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26 janeiro, 2023

ROCHA, Julio - A CRUZ MYSTERIOSA (romance). Prologo do distincto escriptor francez Jules Gastine. Continuado em portuguez por Julio Rocha. Lisboa, Composto e Impresso na Imprensa Lucas, 1912. In-8.º (20,5 cm) de 462, [2] p. ; E.
1.ª edição.
Romance de amor, crime e mistério - desenvolvido a partir de um prólogo do escritor francês Jules Gastine - cuja acção decorre em França, a partir da segunda parte do século XIX.
"No dia 30 de abril de 1860 um homem de trinta annos pouco mais ou menos, alto, um pouco deslocado, sem barba, olhos vivazes, de casacão escuro, e chapeu alto, apresentava-se ás dez horas da manhã, no momento de abertura dos guichets, ao caixa da casa Levillain, Hardy & C.ª, banqueiros da rua Vivienne, portador de um chéque de cincoenta mil francos, assignado por Cháteauroux, Cervier & C.ª, grandes metallurgistas, cujos escriptorios e depositos, eram situados na rua Amelot, em Paris.
O empregado tomou o chéque, examinou-o distrahidamente, pró-forma, pois que os srs. Cháteauroux e Cervier tinham relações de longa data, com a casa Levillain, e ia para pagar sem observação, quando, de repente, mudou de parecer. Lançou um olhar obliquo sobre o homem que se lhe apresentava, reconheceu um dos empregados, o caixa da casa Cháteauroux, pareceu surprehendido, e depois disse:
- Espere um instante... Não tenho em caixa o dinheiro preciso... Vou pedir o resto ao patrão.
O empregado deixou-se cair sobre um banco, e esperou, com um ar machinal, e sem inquietação."
(Excerto do Prologo - O falsario)
Júlio Rocha (1855-1920). Jornalista e escritor autodidacta. Por falta de meios fez apenas a instrução primária, empregando-se de seguida no comércio. O gosto pelas letras levou-o a estudar à noite, vindo a trabalhar no Diário de Notícias e n'A Tarde. A sua produção literária centrou-se sobretudo no género dramático, cuja bibliografia é extensa. Na prosa, estreou-se com A Rosa Branca de Lisboa (1874), tendo publicado além deste, três outros romances - Vingança de Raul (2 vols) (1875-76), Os incendiarios de Alcoy (1877) e A cruz mysteriosa (1912).
Encadernação recente inteira de percalina com ferros gravados a ouro na lombada. Conserva a capa original.
Exemplar em bom estado de conservação. Capa alvo de pequeno restauro no pé. Discreta rubrica de posse na f. rosto.
Raro.
Indisponível

27 maio, 2020

ROCHA, Julio - A ROSA BRANCA DE LISBOA : romance original. Precedido de uma carta do Sr. Augusto Pereira de Castro Soromenho. Lisboa,  Typographia da Mocidade, 1874. In-8.º (19 cm) de 173, [3] p. ; E.
1.ª edição.
Romance histórico baseado em factos reais, cuja acção decorre em meados do século XVIII. A veracidade dos acontecimentos é atestada pelo autor na dedicatória: "Não tive em mira o apresentar bom estylo e erudição, porque a minha penna a isso se não presta, mas sim escrever um facto historico que me narraram e para o qual me enviaram os documentos com que me guiei no dedalo do romance.".
"
O leitor, que tem percorrido, talvez, o pequeno territorio do nosso paiz e dirigido as suas excursões para o lado das Caldas, a nossa Vichy, ha de certeza lembrar-se de ter encontrado um pequeno lugarzinho, sem nada que o recommende ou o torne notavel, a que os moradores dos arredores dão o nome de Bombarral. É ahi que deve principiar o enredo da nossa historia. Á direita e caminhando pela estrada havia uma casinha branca onde deveria ter-se passado como n'um paraizo a primavera de 1760.
Era rodeada de alguns castanheiros e oliveiras e guarnecida com profuzão por trepadeiras, que com os seus aromas prendiam a attenção do viajante e o encantavam.
Era n'um domingo de tarde.
Os derradeiros clarões do sol poente iam-se extinguindo.
No terreno, junto á casa, um rumor de cantares festivos, o prepassar continuo dos pés sobre a relva, e os sons d'uma guitarra, indicavam-nos o divertimento, a que se entregavam alguns camponezes d'aquelle logar.
Dançavam com entusiasmo, quando um incidente inexperado os veiu surprehender.
Foi, que d'um extremo da estrada vinham dois mancebos correndo para o mesmo logar, como que guiados pelo mesmo intento, e nos quaes se fitaram com alegria os olhares de todos os que estavam presentes.
Tracemos um breve esboço d'estes personagens, que devem ser os principaes da nossa narrativa.
Eram companheiros nos trabalhos agricolas, e entregavam-se nas horas do ocio a estudos primarios; chamavam-se: um Sylvano, outro Daniel.
Sylvano era grosseiro de feições, tez morena, olhos castanhos, cabellos alourados, typo a que na nossa Lisboa se dá o nome de feio.
Daniel, ao contrario do seu companheiro, era bonito, feições delicadas, olhos verdes claros e cabello da côr do ebano; e tão claro, que parecia viver sempre abrigado do ardente sol do campo."
(Excerto do Cap. I, A primavera)
Júlio Rocha (1855-1920). Auto-didacta, jornalista e escritor. Por falta de meios fez apenas a instrução primária, empregando-se de seguida no comércio. O gosto pelas letras levou-o a estudar à noite, vindo a trabalhar no Diário de Notícias e n'A Tarde. Estreou-se com A Rosa Branca de Lisboa, tendo publicado além deste dois outros romances - Vingança de Raul (2 vols) (1875-76) e Os incendiarios de Alcoy (1877). A sua obra literária centrou-se sobretudo no género dramático, cuja bibliografia é extensa.
Encadernação simples, cartonada, com título gravado a seco e a ouro na pasta anterior. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado geral de conservação.
Raro.
A BNP tem apenas um exemplar recenseado na sua base de dados.
Indisponível