SABBO, Augusto - FOOTBALL. (Técnica e Didáctica de Jôgo). [Por]... Antigo jogador do
Mittweidaer Ballspiel Club, da Saxónia; do Club Internacional de Football, de Lisboa, e do grupo representativo da Liga Portuguesa de Football. Lisboa, Emprêsa Literária Fluminense, L.ᴰᴬ, 1923. In-8.º (19 cm) de 76, [4] p. ; B.
1.ª edição.
Curioso manual técnico e táctico de "Football Association", escrito por Sabbo, na época treinador do SCP. Apresentado em três prefácios pelos senhores: F. Pinto de Miranda, Médico, inpector de Ginástica e antigo Presidente da Associação e Football de Lisboa; Fernando Martins Pereira, Médico e ex-Presidente da Direcção a Associação de Football de Lisboa; Carlos Alberto Guimarães Lello, Presidente da Associação de Football do Pôrto.
Sobre esta obra centenária, pioneira no futebol português, e o seu autor, com a devida vénia a "Leão Zargo" pelo
excelente artigo publicado no blog Camarote Leonino,
reproduzimos o excerto que se segue:
"Na época de 1921-22 o Sporting contratou um treinador
invulgar para os padrões do seu tempo. Refiro-me a Augusto Sabbo (1887-1971), um engenheiro
luso-alemão que dirigiu a montagem da rede de tracção eléctrica da cidade de
Coimbra. Antes de Sabbo há apenas o conhecimento doutro treinador no clube, o
inglês Charles Bell. Até aí a equipa era dirigida por um jogador que
desempenhava as funções de “capitão geral” e que fazia, nomeadamente, a ligação
com os directores e coordenava os treinos. Francisco Stromp e Jorge Vieira
terão sido os maiores neste posto.
Antes de chegar ao Sporting, Augusto Sabbo jogou no
Mittweidaer Ballspiel Club, na Saxónia, e foi referência no CIF, no início do
século XX, enquanto jogador, capitão da equipa e capitão geral. No Sporting
permaneceu desde Janeiro de 1922 ao Verão de 1924.
Sabbo notabilizou-se por utilizar métodos inovadores de
treino e, principalmente, pela sua concepção teórica e prática do futebol que
conjugava, simultaneamente, as vertentes técnica, táctica e física que era
preconizada por Herbert Chapman, treinador do Arsenal de Londres.
Era extremamente exigente na preparação da condição física
dos atletas, realizando treinos sem bola que incluíam exercícios de inspiração
militar e salto à corda. Por vezes, os jogadores desciam e subiam a Avenida da
Liberdade em passo de ginástica. Contratou Santos Ruivo, pugilista
profissional, com a finalidade orientar sessões de treino físico e ministrar
noções de boxe.
Augusto Sabbo era um estudioso metódico do fenómeno do
futebol e profundo conhecedor do que se passava na Europa, nomeadamente na
Inglaterra e na Europa central. Quando treinou o CIF introduziu a "teoria
da triangulação", que mais tarde aplicou no Sporting. Essa teoria
preconizava que a acção dos seus jogadores no campo teria por finalidade que os
adversários fossem obrigados a executar os movimentos convenientes que
permitissem a execução das jogadas da sua equipa. Hoje dir-se-ia “a construção
do jogo”!
A "teoria da triangulação" tornou Sabbo um dos
precursores da introdução do sistema WM (3-2-2-3) em Portugal. Conhecedor do
pensamento táctico de Chapman e do 2-3-5 aplicado na Europa Central (designado
por Escola do Danúbio), Sabbo durante os jogos, por vezes, recuava o médio
central para junto dos dois defesas. Os próprios avançados interiores não
tinham a habitual liberdade de movimentos, estando mais atentos aos adversários
do que era norma nesse tempo. […]
Augusto Sabbo era um intelectual do futebol, privilegiando
os diversos aspectos que decorriam da técnica e da táctica do jogo e da
preparação física. Publicou duas obra na altura consideradas inovadoras e
relevantes, “Football (Técnica e Didáctica de Jogo)”, em 1923, e “Estratégia e
método-base do futebol científico”, em 1945."
Ffonte: http://camaroteleonino.blogs.sapo.pt/augusto-sabbo-um-mourinho-avant-la-1488854)
Ffonte: http://camaroteleonino.blogs.sapo.pt/augusto-sabbo-um-mourinho-avant-la-1488854)
"Aquele que meter ombros à estopante tarefa de ler este folhêto, porque o estilo lhe falta e a prosa é simples, deve ter em vista que o nosso único desejo, é iniciá-lo na parte técnica do jôgo, que reputamos interessante, e não deliciá-lo com boa prosa e estilo florido. O assunto, basta ser técnico, para ser maçadora a sua descrição, e muitas vezes lacónica a sua didáctica.
A iniciação que vamos tentar, não se assuste o leitor, não será aquela em que lhe diríamos que o jôgo de football se joga entre 22 rapazes, dispostos duma certa maneira, num campo raso, muito grande, limitado por linhas brancas e fortes barreiras, que na maior parte das vezes conteem uma multidão nada pacífica, que insulta e apupa os jogadores, apesar da vontade que êles mostram em bem fazer, dentro do tal recinto, movimentos cingidos a certas regras, a que muitos por não perceberem o fundo scientífico do jôgo, chamam cabriolas de doidos."
(Excerto de I – Iniciação)
Índice:
Prefácio[s] | Técnica e Didáctica do Football Association: I – Iniciação. II – Elemento necessário ao jogo e qualidades primordiais necessárias a esse elemento. III – A técnica do football. IV – O treinador ou instrutor. V – Treinos progressivos – Treinos intensivos – Treinos de ensaio. VI – Introdução às teorias. VII – Teoria da triangulação. VIII – Principios gerais de aplicação prática. IX – Passe iniciais do jôgo quando se emprega a teoria da triangulação. X – Teoria do off-side. XI – Principios gerais de aplicação prática. XII – Teoria dos movimentos relativos. XIII – Principios gerais de aplicação prática. XIV – Passes iniciais do jôgo quando se aplica a teoria dos movimentos relativos. XV - Conclusão.
Exemplar brochado, por abrir, em bom estado de conservação.
Raro.
Com interesse histórico e desportivo.
Peça de colecção.
85€
Índice:
Prefácio[s] | Técnica e Didáctica do Football Association: I – Iniciação. II – Elemento necessário ao jogo e qualidades primordiais necessárias a esse elemento. III – A técnica do football. IV – O treinador ou instrutor. V – Treinos progressivos – Treinos intensivos – Treinos de ensaio. VI – Introdução às teorias. VII – Teoria da triangulação. VIII – Principios gerais de aplicação prática. IX – Passe iniciais do jôgo quando se emprega a teoria da triangulação. X – Teoria do off-side. XI – Principios gerais de aplicação prática. XII – Teoria dos movimentos relativos. XIII – Principios gerais de aplicação prática. XIV – Passes iniciais do jôgo quando se aplica a teoria dos movimentos relativos. XV - Conclusão.
Exemplar brochado, por abrir, em bom estado de conservação.
Raro.
Com interesse histórico e desportivo.
Peça de colecção.
85€