NO CENTENÁRIO DO GENERAL BARROS RODRIGUES. O Artilheiro e o Combatente. Pelo General Guilherme de Sousa Belchior Vieira. O Oficial e o Chefe do Estado-Maior do Exército, Pelo Coronel Carlos Gomes Bessa. O Professor e o Historiador, Pelo General Manuel Freire Themudo Barata. Lisboa, [s.n. - Composto e impresso nos Serviços Gráficos da Liga dos Combatentes], 1991. In-8.º (23x16 cm) de 42, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Homenagem ao General Barros Rodrigues, oficial do Exército Português, combatente em França na Primeira Guerra Mundial.
"Alistado como voluntário no Regimento n.º 4 de Cavalaria, Regimento do Imperador da Alemanha Guilherme II (Lisboa), em 27 de Julho de 1909, o ex-aluno n.º 6 do Real Colégio Militar, José Filipe de Barros Rodrigues, decide ingressar na Escola de Guerra em 1912. [...]
Em 1914 deixa a Escola de Guerra, classificado como n.º 2 num curso de 14 alunos, para ser promovido a Alferes em Novembro de 1915, sendo Aspirante-a-Oficial do Regimento de Artilharia n.º 4 (Amarante), donde virá a ser transferido, logo no ano seguinte, para o Regimento de Artilharia n.º 2 (Figueira da Foz).
Mobilizado para o Corpo Expedicionário Português (o CEP) ainda como Alferes, embarca em 31 de Março de 1917 para França, ali permanecendo, sem gozar qualquer licença em Portugal, até 22 de Agosto de 1918 - 1 ano e 145 longos dias na frente, de acordo com os registos oficiais.
Ao partir da Estação do Rossio, confessa não ter sentido «grande comoção»: «Parti - escreve - como teria partido para uma digressão. É que ainda não há listas de mortos e feridos, e a inconsciência foi sempre uma das grandes características do portuguez». Contudo, ao atravessar a fronteira francesa, assalta-o uma súbita comoção: «Quem sabe se nunca mais voltarei a Portugal...!» [...]
12 de Junho de 1917
A 3.ª Bataria do 1.º Grupo de Batarias de Artilharia (1.º GBA) encontra-se em posição desde 9 de Maio, no sector de Neuve Chapelle. Até hoje, as granadas da poderosa e infatigável artilharia alemã não a tinham atingido.
No observatório da Bataria, a cerca de 600 metros da frente, o Alferes Barros Rodrigues, que ali se encontrava desde as 5 horas da madrugada, localiza um morteiro de trincheira no dispositivo inimigo. A Bataria recebe os elementos de tiro e as peças de 7,5 TR abrem fogo de imediato. Era a primeira vez que a 3.ª Bataria executava tiro sobre um objectivo referenciado do observatório.
Cerca das 3 horas da tarde cai uma primeira granada alemã de 12 cm na posição e às 7 horas ainda a posição era batida de 2 em 2 minutos.
As guarnições das peças e os telefonistas procuram precipitadamente abrigo numa casa próxima. Há, porém, quem de repente se lembre ter sido deixado na posição um pipote de vinho. Não houve necessidade de convocar voluntários - o dito pipote foi recuperado num abrir e fechar de olhos..."
(Excerto de O Artilheiro e o Combatente. Pelo General Guilherme de Sousa Belchior Vieira)
José Filipe Barros Vieira (Vila Real, São Pedro, 1890 - Lisboa, 1957). "Oficial do Exército. 1917 - Integrou o CEP e participou na Batalha de La Lys; 1927 - Chefe do Estado-Maior do Destacamento do Norte nas operações contra os revoltosos de 3 de Fevereiro; Chefe do Estado-Maior da Missão Militar Portuguesa de Observação em Espanha, durante a guerra civil; Chefe da Divisão de Fotogrametria dos Serviços Cartográficos do Exército; Professor do curso de Estado-Maior da Escola Central de Oficiais; Professor da Escola Militar. Procurador à Câmara Corporativa por designação do Conselho Corporativo. Carreira parlamentar: Legislaturas I/II - Defesa Nacional."
(Fonte: Assembleia da República - Parlamento)
(Fonte: Assembleia da República - Parlamento)
Exemplar em brochura, bem conservado.
Invulgar.
Com interesse para a bibliografia WW1.
Indisponível