Hoje foi uma tarde muito boa. Fui com Antonio ao CCBB ver a exposição Elles, de que gostei de algumas obras. Depois andamos por ali e eu o convenci a almoçar uma feijoada ótima, num lugar supimpa também - adorei. Mais tarde fomos ao Arteplex, onde vimos um filme assim assim.
Sobre a exposição, um moço veio me avisar que não podia fotografar, falando muitas bobagens, mas já tinha feito essas fotos aí embaixo, que bom. Gostei de ter visto logo de início algumas fotografias que compõem o trabalho de Sophie Calle, de que já falei aqui , mas a impressão que me deu, mesmo com o texto explicativo exposto na entrada da sala, é que o tipo de arte que ela faz precisa expor-se num contexto mais amplo, para render toda a graça e originalidade de que se compõe - é o conjunto, que se move por uma mecânica bem obsessiva, que faz dele o que ele é.
O quadro da Frida Kahlo que vi é bem pequeno, tive a mesma decepção que a maioria das pessoas parece ter tido ao ficar frente a frente com a Mona Lisa - dizem que seu tamanho decepciona (só o tamanho, claro, mas eu nunca a vi). No caso desse trabalho da Kahlo, tamanho e forma não me inquietaram em nada, há muitos outros trabalhos seus mais fortes e impactantes, que eu gostaria de conhecer.
Fiquei meio indiferente a grande parte das pinturas, salvo algumas poucas, como essa aí embaixo, de cuja autora (sinto muito) não anotei o nome (péssimo, eu sei). Os vídeos... bem, vi umas coisas estranhíssimas - por exemplo, uma sala com uma tela onde passava um filme composto de algumas linhas que iam e vinham, indefinidamente - mais chato impossível (um senhor que saía quando entramos disse: esse é para dormir. Concordei). Vi depois um vídeo erótico, ou talvez pornô, não sei: vários casais fazendo sexo, um casal a cada vez, num espaço teoricamente voltado para expor obras de arte, como se dá com a exposição - é o quê, erótico ou pornô? Eu chamo aquele que vi de erótico-pornô, mas não vou discutir sobre a diferença entre eles, porque a cobra desse imbroglio sempre engole seu rabo (sem trocadilhos).
Houve um trabalho de que gostei muito, um projeto que misturava vídeo-imagem e literatura, em que só reparei depois de ler os textos, a partir dos quais as imagens fizeram sentido, porque aconteceu de eu ver primeiro os filminhos em telas gigantes - um sobre o Ibirapuera, onde encontramos um rapaz de São Paulo com quem engatamos um papo bem agradável; um que mostrava a praça Paris, na Glória; e um outro que mostrava um espaço amplo em Taipei. Eu passei meio batida pelas telas, até que cheguei aos textos, daí fiz o movimento em sentido contrário, mas foi perfeito porque depois de ler esses poemas, voltei e fiquei muito tempo olhando tudo de novo, e então tudo fez um sentido intenso, diferente, outro. Foi uma experiência nova para mim, e a melhor de toda a exposição. De todo modo, aqui vão algumas fotos, inclusive da Casa França Brasil, que eu vergonhosamente não conhecia, por negligência.