanassem o brilho do seu nome, o Batalhão de Sapadores de Caminhos de Ferro soube cumprir o seu dever por forma a que a sua acção concorresse para o lustre e bom conceito do exército português a que sempre se honrou de pertencer.
Essa acção decorreu quási sempre longe da zona do C. E. P., e portanto completamente destacada no meio das tropas dos nossos aliados britânicos.
Tal facto ainda mais lhe impunha o dever de manter uma impecável correcção no proceder, e uma inabalável coragem em actuar.
Assim se fez, e isso representa para todos nós, os que pertencemos ao Portuguese Railway Battalion, como os ingleses nos denominaram, a mais suprema consolação a que podia aspirar o nosso espírito de soldados e o nosso coração de portuguezes."
(Excerto do Prefácio)
Índice: 1.ª Parte: Prefácio. Explicação aos leitores. I - Mobilização e primeiras horas de embarque. II - Embarque - Viagem para França - Chegada a Brest. III - A caminho da zona de guerra; nos campos de batalha. IV - O 21 de Março - O 9 de Abril de 1918, e suas conseqüências. 2.ª Parte: I - Razões da entrada de Portugal na Guerra Europeia. II - Em plena guerra funda-se no Batalhão uma Banda de Música. III - Momentos de ócio e diversos motivos oriundos da guerra. IV - O armistício e o regresso à Pátria.
Pedro de Freitas (1894-1987). Natural de Loulé. "Escritor, jornalista e musicógrafo. Em 1916 era ferroviário, guarda-freio dos comboios e, no ano seguinte, parte para a guerra, em França. Aí narra um dos episódios de guerra numa carta que alguns meses mais tarde acaba por ser publicada num jornal. Fez toda a Campanha em França como membro do Corpo Expedicionário Português, integrando o Batalhão de Sapadores de Caminhos-de-Ferro. Todos os acontecimentos vividos a partir do momento do desembarque na Flandres seriam rigorosamente apontados por Pedro de Freitas e estão presentes no seu livro “As Minhas Recordações da Grande Guerra”, um livro que constitui “um manancial de descrições, informações e sentimentos de carácter pessoal, baseado nas experiências concretas vividas por Pedro de Freitas durante a Primeira Grande Guerra Mundial”. “Este livro apresentou detalhe histórico e coerência relativamente às datas dos eventos presenciados por Pedro de Freitas. Nesse sentido, o autor conferiu alguma ênfase na evolução das batalhas do dia 21 de março e do 9 de abril de 1918. Pelo realismo e sentimentalismo expresso no mesmo foi possível reajustar uma interpenetração entre a visão particular do interlocutor da história com uma análise histórica mais distanciada e, por isso mesmo, mais crítica dos acontecimentos”, refere Susana Barrote, na sua tese “Pedro de Freitas: A vida e a obra de um escritor e musicógrafo nacionalista”.
(Fonte: http://www.avozdoalgarve.pt/detalhe.php?id=4058)
Raúl Augusto Esteves (1878-1955). Natural de Lisboa. "Igualmente conhecido como General Raul Augusto Esteves OTE • MSVM • ComC • GCA • MPBS • MOBS • MPCE • MOCE. Foi um engenheiro, militar e ferroviário português. Foi Comandante no Regimento de Sapadores dos Caminhos de Ferro, que entrou em acção na Flandres, durante a Primeira Guerra Mundial. Promovido, a major, em 1918, regressou a Portugal no dia 1 de Maio de 1919; neste ano, foi promovido a tenente-coronel para o grupo de Caminhos de Ferro, e comandante do Batalhão."
(Fonte: Wikipédia)
Encadernação em meia de pele com cantos e ferros gravados a ouro na lombada. Conserva as capas de brochura.
"Quando em 1916 o Govêrno Português resolveu tomar parte na Grande Guerra, no front dos aliados, em França, as tropas de Sapadores de Caminhos de Ferro eram representadas, na nossa arma de engenharia, por uma Companhia, aquartelada então na cidadela de Cascais.
Passado algum tempo, pelos fins daquele ano, era recebida uma requisição da nossa antiga aliada que pedia o envio para França, fazendo parte do contingente português em mobilização, de um Batalhão de Sapadores de Caminhos de Ferro a 4 Companhias.
Em satisfação daquele pedido foi ordenada a mobilização daquele Batalhão, tomando como base a Companhia já existente.
Alargaram-se os quadros, desdobraram-se as unidades, as secções passaram a Companhias, e tudo se preparou para receber os reforços que vieram completar o efectivo de guerra do Batalhão.
Nesse efectivo contavam-se todas as praças do activo e licenciadas da antiga Companhia, atingindo até à classe de 1914, e ainda os importantes contingentes das Brigadas de Caminhos de Ferro, que para o Batalhão foram então transferidos.
Chamaram-se também ao serviço todos os oficiais milicianos licenciados e foram nomeados alguns oficiais do activo para o comando das novas Companhias e para subalternos das mesmas Companhias.
Com todos êstes elementos se formou assim o Batalhão de Sapadores de Caminhos de Ferro, que nos primeiros meses de 1917 embarcou para França e que, chegado ali, foi desde logo empregado nos trabalhos da sua especialidade, nas zonas de 1.ª linha, e sob a acção do fogo do inimigo.
Da forma como todos se desempenharam da sua missão, podem atestar bem alto todos os honrosos diplomas que constituem o Livro de Ouro do Batalhão, e nos quais se encontram os mais lisongeiros louvores e as mais apreciadas distinções que lhe foram conferidas pelas autoridades militares portuguezas e aliadas.
Sem esmorecimentos que lhe diminuissem a sua capacidade de trabalho, e sem desvios que lhe empanassem o brilho do seu nome, o Batalhão de Sapadores de Caminhos de Ferro soube cumprir o seu dever por forma a que a sua acção concorresse para o lustre e bom conceito do exército português a que sempre se honrou de pertencer.
Essa acção decorreu quási sempre longe da zona do C. E. P., e portanto completamente destacada no meio das tropas dos nossos aliados britânicos.
Tal facto ainda mais lhe impunha o dever de manter uma impecável correcção no proceder, e uma inabalável coragem em actuar.
Assim se fez, e isso representa para todos nós, os que pertencemos ao Portuguese Railway Battalion, como os ingleses nos denominaram, a mais suprema consolação a que podia aspirar o nosso espírito de soldados e o nosso coração de portuguezes."
(Excerto do Prefácio)
Índice: 1.ª Parte: Prefácio. Explicação aos leitores. I - Mobilização e primeiras horas de embarque. II - Embarque - Viagem para França - Chegada a Brest. III - A caminho da zona de guerra; nos campos de batalha. IV - O 21 de Março - O 9 de Abril de 1918, e suas conseqüências. 2.ª Parte: I - Razões da entrada de Portugal na Guerra Europeia. II - Em plena guerra funda-se no Batalhão uma Banda de Música. III - Momentos de ócio e diversos motivos oriundos da guerra. IV - O armistício e o regresso à Pátria.
Pedro de Freitas (1894-1987). Natural de Loulé. "Escritor, jornalista e musicógrafo. Em 1916 era ferroviário, guarda-freio dos comboios e, no ano seguinte, parte para a guerra, em França. Aí narra um dos episódios de guerra numa carta que alguns meses mais tarde acaba por ser publicada num jornal. Fez toda a Campanha em França como membro do Corpo Expedicionário Português, integrando o Batalhão de Sapadores de Caminhos-de-Ferro. Todos os acontecimentos vividos a partir do momento do desembarque na Flandres seriam rigorosamente apontados por Pedro de Freitas e estão presentes no seu livro “As Minhas Recordações da Grande Guerra”, um livro que constitui “um manancial de descrições, informações e sentimentos de carácter pessoal, baseado nas experiências concretas vividas por Pedro de Freitas durante a Primeira Grande Guerra Mundial”. “Este livro apresentou detalhe histórico e coerência relativamente às datas dos eventos presenciados por Pedro de Freitas. Nesse sentido, o autor conferiu alguma ênfase na evolução das batalhas do dia 21 de março e do 9 de abril de 1918. Pelo realismo e sentimentalismo expresso no mesmo foi possível reajustar uma interpenetração entre a visão particular do interlocutor da história com uma análise histórica mais distanciada e, por isso mesmo, mais crítica dos acontecimentos”, refere Susana Barrote, na sua tese “Pedro de Freitas: A vida e a obra de um escritor e musicógrafo nacionalista”.
(Fonte: http://www.avozdoalgarve.pt/detalhe.php?id=4058)
Raúl Augusto Esteves (1878-1955). Natural de Lisboa. "Igualmente conhecido como General Raul Augusto Esteves OTE • MSVM • ComC • GCA • MPBS • MOBS • MPCE • MOCE. Foi um engenheiro, militar e ferroviário português. Foi Comandante no Regimento de Sapadores dos Caminhos de Ferro, que entrou em acção na Flandres, durante a Primeira Guerra Mundial. Promovido, a major, em 1918, regressou a Portugal no dia 1 de Maio de 1919; neste ano, foi promovido a tenente-coronel para o grupo de Caminhos de Ferro, e comandante do Batalhão."
(Fonte: Wikipédia)
Encadernação em meia de pele com cantos e ferros gravados a ouro na lombada. Conserva as capas de brochura.