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Não conheço o assunto profundamente, mas me soaram coerentes as observações do homem da Amazônia sobre a questão da demarcação de terras indígenas na faixa de fronteira em Roraima, e discordo do homem da Funai de que nossa política indigenista é referência mundial, porque existem não sei quantos mil índios remanescentes de diversas tribos.
Eu me pergunto em que condições vivem esses índios, se se pode mesmo falar em povos indígenas a essa altura do campeonato, com tantos e todos os males que eles não apenas herdaram da 'nossa' cultura (branca?) mas a cujos vícios também aderiram, muitas vezes por conveniência, ganância, e outras tantas para garantir a sobrevivência.
Acho que a política indigenista brasileira era referência quando os Villas Boas ainda existiam, e mesmo assim ainda há controvérsias. De todo modo, os índios e os sem-terra constituem hoje grupos manipulados (acho que essa é a palavra) por setores de interesses variados e cooptados por causas poucas vezes nobres.
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General considera terra indígena de fronteira risco à soberania - Mair Pena Neto
O general Augusto Heleno, comandante militar da Amazônia, classificou a transformação da faixa da fronteira norte do país em terras indígenas como ameaça à soberania nacional.
O militar não se mostrou preocupado em contrariar posição do governo, que defende a homologação de terras indígenas mesmo em regiões de fronteira, e disse que o Exército "serve ao Estado brasileiro e não ao governo".
Em palestra sobre a defesa da Amazônia no seminário "Brasil, ameaças a sua soberania", nesta quarta-feira, no Clube Militar, no Rio de Janeiro, o general falou de sua preocupação com os territórios indígenas na faixa de fronteira.
O general lembrou o compromisso brasileiro com declaração da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o direito dos povos indígenas, que destaca a desmilitarização das terras indígenas como contribuição para a paz e o desenvolvimento econômico e social.
"Quer dizer que o problema somos nós?", perguntou o general sob aplausos entusiasmados da platéia de militares.
Para o general Heleno, a política indigenista está dissociada do processo histórico do país e precisa ser revista com urgência.
"É um caos, não funciona. Os problemas são enormes, o alcoolismo é crescente", disse o general referindo-se à situação de tribos amazônicas.
"Sou totalmente a favor do índio", frisou o general. "Não sou da esquerda escocesa que atrás de um copo de uísque resolve os problemas brasileiros. Eu estou lá na Amazônia vendo o que acontece com o índio brasileiro."
O general reiterou sua posição contrária à demarcação contínua da reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima, que quase levou a um conflito violento entre a Polícia Federal e arrozeiros que serão obrigados a deixar a área.
Uma liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu a operação da Polícia Federal que desalojaria os fazendeiros de arroz que se recusam a deixar terras da reserva. Cinco grandes plantadores de arroz possuem oito fazendas na área indígena. O governo se propõe a pagar indenização pelas benfeitorias
Segundo o general, o índio também é brasileiro e não deve ser excluído da convivência com outros brasileiros.
"Quer dizer que na Liberdade vai ter japonês e não japonês", comentou o general utilizando como exemplo o bairro paulista de forte presença japonesa. "Como um brasileiro não pode entrar numa terra só porque não é indígena", questionou.
Além da questão indígena, o general Heleno apresentou como ameaças à Amazônia os conflitos fundiários, as organizações não-governamentais e os diversos ilícitos.
Em sua opinião, o desenvolvimento da Amazônia vai acontecer independentemente da nossa vontade. "É impossível preservar a Amazônia como lenda, floresta verde. O que depende de nós é fazer com que (o desenvolvimento) aconteça de forma sustentável", defendeu.
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