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01 fevereiro, 2025

MENEZES, José Luís Calheiros e -
PROBLEMAS ACTUAIS DA INDÚSTRIA DA CORTIÇA EM PORTUGAL : suas perspectivas de desenvolvimento. Separata do Boletim a Junta Nacional da Cortiça. Lisboa, [s.n. - Composto e impresso na Tip. E. N. P. - Anuário Comercial de Portugal], 1967. In-8.º (21x16 cm) de 43, [1] p. ; [1] f. desdob. ; il. ; B.
1.ª edição independente.
Estudo com interesse para a história da indústria corticeira. Trata-se da tese apresentada pelo autor, com a colaboração da JNC, ao IV Congresso Florestal Mundial.
Ilustrada no texto com 1 diagrama, 2 gráficos, e 14 quadros estatísticos, sendo o último (XIV) em folha desdobrável (16x49 cm).
Exemplar valorizado pela oferta autografada do autor.
"Criada a Junta Nacional da Cortiça diversos estudos se efectuaram acerca da economia corticeira, o primeiro dos quais e de conjunto datado de  Dezembro de 1946 e realizado pelo eng. silvicultor José Luís Calheiros e Menezes, autor desta comunicação. Em 1949 e a pedido da Assembleia Nacional procedeu-se, sob a presidência da mesma pessoa, mas já especificamente, ao estudo da reorganização da respectiva indústria, cujas conclusões pouca atenção mereceram mercê dos períodos de euforia que se sucederam e bem assim do infeliz desejo de tornar popular a orientação político-económica deste sector."
(Excerto da Introdução)
"A cortiça tem o seu habitat, como sabemos, no sul da Europa e no norte de África, ocupando o nosso país posição notória pois ultrapassa os 50% da produção global e vende para o estrangeiro cerca de 95% do que produz e fabrica; daí o lugar de relevo que se lhe reserva nos planos de fomento.
Mas mais, dos inquéritos a que se procedeu resulta a convicção de que se formos capazes de aumentar a área suberícola, o acréscimo da produção terá fácil venda, como alguns exemplos frisantes atestam, nomeadamente no que se refere ao abastecimento de aglomerados para os Estados Unidos..."
(Excerto de I - Portugal e a Cortiça)
Índice:
[Introdução] | I - Portugal e a Cortiça: Produção; Indústria; Comércio. II - Os problemas da actividade. III - Apreciação sectorial: Indústria preparadora; Indústria transformadora simples; Indústria transformadora granuladora; Indústria transformadora aglomeradora; Indústria química. IV - A comercialização da cortiça: A exportação. V - A produção.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capa vincada.
Muito invulgar.
20€

09 janeiro, 2025

TRATADO DE COMÉRCIO E NAVEGAÇÃO ENTRE PORTUGAL E A GRÃ-BRETANHA -
Ministério dos Negócios Estrangeiros : Direcção-Geral dos Negócios Comerciais e Consulares
. Lisboa, Imprensa Nacional, 1960. In-4.º (23,5x15 cm) de 29, [3] p. ; B.
Reprodução bilingue (português/inglês) do importante tratado de comércio assinado entre os dois países, pouco tempo após a instauração da República, em 12 de Agosto de 1914, subscrito pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros português Alfredo Augusto Freire de Andrade e pelo Enviado Extraordinário e Ministro Plenipotenciário britânico Lancelot Douglas Carnegie.
"Haverá entre os territórios das duas Partes contratantes plena e completa liberdade de comércio e navegação.
Os súbditos ou cidadãos de cada uma das Partes contratantes terão permissão de ir livremente com os seus navios e cargas a todos os lugares, portos  rios nos territórios da outra a que os súbditos ou cidadãos nacionais tenham ou possam ter acesso. Não estarão sujeitos, com relação ao seu comércio ou indústria nos territórios da outra, quer a sua residência tenha um carácter permanente ou temporário, a quaisquer direitos, taxas, impostos ou licenças de qualquer espécie diferentes ou mais elevados do que os que são ou podem ser impostos aos súbditos ou cidadãos nacionais, e gozarão os mesmos direitos, privilégios, liberdades, imunidades e outros favores em matéria de comércio e indústria que sejam ou possam ser gozados pelos súbditos ou cidadãos nacionais."
(Artigo I)
Exemplar em brochura, bem conservado.
Invulgar.
Com interesse histórico.
10€

12 maio, 2024

INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO POR CORRESPONDÊNCIA : LISBOA -
Fundado em 1 de Janeiro de 1919. Director e proprietário Ruy Manuel Mourão de Freitas. Lisboa, Composto e impresso na tipografia do Instituto Nacional de Correspondência Lisboa, [1927]. In-8.º (21x15 cm) de 38 p. ; [1] f. desdob. ; il. ; B.
1.ª edição.
Importante subsídio para a história do Ensino à Distância (EaD) entre nós. Brochura de apresentação da, estamos em crer, primeira organização portuguesa que se dedicou a este tipo de instrução. Fundado no imediato pós-Grande Guerra, em época de desanuviamento, esperança e crença na recuperação económica, o seu principal objectivo seria munir de competências os empregados do comércio para que estes pudessem ascender a melhores empregos e salários, ou mesmo, perspectivar a sua entrada no mundo empresarial. No entanto, verificou-se que também os ociosos, curiosos e donas de casa em busca de conhecimento e cultura solicitaram e receberam as aulas por correspondência, método simples e económico para quem não queria ou podia frequentar o ensino oficial.
Inclui as condições de inscrição nos cursos por correspondência e os testemunhos de antigos alunos, de várias áreas, do sexo masculino e feminino.
Livrinho ilustrado no interior com reprodução de certificados de aproveitamento escolar, um em página inteira, e outro em folha desdobrável:
- Título que é conferido aos alunos que concluiram qualquer dos cursos com aprovação;
- Diploma que é conferido aos alunos que concluiram os dois cursos com uma classificação média não inferior a 15 valores.
"O ensino por correspondência, seja de que ramo fôr do saber humano, é hoje o meio universalmente consagrado para todo o homem de trabalho se ilustrar, aperfeiçoar-se numa profissão e até iniciar-se nela.
Não há sciência, não há idioma, que não tenha encontrado a fórma prática e eficaz de ser ensinado por correspondência. As próprias artes e ofícios, que se consideravam inaprendíveis fóra do âmbito das fábricas e das ofícinas, ensinam-se hoje de longe nos mínimos detalhes da sua execução e de longe se aprendem nas maiores delicadezas da sua técnica."
(Excerto de Origem e necessidade do ensino por correspondência)
"Perguntem à maioria dos primeiros empregados no comércio e dos guarda-livros modernos, não em Portugal, onde a rotina em tudo é o maior inimigo a vencer, como êles se fizeram: se foi indo de livros debaixo do braço para as escolas, ou recorrendo ao ensino por correspondência? Não oferece a menor hesitação a resposta.
O homem moderno, o verdadeiro trabalhador desta época, em que, como nunca, houve tanta pressa de entrar na luta pela vida e tanta ânsia de vencer, não gasta o melhor dos seu anos e da sua energia pelas escolas, debruçado sôbre tratados."
(Excerto de O curso rápido, prático e económico que é preciso para o comércio)
"Partindo dos centros de maior população e actividade, o ensino comercial por correspondência tem-se pouco a pouco infiltrado por tôdas as outras terras.
É curiosissima a forma por que o nosso ensino se foi alargando, curiosissima pela correlação que, de facto, há entre o número de alunos e a expansão do trabalho e da riqueza pública nas respectivas regiões.
Pouco tempo esteve o nosso ensino circunscrito às cidades ou às vilas mais importantes pela sua indústria e pelo seu comércio. Não tardaram a afluir alunos até de aldeias, onde não era presumível que êle viesse a implantar-se tão cedo, pelas poucas ou nenhumas necessidades do comércio local.
A explicação do facto veio depois. O aluno mandou ir as lições e os livros para os escriturar, como exercícios; experimentou as suas fôrças perfeitamente à vontade em sua casa, sem ninguem saber de uma tentativa, que podia ser frustrada.
Compreendeu bem as primeiras lições e os trabalhos a fazer; animou-se, continuou e, por fim, concluiu o curso. E, senhor desta bela arma de luta, dêste poderoso instrumento de trabalho, deixou a sua aldeia, arranjando logo colocação noutra terra em qualquer estabelecimento fabril ou comercial e tendo em pouco tempo o seu futuro assegurado."
(Excerto de O ensino por correspondência alarga-se...)
Índice:
Origem e necessidade do ensino por correspondência | O curso rápido, prático e económico que é preciso para o comércio | O ensino por correspondência alarga-se considerávelmente entre nós tendo aberto futuros invejáveis a muitos alunos | Em tôdas as idades e condições sociais se pode aprender com êxito. Cursos que se freqüentam sem incómodos, nem acanhamento e emulações | O desenvolvimento febril no nosso comércio e o "Instituto Nacional" | O testemunho dos que aprenderam - A satisfação dos que acabam o seu curso. Como êles se sentem com fôrças para assumir as responsabilidades do trabalho e conseguem, após os estudos, empregar-se como guarda-livros ou exercer cargos superiores. - As senhoras e o ensino comercial | O nosso ensino estende as suas vantagens a todos os domínios portugueses e ao estrangeiro. - Os que descriam do ensino e o reconhecem hoje como o melhor. | Programa e condições de matrícula dos cursos de Escrituração Comercial por partidas simples e dobradas, Aritmética e Contabilidade: [Programas] / Duração dos cursos / Condições de matricula / Ordem dos estudos / Preços dos cursos / Pagamento em prestações.
Exemplar em brochura, bem conservado.
Raro.
Com interesse histórico.
Sem registo na BNP.
25€

04 janeiro, 2024

MENESES, J. L. Calheiros e -
O COMÉRCIO EXTERNO DOS PRODUTOS FLORESTAIS METROPOLITANOS. Posição relativa da Cortiça. Por... Engenheiro silvicultor. [Lisboa], [Junta Nacional da Cortiça], 1953. In-4.º (26,5x21 cm) de 43, [1] p. ; [1] f. desdob. ; il. ; B. Separata do Boletim da Junta Nacional da Cortiça
1.ª edição independente.
Importante subsídio para a história do comércio e indústria corticeira.
Ilustrado com inúmeros gráficos e quadros estatísticos ao longo do livro, e, separado do texto, um desdobrável de grandes dimensões (26x134 cm): Importação de Produtos Florestais.
Exemplar valorizado pela dedicatória autógrafa do autor.
"Ao longo da exposição que se segue procurámos acompanhar a evolução da oferta e da procura dos excedentes e necessidades do País em produtos florestais, como o tempo e os factos a moldaram, o que de definitivo ou precário parece resultar, o comportamento dos mercados externos com quem negociamos e a importância do sector silvícola na economia nacional. Então, e porque o objectivo em mira consiste na determinação de motivos orientadores duma política florestal, ensaia-se a apresentação através dos resultados, cotejando-os com o condicionalismo físico e económico de Portugal, da hierarquia das espécies florestais mais aconselháveis a uma explorabilidade útil, salientando o preponderante papel desempenhado pelos sobreirais, como competia ao autor e local onde se publica o estudo."
(Excerto da Introdução)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação.
Muito invulgar.
Com interesse histórico e silvícola.
Indisponível

19 maio, 2023

TRANCOSO, Peres -
MADEIRA.
O Trabalho Português I. Organização Económica - As Indústria - O Comércio - Os Vinhos - Os Bordados - A Cana Sacarina - Os Vimes - Os Lacticínios - O Turismo - A Riqueza, Etc., Etc. Paris - Lisboa, Livraria Aillaud e Betrand, [1928?]. In-fólio (32x21,5 cm) de [2], 54 p. ; mto il. ; B.
1.ª edição.
Bonita monografia sobre a Ilha da Madeira.
Muito ilustrada ao longo do livro com fotogravuras a p.b. de cenas, labores e paisagens madeirenses, bem como publicidade a marcas e produtos locais.
"A Ilha da Madeira é uma das mais lindas do mundo. Quem viaja pelo prazer de observar o que de original e belo a terra oferece, quer como formosura de paisagem ou singularidade de costumes, não deve deixar de visitar esta ilha.
Não é fácil encontrar um clima que, participando da moderação de temperaturas do Sul da Europa, já faz sentir ligeiramente, suavemente, o esplendor dos trópicos. O termómetro não desce além de 15 graus C. no inverno e não sobe além dos 19 C. no verão. É um clima privilegiado, doce, paradisíaco, para gozar um scenário esplêndido e deslumbrante de flores, entre montanhas altas, verdes e escarpadas, donde saltam catadupas de cristal... Quási todos os frutos e flores, quer do habitat europeu, quer dos países exóticos, crescem lado a lado neste abençoado torrão. Carne, peixe, leite, manteiga, verduras, são produtos deliciosos, que parece a Natureza primou em criar frescos e apetitosos como em nenhuma outra parte. Não há doenças graves, nem epidemias. O ar puro do mar, varre para longe, lavando tôdas as impurezas. É uma terra calada, pacífica, agradável, para descançar e saborear dias de beleza sem par que jámais esquecem."
(Excerto de A Ilha da Madeira)
Francisco Xavier Peres Trancoso (1877-1952). "Oficial da armada, democrático, deputado desde 1915. Comissário-geral dos abastecimentos em 1915-1917. Ministro da agricultura em 19 de Outubro de 1921 e, depois ministro das finanças de 5 de Novembro a 16 de Dezembro de 1921, nos governos outubristas."
(Fonte: Politipédia)
Exemplar brochado, por abrir, em bom estado de conservação.
Invulgar.
Com interesse histórico e regional.
Indisponível

26 junho, 2022

COELHO, José Gabriel Pinto - MARCAS COMERCIAIS E INDUSTRIAIS.
Ensaio sôbre a teoria jurídica das Marcas Comerciais e Industriais e do nome do estabelecimento no Direito Português (com referências ao Direito Brasileiro)
. Lisboa, Portugal-Brasil, [1922]. In-4.º (23 cm) de 133, [3] p. ; B.
1.ª edição.
Estudo pioneiro sobre a denominação dos estabelecimentos e marcas comerciais, sua propriedade e direito de transmissão, matérias que davam os primeiros passos em Portugal no período que se seguiu à Grande Guerra.
"Como o título da obra indica, limitámo-nos a registar aqui os princípios fundamentais sôbre as marcas e sôbre o nome do estabelecimento, procurando assim dar a nossa contribuição para a construção técnica da respectiva teoria jurídica, que entre nós não fôra ainda devidamente organizada num trabalho sistemático sôbre o assunto, facto êste que, em nosso ver, muito se ressente a nossa jurisprudência referente á matéria.
Aproveitámos para êste fim alguns elementos que havíamos reunido quando tivemos a nosso cargo a regência da cadeira do direito comercial na Universidade de Coimbra, e condensámos bem assim nestas páginas o fruto das investigações especiais a que nos entregámos, quando em 1918 estivemos, em comissão da Faculdade de Direito da mesma Universidade, estudando a jurisprudência das nossas estações oficiais sôbre marcas de fábrica e de comércio. Servem de relatório dessa comissão de estudo as páginas que aqui  consagramos à referida matéria."
(Excerto da Advertencia)
Índice:
[Advertencia]. | I - Marcas de Fabrica e de Comercio. Introdução - Conceito e evolução da marca. I. Carateres da marca; II. Composição, propriedade e transmissão da marca. II - Nome do estabelecimento. I. Conceito e carateres do nome do estabelecimento; II. Propriedade e transmissão do nome do estabelecimento.
José Gabriel Pinto Coelho (1886-1978). "Formou-se em Coimbra, tendo sido professor catedrático nesta universidade. Em 1919, transferiu-se para Lisboa tendo dirigido a Faculdade de Direito e exercido as funções de vice-reitor, antes de ser nomeado reitor. Apoiante do Estado Novo, chegou a presidir à Câmara Corporativa.
Com um dos reitorados mais longos história da universidade, quase dez anos, Pinto Coelho teve um papel importante na organização académica e administrativa da universidade. Em particular, procurou estabelecer um novo sistema de distribuição e de controlo das finanças universitárias e desenvolver uma estrutura mais consistente do pessoal não docente.
Foi durante o seu reitorado que se deram, finalmente, os passos decisivos com vista à construção dos novos edifícios do Hospital Escolar e Faculdade de Medicina, Faculdade de Direito, Faculdade de Letras e Reitoria."
(Fonte: https://www.ulisboa.pt/bio/jose-gabriel-pinto-coelho)
Exemplar brochado, por aparar, em bom estado geral de conservação. Manuseado. Capa apresenta pequena falha de papel na margem lateral.
Muito invulgar.
Com interesse histórico, comercial e jurídico.
20€

24 março, 2022

S. CARLOS, PORTUENSE - Fr. Ignacio de - DISCURSO MORAL, E POLITICO SOBRE OS CONTRABANDOS, OFFERECIDO ao Ill.mo, e Ex.mo senhor LUIS MAXIMO ALFREDO PINTO DE SOUZA COUTINHO, VISCONDE DE BALSEMAÕ, DO CONSELHO DE S. A. R., e da Sua Real Fazenda, Senhor Donatario dos Conselhos de Ferreiros, e Tendaes, Alcaide Mór de Castello Mendo, Commendador de S. Martinho de Lordello do Ouro na Ordem de Christo, Cavalleiro de Devoçaõ da Sagrada Religiaõ de S. Joaõ de Jerusalem &c. &c. Por... Franciscano, dos Observantes de Portugal. PORTO: Na Typog. que foi de Antonio Alvarez Ribeiro, 1814. Com licença da Mesa do Desembargo do Paço. In-8.° (15 cm) de [14], 220, [10] p. ; B.
1.ª edição.
Importante subsídio para a história do protecionismo industrial e comercial implementado em Portugal no período que se seguiu às Invasões Francesas.
"Meditando por muitos annos sobre quanto lia, e via praticar-se ácerca de Contrabandos, me vi como obrigado a formar a este melindrozo respeito huma Memoria particular, para me servir, como tem servido, de regra no Tribunal onde se naõ mente. Nunca temi por isso as oppoziçoens, que se me enrostavaõ, fundadas em AA., que sempre caracterizavaõ de melhor nota: bem presuadido de fraqueza de meus principios, e constantes na certeza, e segurança dos meus, rezolvia, sem hezitar, contra todos os argumentos contrarios. Ainda hoje conservaria em silencio  este sistema, se ainda hoje me fossem, como foraõ até agora, indifferentes as ultimas palavras do Epigrafe, que tanto Os Encyclopedistas, como os seus fieis Copistas, inseríraõ em humas mesmas Obras com differentes titulos, sobre o assumpto. Contudo: aquelle Epigrafe, se á força de maior reflexaõ naõ excitou o meu pejo, por naõ entender já mais comigo, excitou a minha rezoluçaõ para manifestar aos Ministros do Santuario, e aos meus Nacionaes, os meus muito antigos sentimentos. Naõ os considero absolutamente izentos de censura; basta ser o primeiro, que fallo na materia, para logo a merecer: mas o momento, em que me convencerem, será tambem o momento da minha pública, e sincera retractaçaõ."
(Excerto da introdução - "Aos Portuguezes")
Sobre esta obra, publicou a «Gazeta de Lisboa» de sexta-feira, 21 de Maio de 1819, um pequeno artigo:
"Sahio á luz: Discurso Moral, e Politico sobre os Contrabandos, composto por Fr. Ignacio de S. Carlos, Portuense, Obra original nestes Reinos, e de todo o interesse não só para os Theologos, mas para os Jurisconsultos, pela allegação de todas as Leis Civis Patrias atégora promulgadas, e pela noticia dos mais celebres Publicistas, que tratão da materia. Hum volume em 8.º Vende-se na Loja de Carvalho defronte da rua de S. Francisco, e no Porto, em as lojas principaes de Livros."
Encadernação coeva inteira de pele com rótulo e dourados na lombada. Com defeitos.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Miolo irrepreensível.
Raro.
45

31 dezembro, 2021

MARTINS, Oliveira - POLITICA E ECONOMIA NACIONAL
. Porto, Magalhães & Moniz, 1885. In-8.º (18 cm) de XXXI, [1], 278, [2] p. ; E.
1.ª edição.
Importante ensaio político-económico. O autor crítica o situacionismo político resultante do sistema rotativo de poder imposto pelos dois principais partidos, solução prejudicial para o país, sobretudo em época de penúria económica.
"A principiar pelas questões propriamente politicas, o leitor verá que no momento actual se me afigura indispensavel desenfeudar o parlamento das duas influencias nefeastas que, segundo o consenso unanime, reduziram o nosso regime constitucional a um grau de abatimento lastimoso. Perverteu-se a natureza peculiar das instituições; tornaram-se de facto as camaras (isto é, os deputados e pares tomados individualmente) o verdadeiro executivo, e tornaram-se os ministros o poder legislativo, pois que o menor cuidado dos legisladores é discutir as leis, e o maximo impôr aos ministros as suas exigencias, os seus empenhos, em beneficio do circulo, do influente, do eleitor - do compadre.
Essas duas influencias nefastas, sabem-no todos, são a burocracia e o que se chama campanario. Os legisladores são na sua grandissima maioria empregados publicos: como deixará de ser a camara uma succursal das secretarias? como deixarão de ser os votos parlamentares uma sancção apenas, e as discussões positivas parodias? Admitte alguem sequer a hypothese de uma divergencia de opinião entre um ministerio e a sua maioria? Viu-se já uma vez só faltar a algum gabinete o apoio dos deputados por elle eleitos?
Mas esses mesmos legisladores, empregados publicos, e mais ainda os raros que o não são, vergam sob o peso de influencias locaes que os escravisam; e no pacto mais ou menos tacito celebrado com o governo recebem d'elle tudo o que reclamam, em troca do apoio incondicional dado a toda e qualquer lei mais ou menos impensada, mais ou menos estudada que sae - quando sae - do ventre das secretarias.
Dir-se-ia que d'este modo realisamos um systema de dictadura chronica e de governo pessoal exercido dentro dos moldes parlamentares. Não é porém assim, pois o legislador que votou de olhos fechados - muitas vezes por nem sequer ter intteligencia ou caracter bastante para os abrir - abre-os logo que a lei sua filha vae ferir Fulano ou Sicrano, trunfos do seu circulo, e corre ao ministro para que torça, para que suspenda, para que remedeie o mal que fez.
E o  ministro obedece."
(Excerto do preâmbulo - Advertencia)
Indice:
Advertencia. | Primeira Parte - Politica: I - Questões de politica positiva; II - Lista multipla e voto uninominal; III - O socialismo contemporaneo. Segunda Parte - Economia metropolitana: I - O tratado de commercio com a França; II - Estatistica de Portugal; III - O Banco dos Pobres. Terceira Parte - Marinha e Colonias: I - Requerimento dos póveiros; II - O commercio maritimo portuguez; III - Relatorios dos governadores do Ultramar.
Encadernação em meia de pele, coeva, sólida, com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Ténue mancha de humidade visível nas últimas folhas do livro.
Invulgar.
Com interesse histórico.
20€

29 março, 2021

ESTATISTICA DA ALFANDEGA MUNICIPAL DE LISBOA DO ANNO ECONOMICO DE 1873-1874
. Lisboa, Imprensa Nacional, 1874. In-fólio (33 cm) de [8], 23, [1] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Balanço-relatório económico da Alfândega de Lisboa. Raro e muito curioso. Importante para aferir os movimentos económico-financeiros relativamente aos produtos que passavam por este importante organismo camarário da capital na última metade do século XIX.
Ilustrado com diversos quadros, todos eles subscritos pelo conselheiro inspector Diogo Antonio Palmeiro Pinto.
"Os mappas estatisticos que se seguem mostram o estado prospero da receita da alfandega municipal de Lisboa no anno economico de 1873-1874, que attingiu a somma de 1.311:183$157 réis, superior ao rendimento do anno antecedente em réis 43:952$822.
O acrescimo de receita com relação a direitos de consumo, propriamente ditos, avultou a 46:140$168 réis, distribuidos pelas classes da pauta... [...]
O facto do importante augmento da receita, proveniente de direitos de consumo, sem que houvesse alteração alguma na pauta d'esta alfandega, que podesse determina-lo, denuncia bem, que essa elevação do rendimento provém felizmente de causas economicas que têem origem na tranquillidade de que gosa o paiz e no desenvolvimento do commercio que prospera á sombra d'ella.
Ao augmento da população e em especial da população fluctuante, que a facilidade e rapidez de communicações attrahe a Lisboa, deve attribuir-se em geral a melhoria no rendimento d'esta alfandega, pelo maior consumo dos generos sobre que recáe a sua acção fiscal."
(Excerto da Nota preliminar)
Exemplar em brochura, bem conservado.
Raro.
35€

21 agosto, 2020

SANTOS, João Marinho dos - PARA A HISTÓRIA DA AUTONOMIA DOS AÇORES - A INTRODUÇÃO FORÇADA DA FISIOCRACIA NO ARQUIPÉLAGO. [S.l.], Revista Portuguesa de História, 1996. In-8.º (23 cm) de 20 p. (576-593 pp.) ; B. Separata da Revista Portuguesa de História : t. XXXI, Vol. I (1996)
1.ª edição independente.
Interessante estudo sobre o relacionamento da Coroa com o arquipélago dos Açores durante o período pombalino, tendo como pano de fundo a questão cerealífera.
"A 26 de Fevereiro de 1771, um alvará assinado pelo Marquês de Pombal decretava que, de futuro,  seria «livre a extracção dos referidos trigos das Ilhas dos Açores para esta Cidade de Lisboa em beneficio commum da Capital do Reino [...]», exceptuando somente a situação «em que se verifique falta de trigos para o sustento dos moradores das respectivas Ilhas, no qual caso as Cameras farão praticar provisoriamente a reserva da terça parte [...]». [...]
Entre as considerações circunstanciais ou enquadradoras do referido diploma (já que o Poder Central não duvidaria da forte contestação que ele suscitaria no arquipélago), referiam-se os «intoleraveis monopolios de trigos que se faziam nas ilhas dos Açores a beneficio dos officiais das respectivas Cameras e de outras Pessoas poderosas» e o reconhecimento que as ilhas eram «adjacentes» do Reino, ou seja, províncias suas, e nestas, o «pão» era comercializado para «onde» [as pessoas} querem, e mais interesse lhe faz». [...]
Nos Açores, como aliás em outros «senhorios/donatarias», estava estabelecido que um dos direitos reais a observar deveria ser a obrigatoriedade  da moeda corrente ser a cunhada no Reino, ainda que este princípio nem sempre fosse cumprido. Com efeito, o fluxo monetário a partir de Portugal manteve-se, por norma, extremamente débil e os «atravessadores» locais, fiéis a alguns princípios do mercantilismo, retinham a pouca moeda reinol e, para os seus negócios com o estrangeiro, recorriam, o mais possível, aos «reales» e às letras de câmbio. Assim, quando, concretamente, a guerra estalou entre o Prior do Crato e Filipe II e o primeiro decidiu bater moeda em Angra, algumas relações informam que havia, então, na Terceira «muy poco dinero y pastel» ou havia pouco dinheiro mas «muitas peças de oiro e prata»."
(Excerto do texto)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Com interesse histórico.
15€

10 agosto, 2020

DAUPIÁS (Alcochete), Nuno - A EXPORTAÇÃO DE SAL PELO PORTO DE LISBOA NO PRINCÍPIO DO SÉCULO XVIII. (Subsídios para a história do comércio do sal e do movimento do porto de Lisboa). Lisboa, [s.n. - Imprensa Formosa, Porto], 1957. In-4.º (23,5 cm) de [4], 175 p. [179-353 pp.] ; [7] p. il. ; [3] mapas estat. ; B. Separata do Boletim Clínico - Vol. 21 - N.º 1 - 1957
1.ª edição independente.
Importante contributo para a história do comércio e exportação de sal, bem como a sua ligação ao Porto de Lisboa, porta de saída do produto para os mercados exteriores.
Livro ilustrado em separado com 7 estampas distribuídas por 4 folhas papel couché. Inclui ainda 3 mapas estatísticos, dois deles desdobráveis.
Foram tirados 50 exemplares, numerados de 1 a 50 e rubricados pelo autor. O presente leva o n.º 44.
"Sobre o movimento e comércio de exportação do sal através do porto de Lisboa, pouca coisa há de escrito. Diga-se também que, à parte meia dúzia de autores modernos, a questão salineira não preocupou demasiadamente os nossos historiadores. [...]
Apresentar toda uma documentação relativa à exportação do sal, através do porto de Lisboa, nos primeiros anos do século XVIII, é o fim da presente publicação. Com a introdução pretendo, não fazer a história do sal, mas sim salientar determinados factores da economia portuguesa dos séculos que passaram, de modo a que o valor documental destes monótonos três livros de assentos de entradas de navios e saídas de cloreto de sódio para terras estrangeiras, províncias portuguesas e Brasil, fique bem claro e presente ao leitor menos familiarizado com problemas desta natureza."
(Excerto do Prólogo)
"São dos séculos abrangidos pelos chamados ciclos do Comércio da Costa da Mina, do açúcar e do oouro do Brasil os testemunhos mais numerosos acerca do valor económico do nosso sal.
Os estrangeiros precisavam dele para as suas indústrias de peixe e de carne. Para isso, as grandes casas comerciais neerlandesas, hanseáticas e, possivelmente, inglesas, mantinham os seus agentes em Portugal, os quais se ocupavam em fornecer e carregar os navios que iam chegando ao Tejo e ao Sado."
(Excerto do Cap. I, Considerações gerais sobre a importância do sal na economia portuguesa)
Matérias:
Prólogo. | I - Considerações gerais sobre a importância do sal na economia portuguesa. | II - Três livros do Arquivo Histórico do Hospital São José. | Livros de assentos de entradas de navios e saídas de sal [pormenor]. | Alfabeto dos fiadores. | Alfabeto dos capitães e mestres. | Alfabeto dos navios que ao Porto de Lisboa vieram carregar sal. | Resumé. | Summary.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Com interesse histórico.
Indisponível

06 novembro, 2019

ESTATUTOS // DA // JUNTA DO COMMERCIO // ORDENADOS // POR // EL REY // NOSSO SENHOR, // No seu Real Decreto de 30 de Setem- // bro de 1755. // LISBOA, // Na Officina de MIGUEL RODRIGUES, // Impressor do Eminentissimo Senhor Cardeal Patriarca. // M. DCC. LVI. In-fólio (31,5 cm) de [2], 34 p.
1.ª edição.
Edição original dos Estatutos da Junta do Commercio, publicada pouco tempo após o sismo que assolou o país, com particular incidência em Lisboa.
Documento com indubitável interesse para a história económica e industrial de Portugal e do Brasil.
"A Junta do Comércio constituía um órgão do Estado Português, responsável pela regulação e fomento do comércio e da economia em geral.
A Junta foi inicialmente estabelecida em 1662, através da integração na Coroa da antiga Companhia do Comércio do Brasil, a qual havia sido criada em 1649.
Mais tarde, e através do Decreto de 30 de Setembro de 1755, o Rei D. José I voltou a criar a Junta do Comércio, com sede em Lisboa, que tinha como objectivo apoiar os homens de negócios e de fomentar e proteger o comércio. Foi criada em substituição da Mesa dos Homens de Negócios (designação assumida pela Confraria do Espírito Santo da Pedreira), sobre a qual recaíam queixas por abusos, instalando-se no local ocupado por aquela (actuais Armazéns do Chiado). Mais tarde, foi instalada no Torreão Norte do Terreiro do Paço.
O estatutos da Junta foram aprovados pelo Alvará de 16 de Dezembro de 1756. Seria composta por um provedor, um secretário, um procurador, seis deputados, um juiz conservador e um procurador fiscal. Os deputados eram obrigatoriamente homens de negócios das praças de Lisboa e Porto.
Pelo Alvará de 5 de Junho de 1788, foi-lhe concedido o estatuto de supremo tribunal, o que a colocava sob autoridade a imediata do Rei, passando a designar-se oficialmente "Real Junta do Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação destes Reinos e seus Domínios".
A Junta dispunha de atribuições governamentais e judiciais bastante alargadas, sobretudo no que diz respeito aos assuntos económicos. Entre outras, exercia as funções de fiscalização do comércio e da indústria, de tribunal de comércio, de naturalização de estrangeiros, de administração e supervisão de fábricas do Estado, da administração dos faróis e de todos os assuntos relacionados com a navegação, da supervisão da Aula do Comércio, de órgão consultivo em relação à agricultura e minas e de corretora e provedora de seguros.
Em 1808, no dia 3 de Agosto, foi reinstituída no Rio de Janeiro sob a designação de Tribunal da Junta do Comércio, Agricultura, Fabricas, e Navegação, depois renovada em 14 de Agosto de 1809, e essa foi uma das principais medidas políticas e económicas da corte portuguesa, ao desembarcar no Brasil. Essa medida foi responsável por desenvolver o comércio e lançar o Brasil para além da sua condição colonial. Ela era composta por um Presidente e dez deputados, vinculada ao Erário Régio. A ela ficaram subordinadas as Mesas de Inspecção. Ainda existia em 1816 no Rio de Janeiro. Em Portugal só foi extinta em 1834."
(Fonte: wikipédia)
"El Rey nosso Senhor considerando de quanta utilidade, e importancia he ao Bem-commum de todos os seus Dominios, animar, e proteger o commercio dos seus bons, e leaes Vassallos, foi servido pelo seu Real Decreto de trinta de Setembro de mil setecentos cincoenta e cinco, crear, e erigir esta Junta, pela qual, combinado o systema das Leys destes Reynos, com as maximas commuas a todas as Naçoens da Europa, se lhe fizessem as representaçoens necessarias, para facilitar os meyos de conservar, e augmentar o mesmo commercio.
I  Para que a Junta novamente creada, se podesse reger com a regularidade competente a taõ importante objecto, foy o mesmo Senhor servido, que se formassem estes Estatutos, e se lhe fizessem presentes pelo Secretario de Estado Sebastiaõ Joseph de Carvalho e Mello, depois de conferidos com o Desembargador dos Aggravos da Casa da Supplicaçaõ o Doutor Ignacio Ferreira Souto, para serem approvados, e confirmados, quando se ajustassem com a publica utilidade, e Bem-commum."
(Excerto do Cap. I, Da Creaçaõ, e Erecçaõ da Junta)
Matérias:
I - Da Creaçaõ, e Erecçaõ da Junta. II - Dos Ministros, e Officiaes de que se compoem esta Junta, e das Eleiçoens que delles se devem fazer. III - Do Provedor da Junta. IV - Do Juiz Conservador da Junta. V - Do Fiscal da Junta. VI - Do Secretario da Junta. VII - Do Procurador da Junta. VIII - Dos Deputados da Junta. IX - Dos Officiaes para arrecadar as contribuiçoens dos Marinheiros da India, e da formalidade da mesma arrecadaçaõ. X - Dos Procuradores dos Navios nas portas das Alfandegas. XI - Dos Cobradores das contribuiçoens para as despezas desta Junta. XII - Dos Busca caixas da Alfandega. XIII - Dos Capatazes das companhias, que haõ de servir pela Junta. XIV - Dos Mestres da Alfandega do Tabaco. XV - Dos Provimentos, e Nomeaçoens, que se haõ de fazer pela Junta. XVI - Dos Mestres da Aula do commercio, e seus exercicios. XVII - Das obrigaçoens da Junta. XVIII - Dos Privilegios, e graças, que Sua Magestade he servido conceder a esta Junta, e ás pessoas de que ella se compoem. | Sub tuum præsidium. XIX - Das Contribuiçoens para as Despezas da Junta. XX - Do Cofre da Junta.
Exemplar desencadernado em razoável estado de conservação. Manchado pela humidade ao longo do livro. Alvo de restauro no frontispício. Deve ser encadernado.
Raro.
Peça de colecção.
Indisponível

05 março, 2019

SILVEIRA, Joaquim Henriques Fradesso da - ESTATISTICAS DA INDUSTRIA E DO COMMERCIO DE PORTUGAL. Considerações geraes por... Lisboa, Imprensa nacional, 1872. In-8.º (16,5cm) de 40 p. ; il. mapas estat. ; B.
1.ª edição.
Curioso trabalho estatístico sobre o comércio e indústria nacional elaborado no terceiro quartel do século XIX, época caracterizada por instabilidade governativa e más opções políticas que afectaram a economia do país. Ontem como hoje... Primeiro estudo que sobre o assunto se publicou entre nós.
Ilustrado com mapas estatísticos relativos à importação e exportação de mercadorias.
"Ha doze annos foi submetido á consideração do governo, pelo chefe de repartição de estatistica do ministrio das obras publicas, o sr. José de Torres, um relatorio-consulta ácerca da estatistica geral do paiz.
O relatorio está publicado no boletim do ministerio, e com elle ahi jaz o plano proposto.
A estatistica continua irregular, desordenada, quasi inutil, apesar da nomeação de conselhos e commissões, contingente unico offerecido pelos ministros, para execução de um dos mais importantes serviços do estado.
O contribuinte paga - quando paga - é mal servido e queixa-se.
O empregado publico trabalha - quando trabalha - é mal remunerado e lamenta-se.
Para que o contribuinte pague quanto lhe compete, o funccionario trabalhe quanto deve, o serviço seja bem feito, e bem remunerado, cessando todo o fundamento para queixas e lamentações, não basta propor leis, ou promulgar decretos, não basta nomear conselhos ou commissões numerosas.
Facil tarefa seria, ou tem sido, n'este caso a dos ministros.É preciso organisar, dirigir, com actividade, com perseverança, com severidade, dando exemplo aos servidores, e direcção aos serviços.
É absolutamente necessario animar a iniciativa, por tantos modos até agora comprimida, para que nas estações officiaes o eterno conflicto das competencias não seja embaraço perpetuo...
É preciso... governar.
N'isto se resumem as principaes reformas de que realmente carecemos.
É preciso governar.
Mas, desgraçadamente, os ministros, em geral, não governam, porque lhes falta o vigor, porque lhes falta o saber, ou porque a politica - uma repugnante politica - os torna dependentes, irresolutos, e timidos.
Não temos estatistica industrial.
Depende esta estatistica de uma informação local, permanente, e fiscalisada.
Não ha de vir das auctoridades administrativas essa informação, emquanto ellas forem o que são hoje, e o que até hoje têem sido."
(Excerto do preâmbulo)
Joaquim Henriques Fradesso da Silveira GCC • CvA • ComSE (Lisboa,  1825 - Lisboa, 1875). "Foi um oficial do Exército Português, lente de Física e Química na Escola Politécnica de Lisboa, que se distinguiu no campo da meteorologia, da metrologia e da política, sendo autor de extensa obra sobre temática industrial. Foi deputado às Cortes e sócio correspondente da Academia Real das Ciências de Lisboa."

(Fonte: wikipédia)
Exemplar brochado, por abrir, em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com pequenos defeitos.
Raro e muito interessante.
Indisponível

12 agosto, 2018

PALISSY, Bernardo e ROUDÉS, Silvain - PARA TRIUMPHAR NA VIDA. Conselhos praticos para adquirir fortuna. A Sciencia da Felicidade. A fortuna não virá ter comtigo, deverás ir têr com ella. [Saúde - Riqueza - Felicidade : Êxito nos Amôres e nos Negocios]. Lisboa, Deposito de Empreza Litteraria Universal, 1917. In-8.º (19,5cm) de 128 p. ; B.
1.ª edição.
Curioso guia para o "sucesso", verdadeiro compêndio centenário de autoajuda e marketing comercial e relacional.
"Em presença das condicções difficeis que atravessamos e que procuram subverter todos os espiritos que não sejam dotados d'uma certa firmeza, desanimando-os e tornando-os incapazes de qualquer iniciativa, affigura-se da maior conveniencia social dar aqui alguns conselhos a fim de mostrar que só os destituidos de vontade, os passivos, os que não querem ou não sabem querer é que hão-de continuar a debater-se no meio das necessidades mais urgentes e a ser desprezados como se desprezam os vencidos da vida."
Matérias:
Considerações geraes. I. - Como se verifica a existência da vontade. - Maneira de submeter uma vontade forte. Attenção e reflexão. - A energia e a actividade, productos de uma vontade forte. Como se curam as doenças da vontade. II. - A fortuna não virá ter comtigo, deverás ir ter com ella. como estar bem armado - A confiança de ti próprio - Não será inferior aos outros - A maneira de sêr superior - Para vencer a timidez - - Como se adquire aprumo - Aprenderás a falar -  Metodo para obter a facilidade de elocução necessaria ao homem superior. III. - A educação das commoções. - Paixões oppressivas e paixões excitantes - Apaziguamento da impulsão - Concentração de energia - Não terás nem abatimento nem colera - A luta contra a adversidade - Para dar impressão de força - A impassibilidade, seu valor - A ponderação - As vantagens da solidão e do silencio. IV. - A vontade, poder maravilhoso - O homem que vence - A verdadeira vontade - O papel da autosugestão - Metodos psicologicos - Da influencia das paixões no desenvolvimento da vontade - Methodos praticos - Exemplos variados - A pedra filosofal ao alcance de todos. V. - A vocação - Maneira de descobrir e de lhe obedecer - O estudo das difficuldades - Não ha pequenas coisas - Desprezarás o acáso e a sorte - Serás audacioso - As duas audacias: a util e a perigosa - Saberás aproveitar a occasião. VI. - As melhores profissões - O que pode fazer uma mulher só e pobre - Os recursos desprezados - Requesitos de um bom comerciante - A arte de fazer uma boa exposição de fazendas e de atrahir freguezes - O especialista - Escolha dos nomes das especialidades - O fabricante deve seguir o gosto da sua freguezia. VII. - Conveniencia do reclamo e do annuncio. VIII. - O commerciante por atacado - Citação do Commercio e Industria - O papel dos agentes e dos viajantes - O telephone e os negocios - Como os freguezes se tornam amigos - O commercio retalhista - Relações do commerciante com o comprador - Para ser excellente vendedor - A execução das encommendas - A vigilancia do pessoal - A offerta e a procura - O ganho - Fixação do preço de venda - Venda a prompto pagamento e a credito - As maximas d'um bom commerciante. IX. - A mulher no commercio. X. - Como se deve educar a creança para que mais tarde possa realizar o seu ideal.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas frágeis com pequenos defeitos.
Raro e muito interessante.
25€

29 julho, 2016

GOMES, Carlos - PORTUGAL COMERCIAL. 1.ª Parte : antes da guerra. Coimbra, Tipografia França Amado, 1919. In-8.º (19cm) de [4], 176 p. ; [4] desdob. ; il. ; B.
1.ª edição.
Valorizada pela dedicatória autógrafa do autor.
Retrato comercial do país anterior à Grande Guerra. Esta 1.ª parte é tudo quanto se publicou.
Livro ilustrado no texto com quadros e tabelas, e em separada com 4 mapas contabilísticos.
"Não se sabe o que nos reserva o futuro quanto aos navios ex-alemães mas é de crer que sejamos compensados o nosso sacrifício na guerra, com a requisição da frota que foi o motivo da declaração de guerra pela Alemanha.
Sendo assim poderemos resarcir-nos, em parte, dos inconvenientes surgidos, estabelecendo a necessária carreira de navegação, que já foi foi por várias vezes tentada, que em diferentes ensejos esteve para se realisar, mas que motivos, aliás discutíveis, nos impediram de tornar efectiva."
(excerto do Cap. IX)
Matérias:
I - O valôr económico da nossa posição geográfica. II - Instrução comercial. III - Portos principais e meios de comunicação. IV - Marinha Mercante. V - Nações com que temos relações comerciais. VI - Instituições de comércio. VII - Bancos e seguros. - VIII - Bibliografia. IX - Considerações sôbre o futuro do Comércio Português.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas picadas de oxidação.
Muito invulgar.
15€

27 dezembro, 2014

CENTENO, Tomaz Augusto - ASPECTOS DO PROBLEMA BACALHOEIRO (conferência). Prefácio do Sr. Prof. Dr. Abreu Lopes. Lisboa, Editorial de Marinha, 1940. In-8.º (18 cm) de XV, [1], 74 p. ; B.
1.ª edição.
Interessante conferência sobre a pesca do bacalhau.
"E dormem bem nas banquetas, rijas às vezes como o fundo dum dóri, porque os corpos, moídos pelo trabalho infindável, monótono, arriscado, em mar que se encapela e revolta com as ventanias, andam fatigadíssimos e pedem repouso.
Partidos do pôrto de armamento, já com o verão a querer começar, muito tarde para ser possível aproveitas tôda a estação favorável, há mais de cinco meses que por lá andam os pescadores, perdidos na bruma das cerrações, enregelados pelos nevoeiros, encarquilhados pelo frio intenso do ar e da água que lhes greta as mãos, na árdua safra da pesca.
Às vezes, quando o nevoeiro é mais cerrado, a ponto de se não ver o comprimento dum dóri adiante do nariz, a barulheira no mar torna-se infernal.
Do seio do invisível saiem sons irritantes de sereias, sinetas e buzinas, a advertir quem passa que ali anda gente a labutar, a dizer a quem labuta que vai passando gente com a pressa nervosa da vida contemporânea.
Se calha ser vapor que lá vem às suas muitas milhas por hora, nem houve nem repara nos insignificantes. Segue avante..."
(Excerto do Cap. 16, Da vida do pescador e seus perigos)
Índice
:
Quadro histórico
1 - As pescarias antes do início das Descobertas. 2 - O tratado de 1353 com a Inglaterra. 3 - Descoberta e colonização da Terra Nova. Início da pesca do bacalhau. 4 - Decadência da pesca do bacalhau. 5 - Um exemplo de proteção do estrangeiro. 6 - A Companhia de Pescarias Lisbonense. 7 - O comércio do bacalhau no 3.º quartel do século passado. 8 - Ressurgimento. A casa Bensaúde.
A pesca e quem na pratica 
9 - O peixe e seu habitat. 10 - O termómetro de profundidade. 11 - Como se pesca o bacalhau. O dóri. 12 - Pesca à linha de mão. 13 - O aparêlho ou «trolley». 14 - A zagaia. 15 - Escala e salga. 16 - Da vida do pescador e seus perigos. 17 - Psicologia do pescador.
A assistência 
18 - O navio apoio e a sua influência moral - O Gil Eanes!... 19 - Necessidade de assistência prestada pelo navio-apoio. 20 - Iscos empregados pelos pescadores portugueses.
A seca do peixe
21 - A seca natural. Armazéns. 22 - O caso dum «Portuguese Shore» na Terra Nova. 23 - A seca artificial. 24 - Das doenças do bacalhau.
Economia actual da indústria
25 - Antes de 1934. 26 - Causas do mau estado da indústria. 27 - Resultados benéficos da disciplina no comércio. 28 - Limites à produção. 29 - A frota necessária. 30 - A frota deveria construir-se em Portugal. 31 - Resultados económico-financeiros da política de auto-suficiência.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas ligeiramente oxidadas. Selo de biblioteca na lombada.
Invulgar e muito apreciado.
Com interesse histórico.
Indisponível

18 junho, 2012

GUIMARÃES, Pedro – POLÍTICA ALIMENTAR DO COMÉRCIO DE MERCEARIA E DA SUA ORGANIZAÇÃO. Notas de relatório : Delegação do Governo – Grémios dos Armazenistas e dos Retalhistas de Mercearia. [S.l.], [s.n – Comp. e imp. Tip. Empresa Nacional de Publicidade - Lisboa], 1950. In-8.º (22 cm) de 251, [5] p. ; B.
1.ª edição.
Livro ilustrado com quadros e tabelas no texto e um gráfico em separado.
Valorizado pela dedicatória autógrafa do autor.
Inclui um extenso capítulo sobre o comércio de bacalhau.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Com interesse histórico.
Indisponível

23 dezembro, 2011

PRAÇA DE LISBOA : Livro de Ouro do Comércio e Indústria da Capital. Organizado por Carlos Bastos com o Alto Patrocínio da Associação Comercial de Lisboa e Associação Industrial Portuguesa. Porto, Edição do Organizador [imp. Of. Portugália, 1946], 1945. In-fólio (31cm) de XVI, 504 p. ; mto. il. ; E.
Obra monumental, "bíblia"/roteiro do comérico e indústria da capital em meados do século XX. A história de mais de meio milhar de empresas e seus fundadores - pejada de fotografias a p.b. de estabelecimentos, empresários, proprietários, sócios, etc. -, muitas delas ainda em actividade.
Encadernação editorial cartonada com ferros a ouro e a seco na lombada e na pasta anterior.
Excelente exemplar.
Muito invulgar.
Indisponível
MERCADO DO FORNO DO TIJOLO : número único de distribuição gratuita. Lisboa, 10 de Janeiro de 1956. Lisboa, Ed. de Eduardo Faria, 1956. In-fólio (32cm) de 16 p. inum. ; mto il. ; B.
Capa de Eduardo Faria

Direcção e edição de Eduardo Faria
Composição e impressão "Gazeta dos Caminhos de Ferro"

Sumário
"Saudação à Câmara Municipal de Lisboa"
"Mercado do Forno do Tijolo - Por Dr. José Salles Gomes"
"Os Mercados de Lisboa" - Por Artur Portela"
"O que é o Mercado do Forno do Tijolo - Entrevista com o arquitecto José de Magalhães"
"A obra de um grande construtor - António Veiga"
"Fora do Mercado..."
"Em face das actividades económicas"

Exemplar brochado em bom estado geral de conservação; capa algo manchada, com vestígios de etiqueta no canto sup. esq.
Invulgar, com interesse olisiponense. 
Indisponível

24 agosto, 2011

MORAZÉ, Charles - OS BURGUESES À CONQUISTA DO MUNDO : 1780-1895. Cartografia de Jacques Bertin ; Tradução de Maria Antonieta Magalhães Godinho ; [Prefácio por Fernand Braudel]. Lisboa-Rio de Janeiro, Edições Cosmos, 1965. In-8º grd. (24cm) de 574, [1], [40] p. il. ; E. Col. Rumos do Mundo, XII.
"Ilustram esta obra 8 extra-textos a cores e 32 a dois tons, além de 42 mapas. A bibliografia, os Quadros cronológicos, um Glossário (acrescentado na edição portuguesa) e Índices remissivos transformam em eficiente ferramenta de trabalho este livro aliciante pela sua ambição intelectual, pela vivacidade de estilo, pela penetrante inteligência aberta à inquietações fundamentais do homem.
Num esquema original de cortes em vários momentos desse prodigioso século XIX, tão vasta e profundamente criador, Morazé apresenta-nos a instalação da burguesia ao leme dos rumos da humanidade e a marca de civilização burguesa sobre o globo inteiro." (da apresentação da obra pelos editores)
Encadernação editorial inteira de percalina vermelha com dourados e sobrecapa policromada.
Bom exemplar.
20€