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sábado, 17 de dezembro de 2016

O anjo de Heleno Godoy

Todo ano, rigorosamente, ele envia um poema natalino para sua lista de amigos. Por alguma razão, que não atino, ele me conservou no coração (e na lista), a despeito de nossa relação de amizade ter existido apenas durante os poucos anos em que trabalhei na Universidade (Federal de Goiás). 

Entramos no mesmo ano (1991), fiquei até 1995, pouco tempo, mas nos respeitávamos e nos admirávamos - eu a ele, muito, com certeza. Uma vez, ele me convidou para conversar com seus alunos de Mestrado sobre A hora da estrela, de Clarice. Amei ter ido, foi uma conversa ótima e frutífera. 

O anjo de Heleno Godoy, poeta goiano dos melhores, a cada ano vai abrindo suas asas para acolher um pedaço do mundo que rui aqui, despenca ali, e percebo que suas ruguinhas adensaram-se neste último encontro, nesta fase terrível de nossa existência, de nosso país. 

Um abraço pra ele, pra Heleno, para nós todos e todas, dessa terra tão devastada. 

"[... a colheita ]
soçobra, a hora espanta, enganos triunfam?
Deixamo-nos reduzir ao que pensávamos
não ser: promessa de haver, sonho acordado,
rosto marcado pela forma como este anjo
vem sempre, sem falha, nesta noite, e nos
impede até o uso de tantas boas palavras. "